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O Desafio Crescente da Imunidade contra o Sarampo

A queda na cobertura vacinal e a imunidade que diminui levantam preocupações sobre surtos de sarampo.

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O sarampo é uma infecção viral super contagiosa que pode causar sérias complicações. Felizmente, as vacinas contra o sarampo têm se mostrado bem eficazes. Desde as décadas de 1970 e 1980, os programas de vacinação reduziram bastante o número de casos de sarampo no mundo todo. Essas vacinas oferecem uma proteção forte, mas ainda enfrentamos alguns desafios.

Resposta e Falha da Vacina

A maioria das pessoas responde bem à vacina do sarampo. Na verdade, menos de 5% das pessoas vacinadas não produzem uma resposta imunológica, o que chamamos de falha primária da vacina. Porém, com o tempo, algumas pessoas podem perder a imunidade, mesmo tendo sido vacinadas. Essa condição, chamada de falha secundária da vacina, ficou mais visível quando os países começaram a usar uma única dose da vacina tríplice viral (MMR). Essa percepção fez com que muitos lugares adicionassem uma segunda dose na sua programação de vacinação.

Tendências Recentes nos Casos de Sarampo

Desde 2000, várias regiões, incluindo partes da Europa e das Américas, estão em um ponto onde poderiam, em teoria, eliminar o sarampo. No entanto, surtos entre 2015 e 2020 mostraram que o sarampo pode voltar, afetando especialmente adolescentes e jovens adultos. Muitos desses casos foram registrados em comunidades onde a taxa de vacinação não era muito alta, indicando inconsistências passadas na cobertura vacinal.

Até mesmo em comunidades com altas taxas de vacinação, ocorreram surtos. Essas situações levantaram questões sobre se adultos vacinados na infância ainda estavam protegidos contra o sarampo. Estudos de vários países mostraram que os anticorpos da vacina diminuíram em alguns jovens adultos que receberam suas vacinas há mais de 20 anos, enquanto aqueles que foram infectados com sarampo no passado não apresentaram redução na imunidade. Isso sugere que a falta de casos recentes de sarampo, devido à vacinação eficaz, pode levar a uma redução da imunidade ao longo do tempo.

Entendendo a Eficácia da Vacina em Diferentes Idades

Relatos indicaram uma queda na eficácia da vacina do sarampo ao longo do tempo. Por exemplo, estudos da França e da Alemanha mostraram que a eficácia da vacina caiu de quase 100% logo após a vacinação para cerca de 90% ou um pouco menos 16 a 31 anos depois. Os pesquisadores calcularam essa eficácia usando métodos parecidos com os usados em estudos de caso-controle, examinando a relação entre a cobertura vacinal e o número de casos.

Dadas essas mudanças na eficácia da vacina, é crucial investigar se o recente aumento nos casos de sarampo está relacionado ao declínio dos níveis de imunidade entre os vacinados ou se há outros fatores em jogo, como dinâmicas populacionais. Para explorar isso, os pesquisadores criaram um modelo matemático que leva em conta fatores como idade, região e status vacinal.

O Modelo e Seus Achados

O modelo matemático foi aplicado a dados de casos de sarampo da Inglaterra entre 2010 e 2019. Na Inglaterra, os casos de sarampo seguem um padrão típico de países que quase eliminaram a doença, passando por surtos locais ocasionais. Apesar de ter atingido um status de eliminação após surtos anteriores, a Inglaterra viu um ressurgimento do sarampo a partir de 2017.

Os pesquisadores criaram três cenários para o modelo: um sem perda de imunidade, um em que a imunidade diminuía apenas com a idade, e outro que considerava tanto a idade quanto o tempo desde que os casos de sarampo eram comuns. O último modelo sugeriu que se alguém recebeu a vacina antes de 1990, manteria proteção total até então, após o que sua imunidade começaria a cair devido aos baixíssimos níveis de transmissão do sarampo no país.

Os pesquisadores compararam esses modelos usando dados reais de casos de sarampo da Inglaterra. Analisaram um total de 7.504 casos confirmados de sarampo e observaram o status vacinal, idade e região de residência para entender melhor as tendências.

Status da Vacinação e Distribuição dos Casos

Os dados revelaram que o número de casos vacinados aumentou com o tempo. Em 2019, a proporção de casos entre aqueles que receberam duas doses da vacina era três vezes maior do que em 2011. A maioria dos casos de sarampo foi encontrada em crianças mais novas, adolescentes e jovens adultos.

Para que o modelo funcionasse corretamente, ele se baseou em parâmetros que definiram como a população transitava entre diferentes estados de saúde (como estar suscetível, exposto, infeccioso e recuperado). O modelo calculou riscos, como a forma como o sarampo se espalha e as chances de importação de outras áreas. O objetivo era fornecer uma compreensão mais clara de como a vacinação e as taxas de infecção interagem ao longo do tempo.

O Papel dos Dados de Vacinação

Para avaliar com precisão a eficácia do esforço de vacinação, os pesquisadores usaram duas fontes principais de dados sobre vacinação. Uma fonte acompanhou as taxas de cobertura no Reino Unido, enquanto a outra forneceu informações a nível de paciente de médicos de família. Os pesquisadores corrigiram algumas estimativas para considerar possíveis subnotificações de vacinas.

No modelo, a primeira dose da vacina do sarampo é geralmente dada aos 1 ano de idade, seguida por uma segunda dose aos 3 anos e 4 meses. O modelo estimou taxas de cobertura vacinal e ajustou os valores para estimar quantas pessoas foram vacinadas ao longo dos anos.

O Impacto da Imunidade Decrescente

Os achados mostraram que modelos que incluíam a diminuição da imunidade induzida pela vacina ofereciam uma representação melhor dos dados reais de casos de sarampo em comparação com modelos que não consideravam essa diminuição. Os modelos que incorporaram a diminuição da imunidade mostraram que uma parte significativa dos casos ocorreu em indivíduos vacinados, especialmente entre adolescentes e jovens adultos.

Esses modelos estimaram que mesmo com alguma diminuição, a vacina ainda permanecia eficaz por muito tempo. No entanto, a diminuição da imunidade estava correlacionada com um aumento na transmissão do sarampo, já que indivíduos vacinados ainda poderiam passar o vírus para outros, tornando-se quase tão propensos a espalhar a infecção quanto os não vacinados.

Quando os pesquisadores removeram o fator de diminuição da imunidade do modelo, eles encontraram uma considerável queda no número de casos previstos, especialmente nos anos que antecederam 2018 e 2019. Isso sugere que reduzir a diminuição da imunidade poderia diminuir muito o risco de surtos.

Conclusões e Considerações Futuras

A análise geral indica que a diminuição da imunidade desempenha um papel crucial no aumento observado nos casos de sarampo. À medida que a cobertura vacinal caiu em algumas regiões, o risco de surtos aumentou. A Inglaterra, por exemplo, já viu um aumento nos casos de sarampo recentemente, reforçando a necessidade de considerar tanto a diminuição da imunidade quanto a cobertura vacinal em previsões futuras sobre a dinâmica do sarampo.

O estudo descobriu que apenas modelos que levaram em conta a diminuição da imunidade puderam capturar efetivamente a distribuição etária e as dinâmicas de transmissão do sarampo entre indivíduos vacinados. Entender esses fatores é vital para o planejamento de saúde pública e garantir a eficácia das campanhas de vacinação.

Resumindo, a importância de monitorar continuamente a eficácia da vacina e lidar com os desafios impostos pela diminuição da imunidade é crucial para controlar o sarampo e proteger a saúde pública. Pesquisas futuras devem continuar a avaliar esses fatores, especialmente enquanto lutamos para eliminar o sarampo em regiões com alta cobertura vacinal.

Fonte original

Título: Long-term waning of vaccine-induced immunity to measles in England

Resumo: BackgroundThe proportion of double vaccinated cases during measles outbreaks in England has increased since 2010, especially among teenagers and young adults. Possible explanations include: rare infections in vaccinated individuals who did not gain immunity upon vaccination, made more common as the proportion of the population born before vaccination decreases; or waning of vaccine-induced immunity, which would present new challenges for measles control in near elimination settings. MethodsTo assess explanations for observed dynamics, we used a mathematical model stratified by age group, region and vaccine status, fitted to case data reported in England from 2010 to 2019. We evaluated whether models with or without waning were best able to capture the temporal dynamics of vaccinated cases in England. FindingsOnly models with waning of vaccine-induced immunity captured the number and distribution by age and year of vaccinated cases. The model without waning generated more single-vaccinated cases, and fewer double-vaccinated cases above 15 years-old than observed in the data (median: 73 cases in simulations without waning, 202 in the data, 187 when waning was included). The estimated waning rate was slow (95% credible interval: 0.036% to 0.044% per year in the best fitting model), but sufficient to increase measles burden because vaccinated cases were almost as likely to cause onwards transmission as unvaccinated cases (95% credible interval for risk of onwards transmission from vaccinated cases was only 7% to 21% lower relative to unvaccinated cases). InterpretationMeasles case dynamics in England is consistent with waning of vaccine-induced immunity. Since measles is highly infectious, a slow waning leads to a heightened burden, with an increase in the number of both vaccinated and unvaccinated cases. Our findings show that the vaccine remains protective against measles infections for decades, but breakthrough infections are increasingly likely for individuals aged 15 and older. FundingNational Institute for Health Research; Wellcome Trust. Research in contextO_ST_ABSEvidence before this studyC_ST_ABSWe searched PubMed up to February 29, 2024, with no language restrictions using the following search terms: (measles) AND ("secondary vaccine failure" OR waning) AND (antibody OR "vaccine effectiveness"), and excluded studies that focused on waning of maternal antibodies in infants. We found evidence of waning of antibody concentration in young adults from laboratory data, but this may not translate into a loss of protection against infection. We also found estimates of vaccine effectiveness per age group from statistical analysis that used the total number of cases across various outbreaks rather than transmission dynamics. We did not identify any study estimating waning rate of measles vaccine from recent measles case dynamics. Added value of this studyOur study uses measles case data from England, reported between 2010 and 2020. We show that the transmission dynamics in that time period was consistent with a waning of vaccine-induced immunity, making infection in young adults more common. We estimated that transmission from vaccinated cases was only slightly less common than transmission from unvaccinated cases. The increase in vaccinated cases and transmission from vaccinated cases increased the burden of measles in near-elimination settings. Implications of all the available evidenceOur study shows that measles cases caused by waning of immunity are becoming more common. As the proportion of the overall population vaccinated against measles increases, and vaccine coverage dropped in many countries near elimination between 2020 and 2022, large outbreaks become more likely. Close monitoring of double-vaccinated cases is needed to assess their ability to cause onward transmission.

Autores: Alexis Robert, A. M. Suffel, A. J. Kucharski

Última atualização: 2024-04-19 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.04.18.24306028

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.04.18.24306028.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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