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# Ciências da saúde# Epidemiologia

Desafios da Vacinação Contra o Sarampo na Holanda

Analisando os riscos de crianças não vacinadas e as conexões de surtos nas escolas holandesas.

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Índice

Sarampo é um vírus altamente contagioso que pode causar sérios problemas de saúde. A Vacinação é a melhor maneira de prevenir o sarampo, e a vacina tríplice viral (MMR) tem se mostrado eficaz. A Organização Mundial da Saúde estabeleceu objetivos para eliminar o sarampo em todo o mundo. Uma parte fundamental para alcançar isso é vacinar cerca de 95% da população, o que ajuda a interromper a propagação da doença. No entanto, muitos países estão enfrentando um aumento no número de crianças não vacinadas devido à hesitação dos pais em vacinar e às taxas de vacinação mais baixas após a pandemia de COVID-19.

Desafios na Vacinação

Mesmo em algumas regiões onde uma alta porcentagem de pessoas recebeu a vacina MMR, Surtos de sarampo continuam a acontecer. Isso ocorre porque a imunidade coletiva assume que a vacinação está distribuída uniformemente entre a população. Na prática, famílias que não aceitam vacinas costumam pertencer a certos grupos sociais ou religiosos. Isso significa que crianças não vacinadas frequentemente interagem entre si, o que pode levar a surtos. Esses surtos não só dificultam os esforços de vacinação, mas também representam riscos para grupos vulneráveis, como crianças pequenas que não podem ser vacinadas e pessoas com condições médicas específicas.

Em países como os Países Baixos, algumas comunidades têm taxas de vacinação notavelmente baixas. Por exemplo, a Igreja Protestante Ortodoxa e a comunidade Antroposófica muitas vezes optam por não vacinar seus filhos, o que leva a grandes aglomerados de crianças não vacinadas. Isso resultou em vários surtos significativos de sarampo desde a introdução da vacina MMR em 1989, incluindo surtos importantes em 1999 e 2013 que afetaram dezenas de milhares de pessoas.

Contexto das Escolas Holandesas e a Aceitação da Vacina

Na Holanda, a maioria das escolas está ligada a grupos religiosos ou filosóficos específicos. Uma análise mostrou que escolas associadas às comunidades Protestante Ortodoxa e Antroposófica tinham taxas mais altas de crianças não vacinadas. Esse aglomerado de crianças não vacinadas pode explicar surtos menores localizados, mas não explica surtos maiores que ocorrem em diferentes regiões.

O foco simples nas taxas de vacinação nas escolas não considera como irmãos Não vacinados podem interagir entre si, potencialmente criando aglomerados maiores de crianças não vacinadas em áreas geográficas mais amplas. Para entender melhor esses padrões, os pesquisadores pretendem analisar as conexões entre escolas e as casas das crianças não vacinadas.

Construindo uma Rede Escola-Casa

Para estudar os riscos do sarampo, foi desenvolvido um modelo que mapeia as relações entre escolas e lares. Dados do Ministério da Educação dos Países Baixos foram usados para encontrar conexões entre as escolas com base em onde os alunos moram. Ao entender quantas crianças não vacinadas frequentam diferentes escolas e como essas escolas estão conectadas através de lares, os pesquisadores esperam obter insights sobre o potencial de surtos de sarampo.

Essa análise é importante porque considera como a estrutura do sistema educacional contribui para a propagação de doenças. Estudos anteriores mostraram que escolas e casas são lugares chave para o contato próximo, o que influencia significativamente a transmissão de doenças infecciosas.

Analisando a Rede Escolar

Os pesquisadores construíram uma rede abrangente de escolas projetada para mostrar como elas interagem com base em contatos familiares. Eles calcularam as conexões entre as escolas contando os pares únicos de alunos que frequentam escolas diferentes, mas moram no mesmo endereço. Essas informações ajudaram a construir uma imagem mais clara de como as escolas estão conectadas em relação a indivíduos não vacinados.

A força das conexões entre as escolas foi medida, e uma distância de rede também foi calculada para mostrar como as escolas se relacionam geograficamente. Vários modelos foram usados para examinar como as taxas de vacinação afetam os riscos de surtos.

Estrutura Comunitária nas Escolas

Para ver como as escolas estão conectadas com base em suas afiliações, a rede foi analisada por padrões comunitários. Escolas que estão mais conectadas entre si formam comunidades. Um método chamado detecção de comunidade foi utilizado, que ajuda a identificar grupos de escolas que estão mais ligadas e podem ter taxas semelhantes de vacinação.

Os resultados mostraram que as escolas tendem a formar comunidades mais com base na proximidade geográfica do que em crenças ou afiliações compartilhadas. Isso é importante porque indica que, enquanto algumas comunidades podem ter baixas taxas de vacinação, sua distribuição geográfica também desempenha um papel significativo em como os surtos ocorrem.

Avaliando Padrões de Conexão

A análise focou em como as escolas se relacionam umas com as outras, especialmente dentro dos mesmos grupos religiosos. Os pesquisadores calcularam índices de homofilia, que medem a probabilidade de escolas da mesma denominação estarem conectadas. Isso revelou que algumas denominações tinham uma tendência maior de as escolas estarem ligadas do que outras.

Além de examinar conexões com base na afiliação religiosa, a análise também considerou as distâncias geográficas entre as escolas. Escolas com uma baixa razão de distância foram encontradas como mais próximas do que outras. Essas informações ajudam a entender como as afiliações escolares podem influenciar o risco de surtos de sarampo nas comunidades.

Simulando Surtos de Sarampo

Para entender como essas conexões podem levar a surtos, os pesquisadores criaram simulações da propagação do sarampo com base em seu modelo de rede. Cada escola recebeu um dos três estados: suscetível, infectado ou recuperado. O tamanho de qualquer surto era determinado pelo número de alunos em cada escola que estavam não vacinados.

Nas simulações, escolas com taxas de vacinação baixas geraram surtos maiores. As escolas Protestantes Ortodoxas, em particular, foram encontradas em maior risco devido à sua baixa cobertura vacinal e fortes conexões entre lares.

Ao realizar essas simulações, os pesquisadores puderam compará-las com dados reais de surtos anteriores. Eles descobriram que seu modelo poderia prever com precisão a propagação do sarampo durante o surto que ocorreu em 2013/14, o que confirmou ainda mais que as interações entre escolas e lares influenciam significativamente a transmissão da doença.

Resultados dos Estudos de Simulação

Os resultados das simulações destacaram que as escolas Protestantes Ortodoxas foram centrais na criação de surtos maiores em comparação com outros tipos de escolas, como as escolas Antroposóficas. Isso contrasta com os pequenos surtos observados nas últimas comunidades. Os padrões de conexão e as baixas taxas de vacinação nas escolas Protestantes Ortodoxas tornam-nas particularmente vulneráveis a surtos generalizados de sarampo.

Os estudos sugeriram que, se as estruturas sociais e religiosas permanecessem as mesmas, padrões semelhantes nos tamanhos dos surtos poderiam ser esperados no futuro. Isso indica a necessidade de monitoramento contínuo e esforços direcionados de saúde pública para mitigar o risco de surtos nessas comunidades.

Conclusão e Direções Futuras

A análise abrangente da rede escolar revela informações críticas sobre como grupos sociais específicos estão conectados e como isso afeta a vacinação e os surtos de sarampo. As descobertas ressaltam a importância de entender as estruturas comunitárias ao planejar campanhas de vacinação e iniciativas de saúde pública.

Focando em áreas com altas concentrações de crianças não vacinadas e entendendo suas conexões de rede, equipes de saúde pública podem direcionar melhor as intervenções. A pesquisa também estabelece a base para estudar outras doenças infecciosas e avaliar a eficácia de diferentes estratégias de saúde pública.

O estudo contínuo das taxas de vacinação e seus impactos nas comunidades será vital para manter os níveis de imunidade coletiva e prevenir surtos futuros. As percepções obtidas dessa pesquisa podem, em última análise, apoiar os esforços para melhorar as respostas de saúde pública na Holanda e em contextos similares globalmente.

Fonte original

Título: Anticipating the risk and spatial spread of measles in populations with high MMR uptake: using school-household networks to understand the 2013 - 2014 outbreak in the Netherlands.

Resumo: Measles outbreaks are still routine, even in countries where vaccination coverage exceeds the guideline of 95%. Therefore, achieving ambitions for measles eradication will require understanding how unvaccinated children interact with others who are unvaccinated. Here we propose a novel framework for modelling measles transmission to better understand outbreaks in high uptake situations. The high importance of school- and home-based transmission to overall outbreak dynamics is well established. Making use of this, we created a network of all primary and secondary schools in the Netherlands based on the total number of household pairs between each school. A household pair are siblings from the same household who attend a different school. We parameterised the network with individual level administrative household data provided by the Dutch Ministry for Education and estimates of school level uptake of the Mumps, Measles and Rubella (MMR) vaccine. We analyse the network to establish the relative strength of contact between schools. We simulated measles outbreaks on the network and evaluated the model against empirical measles data per postcode-area from a large outbreak in 2013 (2766 cases), comparing the model to alternative models that do not account for specific network structure or school-level vaccine uptake. Our network analysis shows that schools associated with low vaccine uptake are highly connected, particularly Orthodox-Protestant schools (Coleman Homophily Index = 0.63). Simulations on the Network were able to reproduce the observed size and spatial distribution of the historic outbreak much more clearly than the alternative models, with a case weighted Receiver Operating Condition sensitivity of 0.94 for the data-driven network model and 0.38 and 0.23 for the alternative models. Further, we establish that variation in local network properties result in clear differences in final size of outbreaks seeded in orthodox-protestant-affiliated and other schools with low MMR coverage. Our framework indicates that clustering of unvaccinated children in primary schools connected by unvaccinated children in related secondary schools lead to large, connected clusters of unvaccinated children. Using our approach, we could explain historical outbreaks on a spatial level. Our framework could be further developed to aid future outbreak response.

Autores: James D Munday, K. E. Atkins, D. Klinkenberg, M. Meurs, E. Fleur, S. J. Hahne, J. Wallinga, A. J. van Hoek

Última atualização: 2024-02-21 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.20.24302866

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.20.24302866.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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