As Origens das Células Germinativas e Seu Desenvolvimento
Essa pesquisa revela a complexidade da formação das células germinativas e a transmissão de mutações.
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O começo da vida humana e como nossas células se desenvolvem é um processo bem complicado. Em particular, as Células Germinativas, que acabam se tornando óvulos e espermatozoides, têm uma origem misteriosa. Acredita-se que as células germinativas primordiais humanas (CGPs) se formem por volta de duas semanas após a fertilização. Os pesquisadores sugerem que existem de 2 a 3 células germinativas iniciais, mas não há prova direta do número exato ou da linhagem delas. Um dos principais desafios em estudar o desenvolvimento celular inicial são os problemas éticos envolvendo embriões humanos. Para contornar isso, os cientistas estudam Mutações naturais que acontecem depois da fertilização nos pais e veem como essas mutações são passadas para os filhos.
Quando um bebê nasce, algumas das mudanças genéticas dele podem ser rastreadas até os pais. Isso é conhecido como variação de novo, que significa que a mutação ocorreu nas células germinativas de um dos pais. No entanto, pesquisas mostram que até 6% dessas mutações também podem ser encontradas em níveis baixos nas células sanguíneas dos pais. Isso indica que o que se pensa ser uma nova mutação pode, na verdade, ser uma mudança que começou bem cedo no pai ou na mãe, antes das células germinativas serem formadas.
Os métodos atuais para encontrar essas mutações iniciais costumam deixar a desejar porque geralmente comparam os genomas das crianças diretamente com os dos pais. Isso significa que mutações frequentes nas células sanguíneas de um pai podem passar despercebidas, levando a uma contagem menor dessas mutações iniciais. Para entender melhor essas mutações, os cientistas podem analisar famílias grandes com muitos irmãos. Essa abordagem pode ajudar a ver se a mesma mutação aparece em várias crianças, o que indicaria que ela estava presente nas células germinativas dos pais.
Estudando Linhagens Celulares
Em estudos anteriores, os pesquisadores usaram células da pele cultivadas em laboratório para rastrear a ancestralidade das células em dois indivíduos. Eles examinaram muitos clones de células para encontrar mutações que eram compartilhadas entre as linhagens, ajudando a montar a história do desenvolvimento celular a partir da primeira divisão do zigoto. Eles descobriram que as duas primeiras células do zigoto contribuem de forma desigual para os tecidos do corpo. Em alguns casos, uma linhagem celular dominava a outra, levando a uma definição de linhagens Dominantes e recessivas com base em quanto das células do corpo veio de cada linhagem.
Com essas informações, os cientistas exploraram mais as mutações passadas de mãe para filhos e como essas mutações contribuem para a formação das células germinativas. Eles coletaram amostras de uma família, incluindo a mãe, seu parceiro e seus filhos. Sequenciando os genomas inteiros desses indivíduos, conseguiram identificar mutações iniciais que foram herdadas. Observaram que tanto as linhagens celulares dominantes quanto as recessivas da mãe estavam presentes nas células germinativas das crianças, indicando que havia pelo menos duas linhagens distintas contribuindo para as células germinativas.
Transmissão de Mutações em Famílias
Os pesquisadores então analisaram famílias maiores para confirmar suas descobertas sobre como as mutações são transmitidas. Eles estudaram famílias com muitas crianças e encontraram evidências de duas ou, às vezes, três linhagens distintas nas células dos pais. Ao examinar as mutações compartilhadas entre irmãos, puderam rastrear a origem das mutações presentes nas crianças. Isso mostrou que a proporção dos tipos celulares no sangue nem sempre refletia o que estava sendo passado para a próxima geração, sugerindo uma diferença entre a linhagem das células no corpo e a linhagem das células germinativas.
Em um estudo de famílias, os pesquisadores descobriram que as mutações presentes nos pais e passadas para os filhos muitas vezes não refletiam as mesmas proporções encontradas nas células sanguíneas deles. Isso reforçou que o processo de alocação de linhagens celulares no corpo é bem diferente daquele nas células reprodutivas.
Investigando Famílias Grandes
Em outra abordagem, os pesquisadores analisaram dados de uma grande coleção de famílias onde algumas crianças tinham transtorno do espectro autista e outras não. O objetivo era encontrar mutações iniciais que refletissem a linhagem dominante nos pais. Ao comparar marcadores genéticos compartilhados entre os indivíduos, conseguiram identificar as mutações post-zigoticas iniciais que ocorreram e ver como foram transmitidas para as crianças.
Os pesquisadores perceberam que muitas mutações iniciais ocorreram nos pais, mas não eram sempre visíveis nas crianças porque os métodos comuns de análise filtravam essas mutações. Isso indica que há uma variedade de mutações que podem ocorrer e ser transmitidas para a prole, mas que nem sempre são identificadas pelos métodos padrão.
Descobertas sobre o Desenvolvimento Celular Precoce
Através desses estudos, ficou claro que os caminhos para a linhagem germinativa (que forma as células reprodutivas) e as células somáticas (que compõem o resto do corpo) são bem diferentes. Tanto as linhagens dominantes quanto as recessivas influenciam a linhagem germinativa, sugerindo que a composição genética das células germinativas é mais complexa do que se pensava antes.
Ao aplicar vários métodos para estudar mutações iniciais em um pai e como elas são passadas para os filhos, os pesquisadores encontraram padrões consistentes. Ambos os tipos de linhagens contribuem para a formação das células germinativas, mostrando que uma mistura de backgrounds genéticos desempenha um papel na reprodução e desenvolvimento humanos.
A Importância da Assimetria
Curiosamente, os estudos revelaram que durante o desenvolvimento inicial, as contribuições das duas primeiras células não são iguais. Essa assimetria afeta a composição genética do corpo. A linhagem dominante tende a contribuir uma proporção maior de células, particularmente nos tecidos somáticos. No entanto, no que diz respeito à linhagem germinativa, as contribuições são mais equilibradas entre as linhagens dominantes e recessivas.
Isso sugere que os primeiros estágios do desenvolvimento podem favorecer uma linhagem sobre a outra, mas quando as células se diferenciam em células germinativas, ocorre uma alocação mais igual. Isso abre espaço para futuras pesquisas explorarem o que influencia esse processo e como as células mantêm esse equilíbrio.
Implicações para Pesquisas Futuras
Entender como as mutações surgem e são transmitidas ao longo das gerações fornece insights valiosos sobre a biologia humana. Estudos contínuos em famílias grandes e o rastreamento de mutações iniciais podem aumentar nosso conhecimento sobre herança genética. Além disso, examinar as diferenças em como os tecidos se desenvolvem em células somáticas e germinativas pode levar a avanços em áreas como medicina genética e pesquisa sobre fertilidade.
As descobertas enfatizam a natureza complexa do desenvolvimento humano e destacam a necessidade de usar múltiplas estratégias para estudar efetivamente a linhagem celular e a transmissão de mutações. Ainda há muitas questões a explorar sobre os fatores específicos que orientam a alocação de linhagens e o desenvolvimento das células germinativas em humanos.
Conclusão
O estudo das células germinativas e suas origens ilumina os processos intricados que definem o desenvolvimento humano. As mutações celulares iniciais fornecem uma lente única através da qual podemos observar o caminho da evolução no genoma humano. Ao juntar essas histórias de desenvolvimento, os pesquisadores podem entender melhor não apenas a formação da linhagem germinativa, mas também aspectos mais amplos da biologia e evolução humanas.
Título: Transgenerational transmission of post-zygotic mutations suggests symmetric contribution of first two blastomeres to human germline
Resumo: Little is known about the origin of germ cells in humans. We previously leveraged post-zygotic mutations to reconstruct zygote-rooted cell lineage ancestry trees in a phenotypically normal woman, termed NC0. Here, by sequencing the genome of her children and their father, we analyzed the transmission of early pre-gastrulation lineages and corresponding mutations across human generations. We found that the germline in NC0 is polyclonal and is founded by at least two cells likely descending from the two blastomeres arising from the first zygotic cleavage. Analyses of public data from several multi-children families and from 1,934 familial quads confirmed this finding in larger cohorts, revealing that known imbalances of up to 90:10 in early lineages allocation in somatic tissues are not reflected in transmission to offspring, establishing a fundamental difference in lineage allocation between the soma and the germline. Analyses of all the data consistently suggest that germline has a balanced 50:50 lineage allocation from the first two blastomeres.
Autores: Alexej Abyzov, Y. Jang, L. Tomasini, T. Bae, A. Szekely, F. M. Vaccarino
Última atualização: 2024-06-22 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.18.599438
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.18.599438.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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