O Papel das Células T CD4 de Memória na Imunidade
Pesquisas mostram como as células T CD4 de memória mudam e se adaptam com o tempo em camundongos.
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As células T CD4 são jogadores importantes no nosso sistema imunológico. Elas ajudam a combater patógenos, que são microorganismos prejudiciais como vírus e bactérias, e também gerenciam as atividades de outras células do sistema imunológico. Quando nossos corpos entram em contato com um patógeno, um grupo diversificado de células T CD4 de memória é formado. Essas células de memória ajudam a nos proteger de infecções futuras pelos mesmos ou semelhantes patógenos.
Em camundongos, as células T CD4 de memória podem ser divididas em dois tipos principais: memória central (TCM) e memória efetora (TEM). As células TCM têm altos níveis de uma proteína chamada CD62L, que permite que elas se movam entre a corrente sanguínea e certos órgãos envolvidos nas respostas imunológicas. Por outro lado, as células TEM têm baixos níveis de CD62L e passam mais tempo em tecidos onde a inflamação acontece.
Apesar da importância conhecida dessas células T de memória, os cientistas ainda não entendem completamente como as células TCM, TEM e outros tipos de células de memória estão relacionadas entre si. Nos camundongos, as células T CD4 de memória não vivem muito tempo em média. Elas podem desaparecer após alguns dias ou semanas devido à morte celular ou por se transformarem em outros tipos de células imunológicas. No entanto, essas células T de memória também podem se renovar, o que permite que suas populações sobrevivam mais do que a vida das células individuais.
Para entender melhor como os números das células T de memória mudam ao longo do tempo após uma infecção, os pesquisadores precisam medir quão rápido essas células são produzidas, quão rapidamente elas se multiplicam e o que causa sua morte. Eles também querem aprender sobre as diferenças nesses processos entre vários grupos de células e como essas taxas mudam com a idade do hospedeiro ou das próprias células.
Grande parte do entendimento atual sobre o comportamento das células T CD4 de memória vem de estudos realizados em camundongos de laboratório criados em ambientes muito limpos. Esses camundongos podem não ter encontrado infecções sérias, mas ainda assim têm muitas células T CD4 de memória. Essas populações podem conter tanto células que se dividem rapidamente quanto outras mais inativas. Essas células T CD4 de memória aparecem logo após o nascimento, e seus números se estabilizam em parte com base na limpeza das condições em que vivem. Após as primeiras semanas de vida, ambos os tipos de células T de memória são substituídos diariamente em uma taxa de alguns por cento, independentemente das condições de habitação. Isso sugere que as células T CD4 de memória podem reconhecer principalmente organismos comuns ou substâncias ambientais.
Um método comum para estudar como as populações de células imunológicas mudam é chamado de rotulagem de DNA. Nesse método, uma substância rotulada é introduzida durante a divisão celular, permitindo que os pesquisadores sigam quais células se dividiram. Ao verificar quantas células em uma determinada população contêm o rótulo ao longo do tempo, os cientistas podem estimar quão rápido essas células são produzidas e perdidas. No entanto, se as variações nessas taxas dentro de uma população não forem consideradas, as estimativas podem ser enganosas. Prestando atenção a essas diferenças, os cientistas conseguem obter melhores estimativas das taxas médias de produção e perda que sejam claras e não afetadas pelo tempo que as células foram rotuladas. No entanto, entender as relações entre tipos distintos de células e suas linhagens pode ser desafiador.
Em alguns modelos usados para estudos de rotulagem de DNA, os processos de entrada de novas células e a renovação das células existentes são combinados em uma taxa geral de produção celular. Separar esses processos é vital para estudos de memória, já que o equilíbrio entre a entrada de células e a auto-renovação influencia quanto tempo certos grupos de células duram. Para uma população que atinge a estabilidade, novas células que entram diluem as existentes, enquanto a auto-renovação ajuda a manter seus números.
Para esclarecer as incertezas nesses estudos, os pesquisadores podem combinar a rotulagem de DNA com insights de outras áreas para confirmar resultados ou ajustar suas escolhas de modelos. Um método é estimar quantas novas células entram em uma população acompanhando sua substituição por precursores rotulados. Em vários estudos, os cientistas criaram um modelo de camundongo que mede quão rapidamente diferentes tipos de linfócitos são substituídos sob condições estáveis.
O método envolve dar doses menores de um medicamento que elimina células-tronco específicas em camundongos adultos, enquanto deixa outras células imunológicas intocadas. Após o tratamento, os camundongos recebem medula óssea sem células T e B de um grupo diferente de camundongos para reabastecer o nicho de células-tronco. Em semanas, a maioria das células do sistema imunológico é substituída por células da nova medula óssea.
Ao estudar as células T CD4 de memória dessa forma, os pesquisadores podem analisar a dinâmica de como essas populações mudam ao longo do tempo. Com esse entendimento, eles conseguem medir quantas novas células estão entrando e as taxas em que elas deixam a população.
Para enriquecer o processo de coleta de dados, os pesquisadores também verificam a presença de Ki67, uma proteína que indica divisão celular. Combinando medições de rótulos de DNA e Ki67, os cientistas podem aprender sobre a atividade histórica e recente das células.
Os pesquisadores iniciaram estudos para explorar a dinâmica das células T CD4 de memória em camundongos de diferentes idades, comparando coortes que passaram pelo mesmo tratamento, mas estavam em diferentes estágios da vida. Um grupo teve seu tratamento e rotulagem feitos quando eram relativamente jovens, enquanto o outro grupo era mais velho quando passou por procedimentos semelhantes.
Para ambos os grupos de idade, os cientistas observaram que o número total de células T CD4 de memória aumentou levemente com a idade. No entanto, o número de células expressando Ki67, indicando divisão recente, diminuiu entre as células TCM à medida que envelheciam. Em contrapartida, os níveis de Ki67 nas células TEM permaneceram estáveis. Essas diferenças nas taxas de proliferação podem ajudar a explicar como a dinâmica das células T CD4 de memória muda conforme os camundongos envelhecem.
O fluxo de células derivadas de doadores nas populações de células T de memória revelou que, à medida que os camundongos envelheciam, havia uma mudança significativa em direção a essas células doadoras nas populações totais de TCM e TEM. Notavelmente, células doadoras TCM e TEM mais jovens mostraram maior expressão de Ki67 em comparação com as células hospedeiras, mas essa diferença diminuiu à medida que os camundongos envelheciam.
Para descobrir as razões subjacentes a essas diferenças, os pesquisadores usaram modelos matemáticos para analisar os dados coletados de diferentes grupos etários. Esses modelos ajudaram a capturar como novas e velhas células de memória se comportam e como são substituídas ao longo do tempo.
Diferentes abordagens de modelagem foram avaliadas para ajustar os dados com precisão. Os resultados indicaram que as células T de memória que estavam circulando por mais tempo pesaram mais na influência das características gerais das populações.
À medida que os pesquisadores analisavam essas populações, também buscavam entender os padrões de sobrevivência das células TCM e TEM. A dinâmica dessas células de memória foi comparada à das células T CD4 ingênuas, que refletem o comportamento de células T que ainda não encontraram um patógeno.
Os pesquisadores notaram que quanto mais tempo as células T CD4 de memória duram, mais variações em suas expectativas de vida podem ser observadas. Essa mudança significa que a taxa média de perda das populações de memória diminui gradualmente ao longo do tempo. Além disso, eles descobriram que células T de memória mais velhas geralmente têm expectativas de vida mais longas devido às habilidades de sobrevivência aumentadas que vêm com a idade.
Essas descobertas sugerem que a dinâmica das células T CD4 é mais simples do que se pensava anteriormente, com os comportamentos das células de memória rápidas e lentas sendo menos distintos do que se supunha anteriormente. Os modelos e análises de dados apontam para um sistema mais interconectado onde células de memória podem transitar entre diferentes estados e influenciar umas às outras.
Em seu esforço para identificar mais fontes de novas células de memória, os pesquisadores compararam a entrada de células de várias populações com suas proporções observadas. Eles encontraram evidências de que células T CD4 ingênuas são provavelmente uma fonte essencial de novas TCM, enquanto células TEM se originam principalmente de um subconjunto rápido de TCM.
Essas observações enfatizam a importância de respostas imunológicas contínuas mesmo em ambientes limpos, destacando que células T ingênuas podem ainda ser estimuladas por autoantígenos ou fatores ambientais. Compreender esses processos pode ajudar os pesquisadores a entender como nosso sistema imunológico se adapta e mantém memória ao longo do tempo.
Em resumo, a pesquisa demonstra que as células T CD4 de memória desempenham um papel crucial em nossas respostas imunológicas. Seus números e dinâmicas mudam à medida que envelhecem, impulsionadas por vários fatores como taxas de renovação e perda. As percepções obtidas com esse trabalho ajudam a aprofundar nosso entendimento sobre como nosso sistema imunológico lembra os patógenos e mantém sua eficácia na proteção contra infecções. Explorar essas dinâmicas oferece caminhos potenciais para melhorar estratégias de vacinas e aprimorar respostas imunológicas em diferentes contextos. Através de estudos adicionais, os pesquisadores esperam resolver questões restantes sobre a complexidade e intrincados comportamentos das células T de memória, levando, em última análise, a melhores resultados de saúde para os indivíduos.
Título: The dynamics and longevity of circulating CD4+ memory T cells depend on cell age and not the chronological age of the host
Resumo: Quantifying the kinetics with which memory T cell populations are generated and maintained is essential for identifying the determinants of the duration of immunity. The quality and persistence of circulating CD4+ effector memory (TEM) and central memory (TCM) T cells in mice appear to shift with age, but it is unclear whether these changes are driven by the aging host environment, by cell age effects, or both. Here we address these issues by combining DNA labelling methods, established fate-mapping systems, a novel reporter mouse strain, and mathematical models. Together, these allow us to quantify the dynamics of both young and established circulating memory CD4+ T cell subsets, within both young and old mice. We show that that these cells and their descendents become more persistent the longer they reside within the TCM and TEM pools. This behaviour may limit memory CD4 T cell diversity by skewing TCR repertoires towards clones generated early in life, but may also compensate for functional defects in new memory cells generated in old age. Author summaryOur long-term protection against infections depends in part on the maintenance of diverse populations of memory CD4 T cells, which are made in response to the initial exposure to the pathogen or a vaccine. These cells are not long-lived, but instead are maintained dynamically at a clonal level through loss and division. Understanding how immune memory persists therefore requires measuring these rates of these processes, and how they might change with age. Here we combine experiments in mice with mathematical models to show that memory CD4 T cells exhibit complex dynamics but increase their capacity to survive as they age. This dynamic implies that as individuals age, their memory CD4 T cell populations become enriched for older clones. This established memory may compensate for functional defects in new T cell responses generated later in life.
Autores: Andrew J. Yates, M. E. Bullock, T. Hogan, C. Williams, S. Morris, M. Nowicka, M. Sharjeel, C. van Dorp, B. Seddon
Última atualização: 2024-06-25 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.10.16.562650
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.10.16.562650.full.pdf
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