Fatores que Influenciam os Oligossacarídeos do Leite Humano em Uganda
Estudo revela que características maternas e infantis afetam os perfis de HMO no leite materno.
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Índice
- População e Desenho do Estudo
- Recrutamento e Medidas
- Coleta e Análise de Leite
- Análise Estatística
- Considerações Éticas
- Características da População do Estudo
- Perfis de HMO e Status de Secreção
- Fatores que Afetam as Concentrações de HMO
- Sexo do Bebê
- Duração da Amamentação
- Idade Materna
- Paridade Materna
- IMC Materno
- Importância dos HMOs
- Limitações do Estudo
- Conclusão
- Fonte original
Os oligosacarídeos do leite humano (HMOs) são açúcares especiais encontrados no leite materno. Eles são o terceiro maior componente sólido do leite, atrás das gorduras e das proteínas. Existem mais de 150 tipos de HMOs que os Bebês não conseguem digerir. Esses açúcares ajudam a proteger os bebês de infecções, apoiando as bactérias intestinais e o sistema imunológico. Os efeitos dos HMOs dependem dos tipos e estruturas específicas.
Os HMOs têm uma estrutura básica feita de lactose, que é alterada por enzimas para criar quatro tipos principais. Esses tipos incluem açúcares que são neutros e não contêm fucose, açúcares neutros que contêm fucose, açúcares com ácido siálico e aqueles que incluem tanto fucose quanto ácido siálico. O tipo e a quantidade de HMOs no leite de uma mãe podem variar com base em sua genética. Mães com uma versão funcional de um gene responsável pela produção de uma enzima específica têm níveis mais altos de certos oligosacarídeos no leite. Essas mães são conhecidas como secretoras. Mães sem essa enzima produzem leite com menos HMOs e são chamadas de não-secretoras. O número de mães secretoras varia pelo mundo, sendo maior na América do Sul e menor na África.
Pesquisas mostram que outros fatores, como condições ambientais e características individuais das mães e seus bebês, afetam a quantidade de HMOs em diferentes regiões. No entanto, há pouca informação sobre esses fatores entre mães que amamentam na África rural. Este estudo investigou os efeitos de vários fatores não genéticos nos perfis de HMO em mães que amamentam e seus bebês no nordeste de Uganda.
População e Desenho do Estudo
O estudo envolveu mães e bebês que faziam parte de um projeto de pesquisa maior focado na prevenção da malária em uma área específica em Uganda. Incluiu bebês que estavam amamentando e tinham menos de dois anos, junto com suas mães. Todas as mães dispostas a participar foram incluídas, e 127 pares de mães e bebês participaram do estudo.
Recrutamento e Medidas
Em março de 2018, mães de bebês que amamentavam foram convidadas a participar por um cientista social que trabalhava com equipes de saúde locais. Elas visitaram uma clínica de saúde para triagens, onde ficaram sabendo do estudo e assinaram formulários de consentimento. Amostras de leite foram coletadas das mães que concordaram. Informações sobre as mães e seus bebês, como idade, número de filhos, índice de massa corporal (IMC) e duração da Amamentação, foram registradas.
Coleta e Análise de Leite
Uma amostra de leite de 5 mL foi coletada de cada mãe com a ajuda de uma parteira treinada. As amostras foram congeladas e transportadas para um laboratório para análise posterior. O estudo focou na análise de tipos específicos de HMOs no leite, determinando a concentração desses açúcares e identificando o status de secretor das mães com base na presença de certos oligosacarídeos.
Análise Estatística
Vários métodos estatísticos foram usados para analisar os dados. Testes foram realizados para ver como os HMOs variavam com base no sexo do bebê, idade materna, IMC, número de filhos e duração da amamentação. Os resultados foram apresentados em gráficos de caixa para visualizar as diferenças, e correlações foram examinadas para determinar relações entre os HMOs e outros fatores.
Considerações Éticas
O estudo foi aprovado pelas autoridades de saúde locais. Mães que forneceram amostras de leite e trouxeram seus bebês para exame assinaram formulários de consentimento para participar.
Características da População do Estudo
O estudo incluiu 127 mães e seus filhos que estavam amamentando. A média de idade das mães era em torno de 26 anos, e a maioria tinha vários filhos. A duração média da amamentação foi de cerca de 41 semanas. As crianças tinham, em média, 46 semanas, com um pouco mais da metade sendo meninas.
Perfis de HMO e Status de Secreção
A análise mostrou que muitas mães no estudo eram secretoras, com leite contendo quantidades mais altas de HMOs específicos. Em contraste, mães não-secretoras tinham níveis mais baixos desses açúcares. As mães secretoras tinham concentrações notáveis de HMOs específicos, enquanto as não-secretoras tinham diferentes açúcares dominando seus perfis.
Fatores que Afetam as Concentrações de HMO
Sexo do Bebê
O estudo revelou que o leite de mães com bebês do sexo masculino tinha quantidades maiores de certos HMOs em comparação com aquelas que tinham bebês do sexo feminino. Essa diferença pode sugerir que o tipo de bebê influencia os HMOs presentes no leite.
Duração da Amamentação
Amamentar por períodos mais longos estava associado a mudanças nos perfis de HMO. Mães que amamentaram por mais de seis meses mostraram diferentes concentrações de HMOs específicos em comparação com aquelas que amamentaram por períodos mais curtos. Essa descoberta indica a importância da duração da amamentação na formação da composição dos açúcares do leite.
Idade Materna
A pesquisa também encontrou ligações entre a idade materna e as concentrações de HMO. Mães mais jovens, particularmente aquelas com menos de 18 anos, mostraram perfis diferentes em comparação com mães mais velhas. Certos açúcares estavam mais altos no leite das mães mais jovens.
Paridade Materna
Mães que já tiveram mais de um filho (mães multíparas) tinham perfis de HMO diferentes em comparação com mães de primeira viagem (mães primíparas). Essa descoberta indica que o número de filhos que uma mãe tem pode impactar a composição do seu leite.
IMC Materno
O estudo examinou a relação entre o IMC de uma mãe e os níveis de HMO. Certos açúcares foram encontrados em níveis mais altos ou mais baixos, dependendo se a mãe era classificada como peso normal ou acima do peso. Essa relação destaca como a saúde materna pode influenciar a composição do leite.
Importância dos HMOs
Os HMOs são conhecidos por desempenhar várias funções na saúde dos bebês. Eles podem ajudar a proteger contra infecções e levar a um melhor crescimento e desenvolvimento. Alguns HMOs específicos do estudo, como o 2'-fucosilactose, estão associados a benefícios para a saúde das crianças, incluindo a prevenção de doenças.
Limitações do Estudo
Embora o estudo forneça insights valiosos, tem limitações. O desenho transversal significa que relações de causa e efeito não podem ser firmemente estabelecidas. Os tamanhos das amostras para certos grupos eram pequenos, o que dificultou a realização de algumas análises estatísticas. Além disso, o estudo capturou apenas um ponto no tempo, em vez de acompanhar mudanças ao longo do período de amamentação.
Conclusão
Esta pesquisa lança luz sobre os fatores que influenciam a composição de HMOs em mães que amamentam na África rural. Os resultados sugerem que características maternas, como idade, número de filhos, IMC e sexo do bebê, afetam significativamente os tipos de HMOs presentes no leite materno. Os resultados enfatizam a necessidade de mais pesquisas para entender os perfis de HMO em diferentes populações, já que esses açúcares podem desempenhar papéis cruciais na saúde e desenvolvimento dos bebês. Compreender como esses perfis mudam ao longo do tempo com diferentes durações de amamentação pode fornecer insights para otimizar a nutrição e os resultados de saúde dos bebês em regiões com altas taxas de desnutrição e doenças.
Título: The effect of non-genetic determinants of human milk oligosaccharide profiles in milk of Ugandan mothers
Resumo: BackgroundHuman milk oligosaccharides (HMOs) protect against infection and promote growth and cognitive development in breastfeeding children. Non-genetic factors which influence HMO composition in breastfeeding mothers in rural Africa have not been investigated. ObjectiveWe undertook a cross-sectional study to determine the association between HMO profiles and non-genetic maternal factors and childrens sex in Ugandan mother-children pairs. MethodHuman milk was collected from 127 breastfeeding mothers by manual expression. HMO analysis was by high performance liquid chromatography. The proportion of each HMO per total HMO concentration was calculated. Spearmans correlation and Mann-Whitney U test were used to assess the relationship between individual HMOs and maternal factors and infant sex. ResultNineteen HMOs were assayed. The prevalence of secretor and non-secretor status, based on the proportion of mothers with high milk concentrations of 2FL and LNFP 1, was 80.3 % and 19.7 %, respectively. In secretor mothers, 2FL, DFLac and LNFP I constituted > 57 % while in non-secretor mothers LNT and LNFPII constituted 46.9 % of the measured total HMOs. The median 3SL concentration in milk of all mothers of male children was significantly higher than that in all mothers of female children. The median DFLac concentration in all mothers was significantly higher in multiparous mothers compared to primiparous mothers. Higher FDSLNH and lower LNH concentrations were observed in overweight secretor and non-secretor mothers, respectively. Median concentrations of LNFP I and DSLNT were significantly higher in all mothers < 18 years old compared all mothers > 18 years old. Concentrations of specific HMOs increased, decreased, or remained unchanged with increasing lactation duration in secretor and non-secretor mothers. ConclusionsSpecific HMOs were associated with infant sex and maternal age, parity and post-partum BMI in Ugandan mothers but were different from those reported in other populations.
Autores: Tonny Jimmy Owalla, V. I. Mwangi, S. Moukarzel, E. Okurut, C. Yonemitsu, L. Bode, T. G. Egwang
Última atualização: 2024-03-22 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.03.21.24304661
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.03.21.24304661.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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