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Entendendo a Dispersão em Biofilmes de Vibrio cholerae

Novas descobertas sobre como as bactérias saem dos biofilmes podem melhorar o tratamento de infecções.

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Biofilmes são grupos de bactérias que grudam umas nas outras e formam uma camada protetora, geralmente em superfícies. Essas comunidades estão em toda parte na natureza e podem causar infecções nas pessoas. Quando as bactérias formam biofilmes, elas trabalham juntas para juntar nutrientes e se defender de ameaças do ambiente. Esse comportamento em grupo dificulta a eliminação dessas bactérias, seja em hospitais ou indústrias. O ciclo de vida dos biofilmes inclui várias etapas, como adesão, crescimento e Dispersão. Embora se saiba muito sobre como os biofilmes crescem, a fase de dispersão, onde as bactérias saem do biofilme para se espalhar por novas áreas, é menos compreendida, mas é super importante.

O Que Sabemos Sobre Dispersão

Estudos recentes usaram técnicas de triagem avançadas para encontrar os genes que controlam como as bactérias, especificamente o Vibrio cholerae, se dispersam. Mesmo que já saibamos algumas das moléculas envolvidas nesse processo, como elas trabalham juntas no espaço e no tempo ainda é um mistério.

Para observar como as bactérias individuais se movem dentro de um biofilme, os pesquisadores usaram proteínas fluorescentes especiais, mas essas podem ser complicadas para estudos a longo prazo. As proteínas fluorescentes tradicionais podem perder o brilho quando o ambiente muda, como quando não há oxigênio suficiente. Opções mais novas, como proteínas ativadas por fluorógeno (FAPs), são melhores para esse propósito. As FAPs não precisam de condições especiais para brilhar e conseguem manter o brilho ao longo do tempo, mesmo em ambientes difíceis.

Vantagens das FAPs

As FAPs são um tipo de proteína engenheirada que transforma moléculas não fluorescentes em fluorescentes quando se ligam. Isso significa que elas podem iluminar as bactérias de uma forma mais estável do que as proteínas fluorescentes tradicionais. Como algumas cores de luz conseguem penetrar mais fundo nos materiais, usar FAPs de far-red facilita ver as células dentro do biofilme sem danificá-las. Essa capacidade de brilhar de forma intensa e estável torna as FAPs perfeitas para estudar como os biofilmes se desenvolvem e mudam.

Estudo de Biofilmes Usando FAPs

Neste estudo, os pesquisadores usaram a tecnologia FAP para olhar de perto como o biofilme de Vibrio cholerae se comporta durante a fase de dispersão. Eles introduziram um gene de FAP no genoma do Vibrio cholerae para ver como isso afetaria a visibilidade das bactérias nos biofilmes. Quando essas bactérias modificadas foram cultivadas nas condições certas, elas emitiram um brilho forte e estável, o que permitiu uma observação detalhada das mudanças na estrutura e no comportamento do biofilme à medida que as bactérias começaram a se dispersar.

Os resultados mostraram que cerca de 75% das bactérias deixaram o biofilme durante a dispersão, enquanto os 25% restantes ficaram para trás. As bactérias que ficaram estavam principalmente no núcleo do biofilme, enquanto as que estavam nas bordas saíram primeiro. Os pesquisadores notaram um padrão onde canais se formaram no biofilme durante a dispersão, permitindo que as bactérias se movessem mais facilmente. Eles também viram que esse comportamento muda em bactérias com certas mutações genéticas.

Padrões de Dispersão em Vibrio cholerae

Ao olhar o movimento das bactérias durante a dispersão, os pesquisadores queriam entender se as bactérias no centro do biofilme ou as que estavam nas bordas estavam saindo primeiro. Três padrões principais foram considerados:

  1. Inside-Out: Células no núcleo do biofilme saem primeiro.
  2. Outside-In: Células nas bordas do biofilme saem primeiro.
  3. Random: Células saem de forma aleatória, independente da posição.

Analisando os dados coletados dos experimentos com FAP, eles descobriram que, nas primeiras horas de dispersão, as bactérias saíam principalmente das bordas, sugerindo um padrão "outside-in". No entanto, com o passar do tempo, o movimento geral começou a se parecer mais com o modelo aleatório.

Compressão e Formação de Canais

Durante a fase de dispersão, os pesquisadores também observaram que o biofilme parecia se comprimir. À medida que algumas bactérias saíam, as que permaneciam eram empurradas para o centro, causando uma mudança na estrutura. Ao quantificar como as células se moviam dentro do biofilme, eles descobriram que, à medida que as bactérias se dispersavam, as que ficaram se comprimiram mais em direção ao núcleo.

Além disso, identificaram regiões dentro do biofilme onde o movimento bacteriano era maior, chamadas de "canais". Com o tempo, esses canais se tornaram menos prevalentes, indicando que a estrutura e as propriedades do biofilme estavam mudando durante a dispersão.

Efeitos de Mutantes de Dispersão

Os pesquisadores também olharam para diferentes cepas bacterianas que tinham mutações que afetavam sua capacidade de dispersar. Eles testaram três mutantes específicos:

  1. ΔcheY: Essa cepa não consegue mudar facilmente sua direção de natação.
  2. ΔlapG: Essa cepa não consegue quebrar certas proteínas que ajudam a unir as células.
  3. ΔrbmB: Essa cepa não consegue degradar açúcares específicos na matriz do biofilme.

Cada um desses mutantes teve um padrão de dispersão diferente. Por exemplo, a cepa ΔcheY mostrou uma quantidade significativa de bactérias permanecendo no biofilme após a fase de dispersão. Enquanto isso, a cepa ΔlapG exibiu um padrão mais restrito que mostrou pouca variação em relação a onde as células estavam saindo.

O Papel de RbmA na Dispersão

Para explorar melhor como as mudanças estruturais impactam o comportamento do biofilme, os pesquisadores olharam para uma cepa chamada ΔrbmA, que não tem uma proteína que ajuda as células a grudarem. Eles descobriram que essa cepa se dispersou quase completamente, com as bactérias saindo a uma taxa incomum após as primeiras horas. O padrão de dispersão nesse mutante foi aleatório, em vez de uma saída estruturada vista nas cepas selvagens.

Principais Descobertas

  1. Complexidade da Dispersão: A dispersão de biofilmes de Vibrio cholerae é um processo complexo que não é uniforme. Em vez disso, envolve interações entre diferentes bactérias.
  2. Influências Moleculares: Proteínas específicas desempenham papéis cruciais na forma como as bactérias se dispersam dos biofilmes. Algumas ajudam a quebrar as conexões entre as células, enquanto outras controlam o movimento.
  3. Propriedades Mecânicas: A estrutura física do biofilme afeta como as bactérias se movem durante a dispersão. Em biofilmes onde as conexões são mais fracas, as células podem se mover mais livremente.
  4. Futuras Investigações: Mais estudos estão planejados para explorar as mudanças na expressão gênica e no comportamento das células restantes após a dispersão, além de ver se essas descobertas se aplicam a outros tipos de bactérias que formam biofilmes.

Conclusão

Essa pesquisa destaca a importância de entender biofilmes e sua dispersão, que pode ter implicações para tratar infecções ou controlar o crescimento bacteriano em vários ambientes. Usar tecnologias de rotulagem avançadas como as FAPs ajuda os pesquisadores a ter uma visão mais clara do que está acontecendo nessas complexas comunidades bacterianas, oferecendo insights que poderiam contribuir para melhores métodos de gerenciamento de infecções bacterianas.

As descobertas sugerem que as bactérias dentro dos biofilmes exibem comportamentos diferentes com base em sua localização, composição genética e na estrutura física do biofilme em si. Esses insights podem levar a estratégias mais eficazes para prevenir e tratar infecções bacterianas no futuro.

Fonte original

Título: Biofilm dispersal patterns revealed using far-red fluorogenic probes

Resumo: Bacteria frequently colonize niches by forming multicellular communities called biofilms. To explore new territories, cells exit biofilms through an active process called dispersal. Biofilm dispersal is essential for bacteria to spread between infection sites, yet how the process is executed at the single-cell level remains mysterious. Here, we characterize dispersal at unprecedented resolution for the global pathogen Vibrio cholerae. To do so, we first developed a far-red cell-labeling strategy that overcomes pitfalls of fluorescent protein-based approaches. We reveal that dispersal initiates at the biofilm periphery and [~]25% of cells never disperse. We define novel micro-scale patterns that occur during dispersal, including biofilm compression and the formation of dynamic channels. These patterns are attenuated in mutants that reduce overall dispersal or that increase dispersal at the cost of homogenizing local mechanical properties. Collectively, our findings provide fundamental insights into the mechanisms of biofilm dispersal, advancing our understanding of how pathogens disseminate.

Autores: Andrew A. Bridges, J. A. Prentice, S. Kasivisweswaran, R. van de Weerd

Última atualização: 2024-07-15 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.15.603607

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.15.603607.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

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