Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Ciências da saúde# Salute sessuale e riproduttiva

Enfrentando Atrasos no Atendimento Pré-Natal em Burundi

Estudo revela fatores que influenciam o atraso no pré-natal entre mulheres grávidas em Burundi.

― 8 min ler


Atrasos no AtendimentoAtrasos no AtendimentoPré-Natal em Burunditardio para grávidas.Estudo destaca problemas de atendimento
Índice

Reduzir o número de mulheres e bebês que morrem durante a Gravidez e o parto é super importante no mundo todo. Esse objetivo faz parte de um esforço maior pra melhorar a Saúde e o desenvolvimento de todo mundo. Mesmo com vários programas focados em oferecer cuidados de saúde pras mulheres, a gravidez e o parto ainda são momentos perigosos, especialmente em países mais pobres.

Muitos problemas sérios de saúde podem acontecer durante a gravidez, como infecções ou condições como pressão alta e diabetes. Esses problemas podem prejudicar tanto a mãe quanto o bebê. Todo ano, cerca de 2,3 milhões de Recém-nascidos morrem no primeiro mês de vida, principalmente em países de baixa renda. Além disso, cerca de 800 mulheres morrem diariamente por complicações relacionadas à gravidez, com a maioria dessas mortes acontecendo em países de renda baixa e média, especialmente na África Subsaariana.

Em 2020, a taxa de Mortes Maternas em alguns países mais pobres era muito maior-430 mortes a cada 100.000 nascimentos vivos-enquanto países desenvolvidos tinham taxas bem mais baixas, só 12 mortes por 100.000 nascimentos. Pra ajudar a melhorar essa situação, um ponto chave é o Cuidado Pré-Natal (ANC), que inclui consultas médicas durante a gravidez.

Importância do Cuidado Pré-Natal

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as mulheres façam pelo menos oito visitas de cuidado pré-natal durante a gravidez. Essa assistência ajuda a identificar riscos potenciais cedo, o que pode levar a melhores resultados de saúde tanto pra mãe quanto pro bebê. Mas muitas mulheres, especialmente em países em desenvolvimento, não começam suas visitas de pré-natal a tempo. Só 52% das mulheres grávidas em países de baixa e média renda acessam o cuidado cedo, comparado a mais de 80% em países mais ricos.

Em regiões como a África Oriental, os números são ainda mais baixos. Por exemplo, em Uganda e Quênia, apenas 29% das mulheres recebem cuidado pré-natal cedo, enquanto a Tanzânia fica ainda pior, com 24%. Ruanda é um pouco melhor, com 59% das mulheres começando seu cuidado pré-natal na hora certa.

Burundi, um país na África Oriental, ainda enfrenta altas taxas de mortes maternas e neonatais. As taxas atuais são de 334 mortes maternas e 23 mortes neonatais a cada 100.000 e 1.000 nascimentos vivos, respectivamente. Esses números estão longe das metas estabelecidas por iniciativas de saúde globais, que visam menos de 70 mortes maternas por 100.000 nascimentos e menos de 12 mortes neonatais por 1.000 nascimentos.

Foco do Estudo

O objetivo de um estudo recente foi entender as razões pelas quais muitas mulheres grávidas demoram a iniciar seu cuidado pré-natal no distrito de saúde de Muramvya, em Burundi. A área tem um hospital distrital e vários centros de saúde que oferecem serviços de pré-natal.

A pesquisa envolveu mulheres grávidas que visitaram seis dos centros de saúde no distrito de Muramvya. As mulheres foram incluídas no estudo se soubessem a data da última menstruação e concordassem em participar. Aquelas que não eram da área ou não consentiram foram excluídas.

Metodologia

O estudo foi realizado entre novembro de 2019 e março de 2020, usando uma pesquisa com perguntas fechadas e abertas, principalmente em Kirundi, a língua local. As entrevistas foram feitas antes de as mulheres verem os profissionais de saúde, e o questionário levou cerca de 15 minutos pra ser completado. Os pesquisadores conferiram os questionários semanalmente pra garantir que fossem preenchidos corretamente.

Pra analisar os dados, os pesquisadores usaram um software pra organizar e avaliar as respostas. Eles buscaram por padrões sobre quando as mulheres começaram suas visitas de pré-natal e quais fatores influenciaram qualquer atraso.

Participantes

No total, 280 mulheres grávidas participaram do estudo. A idade média delas era de 29 anos, e mais da metade tinha dois filhos. A pesquisa revelou que 72,5% das mulheres começaram suas visitas de pré-natal tarde, principalmente no segundo e terceiro trimestres, ou seja, mais de 12 semanas de gravidez.

O tempo médio pra começar a primeira visita foi em torno de 16 semanas, o que já tá além do período recomendado.

Perfil dos Participantes

A maioria das mulheres entrevistadas (75,7%) tinha entre 20 e 35 anos, sendo que uma grande porcentagem era casada e tinha educação básica. Muitas eram agricultoras com rendimento mensal baixo. A maioria dos maridos também tinha educação básica e trabalhava na agricultura.

Um número significativo de mulheres não possuía rádio, indicando acesso limitado à informação. Mais da metade das participantes relatou não saber muito sobre os benefícios do cuidado pré-natal cedo ou quais serviços são oferecidos.

Resultados sobre Atrasos no Cuidado Pré-Natal

O estudo encontrou que não havia diferença significativa entre as mulheres que começaram seu ANC cedo e as que começaram tarde em relação à idade, estado civil, educação, ocupação ou tamanho da família. No entanto, vários fatores relacionados ao tempo de início do ANC se destacaram.

Mulheres que descobriram que estavam grávidas após quatro meses tendiam a começar o ANC mais tarde. Aquelas que não planejaram suas gravidezes também eram mais propensas a atrasar as visitas. Além disso, o tempo que as mulheres levavam pra chegar às unidades de saúde era um fator crucial. Mulheres que tinham que andar mais de 30 minutos até uma clínica eram mais propensas a começar o ANC tarde.

Fatores Determinantes

Os achados apontaram vários fatores importantes que influenciam quando as mulheres começam seu ANC. Mulheres de 20 a 35 anos eram menos propensas a começar o ANC tarde em comparação às adolescentes. Aqueles que tinham melhor conhecimento sobre os serviços de ANC eram mais propensas a iniciar o cuidado cedo.

O estudo destacou que mulheres que não estavam cientes da gravidez por mais de quatro meses eram cerca de sete vezes mais propensas a atrasar a primeira visita de ANC. Além disso, gravidezes não planejadas aumentaram significativamente as chances de iniciar o ANC tarde.

A acessibilidade das unidades de saúde também teve um papel, com os tempos de deslocamento afetando quando as mulheres podiam começar as visitas de pré-natal. Mulheres que vivem em áreas rurais muitas vezes enfrentaram desafios pra chegar às clínicas, o que contribuiu pros atrasos.

Observações Gerais

Os resultados da pesquisa mostram um padrão preocupante de início tardio do ANC entre as mulheres no distrito de Muramvya. Apesar dos serviços disponíveis, muitas mulheres não estavam começando o cuidado cedo o bastante pra se beneficiar totalmente dos programas de saúde feitos pra ajudá-las.

Esse atraso no início do cuidado não é único de Burundi; muitos países em desenvolvimento enfrentam desafios semelhantes. Enfatizar a educação e a conscientização sobre a importância do ANC precoce pode potencialmente melhorar os resultados maternos e infantis.

Recomendações

Pra resolver essas questões, seria bom focar em melhorar o conhecimento sobre o ANC entre as mulheres. Programas que educam as mulheres sobre a gravidez e os serviços disponíveis podem incentivar visitas mais cedo. Além disso, resolver desafios logísticos, como transporte até as unidades de saúde, pode ajudar a reduzir os atrasos no início do ANC.

Uma atenção especial também deve ser dada às necessidades das jovens mães e daquelas que podem não planejar suas gestações. Criar ambientes de apoio pra essas mulheres pode levar a melhores resultados de saúde tanto pras mães quanto pros recém-nascidos.

Conclusão

O estudo destaca que o início tardio do cuidado pré-natal continua a ser uma questão significativa pras mulheres grávidas em Burundi. Compreender os fatores que contribuem pra esses atrasos é essencial pra desenhar intervenções eficazes que melhorem a saúde materna e infantil. Ao aumentar o conhecimento, resolver barreiras de acesso e fornecer suporte pras gravidezes jovens e não planejadas, o sistema de saúde pode atender melhor essas populações vulneráveis, reduzindo, em última análise, o número de mortes maternas e infantis.

Fonte original

Título: Late start of antenatal care in Burundi: Effect of socio-demographic, socio-cultural, and health system-related factors

Resumo: Despite intensive international efforts to extend the coverage of primary healthcare services for women, pregnancy and childbirth still represent a high-risk period for both mother and child, particularly in low- and middle-income countries. Lack of access to antenatal care and its inadequate use during pregnancy contribute to maternal mortality. This study aimed to establish the factors associated with late start of antenatal care (ANC) in Muramvya health district, Burundi. A cross- sectional study was carried out in six randomly selected health facilities of the Muramvya district. The study population consisted of pregnant women who attended antenatal clinics. A total of 280 women were included in the study. Data were collected through face-to-face interviews. Descriptive statistics, bivariate and multivariate logistic regression models were used to measure the determinants of the late start of ANC after 12 weeks of gestation. ANC was initiated after 12 weeks of pregnancy in 72.50% of women, 58.6% and 13.9% respectively in the second and last trimester. Based on Multivariate logistic regression: Women between 20 and 35 years of age have a lower risk of starting ANC late than adolescents (AOR = 0.18; 95%CI:0.03-0.83). Lack of knowledge about the interventions offered during ANC (AOR = 2.37; 95%CI:1.32-4.25), late recognition of pregnancy status (AOR= 6.7; 95%CI:2.41-18.66), unplanned pregnancy (AOR = 1.85 95%CI:1.01-3.40) and the time for women to reach the health facility: between 30minutes to 1 hour (AOR = 2.40 95%CI:1.25-4.59) and more than 1 hour of walking (AOR = 2.15; 95%CI:1.01-4.60) are associated with the late start of ANC. The results of the study show that most women start ANC late. There is a need for effective behavioral interventions and public awareness and education targeting adolescents and women to improve early initiation of ANC

Autores: Jean Marie Butoyi, C. K. Sagam, B. Munezero, A. Nkeshimana, Y. Coppieters

Última atualização: 2023-12-14 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.12.23299879

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.12.23299879.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes