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# Ciências da saúde# Pediatria

Melhorando a Saúde Infantil com Ferramentas Digitais

Estudo mostra que ferramentas digitais podem melhorar a saúde de crianças doentes.

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Muitas crianças morrem de doenças que poderiam ser evitadas com uma saúde melhor. As razões pra isso incluem falta de médicos, grana insuficiente pra saúde e falta de treinamento pros trabalhadores da saúde. Pra ajudar a reduzir o número de mortes entre as crianças, a Organização Mundial da Saúde criou diretrizes chamadas Manejo Integrado de Doenças na Infância (IMCI). Desde que essas diretrizes começaram, mais de 100 países já usaram, o que pode ajudar a salvar vidas e melhorar o atendimento pra crianças doentes. Mas, muitos profissionais de saúde não seguem essas diretrizes de perto, o que limita a eficácia delas.

Pra ajudar os trabalhadores da saúde a respeitar essas diretrizes, foram criadas ferramentas digitais chamadas Algoritmos de Apoio à Decisão Clínica (CDSAs). Essas ferramentas, geralmente encontradas em tablets ou smartphones, guiam os profissionais de saúde durante as consultas, lembrando eles de checar certos Sintomas e fazer os testes necessários. Pesquisas mostram que usar essas ferramentas digitais ajuda os profissionais a seguir melhor as diretrizes do IMCI, mas muitos estudos foram feitos em ambientes controlados que podem não representar a saúde cotidiana.

ePOCT+ e Propósito do Estudo

ePOCT+ é uma dessas ferramentas digitais que foi criada pra melhorar o uso das diretrizes nas clínicas. O objetivo deste estudo foi ver se usar o ePOCT+ junto com treinamento e mentoria pros trabalhadores de saúde levaria a um atendimento melhor pra crianças doentes em comparação com as práticas de saúde padrão. O estudo foi realizado na Tanzânia.

Design do Estudo

O estudo usou um método chamado ensaio clínico randomizado por grupos. Nesse tipo de ensaio, grupos de unidades de saúde foram escolhidos aleatoriamente pra usar a ferramenta ePOCT+, enquanto outros continuaram com o atendimento padrão. Pesquisadores treinados observaram as consultas pra ver se os trabalhadores de saúde estavam usando as diretrizes corretamente.

O estudo incluiu unidades de saúde que atendem pelo menos 20 crianças doentes entre 2 meses e 5 anos toda semana. Apenas as unidades que tinham trabalhadores de saúde treinados usando o ePOCT+ no dia da observação foram incluídas. As crianças observadas eram apenas aquelas com problemas médicos ou cirúrgicos agudos.

A pesquisa foi realizada em cinco conselhos na Tanzânia, alguns urbanos e outros rurais. Nesses lugares, o atendimento pra crianças doentes com menos de cinco anos é gratuito, incluindo os custos com medicação.

A Intervenção

Os profissionais de saúde no grupo de intervenção receberam a ferramenta ePOCT+ num tablet Android, junto com testes de ponto de atendimento pra condições como infecção e anemia. A ferramenta ajudou eles a fazer perguntas sobre os sintomas e sinais da criança pra chegar a um diagnóstico e plano de tratamento apropriados. Mentoria e apoio regulares da equipe de implementação também foram oferecidos pra garantir que os trabalhadores de saúde conseguissem usar a ferramenta de forma eficaz.

Nas unidades que serviram como grupo de controle, os trabalhadores de saúde receberam o atendimento usual sem acesso ao ePOCT+ ou ao apoio adicional que acompanhava seu uso.

Medidas de Resultado

O principal objetivo do estudo foi medir quantos sintomas e sinais importantes de doenças, definidos pelas diretrizes do IMCI, estavam sendo corretamente avaliados pelos trabalhadores de saúde. Alguns exemplos desses sintomas incluem febre, tosse e diarreia. Os objetivos secundários incluíam checar com que frequência outros sintomas eram avaliados, com que frequência aconselhamento era fornecido e quantas prescrições de antibióticos eram feitas.

Observações foram feitas por pesquisadores treinados que notaram como os trabalhadores de saúde estavam realizando suas avaliações. Os dados coletados ajudaram a avaliar a qualidade do atendimento sendo fornecido em ambos os grupos.

Tamanho da Amostra e Análise

O estudo observou 225 consultas em ambos os grupos. As unidades de saúde estavam bem igualadas em termos de tipo e localização, e a experiência dos profissionais de saúde era semelhante entre os dois grupos. O estudo foi cuidadosamente planejado pra garantir que um número suficiente de participantes fosse incluído pra detectar qualquer mudança significativa na prestação de cuidados.

Pra análise, os pesquisadores usaram métodos estatísticos pra entender as diferenças entre os grupos. Eles focaram na qualidade geral do atendimento, mesmo quando a ferramenta digital não foi usada perfeitamente.

Resultados

Os resultados mostraram que os trabalhadores de saúde no grupo de intervenção avaliaram os sintomas principais com mais frequência do que os do grupo de controle. O aumento médio na avaliação desses sintomas principais foi de aproximadamente 15%. Essa melhora sugere que usar a ferramenta ePOCT+ ajudou os trabalhadores de saúde a seguir melhor as diretrizes do IMCI.

Mas, mesmo com essa melhora, a qualidade geral das avaliações ainda ficou relativamente baixa, com muitos sintomas importantes não sendo checados regularmente. Alguns sinais críticos, como os que indicam desnutrição severa, continuaram sendo perdidos em muitos casos.

O estudo também notou uma redução significativa nas prescrições de antibióticos nas unidades que usavam ePOCT+, com uma porcentagem maior de prescrições apropriadas. Isso é importante, já que a prescrição excessiva de antibióticos pode contribuir para o problema global da resistência a medicamentos.

Observações e Conclusões

Embora o uso do ePOCT+ tenha ajudado a aumentar a avaliação dos sintomas, ainda não foi suficiente pra garantir que todos os detalhes necessários fossem cobertos. O estudo indicou que treinamento e mentoria são cruciais, mas precisam ser acompanhados de mudanças sistêmicas pra melhorar a adesão às diretrizes.

Muitos aspectos do atendimento à saúde infantil podem ser complexos, e os profissionais frequentemente dependem de seu julgamento pra determinar quais sintomas são essenciais a serem avaliados. O estudo encontrou uma grande variação em quão bem diferentes unidades estavam implementando as diretrizes, sugerindo que alguns lugares podem se beneficiar mais da ferramenta ePOCT+ do que outros.

A presença de pesquisadores observando as consultas pode ter influenciado as práticas dos trabalhadores de saúde, um fenômeno conhecido como efeito Hawthorne. Apesar disso, os prestadores de saúde em ambos os grupos mostraram baixa adesão às diretrizes do IMCI, indicando que mais trabalho precisa ser feito.

Direções Futuras

Para estudos futuros, será importante investigar outros métodos pra melhorar a qualidade do atendimento pra crianças doentes. Isso pode incluir aumentar o suporte e a mentoria pros profissionais de saúde, desenvolver melhores programas de treinamento e criar sistemas que responsabilizem os profissionais por seguir as diretrizes.

O estudo sugere que, embora ferramentas digitais como o ePOCT+ possam ajudar a melhorar o atendimento, elas precisam fazer parte de uma abordagem maior que inclua educação contínua e apoio pros trabalhadores da saúde. Esse esforço combinado pode ajudar a enfrentar os muitos desafios enfrentados na prestação de cuidados de qualidade pras crianças.

Fonte original

Título: Quality of care when using a digital clinical decision support algorithm to manage sick children at primary care health facilities in Tanzania: a cross-sectional cluster randomized controlled trial (DYNAMIC study)

Resumo: Digital clinical decision support tools have contributed to improved quality of care at primary care level health facilities. However, data from real-world randomized trials are lacking. We conducted a cluster randomized, open-label trial in Tanzania evaluating the use of a digital clinical decision support algorithm (CDSA), enhanced by point-of-care tests, training and mentorship, compared with usual care, among sick children 2 to 59 months old presenting to primary care facilities for an acute illness in Tanzania (ClinicalTrials.gov NCT05144763). The primary outcome was the mean proportion of 14 major Integrated Management of Childhood Illness (IMCI) symptoms and signs assessed by clinicians. Secondary outcomes included antibiotic prescription, counselling provided, and the appropriateness of antimalarial and antibiotic prescriptions. A total of 450 consultations were observed in 9 intervention and 9 control health facilities. The mean proportion of major symptoms and signs assessed in intervention health facilities was 46.4% (range 7.7% to 91.7%) compared to 26.3% (range 0% to 66.7%) in control health facilities, an adjusted difference of 15.1% (95% confidence interval [CI] 4.8% to 25.4%). Only weight, height, and pallor were assessed more often when using the digital CDSA than in controls. Observed antibiotic prescription was 37.3% in intervention facilities, and 76.4% in control facilities (adjusted risk ratio 0.5; 95% CI 0.4 to 0.7; p

Autores: Rainer Tan, G. Kavishe, A. V. Kulinkina, S. Renggli, L. Luwanda, C. Mangu, G. Ashery, M. Jorram, I. E. Mtebene, P. Agrea, H. Mhagama, K. Keitel, M.-A. Le Pogam, N. Ntinginya, H. Masanja, V. D'Acremont

Última atualização: 2024-04-09 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.04.05.24305394

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.04.05.24305394.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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