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Mudanças Metabólicas em Células Imunes Durante a Infecção por TB

Este estudo analisa como as bactérias da tuberculose influenciam o metabolismo das células imunológicas e a produção de citocinas.

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O sistema imunológico tem um papel super importante em proteger o corpo das infecções. Quando patógenos como bactérias entram no corpo, as células imunológicas reagem de várias maneiras, incluindo ativar sinais que levam à liberação de substâncias chamadas citocinas. As citocinas são essenciais pra comunicação celular durante a resposta imunológica. Elas ajudam a regular como as células do sistema imunológico reagem à infecção e têm um papel chave em como nosso corpo combate doenças.

Uma doença significativa causada por uma bactéria é a Tuberculose (TB), que afeta milhões de pessoas no mundo e causa muitas mortes a cada ano. Entender como nossas células imunológicas reagem a essa infecção, especialmente em termos de uso de energia e mudanças metabólicas, é crucial pra encontrar maneiras de melhorar o tratamento e os resultados.

Papel do Metabolismo nas Células Imunológicas

Quando as células imunológicas detectam uma infecção, elas precisam de energia pra funcionar direitinho. A forma como essas células obtêm energia pode mudar dependendo do tipo de infecção. Por exemplo, em condições normais, as células usam principalmente um método chamado fosforilação oxidativa pra gerar energia. Mas, em resposta a certas infecções, incluindo a TB, as células imunológicas mudam sua produção de energia pra um processo conhecido como Glicólise. Essa mudança permite que elas produzam energia mais rápido, mesmo que seja menos eficiente que a fosforilação oxidativa.

Um estudo mostrou que durante infecções por TB, as células imunológicas nos pulmões preferem a glicólise em vez da fosforilação oxidativa. Essa mudança metabólica permite que as células gerem ATP, que é a principal moeda de energia das células, enquanto também produzem outras substâncias que ajudam a combater as bactérias.

Diferenças entre Células Imunológicas

Nem todas as células imunológicas reagem às infecções da mesma maneira. Por exemplo, algumas células chamadas Macrófagos, que são cruciais pra combater infecções, podem se comportar de forma diferente dependendo do ambiente. Durante infecções por TB, alguns tipos de macrófagos aumentam sua dependência da glicólise, enquanto outros podem usar um método diferente chamado β-oxidação, que envolve a quebra de ácidos graxos pra obter energia.

Essas diferenças no uso da energia podem afetar o quão bem os macrófagos podem responder à TB. Embora se entenda que vários tipos de macrófagos possam trocar entre fontes de energia, mais pesquisas são necessárias pra descobrir todo o espectro dessas mudanças metabólicas durante as infecções por TB e como elas afetam as respostas imunológicas.

O Impacto da Diversidade Bacteriana

Um aspecto importante da TB é a diversidade das bactérias Mycobacterium tuberculosis. Diferentes cepas podem se comportar de forma diferente, o que pode influenciar a eficácia com que causam a doença. Algumas cepas são resistentes a múltiplos medicamentos, o que significa que conseguem sobreviver a tratamentos que normalmente matariam outras cepas. Essas cepas multirresistentes podem interferir na resposta imunológica de várias maneiras.

Pesquisas indicaram que diferentes cepas de M. tuberculosis podem alterar como os macrófagos metabolizam energia. Em alguns casos, a capacidade de uma cepa ativar certos caminhos imunológicos vai depender do ambiente do hospedeiro e do estado metabólico. Essa interação entre a diversidade das cepas bacterianas e o metabolismo do hospedeiro é crucial pra entender a resposta imunológica à TB de forma abrangente.

Mudanças Metabólicas em Resposta à Infecção

Quando os pesquisadores estudaram como as bactérias da TB afetavam o metabolismo dos macrófagos, encontraram algumas percepções fascinantes. Por exemplo, certas cepas patogênicas forçaram os macrófagos a favorecer a glicólise, promovendo a absorção de glicose e a atividade de enzimas glicolíticas, levando a um aumento na geração de energia.

No entanto, nem todos os macrófagos responderam da mesma maneira. Existem tipos distintos de macrófagos nos pulmões, e eles podem ter preferências energéticas diferentes dependendo da cepa específica de bactéria que os infectou.

Além disso, quando os macrófagos são infectados com bactérias da TB vivas ou mortas, seu metabolismo muda em resposta, mas isso não é igual pra todas as cepas. Isso significa que a forma como os macrófagos adaptam seu metabolismo pode depender da cepa específica de TB que está presente.

Papel do Inflamassoma NLRP3 na Resposta Imunológica

Uma parte crítica da resposta imunológica nos macrófagos envolve uma estrutura chamada inflamassoma NLRP3. Essa estrutura ajuda a regular as respostas inflamatórias e é importante pra produção de citocinas como IL-1β, que tem um papel central na inflamação e no combate a infecções.

A infecção por M. tuberculosis pode ativar o inflamassoma NLRP3, mas como essa ativação ocorre e como se relaciona com mudanças no metabolismo é complexo. Pesquisadores descobriram que a ativação do NLRP3 pode ser influenciada por uma variedade de fatores, incluindo os níveis de certos metabolitos produzidos durante a glicólise.

Em particular, substâncias chamadas intermediários do ciclo do TCA, que são produzidas durante processos metabólicos nas células, podem influenciar a ativação do NLRP3. Embora haja evidências de que certos metabolitos possam impactar a ativação do inflamassoma, se esse impacto depende do metabolismo energético das células envolvidas ainda está sendo explorado.

Divergência das Respostas Imunológicas Dependendo das Cepas Bacterianas

Estudos mostraram que diferentes cepas de M. tuberculosis podem levar a diferentes graus de produção de citocinas e ativação do inflamassoma nos macrófagos. Por exemplo, algumas cepas resultam em níveis mais altos de IL-1β, enquanto outras resultam em níveis mais baixos. Essa variabilidade pode estar ligada a como cada cepa interage com as vias metabólicas do macrófago.

Uma descoberta importante é que, enquanto ambas as cepas podem ativar a glicólise e levar a algumas mudanças metabólicas nos macrófagos, a extensão em que elas podem ativar o inflamassoma NLRP3 difere. A produção de IL-1β parece depender mais da natureza da cepa bacteriana do que da mudança metabólica geral dos próprios macrófagos.

Além disso, os perfis metabólicos dos macrófagos infectados podem ser notavelmente similares quando expostos a diferentes cepas bacterianas, sugerindo que as respostas metabólicas iniciais podem ser conservadas, independentemente das diferenças subsequentes na ativação do inflamassoma e liberação de citocinas.

Impacto dos Inibidores de Metabolitos na Resposta Imunológica

Nas investigações, os pesquisadores usaram vários inibidores pra estudar como o metabolismo afeta a produção de IL-1β. Por exemplo, eles descobriram que inibir a glicólise reduziu significativamente a produção de IL-1β em macrófagos infectados.

Curiosamente, bloquear a atividade de enzimas específicas envolvidas na função mitocondrial ou no ciclo do TCA não teve o mesmo efeito na produção de IL-1β. Essa descoberta sugere que, embora os macrófagos passem por mudanças metabólicas significativas durante a infecção por TB, as vias usuais que conectam a atividade mitocondrial à produção de IL-1β podem não se aplicar da mesma forma durante infecções bacterianas complexas, como as causadas por M. tuberculosis vivas.

Perfis de Metabolitos Intracelulares Durante a Infecção

Análises metabolômicas revelaram que macrófagos infectados acumulam certos metabolitos como o itaconato, que está ligado à regulação da inflamação. No entanto, os níveis de itaconato produzidos eram similares pra ambas as cepas de M. tuberculosis. Isso sugere que variações na ativação do inflamassoma e na produção de citocinas podem ocorrer independentemente dessas mudanças metabólicas compartilhadas.

Além disso, a análise mostrou que, embora ambas as cepas levassem a mudanças em alguns metabolitos, elas não resultaram em diferenças significativas em relação ao acúmulo de metabolitos como succinato ou ATP após a infecção.

Conclusão e Insights para Pesquisas Futuras

As descobertas dessa pesquisa ressaltam a relação intrincada entre a infecção por Mycobacterium tuberculosis, o metabolismo dos macrófagos e a produção de citocinas. Embora ambas as cepas de M. tuberculosis estudadas induzissem respostas metabólicas similares nos macrófagos, a regulação da produção de IL-1β parecia ser principalmente impulsionada por mecanismos específicos da bactéria, em vez de diferenças nas vias metabólicas do hospedeiro.

Esse trabalho enfatiza a importância de entender como diferentes cepas de bactérias podem subverter as respostas imunológicas do hospedeiro por meio de suas características metabólicas únicas. Pesquisas futuras poderiam se concentrar em explorar esses mecanismos bacterianos mais a fundo e suas implicações para desenvolver novas estratégias de tratamento contra a TB, um problema de saúde global significativo. Ao investigar as vias metabólicas específicas e seus papéis na modulação imunológica, os pesquisadores poderiam abrir caminhos para intervenções terapêuticas novas que poderiam aumentar a eficácia dos tratamentos existentes ou levar ao desenvolvimento de novos.

Fonte original

Título: Genetically diverse Mycobacterium tuberculosis isolates manipulate inflammasome activation and IL-1β secretion independently of macrophage metabolic rewiring

Resumo: The natural diversity of Mycobacterium tuberculosis is gaining relevance in dictating the outcome of tuberculosis (TB). We previously revealed a link between TB severity and M. tuberculosis-driven evasion of the macrophage cytosolic surveillance systems, with isolates from severe TB cases reducing inflammasome activation and interleukin (IL)-1{beta} production by infected cells. IL-1{beta} production and inflammasome activation are commonly associated with the metabolic reprogramming of stimulated macrophages. Thus, we questioned whether the differential modulation of the inflammasome and IL-1{beta} by M. tuberculosis isolates depended on distinct macrophage metabolic reprogramming. Using metabolic inhibitors, mice deficient for key metabolic regulators, and a metabolomics approach, we found that the macrophage metabolic landscape was similar regardless of the infecting M. tuberculosis isolate. Paralleling single-TLR activated macrophages, inhibition of glycolysis during infection impaired IL-1{beta} secretion. However, departing from TLR based models, in M. tuberculosis-infected macrophages IL-1{beta} secretion was independent of macrophage mitochondrial metabolic changes and the transcription factor hypoxia-inducible factor (HIF)-1. Additionally, we found a previously unappreciated impact of host metabolic inhibitors on the pathogen, and show that inhibition of the mycobacteria metabolism dampened both inflammasome activation and IL-1{beta} production. Collectively, our study raises awareness of the potential confounding effect of host metabolic inhibitors acting on the pathogen itself and demonstrates that the modulation of the inflammasome by M. tuberculosis may be uncoupled from the host metabolic reprogramming. Author SummaryMycobacterium tuberculosis is the causative agent of tuberculosis and one of the top infectious killers in the world, with around 1.3 million deaths reported annually. The genetic variability of this pathogen can shape its interaction with the host and modulate disease outcomes. We previously found that M. tuberculosis clinical isolates from patients with severe forms of tuberculosis evade cytosolic surveillance systems in macrophages. Here, we explored whether this evasion tactic was linked to metabolic alterations in the infected macrophages. We found that different M. tuberculosis isolates induced similar metabolic changes in infected macrophages. Additionally, we demonstrate that both host glycolysis and pathogens metabolism were pivotal for maximum IL-1{beta} production. These findings highlight the complexity of macrophage-pathogen interactions and emphasize that bacterial metabolism should be considered in metabolic studies and may be amenable to therapeutic intervention against tuberculosis.

Autores: Margarida Saraiva, A. I. Fernandes, A. J. Pinto, D. Silverio, U. Zedler, C. Ferreira, I. F. Duarte, R. Silvestre, A. Dorhoi

Última atualização: 2024-06-11 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.10.598180

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.10.598180.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

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