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# Biologia# Neurociência

Mapeando o Desenvolvimento do Cérebro: Insights de RM

Este estudo revela mudanças na estrutura do cérebro durante a adolescência usando técnicas avançadas de ressonância magnética.

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Nos últimos vinte anos, a ressonância magnética (RM) melhorou muito nosso conhecimento sobre o cérebro em crescimento, especialmente durante a adolescência. Estudos mostraram que, durante esse período, algumas áreas do cérebro passam por afinamento e redução de tamanho. Porém, ainda não entendemos completamente quais processos celulares causam essas mudanças. A estrutura do cérebro pode ser dividida em duas partes principais: neuritos (que incluem axônios, dendritos e as estruturas que os sustentam) e Soma (os corpos celulares principais dos neurônios e células de suporte).

Tradicionalmente, os cientistas acreditavam que a principal razão por trás das mudanças na estrutura do cérebro era algo chamado poda sináptica, onde conexões desnecessárias entre células são removidas. Estudos mais recentes sugerem que outro fator, o crescimento da mielina (uma camada protetora ao redor das fibras nervosas) nas áreas onde a substância cinzenta encontra a substância branca, também pode ser importante para os tipos de mudanças vistas na imagem por RM.

A mielinização, que se refere ao processo de ganhar essa camada protetora, foi examinada usando técnicas avançadas de imagem. Mesmo com esse progresso, ainda não sabemos como as propriedades dos neuritos e da soma contribuem para as mudanças na estrutura geral do cérebro.

Técnicas de RM e sua Importância

A RM ponderada por difusão (dMRI) é um método chave de RM não invasivo que permite aos cientistas investigar a microestrutura do cérebro, que é muito menor do que a resolução típica vista em exames de RM padrão. Essa técnica é sensível a como a água se move através do tecido cerebral. Usando modelos, conseguimos estimar as propriedades microscópicas dos diferentes tecidos cerebrais, como a quantidade de sinal que vem dos neuritos na substância branca.

A estrutura da substância cinzenta é mais complexa do que a da substância branca, o que torna o estudo dela mais desafiador. Avanços recentes nas técnicas e análises de RM permitiram uma melhor imagem dos componentes de neurito e soma no córtex enquanto as pessoas estão vivas. Um desses métodos é chamado de Imagem de Densidade de Soma e Neurito (SANDI). Ele se mostrou confiável e fácil de usar em ambientes clínicos.

Visão Geral do Estudo

Neste estudo, examinamos como a microestrutura do córtex se desenvolve em crianças e adolescentes usando técnicas avançadas de dMRI. Nosso objetivo era ver como as propriedades de neurito e soma mudam com a idade. Além disso, comparamos essas mudanças com padrões de Expressão Gênica para descobrir possíveis conexões celulares. Com isso, esperamos entender melhor as características do desenvolvimento do córtex durante a adolescência.

Estrutura de Análise

Coletamos dados de um grupo de crianças e adolescentes de 8 a 19 anos. Geramos mapas de diferentes propriedades no cérebro, como fração de sinal de neurito, fração de sinal de soma e outras medidas relevantes. Também analisamos dados de expressão gênica de dois bancos de dados independentes para estimar como os padrões de expressão se correspondiam com as mudanças na estrutura cortical.

Descobertas sobre Medidas Microestruturais

Primeiro, olhamos como nossas medidas do modelo SANDI eram consistentes entre adultos saudáveis escaneados várias vezes. Descobrimos que as medidas de fração de sinal de neurito e de soma eram altamente repetíveis em diferentes regiões do cérebro. No entanto, a medida conhecida como raio aparente da soma mostrou consistência levemente inferior em certas áreas do cérebro.

Em seguida, examinamos como a estrutura cortical mudou com a idade em nosso grupo de crianças e adolescentes. Descobrimos que a fração de sinal do neurito e o volume de alguns tecidos cerebrais aumentaram com a idade, enquanto o raio aparente da soma e a fração de sinal da soma diminuíram. Além disso, a espessura cortical e o volume da substância cinzenta diminuíram com a idade, alinhando-se com padrões de desenvolvimento bem estabelecidos.

Diferenças Baseadas em Sexo e Puberdade

Estruturas cerebrais diferentes baseadas em sexo foram amplamente estudadas. Nossas descobertas sugeriram que os homens geralmente tinham volumes maiores de substância cinzenta em comparação com as mulheres. Notamos diferenças em medidas microestruturais específicas na rede visual. Com a puberdade, as mulheres mostraram certas mudanças na medida da fração de sinal da soma, que estabilizou nas fases finais da puberdade.

Também olhamos como poderíamos prever a idade dos participantes com base em diferentes medidas microestruturais. O raio aparente da soma foi o melhor preditor, seguido de perto pela fração de sinal do neurito. Algumas áreas do cérebro contribuíram significativamente para a precisão da previsão, particularmente certas regiões na rede visual.

Padrões de Expressão Gênica

Examinamos dados de expressão gênica de amostras humanas post-mortem para identificar como a expressão gênica mudou com a idade. Encontramos uma variedade de genes que mudaram à medida que as pessoas envelheciam. Genes relacionados a neurônios excitatórios e oligodendrócitos aumentaram na expressão com a idade, enquanto genes expressos em outros tipos celulares tendiam a diminuir.

Os resultados indicaram tendências de desenvolvimento notáveis na expressão de genes específicos para vários tipos celulares corticais. Isso fornece uma compreensão mais profunda de como a composição celular do córtex evolui durante a infância e adolescência.

Coordenação do Desenvolvimento Entre Microestrutura e Expressão Gênica

Examinamos de perto as medidas microestruturais em regiões frontais específicas do cérebro, comparando-as com padrões de expressão gênica. Os padrões revelaram que aumentos na fração de sinal do neurito e diminuições no raio aparente da soma coincidiam com o aumento da expressão gênica relacionada a oligodendrócitos. Isso sugere que mudanças na microestrutura podem estar intimamente ligadas à expressão de genes específicos.

Nosso modelo simulou a distribuição esperada dos tamanhos das células com base nas contagens conhecidas de células dentro do volume de imagem. Os resultados se alinharam com nossas descobertas in vivo, o que deu mais apoio à ideia de que mudanças microestruturais refletem desenvolvimentos celulares subjacentes.

Principais Descobertas sobre Frações de Sinal de Neurito e Soma

Da infância à adolescência, a fração de sinal do neurito aumentou consistentemente por todo o córtex. Isso foi particularmente evidente nas áreas visual e somatomotora, alinhando-se com descobertas anteriores de que a mielinização continua durante esse período. O aumento observado na fração de sinal do neurito pode indicar processos de mielinização em andamento no córtex.

Enquanto isso, os dados mostraram que o raio aparente da soma diminuiu em todas as regiões, refletindo mudanças na composição celular. Isso sugere uma mudança no equilíbrio entre diferentes tipos de células dentro do córtex, como um aumento no número de oligodendrócitos menores em comparação com tipos celulares maiores.

Implicações das Descobertas

Os padrões observados no afinamento cortical durante o desenvolvimento podem ser conectados às mudanças nos tipos celulares e sua expressão gênica. O afinamento rápido em certas redes pode ser um resultado de mudanças no conteúdo de mielina ou alterações na composição da própria substância cinzenta.

Entender o desenvolvimento estrutural e funcional do cérebro é crucial para reconhecer as conexões subjacentes com vários transtornos neuropsiquiátricos. Anormalidades na morfologia cortical e mielinização têm sido ligadas a condições como esquizofrenia e autismo.

Conclusão

Nosso estudo demonstrou diferenças de desenvolvimento distintas na estrutura do córtex, particularmente em relação às propriedades de neurito e soma à medida que os indivíduos transitam da infância para a adolescência. As descobertas iluminam a complexa interação entre a estrutura do cérebro e os padrões de expressão gênica, revelando como o crescimento e as mudanças ocorrem no cérebro durante estágios críticos de desenvolvimento.

As ideias obtidas a partir desta pesquisa trazem promessas para entender melhor a base biológica do desenvolvimento cerebral e as mudanças que podem ocorrer ao longo das diferentes fases da vida. Com os avanços nas técnicas de imagem e análise, esperamos continuar desvendando as complexidades do cérebro humano à medida que se desenvolve e amadurece.

Envolvimento dos Participantes

Para nosso estudo, incluímos 88 crianças em desenvolvimento típico com idades entre 8 e 19 anos. Os participantes foram recrutados através de eventos destinados a informar o público sobre a pesquisa. O consentimento por escrito foi obtido dos responsáveis, e os adolescentes forneceram seu consentimento quando apropriado.

Cada criança passou por uma sessão de treinamento antes do procedimento de RM com o objetivo de familiarizá-las com o ambiente para minimizar qualquer ansiedade ou movimento durante a varredura.

Aquisição de Dados

Coletamos dados dos participantes usando técnicas avançadas de RM. As varreduras foram realizadas em um sistema especializado de 3T equipado com gradientes ultra-fortes. Esse alto nível de tecnologia permitiu uma imagem detalhada da microestrutura do cérebro.

Além disso, utilizamos amostras de dois bancos de dados de expressão gênica humana para investigar a relação entre a expressão gênica e o desenvolvimento cerebral. O processamento dos dados envolveu uma rigorosa limpeza e preparação para garantir a precisão nas análises.

Direções Futuras

Em pesquisas futuras, será importante explorar mais as implicações de nossas descobertas, especialmente em populações clínicas. Entender como as mudanças corticais se relacionam a distúrbios do desenvolvimento será essencial para estabelecer novas abordagens para intervenções.

Além disso, ampliar a faixa etária da população do estudo fornecerá uma visão mais abrangente do desenvolvimento cerebral e do timing de vários processos de maturação. Isso pode levar a uma compreensão mais profunda de como experiências precoces de vida e fatores ambientais moldam a estrutura e a saúde do cérebro.

Em conclusão, este estudo contribui para o crescente corpo de conhecimento sobre o desenvolvimento cerebral durante a infância e adolescência, enfatizando o papel das mudanças microestruturais e da expressão gênica na formação do cérebro em desenvolvimento.

Fonte original

Título: MRI signatures of cortical microstructure in human development align with oligodendrocyte cell-type expression

Resumo: Neuroanatomical changes to the cortex during adolescence have been well documented using MRI, revealing ongoing cortical thinning and volume loss with age. However, the underlying cellular mechanisms remain elusive with conventional neuroimaging. Recent advances in MRI hardware and new biophysical models of tissue informed by diffusion MRI data hold promise for identifying the cellular changes driving these morphological observations. This study used ultra-strong gradient MRI to obtain high-resolution, in vivo estimates of cortical neurite and soma microstructure in sample of typically developing children and adolescents. Cortical neurite signal fraction, attributed to neuronal and glial processes, increased with age (mean R2fneurite=.53, p

Autores: Sila Genc, G. Ball, M. Chamberland, E. P. Raven, C. M. Tax, I. Ward, J. Y. Yang, M. Palombo, D. K. Jones

Última atualização: 2024-07-30 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.30.605934

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.30.605934.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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