Avaliando a Exposição a Mosquitos nas Comunidades do Texas
Um estudo sobre Aedes aegypti e a exposição humana no Vale do Rio Grande Baixo.
― 7 min ler
Índice
O mosquito da febre amarela, conhecido como Aedes Aegypti, é um grande transmissor de doenças como Dengue, Zika, Chikungunya e Mayaro. Essas doenças são uma preocupação séria para a saúde em todo o mundo. Por exemplo, o vírus da dengue afeta cerca de 390 milhões de pessoas anualmente. Além disso, a Zika foi registrada em 87 países e a chikungunya causa grandes perdas de saúde. Sem vacinas eficazes, as autoridades de saúde focam em controlar as populações de mosquitos para minimizar a disseminação dessas doenças.
Aedes aegypti e Seu Impacto
Os mosquitos Aedes aegypti vivem em muitos lugares, principalmente em áreas urbanas. Eles são difíceis de controlar, e as tentativas de reduzir seus números tiveram sucesso misto. Com a mudança na distribuição global desses mosquitos, novas maneiras de monitorá-los e controlá-los são necessárias. Isso é especialmente crítico em áreas de alto risco onde esses mosquitos estão presentes, mesmo que não haja vírus ativos.
Uma dessas áreas de alto risco é o Vale do Rio Grande Inferior (LRGV) ao longo da fronteira entre os EUA e o México no Texas. Essa região já registrou transmissão local de vírus levados por mosquitos Aedes e até casos de malária humana. A presença do Aedes aegypti nessa área se deve à sua capacidade de se reproduzir em recipientes feitos pelo homem e à sua atração por populações humanas.
Comunidades em Risco
O LRGV consiste em comunidades de baixa renda chamadas colonias. Essas áreas frequentemente carecem de serviços básicos como saneamento adequado, o que pode contribuir para maiores populações de mosquitos. Essas comunidades são predominantemente hispânicas e enfrentam inúmeros desafios sociais. Entender os vários fatores que influenciam as populações de mosquitos e a exposição humana às suas picadas é essencial para estratégias de controle eficazes.
Estudos anteriores identificaram fatores de risco associados a um maior número de mosquitos, como o número de crianças em uma casa e características da habitação, como a presença de ar condicionado. Além disso, ter ar condicionado pode reduzir o risco de exposição à dengue, destacando a relação entre as condições de vida e o risco de doenças.
Desafios com Métodos de Avaliação Tradicionais
Os oficiais de saúde geralmente avaliam os esforços de controle de mosquitos com base em infecções humanas ou casos de doenças. Contudo, em regiões com baixo nível de doenças, como o LRGV, essa abordagem não é prática. Por exemplo, estudos mostraram que, mesmo que os mosquitos estejam infectados com vírus, pode não haver casos humanos suficientes para medir a eficácia das intervenções de forma confiável.
Para lidar com essa questão, os pesquisadores começaram a usar métodos diferentes para avaliar a exposição humana a picadas de mosquitos. Uma abordagem promissora envolve medir a resposta imunológica das pessoas a proteínas encontradas na saliva dos mosquitos. Quando os humanos são picados, eles produzem anticorpos contra essas proteínas, oferecendo uma forma de determinar a exposição passada a picadas de mosquitos.
Entendendo a Exposição Humana
Estudos recentes mostraram que o nível de anticorpos nas pessoas está correlacionado com a exposição a picadas de mosquitos. Isso significa que, ao examinar esses anticorpos, os pesquisadores podem estimar com que frequência as pessoas são picadas por mosquitos, mesmo em áreas onde a doença é menos comum.
Neste estudo, nosso objetivo foi comparar a resposta imunológica à saliva do Aedes aegypti com a abundância desses mosquitos no LRGV. Também analisamos fatores sociais e ambientais que afetam a exposição a picadas de mosquitos. As descobertas podem ajudar a melhorar programas de saúde pública e estratégias para controle de mosquitos nesta região e além.
Metodologia
O estudo foi realizado no Condado de Hidalgo, Texas, conhecido por seu clima subtropical úmido. Selecionamos várias comunidades de baixa renda para conduzir nossa pesquisa. Coletamos dados de residências através de questionários, armadilhas para mosquitos e amostras de sangue para análise.
As armadilhas para mosquitos foram montadas ao redor das casas para capturar quaisquer Aedes aegypti. O monitoramento se estendeu por vários meses para coletar dados sobre as populações de mosquitos. Além disso, foram realizados questionários para reunir informações sobre o conhecimento dos moradores sobre mosquitos, seus riscos à saúde e condições de vida.
Foram coletadas amostras de sangue dos participantes para medir suas respostas imunológicas a picadas de mosquitos. Essa coleta consistiu em pegar uma pequena quantidade de sangue e analisá-la para detectar anticorpos contra a saliva de mosquito.
Resultados dos Questionários
Os questionários revelaram que a maioria dos residentes reconhecia mosquitos adultos e estava ciente das doenças que eles podem transmitir. Apesar dessa conscientização, muitos indivíduos não conheciam pessoalmente ninguém que havia sido infectado com uma doença transmitida por mosquito. Isso destaca que, embora as pessoas estejam cientes do problema, o impacto pode não ser sentido diretamente em suas comunidades.
O tamanho médio dos lotes residenciais variou, e muitas casas tinham recipientes que retinham água, que podem servir como criadouros para mosquitos. A maioria das casas tinha algum tipo de ar condicionado, embora muitos lotes tivessem potenciais habitats para mosquitos.
Resultados da Coleta de Mosquitos
Durante o período do estudo, um número significativo de mosquitos Aedes aegypti foi coletado, indicando que esses mosquitos são prevalentes na área. Os níveis de anticorpos medidos nas amostras de sangue forneceram insights sobre quantas picadas os indivíduos nessas comunidades estavam provavelmente experimentando.
Os dados coletados dos questionários e da coleta de mosquitos forneceram um panorama abrangente da relação entre as populações de Aedes aegypti e a exposição humana a picadas.
Análise do Risco de Exposição
Usando os dados coletados, analisamos o impacto de vários fatores na exposição a picadas de mosquitos. Descobrimos que fatores como renda familiar, idade dos residentes e número de mosquitos nas proximidades eram preditores significativos de exposição.
Curiosamente, indivíduos de lares de maior renda relataram mais exposição a picadas de mosquito. Isso foi surpreendente, já que poderia se supor que comunidades de menor renda enfrentariam maiores riscos devido a condições de vida piores. No entanto, lares de maior renda podem ter mais espaços externos que atraem mosquitos, levando a mais picadas.
A idade também desempenhou um papel; indivíduos mais jovens estavam mais propensos a ser picados do que os mais velhos. Isso pode ser devido ao fato de que crianças costumam brincar do lado de fora, aumentando suas chances de exposição a mosquitos.
Conclusão
O estudo reforçou a ideia de que a resposta dos anticorpos Nterm-34kDa pode servir como um indicador eficaz da exposição humana a picadas de Aedes aegypti. Esse método oferece uma maneira alternativa para os oficiais de saúde pública monitorarem e avaliarem intervenções voltadas para o controle das populações de mosquitos.
Entender os vários riscos associados à exposição a mosquitos é crucial para desenvolver estratégias direcionadas para proteger comunidades vulneráveis. Ao utilizar métodos alternativos como biomarcadores sorológicos, programas de saúde pública podem adaptar suas abordagens em regiões com baixos níveis de transmissão de doenças.
No geral, essa pesquisa esclarece as complexidades do controle de mosquitos e os fatores que impulsionam a exposição humana a picadas. As percepções obtidas podem ajudar a moldar futuras iniciativas de saúde pública para melhor proteger comunidades que vivem ao longo da fronteira EUA-México e outras regiões similares.
Título: Little disease but lots of bites: social, urbanistic, mobility, and entomological risk factors of human exposure to Aedes aegypti in South Texas, U.S.
Resumo: BackgroundAedes aegypti presence, human-vector contact rates, and Aedes-borne virus transmission are highly variable through time and space. The Lower Rio Grande Valley (LRGV), Texas, is one of the few regions in the U.S. where local transmission of Aedes-borne viruses occurs, presenting an opportunity to evaluate social, urbanistic, entomological, and mobility-based factors that modulate human exposure to Ae. aegypti. Methodology & Principal FindingsMosquitoes were collected using BG-Sentinel 2 traps during November 2021 as part of an intervention trial, with knowledge, attitudes, and practices (KAP) and housing quality surveys to gather environmental and demographic data. Human blood samples were taken from individuals and a Bitemark Assay (ELISA) was conducted to quantify human antibodies to the Ae. aegypti Nterm-34kDa salivary peptide as a measure of human exposure to bites. In total, 64 houses were surveyed with 142 blood samples collected. More than 80% of participants had knowledge of mosquito-borne diseases and believed mosquitoes to be a health risk in their community. Our best fit generalized linear mixed effects model found four fixed effects contributed significantly to explaining the variation in exposure to Ae. aegypti bites: higher annual household income, younger age, larger lot area, and higher female Ae. aegypti abundance per trap night averaged over 5 weeks prior to human blood sampling. ConclusionsMost surveyed residents recognized mosquitoes and the threat they pose to individual and public health. Urbanistic (i.e., lot size), social (i.e., income within a low-income community and age), and entomological (i.e., adult female Ae. aegypti abundance) factors modulate the risk of human exposure to Ae. aegypti bites. The use of serological biomarker assays, such as the Bitemark Assay, are valuable tools for surveillance and risk assessment of mosquito-borne disease, especially in areas like the LRGV where the transmission of target pathogens is low or intermittent. Author SummaryAedes aegypti is a mosquito vector with public health importance on the global scale as it transmits viruses such as dengue, chikungunya, and Zika. Although transmission rates of dengue and Zika are low in the U.S., there are a few regions, including south Texas, where local transmission has occurred. Our study aimed to evaluate the factors associated with risk of exposure to these viruses using a serological bioassay that measured antibody response to an Ae. aegypti salivary protein to assess human-vector contact. We collected mosquitoes, took human-blood samples, and conducted urbanistic and demographic surveys in November 2021 in eight communities in the Lower Rio Grande Valley, Texas. Our knowledge, attitude, and practices survey found that most residents recognized adult mosquitoes, though few individuals knew someone personally who been sick with a mosquito-borne disease. Outdoor adult female Ae. aegypti abundance was positively associated with exposure to mosquito bites. Household income, individual age, and lot area also significantly affected exposure levels. The Bitemark Assay we used in this study can be utilized as a tool for entomological risk assessment and could be used as an alternative to infection exposure in areas where mosquito-borne disease levels are low.
Autores: Nicole Scavo, J. G. Juarez, L. F. Chaves, N. A. Fernandez, E. Carbajal, J. Perkin, B. Londono-Renteria, G. L. Hamer
Última atualização: 2024-02-13 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.12.24302266
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.12.24302266.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.