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O Papel do Ar42 na Pesquisa Científica

O impacto do Ar42 em experimentos que analisam matéria escura e neutrinos.

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Argônio é um gás que costuma ser usado em experimentos científicos, especialmente aqueles que estudam neutrinos e matéria escura. Uma forma específica de argônio, o Ar42, é radioativa e pode ser encontrada na atmosfera. Esse gás é produzido principalmente por meio de reações envolvendo Raios Cósmicos e é importante entender porque pode interferir em experimentos sensíveis.

O que é Ar42?

Ar42 é uma forma rara de argônio que é radioativa. Ela se desintegra ao longo do tempo, significando que pode ser uma fonte de ruído de fundo em experimentos que buscam eventos raros, como interações de neutrinos ou matéria escura. O método principal de produção é quando raios cósmicos colidem com argônio normal, Ar40, na atmosfera.

Por que Ar42 é importante?

Em experimentos feitos para detectar sinais fracos, como os de neutrinos ou matéria escura, qualquer ruído indesejado pode dificultar a obtenção dos resultados desejados. O Ar42, embora presente em baixas quantidades, contribui para esse ruído. Entender quanta Ar42 está por aí, especialmente no argônio coletado de fontes subterrâneas, ajuda os cientistas a reduzir esse ruído de fundo.

Fontes de Ar42

Ar42 é criado principalmente na atmosfera quando raios cósmicos colidem com Ar40. Quando partículas energéticas do espaço atingem, podem produzir Ar42. Essa reação acontece principalmente na alta atmosfera, onde há mais interação com raios cósmicos. No entanto, em locais subterrâneos, a taxa de produção é bem menor.

Ar42 vs. Ar39

Outra forma de argônio, Ar39, também é importante. É mais abundante que Ar42 e tem uma meia-vida mais longa. Por causa de seus níveis mais altos no argônio atmosférico, é uma preocupação maior em experimentos. As taxas de produção de Ar39 são várias ordens de magnitude superiores às de Ar42. Entender os dois é essencial porque podem afetar as medições dos experimentos.

Medindo a Produção Subterrânea

Para estimar quanto Ar42 é produzido abaixo da superfície, os cientistas observam as interações de partículas na crosta terrestre. Isso inclui reações causadas por radioatividade natural e raios cósmicos. Modelos e simulações ajudam a calcular as taxas de produção com base em vários fatores, incluindo a composição da rocha e os tipos de partículas que interagem com ela.

Em grandes profundidades, como 3.000 metros abaixo d'água, a taxa de produção de Ar42 é significativamente menor em comparação com a atmosfera. Experimentos descobriram que nessa profundidade, as taxas são cerca de 7 milhões de vezes menores que as de Ar39.

O impacto do Ar42 em experimentos

Em detectores de argônio líquido, que são usados em experimentos de física, o Ar42 pode gerar sinais indesejados. Isso é especialmente verdade quando ele se desintegra em outro isótopo chamado K42. A desintegração do K42 pode gerar sinais de alta energia que confundem as medições em configurações sensíveis, levando potencialmente a resultados falsos.

Para experimentos como o GERDA, que procura por tipos raros de desintegração, sinais de alta energia do K42 gerados pela desintegração do Ar42 representaram um grande desafio. Isso levou a esforços para medir os níveis de K42 e encontrar maneiras de reduzir seu impacto.

Fontes de Argônio para Experimentos

Os cientistas estão buscando maneiras de diminuir o ruído de fundo causado pelos isótopos de argônio. Um dos métodos é usar argônio extraído de grandes profundidades, já que se espera que tenha níveis mais baixos tanto de Ar39 quanto de Ar42. A ideia é que quanto mais profundo o argônio é retirado, menos contaminação ele terá de raios cósmicos, e, por consequência, menos ruído de fundo haverá.

O que acontece subterraneamente?

Embora haja pouca pesquisa sobre como o Ar42 é produzido no subsolo, o conhecimento existente aponta para duas fontes principais de partículas que podem criar Ar42: múons de raios cósmicos e a desintegração de elementos na crosta terrestre. À medida que múons e partículas de desintegração radioativa se movem pelas rochas, podem desencadear reações que produzem Ar42.

Raios Cósmicos e Seu Papel

Raios cósmicos são partículas de alta energia do espaço que podem criar partículas secundárias ao interagir com a atmosfera e a crosta terrestre. Essas partículas secundárias podem então interagir com os isótopos de argônio, levando à produção de Ar42.

Os múons criados por raios cósmicos podem penetrar fundo na Terra, permitindo que eles induzam reações que produzem isótopos. A quantidade de partículas produzidas depende do fluxo de múons, que varia com a profundidade e a composição da rocha.

Contribuição Radiogênica

Além dos raios cósmicos, a desintegração radioativa na Terra contribui para a produção de Ar42. Cadeias de desintegração de urânio natural e tório podem produzir nêutrons e alfas que podem interagir com isótopos próximos, potencialmente criando novos isótopos radioativos.

No entanto, a contribuição de processos radiogênicos para a produção de Ar42 deve ser muito baixa em comparação com processos cósmicos.

Simulando os Processos

Para estimar as taxas de produção, os cientistas usam simulações computacionais que modelam como as partículas interagem dentro da Terra. Essas simulações levam em conta o tipo de rocha, a densidade e outros fatores para fornecer estimativas de quanto Ar42 é provável que seja produzido no subsolo.

Estimando Taxas de Produção

Estudos fornecem estimativas de quanto Ar42 poderia ser produzido ao longo do tempo em vários ambientes. Por exemplo, a uma profundidade de 500 metros, a taxa de produção de Ar42 é calculada em valores específicos, enquanto em níveis mais profundos, como 3.000 metros, os números caem significativamente.

Medições e Comparações

Comparando níveis medidos de outros isótopos, como Ar39, os cientistas podem inferir os níveis de Ar42 presentes no argônio subterrâneo. Analisando quanto Ar39 é encontrado em fontes subterrâneas, é possível ter uma ideia dos níveis esperados de Ar42.

Concentração Esperada em Detectores

Estimativas sugerem que quando o argônio é extraído do subsolo, os níveis esperados de atividade de Ar42 serão muito menores do que em fontes atmosféricas. Essa redução significa que usar argônio subterrâneo pode ajudar a aumentar a sensibilidade dos detectores usados em experimentos.

Desafios na Extração e Uso

Apesar dos benefícios de usar argônio subterrâneo, há desafios em garantir que o argônio permaneça não contaminado. Qualquer exposição a raios cósmicos durante o armazenamento ou transporte poderia levar a níveis aumentados de Ar42, contrabalançando os supostos benefícios de obtê-lo do fundo da Terra.

Implicações para Experimentos Futuros

Ter níveis mais baixos de Ar42 tem implicações significativas para experimentos que buscam matéria escura ou estudam neutrinos. A necessidade de fundos limpos leva os pesquisadores a refinarem continuamente seus métodos para extrair e usar argônio, garantindo que minimizem a contaminação.

Resumo

Em resumo, entender o Ar42 e seu comportamento tanto em ambientes atmosféricos quanto subterrâneos é crucial para experimentos científicos sensíveis. Embora a produção de Ar42 a partir de raios cósmicos seja significativa, os níveis mais baixos encontrados em fontes subterrâneas podem melhorar a qualidade dos dados coletados em estudos futuros. À medida que os experimentos continuam a evoluir, também evoluirão os métodos para extrair e medir o impacto de vários isótopos de argônio.

Fonte original

Título: Subsurface cosmogenic and radiogenic production of ^{42}Ar

Resumo: Radioactive decays from ^{42}Ar and its progeny ^{42}K are potential background sources in large-scale liquid-argon-based neutrino and dark matter experiments. In the atmosphere, ^{42}Ar is produced primarily by cosmogenic activation on ^{40}Ar. The use of low radioactivity argon from cosmogenically shielded underground sources can expand the reach and sensitivity of liquid-argon-based rare event searches. We estimate ^{42}Ar production underground by nuclear reactions induced by natural radioactivity and cosmic-ray muon-induced interactions. At 3,000 mwe, ^{42}Ar production rate is 1.8E-3 atoms per ton of crust per year, 7 orders of magnitude smaller than the ^{39}Ar production rate at a similar depth in the crust. By comparing the calculated production rate of ^{42}Ar to that of ^{39}Ar for which the concentration has been measured in an underground gas sample, we estimate the activity of ^{42}Ar in gas extracted from 3,000 mwe depth to be less than 2 decays per ton of argon per year.

Autores: Sagar S. Poudel, Ben Loer, Richard Saldanha, Brianne R. Hackett, Henning O. Back

Última atualização: 2023-09-28 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2309.16169

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2309.16169

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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