Doenças zoonóticas e comércio de carne de caça: um risco à saúde
Entendendo os impactos na saúde do comércio de carne de caça na África Subsaariana.
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Índice
- Carne de Animais Selvagens e Doenças Zoonóticas
- A Necessidade de Conscientização
- Envolvimento da Comunidade
- Aprendendo Através de Vídeos e Estudos de Caso
- Área de Estudo
- Envolvimento da Comunidade
- Design do Estudo e Participantes
- Coleta de Dados
- Considerações Éticas
- Analisando Dados
- Informações dos Participantes
- Conscientização sobre Doenças Zoonóticas
- Mudanças Comportamentais
- Práticas de Saúde e Segurança
- Insights das Discussões
- Importância do Acesso à Saúde
- Conclusão
- Fonte original
A caça de animais selvagens rola faz um tempão, mas vem com riscos. Um desses riscos é a transmissão de doenças dos bichos pros humanos, que são as Doenças Zoonóticas. Esse problema é bem sério na África subsaariana, onde a caça e a venda de carne de animais selvagens geralmente geram preocupações de saúde. As doenças zoonóticas já foram responsáveis por várias epidemias no passado e podem causar mais no futuro. As estatísticas são alarmantes: mais de 75% das novas doenças são zoonóticas, 60% vêm de animais pra humanos, e um bom número tá ligado a ameaças de bioterrorismo. Todo ano, milhões de casos e mortes estão ligados a essas doenças.
Carne de Animais Selvagens e Doenças Zoonóticas
O comércio e o consumo de carne de animais selvagens criam um ambiente arriscado pra espalhar doenças. Elas podem se espalhar de forma direta, tipo mordidas ou contato com sangue de animal, ou indireta, através de comida ou água contaminada. Muitas etapas da cadeia de suprimentos da carne de animais selvagens - desde a captura dos animais até a venda da carne - são oportunidades pra doenças se espalharem.
Na África subsaariana, geralmente não tem padrões de segurança pra proteger contra esses riscos de saúde durante o comércio de carne de animais selvagens. Isso facilita o contato de caçadores, vendedores e compradores com doenças zoonóticas. Nessa região, a carne de animais selvagens é vital pra cultura local e nutrição. Por exemplo, na Nigéria, o comércio de carne de animais selvagens cresceu rápido, com milhares de quilos vendidos todo ano por conta dos lucros altos.
A Necessidade de Conscientização
Saber sobre doenças zoonóticas é essencial pra proteção. Infelizmente, muitas pessoas que trabalham nesse comércio, especialmente na Nigéria, não têm conhecimento sobre os perigos. Crenças culturais e práticas antigas geralmente passam por cima das preocupações de saúde. Por isso, educar caçadores e comerciantes de carne de animais selvagens sobre essas doenças é crucial pra saúde deles e da comunidade em geral.
O projeto West Africa One Health (WAOH) tem como objetivo abordar esse problema. Ele usa uma abordagem focada na comunidade pra melhorar o conhecimento sobre doenças zoonóticas. Ao envolver a comunidade no processo de pesquisa, o projeto busca criar soluções personalizadas que se conectem com as práticas e crenças locais.
Envolvimento da Comunidade
As Redes de Ação Comunitária (CAN) são chave pra esse projeto. Elas ajudam as comunidades a participar da compreensão e enfrentamento de questões de saúde. A abordagem CAN se mostrou eficaz em várias situações de saúde. Ela permite que as comunidades identifiquem seus problemas e trabalhem com tomadores de decisão pra encontrar soluções.
Esse método é especialmente importante no monitoramento de doenças. Ao avaliar as necessidades e conhecimentos da comunidade, dá pra coletar informações que ajudem a desenhar intervenções que alcancem as pessoas de forma eficiente. Embora várias táticas tenham sido usadas pra informar as comunidades sobre doenças zoonóticas, usar documentários em vídeo e estudos de caso ainda é algo novo, especialmente no contexto das CAN.
Aprendendo Através de Vídeos e Estudos de Caso
Usar vídeos pra educação se mostrou uma maneira poderosa de promover mudanças na saúde. Eles tornam o aprendizado mais acessível e podem incentivar comportamentos positivos. A abordagem de estudo de caso também é útil pra mostrar como diferentes fatores afetam a saúde na vida real.
Esse estudo focou em usar um documentário em vídeo e estudos de caso pra aumentar a conscientização sobre doenças zoonóticas entre caçadores e vendedores de animais selvagens em Epe, uma cidade no estado de Lagos, Nigéria.
Área de Estudo
Epe tá localizada na zona de floresta tropical e tem uma população de cerca de 269.000 pessoas, principalmente da tribo Yoruba. A pesca é o trabalho principal, mas a caça ainda é comum, criando uma conexão com a vida selvagem.
Envolvimento da Comunidade
Antes de começar o projeto, a equipe se reuniu com membros chave da comunidade, como líderes de mercado e chefes de grupos de caça. Eles explicaram o projeto e pediram ajuda pra recrutar participantes. Essa abordagem ajudou a construir confiança e garantir que o projeto tivesse apoio de membros influentes da comunidade.
Design do Estudo e Participantes
O projeto usou um design quase experimental, coletando dados antes e depois da intervenção. Os participantes incluíram caçadores e comerciantes de animais selvagens, todos parte de uma comunidade que interage de perto com os animais.
Um total de 39 indivíduos participaram, com discussões em grupos. As sessões duraram de 45 a 60 minutos e exploraram o conhecimento deles sobre doenças zoonóticas, práticas de segurança e experiências relacionadas ao trabalho deles.
Coleta de Dados
Pra coletar informações, os pesquisadores usaram questionários que cobriam detalhes pessoais, conhecimento sobre doenças zoonóticas e medidas de segurança adotadas pelos participantes. O estudo também incluiu a exibição de um documentário e discussões sobre doenças zoonóticas.
O documentário, chamado “IFURA,” que significa “Cuidado,” estava na língua local Yoruba e consistia em quatro segmentos: uma introdução às doenças zoonóticas, reconhecimento de sintomas de doenças, medidas preventivas pra caçadores e vendedores e colaboração com as autoridades de saúde locais.
O vídeo foi exibido três vezes pra garantir que a mensagem fosse entendida. Após cada exibição, os participantes deram suas opiniões e fizeram perguntas. As discussões que se seguiram se concentraram em lidar com casos da vida real de doenças zoonóticas como Mpox e antraz.
Considerações Éticas
A pesquisa seguiu diretrizes éticas. Aprovada pelo conselho de revisão local, os participantes foram convidados a dar consentimento, enquanto sua privacidade era garantida durante o estudo.
Analisando Dados
Os dados coletados dos participantes foram inseridos em um programa de computador pra análise. Dados qualitativos foram cuidadosamente examinados em busca de temas, e estatísticas foram usadas pra avaliar o conhecimento antes e depois da intervenção.
Informações dos Participantes
A idade média dos participantes era em torno de 47 anos, a maioria masculina, e com uma boa formação educacional. Muitos estavam envolvidos em caça ou comércio de vida selvagem há mais de uma década.
Conscientização sobre Doenças Zoonóticas
Antes da intervenção, muitos participantes não sabiam que doenças podiam vir de animais. Porém, a conscientização aumentou bastante depois da intervenção educacional. Os participantes aprenderam sobre como as doenças podem se espalhar por inalação, contato próximo com animais e consumo de produtos infectados.
Mudanças Comportamentais
Houve mudanças notáveis na forma como os participantes viam as práticas de segurança. A maioria concordou que era perigoso comer animais que morreram por causas desconhecidas, e muitos se mostraram dispostos a aprender mais sobre doenças zoonóticas e práticas seguras.
Práticas de Saúde e Segurança
Apesar do contato regular com a vida selvagem, muitos participantes não receberam treinamento sobre doenças zoonóticas. A maioria não buscou exames médicos ou check-ups, revelando lacunas na conscientização sobre segurança. Alguns confiavam em remédios locais em vez de procurar ajuda médica moderna pra ferimentos ou doenças.
Insights das Discussões
Muitos participantes duvidavam que as doenças zoonóticas fossem uma ameaça real pros humanos. Eles frequentemente arriscavam ao processar animais que haviam morrido de causas desconhecidas, acreditando que, se a carcaça parecia fresca, era seguro comer.
Havia também pouca crença de que eles tinham algum papel no monitoramento de doenças, refletindo uma falta de entendimento dos riscos envolvidos no trabalho deles. No entanto, eles reconheceram a necessidade de relatar ameaças à segurança da comunidade, como animais selvagens perigosos.
Acesso à Saúde
Importância doOs participantes expressaram a necessidade de melhores serviços de saúde adaptados à situação deles. Eles acreditavam que melhorar o acesso à saúde ajudaria na prevenção de doenças, embora priorizassem a saúde em vez do lucro econômico.
Conclusão
Melhorar o conhecimento sobre doenças zoonóticas é vital pras comunidades envolvidas no comércio de vida selvagem, especialmente em áreas de alto risco. O projeto mostrou que usar uma abordagem focada na comunidade com ferramentas como vídeos e estudos de caso pode aumentar significativamente a conscientização e compreensão dessas doenças.
Os resultados positivos da intervenção destacam a necessidade de educação contínua e envolvimento da comunidade em iniciativas de saúde. Ao capacitar as comunidades locais com conhecimento, é possível mitigar os riscos associados às doenças zoonóticas. Essa abordagem pode informar políticas futuras e levar a melhores resultados de saúde pras comunidades envolvidas na caça e comércio de vida selvagem.
Título: Innovative Approaches to Improve Knowledge of Zoonoses among Wildlife Hunters and Traders in Epe, Lagos, Nigeria: A Community Action Network-Based Intervention
Resumo: The West Africa One Health project is a multi-country project designed to utilise the One Health approach and deploy the Community Action Networks (CAN) to improve knowledge of high-risk communities on zoonoses. Majority of emerging zoonoses occur at the human-wildlife interface, of which wildlife hunters and traders are critical stakeholders. We assessed the effectiveness of a CAN-based intervention involving the use of a video documentary and case studies as model tools in improving the knowledge of zoonoses among wildlife hunters and traders in Epe, an established hunting community in Lagos State, Nigeria. A quasi-experimental study design involving a total of 39 consenting registered wildlife stakeholders was adopted. A pre-tested, semi-structured, interviewer-administered questionnaire was used to obtain data on the participants sociodemographic characteristics, awareness level, and knowledge of zoonoses pre and post CAN-based intervention. Data were analysed using descriptive statistics McNemar and Wilcoxon Signed Ranks tests at a 5% level of significance. The mean age of the participants was 46.7 {+/-} 10.9 years. Most (76.9%) identified as male and had at least secondary education (89.7%). The number of participants who were aware that diseases could be contracted from animals and that it could be through inhalation and close contact increased significantly from 13 (33.3%), 2 (5.1%), and 9 (23.1%) pre-intervention to 37 (94.9 %), 11 (28.2%), and 21 (53.8%) post-intervention, respectively. The overall median knowledge score increased significantly from 1 (Interquartile range (IQR): 0 - 2) pre-intervention to 3 (IQR: 2 - 4) post-intervention. The CAN-based intervention involving the use of a video documentary and case studies as model tools was effective in improving the knowledge of zoonoses among wildlife hunters and traders in the hunting community and may be beneficial for future practice.
Autores: Simeon Cadmus, E. J. Awosanya, H. H. Adesokan, V. O. Akinseye, F. Olaleye, O. Morenikeji, O. E. Fawole, R. Ansumana, K. O. Ayinmode, D. O. Oluwayelu
Última atualização: 2024-02-29 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.27.24303439
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.27.24303439.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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