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# Biologia# Neurociência

Simplificando Modelos Neurais para Processamento Visual

Pesquisadores desenvolvem modelos simplificados para prever melhor as respostas dos neurônios no V1.

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Modelos Preditivos são ferramentas importantes na neurociência, ajudando os pesquisadores a entender como o cérebro processa informações. Esses modelos conseguem prever como os neurônios reagem a diferentes estímulos e contribuem para teorias sobre como funciona a codificação neural. Eles também podem ser usados para formar ideias testáveis sobre o que acontece no cérebro.

Os modelos na neurociência podem ser simples ou complexos. Modelos simples podem dizer que certos neurônios detectam bordas em imagens. Modelos mais complexos, como redes de aprendizado profundo, têm muitas camadas e parâmetros, permitindo fazer previsões mais precisas. Mas só porque um modelo é complexo não significa que seja sempre o melhor para entender as funções do cérebro. Às vezes, modelos mais simples podem oferecer insights mais claros de como o cérebro funciona.

Exemplos de modelos simples para neurônios no córtex visual primário (V1) incluem modelos básicos de células, modelos linear-nonlineares e curvas de afinação de orientação. Embora esses modelos sejam fáceis de interpretar, eles têm dificuldades em representar totalmente a complexidade vista em cenas naturais. Por outro lado, modelos complexos, como redes neurais artificiais (ANNs), mostraram grande sucesso em prever as respostas dos neurônios V1. Esses modelos foram testados em primatas e camundongos, demonstrando uma capacidade muito melhor de prever a atividade neuronal do que modelos mais simples.

Os pesquisadores descobriram que os neurônios V1 não respondem apenas a estímulos visuais; eles também refletem diversos dados cognitivos e comportamentais. Isso sugere que o V1 é uma área mais complexa do que se pensava anteriormente, e essa complexidade pode variar entre espécies como camundongos e macacos.

Para entender se redes neurais complexas modelam efetivamente o V1 tanto em camundongos quanto em macacos, os pesquisadores projetaram um experimento. Eles usaram redes neurais multicamadas, começando com um modelo completo e gradualmente simplificando para ver como o desempenho era afetado. Para ajudar nesse estudo, coletaram dados de Atividade Neural de dezenas de milhares de neurônios V1 em camundongos expostos a muitas imagens naturais.

Método de Coleta de Dados

Usando um microscópio de dois fótons, os pesquisadores gravaram dados de mais de 29.000 neurônios V1 em camundongos. Durante as gravações, mostraram muitas imagens naturais rapidamente. Uma seleção menor de imagens foi repetida várias vezes e usada para testes. Os pesquisadores focaram em neurônios que respondiam consistentemente a essas imagens, resultando em dados de mais de 14.000 neurônios.

Esses neurônios apresentaram padrões de resposta específicos, mostrando semelhanças com neurônios anteriormente gravados em macacos.

Construindo Modelos Preditivos

Os pesquisadores se propuseram a criar modelos que pudessem prever respostas neuronais usando as imagens de treinamento. Começaram com uma Rede Neural de quatro camadas, semelhante às usadas em estudos anteriores. As primeiras quatro camadas processavam as imagens, seguidas por uma camada que focava na saída de cada neurônio.

Para medir quão bem esses modelos funcionavam, usaram uma métrica de desempenho que comparava quanta variância nas respostas neuronais era explicada pelo modelo. O modelo inicial alcançou um nível de desempenho sólido, significativamente melhor que um modelo mais simples usado para comparação. Os pesquisadores atribuíram esse sucesso ao maior número de imagens de treinamento e melhores condições de gravação.

Simplificando os Modelos

Em seguida, eles buscaram simplificar o modelo mantendo um bom desempenho. Testaram modelos com menos camadas convolucionais e descobriram que duas camadas eram suficientes para alcançar uma potência preditiva quase máxima. Repetiram essa abordagem para dados de neurônios V1 de macacos e obtiveram resultados semelhantes.

Ambos os modelos precisaram de apenas duas camadas para funcionar bem, o que foi uma redução significativa na complexidade em comparação com modelos anteriores.

Ajustando Recursos Convolucionais

Os pesquisadores foram mais longe para simplificar o modelo ajustando o número de recursos em cada camada. Descobriram que reduzir a complexidade da primeira camada não prejudicou o desempenho, enquanto reduzir a segunda camada prejudicou. No final, decidiram por um modelo com uma primeira camada de 16 recursos e uma segunda camada com 320 recursos.

Os filtros aplicados na primeira camada eram fáceis de interpretar, revelando padrões como filtros do tipo Gabor. Um maior número de recursos na segunda camada indicou que uma expansão significativa da complexidade era necessária para explicar as respostas neuronais.

Para testar as habilidades do modelo além de apenas prever respostas neuronais, eles o treinaram para realizar tarefas de classificação, como reconhecer formas e texturas. Os resultados mostraram que, enquanto a primeira camada poderia permanecer pequena, a segunda precisava ser maior para um desempenho eficaz.

Criando Modelos de Neurônios Únicos

Para refinar ainda mais o modelo, tentaram reduzir a complexidade da segunda camada. Isso se mostrou desafiador ao modelar todos os neurônios juntos, mas esperavam que modelos individuais para neurônios únicos pudessem funcionar melhor. Descobriram que não havia vantagem em ajustar múltiplos neurônios ao mesmo tempo, pois o desempenho era amplamente inalterado pelo número de neurônios envolvidos.

Em vez disso, mudaram para criar “minimodelos”. Esses modelos envolviam uma primeira camada fixa, enquanto a segunda camada e a saída eram específicas para cada neurônio. Curiosamente, esses minimodelos de neurônios únicos alcançaram níveis de desempenho semelhantes aos modelos mais complexos, indicando que designs mais simples ainda poderiam capturar aspectos vitais do comportamento neuronal.

Examinando Invariância Visual

Usando esses minimodelos, os pesquisadores buscaram entender melhor as propriedades do processamento neural, focando especificamente na invariância visual. Esse termo se refere à capacidade dos neurônios de manter respostas consistentes, apesar das variações na entrada visual.

Eles testaram isso mostrando uma série de texturas visuais aos neurônios e avaliaram quão bem conseguiam classificar ou distinguir diferentes texturas. Os resultados indicaram que a população de neurônios era habilidosa em reconhecer diferentes texturas quando apresentadas individualmente.

Os pesquisadores exploraram como a variância de categoria-quão bem os neurônios conseguiam diferenciar entre categorias de imagens-era afetada em diferentes estágios de processamento. Descobriram que as melhorias mais significativas no reconhecimento de texturas aconteciam na fase final de saída do modelo. Isso diferiu de teorias tradicionais que propunham uma acumulação gradual de melhorias de processamento em várias camadas.

Insights sobre Invariância e Desempenho

Para explorar como os parâmetros do modelo moldavam o reconhecimento de texturas, os pesquisadores compararam os resultados dos minimodelos com vários fatores, como o diâmetro de pooling da leitura. Descobriram que um pooling maior levava a um melhor reconhecimento de texturas, sugerindo que reunir informações de áreas maiores era benéfico.

Eles também examinaram como a diversidade de recursos usados na segunda camada influenciava o desempenho. As descobertas indicaram que menos correlação entre recursos resultava em melhor variância de categoria, sugerindo uma relação entre diversidade de entrada e classificação eficaz.

Ao visualizar que tipos de imagens geravam respostas fortes dos neurônios, mostraram que neurônios com melhor variância de categoria tinham uma gama mais ampla de estímulos responsivos. Essa observação está alinhada com suas descobertas de que o aumento na variância de categoria da segunda camada para a saída final era substancial.

Conclusões e Direções Futuras

Essa pesquisa levou ao desenvolvimento de uma classe simplificada de minimodelos de redes neurais que representam efetivamente os padrões de resposta dos neurônios V1 em camundongos e macacos. Esses modelos demonstraram que uma quantidade significativa de variância na atividade neural poderia ser explicada com um design mais simples.

Os minimodelos oferecem uma nova perspectiva sobre as funções dos neurônios V1, servindo como uma ponte entre modelos simples e redes de aprendizado profundo complexas. Eles também fornecem uma ferramenta valiosa para entender como o processamento sensorial, como a invariância visual, ocorre no cérebro.

Os pesquisadores sugerem que esses modelos simplificados poderiam oferecer previsões mais testáveis sobre os mecanismos neurais e ajudar a esclarecer como vários fatores influenciam as respostas no cérebro. As percepções obtidas podem levar a uma melhor compreensão de como as respostas neurais não são apenas adaptações complexas a estímulos visuais, mas também podem refletir aspectos mais amplos da funcionalidade cerebral.

A jornada para entender os neurônios V1 continuará, e enquanto modelos mais complexos ainda podem ser necessários para explicar processamentos de ordem superior, este estudo sugere que muitos aspectos do V1 podem, de fato, ser capturados por modelos mais simples. As descobertas podem ter implicações para futuras pesquisas sobre os papéis das redes neurais na compreensão da percepção sensorial e do comportamento em diferentes espécies.

Fonte original

Título: Towards a simplified model of primary visual cortex

Resumo: Artificial neural networks (ANNs) have been shown to predict neural responses in primary visual cortex (V1) better than classical models. However, this performance comes at the expense of simplicity because the ANN models typically have many hidden layers with many feature maps in each layer. Here we show that ANN models of V1 can be substantially simplified while retaining high predictive power. To demonstrate this, we first recorded a new dataset of over 29,000 neurons responding to up to 65,000 natural image presentations in mouse V1. We found that ANN models required only two convolutional layers for good performance, with a relatively small first layer. We further found that we could make the second layer small without loss of performance, by fitting a separate "minimodel" to each neuron. Similar simplifications applied for models of monkey V1 neurons. We show that these relatively simple models can nonetheless be useful for tasks such as object and visual texture recognition and we use the models to gain insight into how texture invariance arises in biological neurons.

Autores: Carsen Stringer, F. Du, M. A. Nunez-Ochoa, M. Pachitariu

Última atualização: 2024-07-02 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.30.601394

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.30.601394.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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