Papel do Magnésio na Resistência Bacteriana a Antibióticos
Estudo revela como íons de magnésio impactam os mecanismos de resistência bacteriana.
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Índice
- A Conexão Entre Metais e Resistência a Antibióticos
- Como o Magnésio Afeta a Absorção de Antibióticos
- Metabolismo Bacteriano e Resistência a Antibióticos
- Ácidos Graxos e Seu Papel na Resistência
- Mudanças na Membrana Induzidas pelo Magnésio
- Importância da Estrutura da Membrana
- Fatores que Influenciam a Composição da Membrana
- Conclusão
- Fonte original
- Ligações de referência
Infecções bacterianas são um grande problema de saúde, especialmente quando as bactérias ficam resistentes aos antibióticos. Existem várias formas das bactérias se tornarem resistentes. Um tipo de resistência é chamado de resistência fenotípica, que não envolve mudanças no DNA das bactérias. Na verdade, essa resistência pode ser temporária. Por exemplo, quando os antibióticos são retirados, as bactérias podem voltar ao crescimento normal. Duas formas conhecidas de resistência fenotípica são os Biofilmes e os persisters.
Biofilmes são comunidades de bactérias que grudam em superfícies e formam camadas protetoras. Esses biofilmes dificultam que os antibióticos cheguem às bactérias dentro deles. Eles também podem aprisionar os antibióticos e impedir que funcionem. Por outro lado, células persisters são um pequeno número de bactérias que conseguem sobreviver ao tratamento com antibióticos. Elas não crescem nem se reproduzem durante o tratamento, mas podem crescer rapidamente novamente assim que o antibiótico desaparece. Tanto as bactérias que formam biofilmes quanto os persisters têm maneiras únicas de viver que as tornam menos afetadas pelos antibióticos.
Mesmo que saibamos sobre essas formas de resistência, outros fatores que ajudam as bactérias a resistir aos antibióticos ainda estão sendo estudados. Recentemente, pesquisadores têm investigado como íons metálicos, como o Magnésio, podem ter um papel na resistência aos antibióticos.
A Conexão Entre Metais e Resistência a Antibióticos
Íons metálicos podem afetar as bactérias de várias maneiras. Alguns estudos sugerem que esses metais podem mudar a eficácia dos antibióticos. Por exemplo, certos íons metálicos podem ajudar ou dificultar a ação dos antibióticos. Além disso, eles podem afetar a capacidade das bactérias de absorver ou resistir aos antibióticos.
Os íons de magnésio são abundantes em ambientes como a água do mar, de onde algumas bactérias vêm. Os pesquisadores começaram a investigar como o magnésio afeta a suscetibilidade de bactérias específicas a certos antibióticos. Por exemplo, um estudo analisou como o magnésio impacta a eficácia de um antibiótico chamado balofloxacino em duas bactérias marinhas: V. alginolyticus e V. parahaemolyticus.
Quando os pesquisadores criaram um ambiente de laboratório que imitava a água do mar, descobriram que a quantidade mínima de balofloxacino necessária para interromper o crescimento dessas bactérias era maior em ambientes com magnésio. Aumentar a concentração de magnésio tornava as bactérias ainda mais resistentes ao antibiótico.
Como o Magnésio Afeta a Absorção de Antibióticos
Uma maneira que o magnésio influencia a resistência a antibióticos é afetando como os antibióticos são absorvidos pelas bactérias. Alguns estudos mostraram que altos níveis de magnésio podem se ligar aos antibióticos e impedi-los de entrar nas células bacterianas. Isso é conhecido como quelatação. Quando os pesquisadores testaram diferentes concentrações de magnésio, descobriram que níveis mais altos diminuíam a eficácia do antibiótico.
Nos testes, os pesquisadores viram que enquanto baixas concentrações de magnésio não mudavam o efeito do antibiótico, concentrações mais altas levavam a uma absorção de antibióticos significativamente reduzida. Essa diminuição na absorção de antibióticos pode resultar em taxas mais altas de sobrevivência para as bactérias quando tratadas com antibióticos.
Além disso, os níveis de magnésio dentro das células bacterianas também aumentaram com concentrações externas mais altas. Esse aumento sugere que o magnésio tem um papel em quanto antibiótico pode entrar nas células e quão eficaz o antibiótico pode ser.
Metabolismo Bacteriano e Resistência a Antibióticos
O magnésio é conhecido por regular muitos processos dentro das células bacterianas. Sua presença pode afetar como as bactérias realizam funções metabólicas. Os pesquisadores têm estudado como mudanças nos níveis de magnésio podem levar a alterações nos tipos de substâncias produzidas pelas bactérias, o que pode ajudá-las a resistir aos antibióticos.
Em experimentos, os cientistas analisaram os produtos metabólicos das bactérias expostas a diferentes níveis de magnésio. Eles descobriram que certas substâncias mudaram significativamente à medida que os níveis de magnésio aumentaram. Por exemplo, a presença de magnésio alterou a produção de vários Ácidos Graxos, que são importantes para manter a estrutura e a função da célula.
Ácidos graxos saturados, como o ácido palmítico, foram encontrados em maior quantidade, enquanto ácidos graxos insaturados diminuíram com concentrações mais altas de magnésio. Essa mudança pode ajudar as bactérias a se tornarem resistentes aos antibióticos, porque os tipos de ácidos graxos presentes na membrana celular podem afetar como os antibióticos interagem com as bactérias.
Ácidos Graxos e Seu Papel na Resistência
Ácidos graxos são cruciais para manter a integridade das Membranas bacterianas. O equilíbrio entre ácidos graxos saturados e insaturados afeta as propriedades da membrana, como fluidez e permeabilidade. Os pesquisadores sugeriram que esse equilíbrio desempenha um papel em quão efetivamente os antibióticos podem entrar nas células bacterianas.
Com níveis crescentes de magnésio, foi descoberto que as bactérias produziam mais ácidos graxos saturados. Como os ácidos graxos saturados ajudam a estabilizar a membrana, ter mais deles pode dificultar a penetração dos antibióticos na membrana e alcançar seus alvos.
Por outro lado, ácidos graxos insaturados são conhecidos por aumentar a fluidez da membrana, o que pode ajudar na entrada de antibióticos. Assim, ter menos ácidos graxos insaturados pode ser outro fator em como as bactérias desenvolvem resistência quando os níveis de magnésio são altos.
Mudanças na Membrana Induzidas pelo Magnésio
À medida que os níveis de magnésio mudam, as características das membranas bacterianas também mudam. Os pesquisadores mediram como o magnésio afetou o potencial da membrana, permeabilidade e fluidez. Eles descobriram que o aumento das concentrações de magnésio levou a uma diminuição na despolarização da membrana. Isso significa que as membranas bacterianas se tornaram menos responsivas a mudanças no ambiente.
O resultado geral é que níveis mais altos de magnésio podem reduzir a facilidade com que os antibióticos podem entrar nas bactérias. Ao diminuir a permeabilidade da membrana, o magnésio ajuda as bactérias a sobreviver na presença de antibióticos. Isso é um fator crítico para entender como algumas bactérias resistem ao tratamento.
Importância da Estrutura da Membrana
A estrutura das membranas bacterianas desempenha um papel vital em como os antibióticos funcionam. As membranas não são apenas barreiras; elas também interagem com os antibióticos. Os pesquisadores descobriram que níveis mais altos de magnésio levaram a uma diminuição na absorção de um antibiótico específico.
Além disso, estudos mostraram que a composição geral da membrana mudava com níveis variáveis de magnésio. Em particular, a abundância de certos lipídios aumentava, enquanto outros diminuíam. Essa mudança na composição lipídica pode afetar as propriedades da membrana e, por sua vez, como os antibióticos podem penetrar na membrana.
Fatores que Influenciam a Composição da Membrana
Diversas proteínas e genes estão envolvidos na produção de ácidos graxos e na composição das membranas bacterianas. Quando os pesquisadores estudaram a expressão dessas proteínas, descobriram que o magnésio afetava seus níveis de forma significativa. Algumas proteínas ligadas à produção de ácidos graxos saturados aumentaram, enquanto aquelas conectadas aos ácidos graxos insaturados diminuíram.
Essas mudanças sugerem que o magnésio impacta não apenas os tipos de ácidos graxos produzidos, mas também a composição geral da membrana bacteriana. Ao promover a produção de ácidos graxos específicos, o magnésio pode influenciar o quão resistentes as bactérias são aos antibióticos.
Conclusão
A pesquisa demonstra que os íons de magnésio desempenham um papel crucial na resistência fenotípica das bactérias aos antibióticos. Ao alterar os níveis de ácidos graxos e afetar as propriedades da membrana, o magnésio pode levar à redução da eficácia de antibióticos como o balofloxacino.
À medida que a resistência a antibióticos continua a representar desafios significativos no tratamento de infecções, entender o papel de íons metálicos como o magnésio apresenta uma oportunidade para encontrar novas estratégias para superar a resistência. Ao direcionar esses caminhos e mecanismos, pode ser possível aumentar a eficácia dos antibióticos existentes ou desenvolver novos tratamentos para combater infecções bacterianas resistentes.
Essa pesquisa abre caminho para uma melhor compreensão de como as bactérias se adaptam e sobrevivem na presença de antibióticos, levando a estratégias aprimoradas para tratar infecções e gerir a resistência a antibióticos no futuro. Estudos futuros podem ajudar a esclarecer os mecanismos precisos pelos quais o magnésio e outros íons metálicos contribuem para a resistência e explorar intervenções potenciais que poderiam mitigar esse problema.
Título: Magnesium modulates phospholipid metabolism to promote bacterial phenotypic resistance to antibiotics
Resumo: Non-inheritable antibiotic resistance or phenotypic resistance ensures bacterial survival upon antibiotic treatment. However, exogenous factors in promoting phenotypic resistance is poorly defined. Here, we demonstrate that Vibrio alginolyticus are recalcitrant to killing by a broad spectrum of antibiotics under high magnesium. Functional metabolomics demonstrate that magnetism modulates the biosynthesis of fatty acids in increasing the biosynthesis of saturated fatty acids while decreasing unsaturated fatty acids. Exogenous supplementation of fatty acids confirm the role of fatty acids in antibiotic resistance. Furthermore, functional lipidomics reveal that glycerophospholipid metabolism is the major metabolic pathway remodeled by magnetism, where the biosynthesis of PE is decreased but PG is increased. Thus, the membrane composition is altered, leading to increased membrane polarization, and decreased permeability and fluidity. These together reduce the uptake of antibiotics by the bacteria. Thus, our study suggest a previously unrecognized metabolic mechanism by which bacteria escape antibiotic killing by utilizing environmental factor.
Autores: Bo Peng, H. Li, J. Yang, S.-f. Kuang
Última atualização: 2024-06-24 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.24.600343
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.24.600343.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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