Medindo Equity na Saúde: Uma Abordagem Completa
Explorando ferramentas pra melhorar a equidade na saúde pra grupos marginalizados.
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Índice
- O que é Assistência Médica Orientada à Equidade?
- A Necessidade de Medidas Mais Abrangentes
- Interseccionalidade na Saúde
- Medindo as Experiências dos Pacientes com os Cuidados
- Desenvolvimento da EHoCS
- Teste Psicométrico
- Melhorando a EHoCS com IRT
- Teste da Escala EEE-HC
- Resultados da Escala EEE-HC
- Discriminação na Saúde
- Implicações para Futuras Pesquisas e Práticas
- Integrando Ferramentas Além da Saúde
- Conclusão
- Fonte original
A equidade em saúde e assistência médica significa que todo mundo tem acesso justo aos recursos que precisa para ter uma boa saúde. Estudos mostram que quando há mais equidade na saúde, a saúde da população melhora. Para conseguir isso, precisamos focar em quem tem menos acesso aos serviços de saúde e enfrenta as maiores barreiras. Isso inclui pessoas que muitas vezes são deixadas de fora ou marginalizadas na sociedade.
Quando falamos sobre “desvantagem estrutural”, estamos dizendo que a injustiça está embutida nos nossos sistemas, incluindo políticas sociais, econômicas e de saúde. Essa injustiça pode levar a piores resultados de saúde e a uma qualidade de vida mais baixa. Pesquisas indicam que pessoas marginalizadas frequentemente têm problemas de saúde piores e relatam experiências negativas com os serviços de saúde. Aqueles que têm experiências ruins ou têm medo de serem mal tratados podem evitar procurar ajuda totalmente. Por isso, medir como os pacientes vivenciam os cuidados é essencial para promover a equidade.
O que é Assistência Médica Orientada à Equidade?
No nosso programa de pesquisa, focamos em medir experiências de cuidados que promovem a equidade. Chamamos essa abordagem de Assistência Médica Orientada à Equidade (EOHC). A EOHC tem como objetivo atender às necessidades das pessoas que são mais impactadas pelas inequidades sociais. Isso inclui abordar a Discriminação e considerar como fatores sociais afetam a saúde.
Atualmente, há pouca atenção em definir o que a EOHC significa do ponto de vista dos pacientes. Muitas ferramentas existentes olham apenas um fator, como raça ou etnia, em vez de considerar como vários fatores afetam as experiências de cuidados dos pacientes. Por exemplo, muitas pesquisas só perguntam se os pacientes estão satisfeitos com seus cuidados, sem captar uma imagem mais completa de suas experiências.
A Necessidade de Medidas Mais Abrangentes
Ao medir a EOHC, é crucial entender que as experiências dos pacientes são influenciadas por múltiplos fatores, como sentir-se respeitado e ter os cuidados adaptados às suas necessidades. Uma abordagem mais ampla é necessária para medir a EOHC de forma eficaz.
Pesquisas mostram que usar pesquisas com pacientes pode ajudar a medir a equidade nos cuidados. No entanto, poucas ferramentas consideram a interseção de várias formas de inequidade. Por exemplo, o conceito de Interseccionalidade nos ajuda a entender como diferentes formas de desvantagem, como raça e status econômico, interagem entre si.
Interseccionalidade na Saúde
Usar uma lente interseccional nos permite ver como diferentes questões sociais se combinam para criar experiências únicas para os indivíduos. Por exemplo, uma pessoa pode enfrentar estigmas por ser usuária de drogas. Esse estigma pode afetar suas interações com os provedores de saúde e desestimular a busca de ajuda.
No Canadá, os povos indígenas frequentemente enfrentam estigmas relacionados ao uso de substâncias, mesmo quando podem estar enfrentando problemas de saúde sérios, como um acidente vascular cerebral. Esse medo de julgamento pode levar as pessoas a evitarem procurar cuidados. Nossa meta é entender como essas experiências complexas afetam os cuidados e resultados dos pacientes.
Medindo as Experiências dos Pacientes com os Cuidados
Na nossa pesquisa, focamos em desenvolver maneiras de medir as experiências dos pacientes com a EOHC de forma eficaz. A primeira ferramenta que criamos se chama Escala de Assistência Médica Orientada à Equidade (EHoCS). Essa ferramenta é projetada para capturar as experiências dos pacientes em ambientes onde eles têm um relacionamento contínuo com os provedores de saúde, como na saúde primária.
Depois, adaptamos essa ferramenta para uso em departamentos de emergência (EDs), onde as interações dos pacientes são mais episódicas. Isso levou à criação da Escala de Experiências de Equidade durante Cuidados de Saúde Episódicos (EEE-HC).
Desenvolvimento da EHoCS
Para criar a EHoCS, seguimos métodos padrão para desenvolver pesquisas. Reunimos itens que refletem as principais dimensões da EOHC. Focamos em cinco áreas principais:
- Criar um ambiente acolhedor
- Promover acessibilidade e reduzir barreiras
- Adaptar os cuidados às necessidades individuais
- Garantir segurança emocional e confiança
- Manter uma abordagem não discriminatória
Inicialmente, geramos 52 itens relacionados a essas áreas. Depois de testar com pacientes e experts, reduzimos para 32 itens para uma avaliação mais aprofundada.
Teste Psicométrico
A escala foi então testada com pacientes em quatro clínicas de saúde primária em todo o Canadá. Nosso objetivo era avaliar se os itens funcionavam bem juntos e se estavam medindo o que pretendíamos.
Os resultados mostraram que nossa escala tinha forte consistência interna, significando que os itens estavam relacionados entre si de maneira coerente. No entanto, descobrimos que alguns itens eram redundantes. Para melhorar isso, realizamos uma análise adicional, o que nos permitiu simplificar a escala.
Melhorando a EHoCS com IRT
Para aprimorar ainda mais a EHoCS, aplicamos a Teoria da Resposta ao Item (IRT). Esse método ajuda a criar uma escala mais precisa e curta. Ao aplicar a IRT, identificamos 12 itens que melhor capturavam a essência da EOHC, garantindo que a escala fosse fácil de usar.
A EHoCS final consiste em 12 itens. Os pacientes são convidados a avaliar com que frequência vivenciaram essas ações em suas interações com a equipe de saúde. A pontuação reflete quão bem os cuidados que receberam atenderam aos padrões orientados pela equidade.
Teste da Escala EEE-HC
Depois de desenvolver a EHoCS para a atenção primária, criamos a Escala EEE-HC para uso em departamentos de emergência. O relacionamento com os provedores nas EDs é diferente, já que os cuidados são fornecidos de forma episódica.
Adaptamos os itens para se adequar a esse contexto, simplificando as opções de resposta para sim ou não. Após testar esses itens em um grande departamento de emergência urbano, nosso objetivo era capturar as experiências dos pacientes durante a visita.
Resultados da Escala EEE-HC
Nos nossos testes da Escala EEE-HC, reunimos respostas diversas dos pacientes. Notamos que muitos pacientes que enfrentaram dificuldades financeiras relataram pontuações mais baixas em suas experiências de cuidados. Essa descoberta é significativa, pois mostra que aqueles que já estão marginalizados frequentemente sentem que recebem cuidados menos equitativos em ambientes de emergência.
Discriminação na Saúde
Exploramos também as experiências de discriminação entre os respondentes. Muitos relataram sentir-se discriminados em suas vidas diárias, o que impactou suas experiências de cuidados durante as visitas às EDs. Isso destaca a importância de abordar não apenas a entrega de cuidados de saúde, mas também os fatores sociais que contribuem para as inequidades em saúde.
Implicações para Futuras Pesquisas e Práticas
Nossa pesquisa demonstrou a importância de medir as experiências dos pacientes através de uma lente de equidade. As ferramentas que desenvolvemos podem fornecer insights valiosos sobre como os cuidados são prestados e como podem ser aprimorados para atender as necessidades de populações diversas.
Há uma necessidade crescente de que os sistemas de saúde incorporem a equidade em suas práticas. Sem ferramentas robustas para medir melhorias orientadas à equidade, torna-se desafiador justificar o financiamento para essas iniciativas.
Integrando Ferramentas Além da Saúde
A EHoCS e a Escala EEE-HC não estão limitadas ao setor de saúde. Elas podem ser aplicadas em vários contextos, incluindo ambientes educacionais. Essa aplicação mais ampla pode ajudar a iluminar como esses conceitos de equidade funcionam em diferentes setores.
Conclusão
Em conclusão, alcançar a equidade em saúde e assistência médica é essencial para melhorar a saúde geral da população. É crucial fornecer acesso justo aos cuidados e abordar as barreiras enfrentadas por grupos marginalizados. Ao desenvolver ferramentas como a EHoCS e a EEE-HC, podemos compreender melhor as experiências dos pacientes e trabalhar em direção a um sistema de saúde mais equitativo.
Esforços futuros devem se concentrar em refinar continuamente essas medidas e explorar sua aplicação em vários contextos. Isso nos permitirá lidar com as complexidades da equidade e melhorar os resultados de saúde para todos os indivíduos.
Título: Using a health equity lens to measure patient experiences of care in diverse healthcare settings
Resumo: People who are structurally disadvantaged and marginalized often report poor health care experiences due to intersecting forms of stigma and discrimination. There are many measures of patient experiences of care, however, few are designed to measure equity-oriented care. In alignment with ongoing calls to integrate actions in support of health equity, we report on the development and testing of patient experiences of care measures that explicitly use a health equity and intersectional lens. Our analysis focuses on two different equity-oriented health care scales. The first was piloted in a primary health care setting, where patients have an ongoing relationship with providers over time. The second was piloted in an emergency department, where care is provided on an episodic basis. Item Response Theory was used to develop the scales and evaluate their psychometric properties. The primary health care scale, tested with a cohort of 567 patients, showed that providing more equity-oriented health care predicted improvements in important patient self-report health outcomes over time. The episodic scale, tested in an emergency department setting with 284 patients, showed evidence of concurrent validity, based on a high correlation with quality of care. Both scales are brief, easy-to-administer self-report measures that can support organizations to monitor quality of care using an equity lens. The availability of both scales enhances the possibility of measuring equity-oriented health care in diverse contexts. Both scales can shed light on experiences of care using an intersectional lens and equity-oriented lens, providing a nuanced understanding of quality of care.
Autores: Annette J. Browne, C. Varcoe, M. Ford-Gilboe, C. N. Wathen, E. Wilson, V. Bungay, N. Perrin
Última atualização: 2024-01-15 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.01.12.24301257
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.01.12.24301257.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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