Conexões de Feedback no Processamento Visual em Primatas
Estudo revela o papel das conexões de feedback na percepção visual.
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Índice
O sistema visual dos primatas é uma rede complexa que processa informações visuais. Essa rede começa na retina, passa pelo tálamo e chega ao córtex visual primário (V1). A partir do V1, as informações viajam para outras áreas do cérebro que são especializadas em reconhecer e entender estímulos visuais mais complexos.
Os pesquisadores costumam pensar nesse processo como uma série de passos simples, onde as informações se movem de uma área para outra de forma linear. No entanto, estudos mostram que esse modelo simples de alimentação direta não captura o quadro completo. Conexões de Feedback, onde as informações voltam de áreas visuais superiores para áreas inferiores, também desempenham um papel crítico em como percebemos e interpretamos as informações visuais.
As conexões de feedback são menos comuns que as conexões de alimentação direta, mas são essenciais para refinar o nosso processamento visual. Mesmo que as conexões de feedback venham de áreas mais adiante no caminho visual, elas são cruciais para como percebemos tudo, desde movimento até reconhecimento de objetos.
Visão Geral do Estudo
Neste estudo, os pesquisadores analisaram como as áreas visuais no cérebro se comunicam através de conexões de feedback. Eles focaram em duas áreas: a área temporal média (MT) e a área temporal superior medial (MST). Ambas as áreas são conhecidas por processar movimento visual.
Os pesquisadores queriam ver como as conexões de feedback funcionavam nessas áreas e como elas estavam relacionadas aos estímulos visuais apresentados. Ao registrar a Atividade Neural em ambas as áreas ao mesmo tempo, eles buscavam entender melhor como o feedback influencia a percepção visual.
Metodologia
Para estudar a atividade neural, os pesquisadores registraram a atividade cerebral em dois macacos enquanto apresentavam vários estímulos de movimento visual. Os macacos foram treinados para fixar um ponto na tela, permitindo que os pesquisadores monitorassem suas respostas neurais quando diferentes movimentos visuais eram mostrados.
Os passos principais do estudo incluíram:
Registro da Atividade Neural: Eletrodos foram colocados nas áreas MT e MST para capturar os sinais elétricos produzidos pelos neurônios disparando em resposta aos estímulos visuais.
Apresentação de Estímulos: Uma variedade de estímulos de movimento foi mostrada na tela. Isso incluía traduções, espirais e deformações. Cada tipo de movimento foi apresentado em direções diferentes e em várias localizações na tela.
Análise de Conectividade: Os pesquisadores observaram como os neurônios em MT e MST se comunicavam entre si. Eles focaram em conexões que mostraram correlações significativas na atividade, indicando que os neurônios influenciavam uns aos outros.
Experimentos de Microestimulação: Para explorar os efeitos de feedback, a estimulação elétrica foi aplicada à área MST enquanto monitorava a área MT. Isso permitiu que os pesquisadores vissem como a estimulação da MST mudava a atividade na MT.
Conectividade Funcional
Os pesquisadores primeiro examinaram quão conectados os neurônios nas áreas MT e MST estavam. Eles mediram como a atividade de um neurônio poderia prever a atividade de outro neurônio. O método usado para avaliar a conectividade envolveu comparar o tempo dos picos, ou os sinais elétricos que indicam a disparada dos neurônios.
Uma descoberta crucial foi que muitas das conexões de feedback entre MST e MT eram excitatórias, ou seja, incentivavam a atividade neuronal. No entanto, as conexões de feedback excitatórias nem sempre se alinhavam com as preferências visuais dos neurônios conectados. Em contraste, as conexões inibitórias, que suprimem a atividade, tendiam a conectar neurônios com preferências visuais diferentes.
Esse padrão sugere que o cérebro usa conexões de feedback não apenas para aumentar a atividade, mas também para suprimir quando necessário, dependendo do contexto visual.
Especificidades do Feedback
O estudo também analisou como os neurônios em MT respondiam ao feedback da MST. Os pesquisadores descobriram que, enquanto as conexões de feedback excitatórias eram comuns, as conexões de feedback inibitórias eram mais seletivas, ocorrendo predominantemente entre neurônios com preferências visuais diferentes.
Essa seletividade significa que quando os neurônios da MST enviam sinais Inibitórios para os neurônios da MT, eles provavelmente estão mirando em neurônios que respondem a tipos diferentes de entradas visuais. Esse mecanismo pode ajudar a refinar e melhorar a percepção visual, filtrando informações irrelevantes.
Em um conjunto separado de experimentos, os pesquisadores aplicaram estimulação elétrica à MST e observaram como isso afetou a atividade dos neurônios da MT. Eles descobriram que a microestimulação tinha principalmente um efeito inibitório, especialmente quando os estímulos visuais apresentados eram fortes. Para estímulos mais fracos, a microestimulação poderia até levar a um aumento na atividade dos neurônios da MT.
O Papel dos Estímulos de Movimento
Para entender completamente como as conexões de feedback funcionam, os pesquisadores também examinaram como diferentes tipos de estímulos de movimento interagiam com os efeitos de feedback. Eles classificaram os estímulos visuais de acordo com a força da resposta que eles provocavam nos neurônios da MT. Os resultados mostraram uma relação clara entre a força do estímulo visual e o tipo de efeito de feedback observado.
Quando os neurônios da MT foram expostos a estímulos visuais fortes, o feedback da MST inibia principalmente a atividade deles. Em contraste, com estímulos mais fracos, o feedback levava a um aumento na atividade. Essa mudança da inibição para a excitação sugere que os mecanismos de feedback não são fixos; em vez disso, eles se adaptam com base no contexto fornecido pela entrada visual.
Campos Receptivos
Outro aspecto importante do estudo foi a análise dos campos receptivos, que são as áreas específicas do campo visual às quais os neurônios respondem. Os pesquisadores avaliaram quão bem os campos receptivos dos neurônios conectados se sobrepunham.
Eles descobriram que pares de neurônios conectados por feedback excitatório tendiam a ter campos receptivos mais semelhantes do que aqueles conectados por feedback inibitório. Isso implica que as conexões de feedback excitatório podem desempenhar um papel em refinar o processamento visual, reduzindo a redundância entre neurônios com campos receptivos sobrepostos.
Além disso, ao analisar os campos receptivos, os pesquisadores descobriram que as conexões de feedback inibitório eram mais prováveis de ocorrer entre neurônios com preferências de campo receptivo diferentes. Essa relação ressalta como o feedback inibitório pode ajudar o sistema visual a distinguir entre vários estímulos, contribuindo para uma percepção mais nuançada.
Conclusão
As descobertas deste estudo contribuem para nossa compreensão de como o sistema visual dos primatas processa informações. A complexa interação entre conexões de alimentação direta e feedback é vital para como percebemos movimento e objetos.
As conexões de feedback excitatório podem melhorar respostas visuais específicas, enquanto as conexões de feedback inibitório fornecem uma maneira de filtrar informações menos relevantes, permitindo uma percepção mais clara.
No geral, essas percepções iluminam a natureza dinâmica do processamento visual no cérebro e oferecem uma visão mais refinada de como diferentes áreas visuais se comunicam entre si. Entender esses processos pode ajudar os pesquisadores a desenvolver melhores modelos de percepção visual e pode contribuir para avanços no tratamento de distúrbios visuais.
Título: Feature selectivity of corticocortical feedback along the primate dorsal visual pathway
Resumo: Anatomical studies have revealed a prominent role for feedback projections in the primate visual cortex. Theoretical models suggest that these projections support important brain functions, like attention, prediction, and learning. However, these models make different predictions about the relationship between feedback connectivity and neuronal stimulus selectivity. We have therefore performed simultaneous recordings in different regions of the primate dorsal visual pathway. Specifically, we recorded neural activity from the medial superior temporal (MST) area, and one of its main feedback targets, the middle temporal (MT) area. We estimated functional connectivity from correlations in the single-neuron spike trains and performed electrical microstimulation in MST to determine its causal influence on MT. Both methods revealed that inhibitory feedback occurred more commonly when the source and target neurons had very different stimulus preferences. At the same time, the strength of feedback suppression was greater for neurons with similar preferences. Excitatory feedback projections, in contrast, showed no consistent relationship with stimulus preferences. These results suggest that corticocortical feedback could play a role in shaping sensory responses according to behavioral or environmental context.
Autores: Yavar Korkian, N. Nakhla, C. C. Pack
Última atualização: 2024-06-04 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.21.581426
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.21.581426.full.pdf
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