Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Biologia# Biologia do Desenvolvimento

Insights sobre o Desenvolvimento do Embrião Humano e Aneuploidia

A pesquisa traz à tona a saúde dos embriões e os desafios da aneuploidia.

― 7 min ler


Saúde e Desafios doSaúde e Desafios doEmbrião Humanoaneuploidia.na viabilidade do embrião e naPesquisas mostram fatores importantes
Índice

A fertilidade humana é mais baixa se comparada a outros mamíferos. Só cerca de 30% das gravidezes resultantes de concepções humanas levam a um nascimento vivo. Essa taxa de sucesso baixa é parcialmente devido a problemas que acontecem no início do desenvolvimento embrionário, especialmente durante as primeiras divisões celulares. Essas divisões iniciais muitas vezes resultam em aneuploidia, que significa que as células ganham ou perdem cromossomos. Um alto índice de aneuploidia durante essas divisões iniciais é visto como um fator que contribui para a baixa fertilidade e várias questões de desenvolvimento.

Quando os humanos passam por fertilização in vitro (FIV), muitos embriões formados podem ter uma mistura de células normais (diplóides) e aquelas com aneuploidia (aneuplóides). Estima-se que cerca de 60% dos embriões criados por FIV têm esse mix de tipos celulares. No entanto, ainda não sabemos como esses embriões lidam com essas anomalias.

Conforme o desenvolvimento avança, a frequência de aneuploidia diminui. Curiosamente, em alguns casos, embriões com uma mistura de células normais e anormais ainda podem se desenvolver em bebês saudáveis. Pesquisas mostraram que embriões com um número específico de células anormais ainda têm a mesma chance de resultar em nascimentos saudáveis, parecido com embriões que têm apenas células normais. Entender os motivos pelos quais esses embriões mistos conseguem se desenvolver é fundamental.

Modelos de Camundongo para Estudar o Desenvolvimento Embrionário

Para estudar os problemas da aneuploidia e seus efeitos no desenvolvimento embrionário, os pesquisadores costumam usar modelos de camundongo. Como preocupações éticas limitam estudos diretos em embriões humanos, os camundongos oferecem uma alternativa viável. As fases iniciais de desenvolvimento nos camundongos são bem parecidas com as dos humanos, mesmo que o tempo seja um pouco diferente.

No desenvolvimento embrionário de camundongos, as células do lado de fora formam o trofectoderma extra-embrionário, que acaba se desenvolvendo na placenta. As células do lado de dentro formam a massa celular interna, que vai se tornar o feto.

Recentemente, cientistas criaram um modelo de camundongo que imita a aneuploidia induzida por um medicamento específico. Esse modelo permite que os pesquisadores analisem como essas células anormais se comportam durante o desenvolvimento. O medicamento reversine, que afeta a divisão celular, foi usado para criar condições nesses embriões que provocam aneuploidia. As descobertas mostraram que embriões tratados com reversine desenvolvem muitas células anormais, mas acabam se livrando dessas células com a implantação.

Os pesquisadores também procuraram alternativas ao reversine para entender melhor as causas da aneuploidia. Outro medicamento, AZ3146, é mais direcionado do que o reversine e provoca problemas semelhantes na divisão celular sem prejudicar tanto a saúde geral das células. Comparando os efeitos de ambos os medicamentos, os cientistas conseguem descobrir como as células lidam com seus estados anormais.

Efeitos do AZ3146 e Reversine no Desenvolvimento Embrionário

Para avaliar como o AZ3146 e o reversine afetam o desenvolvimento do embrião, os cientistas trataram embriões de camundongo em diferentes estágios e observaram os resultados. Os embriões tratados com reversine mostraram altos níveis de problemas cromossômicos, enquanto aqueles tratados com AZ3146 mostraram algumas anomalias, mas menos danos gerais.

O desenvolvimento dos embriões foi examinado contando as células e checando a saúde delas. Os pesquisadores descobriram que ambos os tratamentos levaram a menos células do que o normal. No entanto, quando os embriões tratados com AZ3146 foram comparados aos tratados com reversine, os embriões tratados com AZ3146 mostraram melhores chances de desenvolvimento, já que tiveram menos efeitos prejudiciais e um maior número de células viáveis.

Havia uma diferença clara em como ambos os medicamentos ativaram respostas de estresse nos embriões. O reversine causou um aumento em uma proteína chamada p53, conhecida por regular o ciclo celular e contribuir para respostas de estresse. Em contraste, o AZ3146 não provocou um aumento no p53, indicando uma resposta menos estressante nesses embriões.

O Papel do HIF1A na Sobrevivência Embrionária

Outro aspecto estudado pelos cientistas é o papel do HIF1A, uma proteína que ajuda as células a se adaptarem a níveis baixos de oxigênio. Essa resposta é especialmente importante durante as fases iniciais do desenvolvimento, já que os embriões enfrentam disponibilidade limitada de oxigênio. A pesquisa descobriu que, quando a função do HIF1A foi bloqueada, os embriões enfrentaram mais desafios e a proporção de células saudáveis diminuiu.

Ao estudar como o HIF1A afeta embriões tratados com AZ3146 e reversine, os pesquisadores identificaram que ele desempenha um papel essencial em ajudar as células do trofectoderma e do endoderma primitivo a sobreviverem. Inibir essa proteína também mostrou que havia menos células saudáveis presentes nos embriões.

Enquanto investigavam como esses embriões respondem a ambientes de baixo oxigênio, os pesquisadores notaram que a hipoxia (baixo oxigênio) parecia melhorar as taxas de sobrevivência celular e a qualidade geral dos embriões. Isso levou a níveis mais baixos de danos ao DNA em embriões criados nessas condições, em comparação com aqueles criados em níveis normais de oxigênio. Curiosamente, a exposição à hipoxia não só apoia um desenvolvimento celular mais saudável, mas também parecia mudar como as células com cromossomos normais e anormais interagiam entre si.

Impactos da Hipoxia no Desenvolvimento Embrionário

Experimentos mostraram que, quando embriões de camundongo foram cultivados sob condições de oxigênio mais baixo, a saúde geral deles melhorou. Os embriões criados em ambientes hipóxicos apresentaram taxas mais baixas de danos cromossômicos e seu desenvolvimento foi menos impactado pela aneuploidia causada pelos medicamentos.

Os pesquisadores compararam embriões que passaram por diferentes tratamentos em condições normais e hipóxicas. Eles descobriram que, enquanto a hipoxia geralmente levava a menos problemas cromossômicos, ela também afetava a distribuição de linhagens. Isso significa que nem todos os tipos celulares se desenvolveram da mesma forma – certas linhagens, especialmente aquelas ligadas à placenta, se comportaram de maneira diferente sob hipoxia em comparação com as condições normais.

Além disso, quando os cientistas criaram embriões quiméricos que continham tanto células tratadas quanto não tratadas, observaram como essas células mistas competiam por recursos durante o desenvolvimento. Os resultados da competição variavam dependendo se os embriões foram criados em condições normais ou hipóxicas. Em ambientes hipóxicos, parecia que as células com cromossomos normais tinham mais chances de prosperar do que aquelas com anomalias.

Conclusão sobre o Desenvolvimento Embrionário e Aneuploidia

No geral, entender como a aneuploidia afeta o desenvolvimento embrionário inicial em humanos e camundongos tem implicações significativas. Ao saber quais fatores ajudam ou atrapalham o desenvolvimento, os cientistas poderiam melhorar as tecnologias de reprodução assistida e lidar com questões relacionadas à fertilidade humana. A pesquisa delineou várias estratégias que poderiam ser empregadas para criar embriões mais saudáveis, especialmente aqueles com populações celulares misturadas.

Os principais insights da pesquisa mostram que certos tratamentos podem levar a melhores resultados de desenvolvimento e que ambientes com baixo oxigênio podem influenciar positivamente a saúde embrionária. Os estudos em andamento podem ajudar a identificar maneiras de melhorar as chances de gravidezes bem-sucedidas, especialmente para aqueles que enfrentam desafios de infertilidade. Entender como as células respondem a diferentes estressores pode abrir caminho para avanços na saúde reprodutiva e na pesquisa embrionária.

As descobertas destacam a importância de continuar explorando como vários fatores contribuem para a viabilidade e o desenvolvimento geral dos embriões. Estudos futuros continuarão a esclarecer essa área complexa, ajudando a aprimorar nosso entendimento sobre a reprodução humana e o desenvolvimento embrionário.

Fonte original

Título: HIF1A contributes to the survival of aneuploid and mosaic pre-implantation embryos

Resumo: Human fertility is suboptimal, partly due to error-prone divisions in early cleavage-stages that result in aneuploidy. Most human pre-implantation are mosaics of euploid and aneuploid cells, however, mosaic embryos with a low proportion of aneuploid cells have a similar likelihood of developing to term as fully euploid embryos. How embryos manage aneuploidy during development is poorly understood. This knowledge is crucial for improving fertility treatments and reducing developmental defects. To explore these mechanisms, we established a new mouse model of chromosome mosaicism to study the fate of aneuploid cells during pre-implantation development. We previously used the Mps1 inhibitor reversine to generate aneuploidy in embryos. Here, we found that treatment with the more specific Mps1 inhibitor AZ3146 induced chromosome segregation defects in pre-implantation embryos, similar to reversine. However, AZ3146- treated embryos showed a higher developmental potential than reversine-treated embryos. Unlike reversine-treated embryos, AZ3146-treated embryos exhibited transient upregulation of Hypoxia Inducible-Factor-1A (HIF1A) and lacked p53 upregulation. Pre-implantation embryos develop in a hypoxic environment in vivo, and hypoxia exposure in vitro reduced DNA damage in response to Mps1 inhibition and increased the proportion of euploid cells in the mosaic epiblast. Inhibiting HIF1A in mosaic embryos also decreased the proportion of aneuploid cells in mosaic embryos. Our work illuminates potential strategies to improve the developmental potential of mosaic embryos.

Autores: Magdalena Zernicka-Goetz, E. Sanchez-Vasquez, M. Bronner

Última atualização: 2024-07-19 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.09.04.556218

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.09.04.556218.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes