Modificações de DNA e Histonas na Regulação Gênica em Plantas
Estudo revela papéis importantes das modificações de DNA e histonas na genética das plantas.
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Índice
- Tipos de Metilação do DNA em Plantas
- O Papel de CMT3 e KYP na Regulação Gênica
- Interação Entre KYP, CMT3 e IBM1
- IBM1: Um Gene Único
- Investigando a Metilação do Íntron em IBM1
- Descobertas sobre Acessões Naturais de A. thaliana
- Explorando o Papel do IBM1 na Regulação Gênica
- Os Efeitos da Sobreexpresso do IBM1
- Padrões de Metilação de DNA Intrônico em Plantas com Flores
- Perda de Metilação do Corpo do Gene em Brassicaceae
- Investigando a Perda de IBM1 e CMT3
- Conclusão: A Natureza Dinâmica da Regulação Gênica em Plantas
- Fonte original
Em plantas, modificações de DNA e histonas são essenciais pra regular os genes e manter a estabilidade do material genético. Duas modificações importantes são a Metilação do DNA e a metilação da lisina 9 da histona H3 (H3K9). Essas modificações ajudam a formar um tipo de DNA bem compactado chamado heterocromatina e silenciar certos elementos genéticos conhecidos como elementos transponíveis (ETs). Esse silenciamento é crucial pra proteger o genoma e garantir que ele funcione direitinho.
Tipos de Metilação do DNA em Plantas
A metilação do DNA acontece em três padrões específicos em plantas: CG, CHG e CHH. Aqui, "H" pode ser adenina (A), citosina (C) ou timina (T). Cada padrão é mantido por enzimas únicas chamadas metiltransferases de DNA.
- MET1 é a enzima que cuida da metilação CG.
- CMT3 cuida da metilação CHG, trabalhando junto com a metiltransferase H3K9 chamada KRYPTONITE (KYP).
- CMT2 e um processo conhecido como metilação de DNA dirigida por RNA (RdDM) se envolvem na metilação CHH.
Todos os três tipos de metilação do DNA são encontrados principalmente na heterocromatina e em regiões que contêm ETs ou sequências repetitivas. Entre eles, a metilação CHG desempenha um papel vital em reforçar a metilação geral do DNA dentro da heterocromatina, colaborando com H3K9me2.
O Papel de CMT3 e KYP na Regulação Gênica
CMT3 tem uma habilidade única de reconhecer H3K9me2 e usa isso pra depositar a metilação CHG. KYP também identifica o DNA que já foi metilado e adiciona H3K9me2. Essa relação entre CMT3 e KYP cria um ciclo de feedback, garantindo que tanto os níveis de CHG quanto de H3K9me2 aumentem nas áreas de heterocromatina.
As funções do KYP não se restringem apenas à metilação CHG; ele também se associa à metilação CG encontrada em genes específicos chamados genes metilados do corpo do gene (GBM). Esses genes gbM geralmente pertencem a funções de manutenção, ou seja, são cruciais para processos celulares básicos. Esses genes tendem a ter sequências mais longas e menos bases CG comparados a outros genes.
Uma teoria popular sugere que o CMT3 principalmente estabelece gbM, apoiada por observações de que algumas plantas que não têm CMT3 também perdem gbM.
Interação Entre KYP, CMT3 e IBM1
KYP se liga à metilação CG dentro de genes gbM, ajudando a recrutar o complexo CMT3-KYP. Essa recrutamento pode expor esses genes a processos de silenciamento. No entanto, a ação de uma desmetilase de histonas conhecida como IBM1 interfere nesse complexo nas regiões dos genes. O IBM1 remove seletivamente as marcas H3K9me2 dos genes, protegendo-os do silenciamento. Esse papel protetor é evidente em plantas mutantes ibm1, que mostram várias anomalias e níveis elevados de H3K9me2 e CHG em cerca de um quinto de seus genes.
Os genes afetados nessas mutantes são principalmente genes gbM, sugerindo um efeito direcionado do complexo CMT3/KYP nessas regiões específicas. As interações entre IBM1 e o complexo CMT3/KYP são fundamentais pra distinguir entre eucromatina (regiões ativas) e heterocromatina (regiões inativas).
Em Arabidopsis thaliana, os problemas de fertilidade e defeitos meióticos observados em mutantes ibm1 podem ser revertidos com a remoção de CMT3, destacando a conexão funcional deles. Além disso, tanto IBM1 quanto CMT3 estão presentes apenas em plantas com flores, sugerindo uma ligação evolutiva.
IBM1: Um Gene Único
Uma característica notável do IBM1 é que ele depende da metilação de DNA e H3K9 dentro de um grande 7º íntron pra controlar sua própria expressão. Esse gene é amplamente expresso e produz dois tipos de mRNA, sendo um funcional e o outro não. A presença de metilação de DNA e H3K9 dentro do seu 7º íntron é essencial pra expressão da variante funcional.
Em A. thaliana, o 7º íntron do IBM1 contém tanto metilação de DNA quanto H3K9me2, que é necessária pra expressão da sua forma funcional. Notavelmente, o IBM1 pode remover marcas H3K9me2 em regiões gênicas, incluindo seu próprio lócus, indicando que a metilação do íntron pode atuar como um sensor para H3K9me2.
Estudos anteriores destacaram que algumas acessões naturais de A. thaliana com CHG aumentado em regiões gênicas também mostraram metilação intrônica reduzida no gene IBM1, levantando questões sobre como esse mecanismo de sensoriamento opera entre diferentes tipos de plantas.
Investigando a Metilação do Íntron em IBM1
Esse estudo investiga como a metilação do íntron do IBM1 se associa à sua expressão, comparando variações dentro e entre espécies. Algumas acessões de A. thaliana se assemelham a mutantes ibm1 fracos com CHG ectópico em certos genes. Um estudo mais abrangente do IBM1 em 34 espécies de plantas com flores revela que seu 7º íntron contém metilação de DNA intrônica, indicando que essa função de sensoriamento é conservada entre essas plantas.
No entanto, variações na sequência de DNA deste íntron metilado apontam pra uma mudança evolutiva ao longo do tempo. Pesquisas em várias espécies de Brassicaceae indicam que IBM1 e CMT3 coevoluíram dentro desse grupo e potencialmente em outras plantas com flores.
Descobertas sobre Acessões Naturais de A. thaliana
As acessões naturais de A. thaliana com metilação intrônica reduzida no IBM1 se correlacionam com metilação ectópica de genes. O estudo utilizou dados do projeto de 1.001 genomas pra analisar padrões de expressão e metilação entre várias acessões.
Os dados mostraram que um subconjunto de acessões apresentou ganhos ectópicos de CHG em muitos genes, junto com níveis mais baixos de metilação intrônica. Essa queda na metilação intrônica não estava ligada a diferenças genéticas, mas ainda assim influenciou a expressão do gene IBM1.
Curiosamente, as acessões com baixa metilação intrônica no IBM1 exibiram uma correlação positiva com os níveis de expressão do seu gene. Em contraste, uma correlação negativa foi reconhecida com isoformas de transcritos mais curtas do IBM1. Assim, essas acessões semelhantes a ibm1 mostraram menor expressão do gene funcional IBM1 e uma maior proporção da sua isoforma mais curta em comparação com outras.
Explorando o Papel do IBM1 na Regulação Gênica
A ligação entre a metilação do íntron e a expressão gênica destaca o papel crucial do IBM1. Em muitas plantas, a metilação do íntron é vital pra uma expressão gênica adequada e desenvolvimento geral. Essa dinâmica indica que diferentes acessões podem adaptar seus mecanismos regulatórios com base em como gerenciam a metilação do íntron.
Através de RNA-seq e outras análises, os cientistas compararam os níveis funcionais do IBM1 entre vários tipos de plantas, focando na relação entre a metilação de DNA do íntron e a expressão gênica.
Os Efeitos da Sobreexpresso do IBM1
No caso da acessão Cnt-1 de A. thaliana, ela apresentou um número significativo de genes com ganho ectópico de CHG, junto com níveis notavelmente mais baixos de metilação intrônica. Ao explorar a expressão do IBM1 nessa acessão, os pesquisadores notaram uma diminuição substancial na sua forma funcional em comparação com a acessão padrão Col-0.
Pra investigar mais, os cientistas restauraram a expressão do IBM1 em Cnt-1, levando a um aumento significativo na expressão da forma funcional. Essa manipulação genética resultou em uma diminuição nos níveis de CHG ectópico em vários corpos de genes, indicando que a restauração da atividade do IBM1 pode reduzir padrões de metilação não convencionais.
Padrões de Metilação de DNA Intrônico em Plantas com Flores
O estudo revelou uma frequência de mutação aumentada dentro do íntron do IBM1, especialmente em comparação com outras regiões. Isso sugeriu que a capacidade da metilação do íntron de regular a expressão gênica pode variar entre diferentes espécies de plantas.
O foco então se voltou pra presença de metilação do íntron em IBM1 em 34 espécies. Essa investigação encontrou que muitas espécies compartilhavam padrões de metilação similares em seus ortólogos de IBM1, especialmente dentro do domínio JmjC, uma região vital para a função gênica.
Os resultados demonstraram que a metilação CHG do íntron é ampla em genes IBM1 entre eudicotiledôneas e monocotiledôneas, com muitos genes homólogos mostrando uma significativa enriquecimento por CHG.
Perda de Metilação do Corpo do Gene em Brassicaceae
Pesquisas mostraram que a perda de enzimas específicas como CMT3 frequentemente leva à redução da metilação do corpo do gene. Essa conexão ajuda a explicar as observações em várias espécies de Brassicaceae onde a função reduzida do CMT3 se correlaciona com menos genes gbM.
Espécies como E. salsugineum mostraram uma queda significativa tanto na expressão do IBM1 quanto do CMT3, resultando em uma diminuição marcada nos genes gbM. Esse padrão continuou em outras espécies relacionadas, sublinhando que a perda das atividades do IBM1 ou CMT3 pode levar a uma capacidade menor de regulação gênica.
Investigando a Perda de IBM1 e CMT3
O estudo explorou os genomas de outras espécies de Brassicaceae pra identificar possíveis perdas ou alterações de IBM1 ou CMT3. Os resultados indicaram que certas espécies, como Isatis lusitanica, podem ter perdido completamente o IBM1, o que poderia ter implicações significativas para seus sistemas de regulação gênica.
Analisando várias cópias do gene, os pesquisadores identificaram variações nos padrões de metilação intrônica, sugerindo que essas diferenças poderiam ser impulsionadas por mudanças evolutivas ao longo do tempo.
Conclusão: A Natureza Dinâmica da Regulação Gênica em Plantas
O trabalho ilustra a complexa interação entre modificações de DNA e histonas em plantas, enfatizando como esses processos são críticos pra manter a estabilidade genética e a adaptabilidade. As mudanças dinâmicas na metilação do íntron e na expressão gênica destacam a importância evolutiva desses mecanismos em plantas com flores.
Encontrar formas de entender melhor a evolução do IBM1 e do CMT3 e seus papéis na regulação gênica pode fornecer insights mais profundos sobre como as plantas se adaptam e evoluem ao longo do tempo. Além disso, os resultados ressaltam a necessidade de pesquisas contínuas pra descobrir os vários mecanismos que sustentam a estabilidade epigenômica em plantas em diferentes ambientes e contextos evolutivos.
Título: Dynamic evolution of the heterochromatin sensing histone demethylase IBM1
Resumo: Heterochromatin constitutes a fundamental aspect of genomes that is crucial for maintaining genome stability. In flowering plants, maintenance of heterochromatin relies on a positive feedback loop involving the histone 3 lysine nine methyltransferase (H3K9), KRYPTONITE (KYP), and the DNA methyltransferase, CHROMOMETHYLASE3 (CMT3). An H3K9 demethylase, INCREASED IN BONSAI METHYLATION 1 (IBM1), has evolved to modulate the activity of KYP-CMT3 within transcribed genes. The absence of IBM1 activity results in aberrant methylation of gene bodies, which is deleterious. This study demonstrates extensive genetic and gene expression variations in KYP, CMT3, and IBM1 within and between flowering plant species. IBM1 activity in Arabidopsis thaliana is uniquely regulated by the abundance of H3K9me2 in a repetitive sequence within an intron preceding the histone demethylase domain. This mechanism enables IBM1 to monitor global levels of H3K9me2. We discovered that the methylated intron is prevalent across flowering plants, however, its underlying sequence exhibits dynamic evolution. Its absence in species lacking gene body DNA methylation suggests its primary role in sensing H3K9me2 and preventing its integration into these constitutively expressed genes. Furthermore, our investigation uncovered Arabidopsis thaliana accessions resembling weak ibm1 mutants, several Brassicaceae species with reduced IBM1 expression, and a potential IBM1 deletion. Evolution towards reduced IBM1 activity in some flowering plants could explain the frequent natural occurrence of diminished or lost CMT3 activity, as cmt3 mutants in A. thaliana mitigate the deleterious effects of IBM1.
Autores: Robert J. Schmitz, Y. Zhang, H. Jang, Z. Luo, Y. Dong, Y. Xu, Y. Kantamneni
Última atualização: 2024-06-12 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.08.574644
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.08.574644.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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