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O Impacto da Saúde Mental do Projeto Ferroviário HS2

Pesquisas exploram os efeitos na saúde mental do projeto da ferrovia de alta velocidade HS2.

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Efeitos da HS2 na SaúdeEfeitos da HS2 na SaúdeMentaldo projeto ferroviário HS2.Estudo revela impactos na saúde mental
Índice

Sistemas de trem de alta velocidade foram construídos em vários países, incluindo China, França, Japão e Alemanha. No Reino Unido, as discussões sobre a implementação de trens de alta velocidade se concentraram em saber se os custos de investimento valem os benefícios. Enquanto muitos estudos analisaram aspectos como acessibilidade, modos de transporte, turismo, moradia e desempenho econômico, os impactos na saúde, especialmente Saúde Mental e Bem-estar, não foram tão examinados.

A infraestrutura de transporte pode criar barreiras físicas e psicológicas nas Comunidades, afetando a saúde e o bem-estar dos moradores. Essas barreiras podem interromper conexões sociais, limitar oportunidades de exercício e reduzir o acesso a cuidados de saúde e alimentos saudáveis. Além disso, as comunidades podem ficar isoladas das áreas vizinhas, prejudicando os negócios locais e afetando como os sistemas de transporte existentes operam juntos.

Pesquisas mostram que os efeitos da infraestrutura de transporte na saúde mental e no bem-estar podem variar dependendo de fatores como etapa da vida, estado de saúde, onde as pessoas vivem, situação de emprego e suporte social. Uma revisão recente encontrou resultados mistos para mudanças no design urbano em grupos vulneráveis. Algumas mudanças melhoraram a saúde mental de certos moradores, enquanto outras, como a construção de rodovias, não trouxeram benefícios.

Apesar de algum reconhecimento dos efeitos na saúde, a pesquisa existente se concentrou, em sua maioria, em projetos concluídos e seus usuários. Há uma lacuna na compreensão das fases de planejamento e construção e como elas podem afetar aqueles que não utilizam o sistema de transporte. Os frameworks atuais que avaliam os custos sociais geralmente ignoram a saúde mental e o bem-estar, focando mais em questões como poluição e ruído.

A Necessidade de Mais Pesquisa

Há uma forte necessidade de mais estudos sobre como projetos de transporte impactam a saúde, especialmente a saúde mental e o bem-estar. Embora algumas infraestruturas possam afetar a saúde de forma positiva ou negativa, muitos estudos não analisam especificamente os resultados na saúde mental. Além disso, há pouca visão sobre como diferentes grupos populacionais podem vivenciar esses efeitos de forma diferente em várias etapas do projeto, incluindo planejamento, construção e operação.

Para explorar essas questões, está sendo conduzido o Estudo de Impacto no Bem-Estar do HS2 (WISH2), focando em um projeto de trem de alta velocidade no Reino Unido. Este estudo visa investigar os impactos na saúde mental durante as várias fases do projeto HS2.

Contexto do Projeto HS2

O High Speed Two (HS2) é um novo projeto de ferrovia de alta velocidade no Reino Unido, com o objetivo de melhorar as conexões entre Londres e cidades importantes nas Midlands e no norte da Inglaterra. O projeto começou a ser discutido em 2009, com uma rota em forma de Y planejada para conectar Londres, Birmingham, Manchester e Leeds. Com o tempo, o plano foi dividido em várias fases.

A Fase 1 conecta Londres a Birmingham, enquanto a Fase 2 é dividida em duas partes: 2a vai de Birmingham a Crewe, e 2b conecta Crewe a Manchester e Birmingham a Leeds. O projeto de pesquisa se concentra especificamente nas seções da Fase 2.

O processo legislativo para o HS2 também foi dividido em fases. O projeto da Fase 1 do HS2 foi aprovado em 2017, e a construção começou em 2020. A legislação da Fase 2 do HS2 foi apresentada após a Fase 1, e embora alguns trabalhos na Fase 2a tenham começado, a construção foi suspensa devido a revisões orçamentárias. No final de 2021, o governo do Reino Unido anunciou mudanças na Fase 2b, o que gerou incerteza para as comunidades ao longo dessa rota.

Os projetos de lei do HS2 permitem que indivíduos e empresas que possam ser afetados pelo projeto petitionem por mudanças. Muitas petições discutiram o impacto na saúde mental do HS2, sugerindo que essa é uma preocupação significativa para os moradores locais.

Objetivos do Estudo de Pesquisa

O principal objetivo do estudo WISH2 é examinar como indivíduos e comunidades afetados pelo HS2 vivenciam mudanças na saúde mental e no bem-estar, particularmente em relação à Ansiedade, depressão e bem-estar geral. As principais perguntas de pesquisa incluem:

  1. Quais são os impactos positivos e negativos na saúde mental e no bem-estar do HS2?
  2. Esses impactos mudam com o tempo, e quais fatores explicam essas mudanças?
  3. Os impactos são sentidos de forma diferente entre os vários grupos dentro de uma comunidade?
  4. Quais são as implicações econômicas desses impactos na saúde mental?

O estudo visa avaliar os impactos que podem surgir devido a mudanças nos planos do HS2, especialmente ajustes em fases tardias. Abrange áreas afetadas pelo HS2, mesmo que partes dos planos originais não estejam mais avançando.

Visão Geral e Estrutura de Pesquisa

A implementação de políticas governamentais muitas vezes envolve múltiplos componentes, tornando o estudo complexo. O projeto WISH2 adota uma abordagem de métodos mistos, combinando tanto métodos de coleta de dados qualitativos quanto quantitativos. Isso inclui pesquisas com participantes, entrevistas e análise de dados de saúde existentes.

O estudo está projetado para coletar dados em três ondas separadas para captar mudanças ao longo do tempo. A primeira fase de coleta de dados ocorrerá durante a fase de planejamento, a segunda durante a construção e a última durante a fase operacional do HS2.

Para garantir que todos os elementos do estudo estejam bem integrados, um modelo lógico é usado. Esse modelo serve como uma estrutura para entender como o HS2 pode impactar a saúde mental e o bem-estar das comunidades locais e delineia como as perguntas de pesquisa se conectam aos esforços de coleta de dados.

Envolvimento do Público na Pesquisa

Engajar o público na pesquisa é crucial. Um Grupo Consultivo Público, composto por representantes diversos da comunidade, foi formado para fornecer feedback e contribuições ao longo do estudo. Este grupo é independente da equipe de pesquisa e foi fundamental na definição do design do estudo e dos materiais de recrutamento.

O Grupo Consultivo Público também ajudará a disseminar os resultados do estudo para a comunidade. Essa abordagem visa garantir que a pesquisa permaneça relevante para os moradores afetados pelo HS2.

Recrutamento de Participantes e Definição de Exposição

O estudo envolverá três grupos diferentes de participantes:

  1. Membros da população geral que vivem perto da rota do HS2
  2. Profissionais clínicos de práticas gerais próximas ao desenvolvimento do HS2
  3. Representantes de organizações locais, incluindo grupos governamentais e de caridade

Os participantes dos dois primeiros grupos serão recrutados através de práticas gerais com base em sua proximidade residencial à rota do HS2. Indivíduos que vivem a até 5 km do desenvolvimento serão considerados "expostos". Práticas com uma parte significativa de sua população próxima à rota também serão incluídas.

Para ter uma compreensão mais ampla do impacto do HS2, representantes da comunidade também serão recrutados. Essa abordagem ajudará a capturar perspectivas diversas sobre os efeitos do projeto.

Métodos de Coleta de Dados

O estudo coletará dados usando vários métodos:

1. Pesquisas de Coorte

Os participantes receberão pesquisas projetadas para medir saúde mental e bem-estar, utilizando principalmente uma escala validada conhecida como Warwick-Edinburgh Mental Wellbeing Scale (WEMWBS). Essas pesquisas serão enviadas por meio de práticas gerais e podem ser completadas online ou em papel.

As pesquisas avaliarão uma variedade de resultados de saúde mental, incluindo ansiedade, depressão e o uso de serviços de saúde locais.

2. Dados Qualitativos

Dados qualitativos serão coletados por meio de entrevistas e grupos focais com os participantes. Essas discussões explorarão as experiências dos moradores em relação ao projeto HS2 e seus impactos em suas vidas. Os pesquisadores usarão uma abordagem estruturada para garantir que todos os tópicos relevantes sejam abordados enquanto permitem que os participantes expressem seus pensamentos e sentimentos livremente.

3. Dados Administrativos

A equipe de pesquisa também analisará dados administrativos existentes de práticas gerais para avaliar tendências relacionadas à saúde mental na população ao longo do tempo. Esses dados complementarão os achados das pesquisas e entrevistas.

Amostragem e Tamanho da Amostra

Para as pesquisas de coorte, o objetivo é coletar dados de cerca de 6.000 pessoas de vários grupos durante cada onda de coleta de dados. Representantes da comunidade participarão de grupos focais e entrevistas para garantir que diferentes pontos de vista sejam incluídos.

Os pesquisadores garantirão uma representação equilibrada de participantes com base em fatores como idade, gênero e status socioeconômico. O objetivo é criar uma amostra que reflita com precisão a comunidade perto da rota do HS2.

Planos de Análise

A análise dos dados envolverá métodos quantitativos e qualitativos. Para os dados das pesquisas, os pesquisadores compararão resultados entre indivíduos em áreas expostas e não expostas ao longo do tempo. Essa análise busca identificar tendências relacionadas à saúde mental e ao bem-estar resultantes do HS2.

Os dados qualitativos das entrevistas e grupos focais serão analisados em busca de temas que surgem das discussões dos participantes. Essa análise ajudará a fornecer contexto aos achados quantitativos e destacar fatores-chave que influenciam os resultados de saúde mental.

Análise Econômica da Saúde

O estudo também avaliará os aspectos econômicos dos impactos na saúde mental associados ao HS2. Isso inclui avaliar os custos de uso dos serviços de saúde vinculados a mudanças na saúde mental e no bem-estar. Os participantes fornecerão informações sobre seu uso de cuidados de saúde, que serão analisadas para entender como o HS2 pode influenciar os custos gerais de saúde na comunidade.

Além disso, o estudo medirá o impacto na qualidade de vida usando um questionário específico, permitindo que os pesquisadores atribuam valores monetários às mudanças no bem-estar ao longo do projeto HS2.

Integração dos Achados

Uma estrutura estruturada guiará a integração dos diferentes tipos de dados coletados, visando aprimorar a compreensão de como o HS2 impacta a saúde mental. Os pesquisadores criarão exibições conjuntas que mostram os achados qualitativos e quantitativos juntos, permitindo uma análise mais abrangente do impacto do HS2 no bem-estar da comunidade.

O feedback das partes interessadas será incorporado ao longo do estudo para refinar os achados e aumentar a relevância da pesquisa para as comunidades afetadas.

Cronograma e Status do Estudo

Este estudo de 10 anos se desenrolará em três fases, alinhando-se às etapas de planejamento, construção e operação do projeto HS2. A pesquisa começou em meados de 2021, com aprovações éticas obtidas e recrutamento de participantes já em andamento.

À medida que o projeto HS2 avança, esta pesquisa se adaptará a quaisquer mudanças, permitindo a contínua investigação de como o projeto afeta a saúde mental e o bem-estar.

Conclusão

Em resumo, o estudo WISH2 visa esclarecer os impactos na saúde mental e no bem-estar do projeto ferroviário de alta velocidade HS2. Ao examinar como diferentes fases do projeto afetam indivíduos e comunidades, a pesquisa busca fornecer insights valiosos sobre as consequências de grandes desenvolvimentos de infraestrutura, garantindo que as perspectivas dos moradores locais sejam ouvidas e consideradas. Este estudo não apenas aborda lacunas na literatura existente, mas também busca informar os tomadores de decisão sobre as potenciais implicações para a saúde em projetos de transporte no futuro.

Fonte original

Título: Wellbeing Impact Study of High-Speed 2 (WISH2): Protocol for a mixed-methods examination of the impact of major transport infrastructure development on mental health and wellbeing

Resumo: Although research has demonstrated that transport infrastructure development can have positive and negative health-related impacts, most of this research has not considered mental health and wellbeing separately from physical health. There is also limited understanding of whether and how any effects might be experienced differently across population groups, whether this differs according to the stage of development (e.g. planning, construction), and how changes to planned infrastructure may affect mental health and wellbeing. This paper presents a protocol for the Wellbeing Impact Study of HS2 (WISH2), which seeks to address these questions using a high-speed rail development in the UK as an applied example. WISH2 is a 10-year, integrated, longitudinal, mixed-methods project using general practices (primary medical care providers in the UK) as an avenue for participant recruitment and for providing a geographically defined population for which aggregated data on mental health indicators are available. The research comprises: (i) a combined longitudinal and repeated cross-sectional cohort study involving multiple waves of survey data collection and data from medical records; (ii) longitudinal, semi-structured interviews and focus groups with residents and community stakeholders from exposed areas; (iii) analysis of administrative data aggregated at the general practice population level; and (iv) health economic analysis of mental health and wellbeing impacts. The study findings will support the development of strategies to reduce negative impacts and/or enhance positive mental health and wellbeing impacts of high-speed rail developments and other large-scale infrastructure projects.

Autores: Katherine Irene Morley, L. Hocking, C. L. Saunders, J. W. Bousfield, J. Bostock, J. Brimicombe, T. Burgoine, J. Dawney, J. Hofman, D. Lee, R. Mackett, W. Phillips, J. Sussex, S. Morris

Última atualização: 2024-01-31 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.01.31.24302086

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.01.31.24302086.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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