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# Ciências da saúde# HIV/AIDS

Desafios que os Jovens Enfrentam com a ART no Malaui

Os jovens no Malauí têm dificuldade em seguir o tratamento de HIV por vários motivos.

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A terapia antirretroviral (TAR) é super importante pra quem vive com HIV, mas muita gente jovem não segue o tratamento. Isso é um grande problema no mundo todo e especialmente no Malawi, onde cerca de 38% dos jovens param de fazer a TAR. No Malawi, o número é em torno de 15,5%. Embora o país esteja fazendo melhorias pra certos grupos, os jovens ainda tão enfrentando dificuldades. Este artigo foca em jovens de 15 a 35 anos, como definido pela política de juventude do Malawi. Não seguir a TAR pode trazer sérios problemas de saúde, incluindo um risco maior de adoecer, desenvolver resistência aos medicamentos ou até mesmo morrer por causa do HIV.

Pesquisas mostram que a falta de Apoio da Comunidade pode aumentar as chances dos jovens não seguirem a TAR. Diferentes pesquisadores têm visões diferentes sobre o que “desistir” significa. Alguns dizem que é quando a pessoa perde uma consulta por mais de um mês. Para este artigo, desistir é não aparecer pra pegar novo suprimento de remédios por dois meses após acabar a medicação. Não tomar a TAR pode piorar a saúde da pessoa e acelerar a progressão da doença.

O governo do Malawi quer reduzir o número de desistências da TAR pra alcançar as metas globais 95-95-95 estabelecidas pelas Nações Unidas. Essas metas significam que 95% das pessoas vivendo com HIV devem saber seu status, 95% devem estar em tratamento, e 95% das pessoas em tratamento devem ter uma carga viral baixa. No entanto, muitos jovens não estão conseguindo atingir essas metas por causa das dificuldades que enfrentam pra seguir a TAR, o que complica alcançar essa última meta.

Os jovens enfrentam muitos desafios que afetam sua participação na TAR, que podem ser sociais, emocionais ou relacionados ao sistema de saúde. No Malawi, algumas questões sociais incluem a falta de apoio da comunidade e o medo de revelar seu status de HIV. Problemas físicos podem incluir os efeitos colaterais da TAR, enquanto problemas relacionados à saúde podem ser o mau atendimento por parte dos prestadores ou preocupações com a privacidade. Contudo, poucas pesquisas focaram especificamente nos fatores que levam à desistência da TAR entre os jovens no Distrito de Mzimba.

Alguns jovens no Distrito de Mzimba param o tratamento porque a unidade de saúde é muito longe, enquanto outros se mudam pra África do Sul em busca de melhores oportunidades. Pra quem tá na África do Sul, conseguir atendimento médico, incluindo a TAR, pode ser bem difícil. Enquanto alguns podem ter familiares que pegam os remédios e enviam, outros não têm esse apoio, o que leva a parar de tomar a TAR. Não houve pesquisa suficiente sobre como esses problemas afetam os programas de TAR no Distrito de Mzimba. Por isso, esse estudo pretende investigar os fatores comunitários que contribuem pra desistência da TAR entre os jovens naquela área. Ao entender melhor esses fatores, podemos criar programas direcionados pra ajudar os jovens a continuar seu tratamento.

Desenho da Pesquisa

O estudo usou uma abordagem de caso-controle. "Casos" incluíram jovens que pararam a TAR, enquanto "controles" foram aqueles que continuaram tomando seus remédios. Esse desenho ajudou os pesquisadores a ver se há uma conexão entre fatores comunitários e a desistência da TAR comparando os dois grupos.

Tempo e População do Estudo

A pesquisa aconteceu de março de 2020 a fevereiro de 2021. O foco foi em jovens vivendo com HIV que estavam em TAR no Distrito de Mzimba.

Critérios de Inclusão e Exclusão

Jovens de 15 a 35 anos que participaram do programa de TAR de julho de 2018 a junho de 2020 podiam participar do estudo. Isso incluía tanto os que desistiram quanto os que não desistiram, desde que dessem seu consentimento. Para participantes menores de 18, o consentimento foi obtido dos pais ou responsáveis. Aqueles diagnosticados e inscritos na TAR antes de julho de 2018 ou depois de junho de 2022 não foram incluídos, assim como os transferidos pra outra unidade ou que não atendiam ao requisito de idade.

Amostragem e Tamanho da Amostra

O estudo pretendia incluir 411 participantes, seguindo uma proporção de 1:2 para casos e controles. Isso significa que havia 137 casos e 274 controles. Os pesquisadores usaram registros de inscrição na TAR e outras fontes pra encontrar e verificar os participantes elegíveis. Um método de amostragem em dois estágios foi usado pra selecionar participantes de diferentes unidades de saúde, garantindo um grupo diversificado.

Métodos de Coleta de Dados

Os pesquisadores identificaram os participantes do estudo através de registros médicos e usaram um questionário com perguntas fechadas pra coletar dados. A coleta de dados aconteceu de primeiro a 30 de setembro de 2020. O questionário coletou informações demográficas e focou em estigma, distância de viagem e razões pra não comparecer às consultas. Cinco coletores de dados, incluindo um autor principal e quatro enfermeiros treinados, participaram do processo de coleta de dados.

Considerações Éticas

O estudo recebeu aprovação do comitê de ética relevante. A permissão também foi obtida de autoridades de saúde locais. Os participantes tinham que dar consentimento por escrito, e os menores de 18 precisavam do consentimento dos pais ou responsáveis. A confidencialidade foi garantida durante todo o estudo, e salas privadas foram usadas pra coleta de dados pra proteger a privacidade dos participantes.

Análise de Dados

Os dados foram inseridos em um programa de computador pra análise estatística. O foco principal foi na relação entre a desistência da TAR e vários fatores comunitários. O estudo considerou estatísticas descritivas e inferenciais pra analisar os dados.

Resultados

Um total de 411 participantes de quatro unidades de saúde participaram do estudo. A maioria tinha entre 31 e 35 anos, com um número significativo de mulheres. A maioria tinha educação primária, e uma grande porcentagem se identificava como cristã. Muitos participantes iam a pé pra unidade de saúde, e uma quantidade considerável levava menos de 30 minutos pra chegar lá.

Relação Entre a Desistência da TAR e Fatores Socioeconômicos

Os achados mostraram uma relação significativa entre a desistência da TAR e fatores como idade, ocupação e tempo de viagem até a clínica. A distância de viagem se destacou como uma preocupação particular, com aqueles que viajavam longas distâncias sendo mais propensos a desistir do tratamento.

Fatores de Apoio Social da Comunidade e a Desistência da TAR

Os resultados mostraram que a falta de apoio social aumentou significativamente as chances de desistência da TAR. Jovens que não tinham amigos ou familiares que os apoiassem eram mais propensos a parar de tomar a medicação. O apoio pode vir de diversas formas, incluindo lembretes para consultas e encorajamento, que ajudam os jovens a lidar com os desafios que vêm com o tratamento da TAR.

Migração pra África do Sul e a Desistência da TAR

Foi encontrada uma conexão significativa entre a migração pra África do Sul em busca de trabalho e a desistência da TAR. Jovens que migraram estavam em um risco muito maior de não seguir o tratamento, o que pode ser devido às dificuldades de acessar medicamentos em um país estrangeiro. Questões como precisar de identificação pra obter tratamento e não ter apoio confiável em casa contribuíram pra esse problema.

Principal Descoberta do Estudo

O principal recado desse estudo é que a desistência da TAR é influenciada por vários fatores, incluindo a falta de apoio comunitário, longas distâncias até as clínicas e a migração pra África do Sul.

Forças e Limitações

O estudo incluiu um tamanho de amostra grande pra representar a população de forma eficaz. O uso de amostragem aleatória garantiu uma participação diversificada. No entanto, os resultados são específicos de Mzimba Sul, e deve-se ter cautela ao aplicá-los a outras áreas.

Conclusão

A desistência da TAR é uma preocupação séria que afeta a saúde dos jovens vivendo com HIV em Mzimba. O estudo destaca a necessidade de apoio comunitário, melhor acesso ao tratamento e conscientização sobre os desafios enfrentados pelos jovens. Ao enfrentar essas questões, a meta é reduzir a desistência e melhorar os resultados de saúde para os jovens em TAR.

Recomendações

Com base nos achados, é recomendado melhorar o apoio à saúde mental na educação e cuidados de enfermagem. Treinar membros da comunidade pra apoiar jovens na TAR pode ajudar a reduzir a desistência. Além disso, políticas que facilitem o acesso aos medicamentos, independentemente da identificação nacional, devem ser consideradas. Mais pesquisas em diferentes regiões proporcionarão uma visão mais completa dos desafios que os jovens enfrentam em relação à adesão à TAR.

Fonte original

Título: Assessing community factors associated with Antiretroviral Therapy (ART) defaulting among youth accessing HIV care in Mzimba District, Malawi

Resumo: Introduction/BackgroundART defaulting has been associated with increased morbidity and mortality of HIV positive youth. Youth that default tend to develop drug resistance and resurgence of opportunistic infections. They can also transmit drug resistant strains of HIV to others through unprotected sexual intercourse. This study, therefore, aims at assessing community factors influencing ART defaulting amongst HIV positive youth enrolled on ART in Mzimba District. Material and MethodsThis study utilized a quantitative, case control design. A sample of 411 HIV positive youth (n=137 cases and n=274 controls) attending an HIV care clinic was recruited. Both ART defaulters and non-defaulters were enrolled using random sampling technique. Data were collected using a structured questionnaire and analyzed using the Statistical Package for Social Scientists (SPSS) version 20.0. Descriptive statistics were used to provide count, frequencies, proportions and ranges while inferential statistics were used to establish association between dependent variable with independent variables. ResultsResults from this study indicate that lack of community social support (p< 0.001, OR: 11.257, 95% CL: 6.782-18.686), long distance to ART clinics (p: 0.002, OR: 2.454, 95% CL: 1.511-3.985) and migration of the youth other countries (p:0.001, OR: 35.661, 95% CL: 4.675-272.049) are statistically significant factors to ART defaulting among the study participants who are youth in Mzimba District in Malawi. ConclusionThe study conclusively proved that lack of community social support, forgetfulness and going to RSA for employment influenced defaulting to antiretroviral therapy among the youth in Mzimba, Malawi. The researcher recommends introduction of community ART outreach programs to help in reducing defaulting among the youth. Further, policy review to provide for technology that enables free ARVs regardless of national identity (ID) documents requirements and cross-border collaboration in managing HIV among the youth on ART between countries to ensure continuity of care.

Autores: Paul Isaac Kasalu, M. Lazaro, I. Chilinda

Última atualização: 2023-08-15 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.11.23293981

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.11.23293981.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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