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Desafios na Entrega de Ajuda na Crise Síria

Uma análise da eficácia da ajuda humanitária na Síria de 2011 a 2019.

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A crise na Síria, que começou em 2011, virou uma das mais severas crises humanitárias do nosso tempo. Ao longo dos anos, muita gente foi afetada pela violência e pelos conflitos no país. Cerca de 874 mil pessoas perderam a vida por causa da guerra que ainda rola, seja diretamente pela violência ou por outras situações ligadas a isso. Antes do conflito, cerca de 22 milhões de pessoas moravam na Síria. Agora, aproximadamente 13,7 milhões delas se tornaram refugiadas ou foram deslocadas dentro do próprio país.

A situação levou a uma pobreza extrema para muitos sírios. Quase toda a população agora vive com menos de $1,90 por dia. O governo sírio enfrentou grandes desafios para se manter no poder contra vários grupos locais que surgiram desde o começo do conflito. Essa luta pelo controle complicou a entrega de AJUDA para quem precisa.

Esforços de Ajuda Humanitária

Em resposta à crise, várias iniciativas de ajuda humanitária foram criadas. Em 2014, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU permitiu que a ajuda chegasse através de quatro pontos de fronteira para áreas não controladas pelo governo sírio. Esses pontos incluíam Bab al-Salam, Bab al-Hawa, Al Yarubiyah e Al-Ramtha. Isso levou à criação de três centros Humanitários para coordenação de ajuda em Damasco (Síria), Gaziantep (Turquia) e Amã (Jordânia). Mas, em 2019, Rússia e China vetaram a extensão dessa resolução, resultando em acesso limitado para as entregas de ajuda.

Até 2015, os três centros humanitários operavam de forma separada. Nesse ano, os Doadores revisaram sua abordagem e adotaram um método chamado Whole of Syria. Esse novo jeito visava unir as diferentes agências que trabalham na Síria e em países vizinhos para melhorar a eficácia das respostas. Os doadores queriam reduzir os riscos associados à ajuda e se adaptar à crescente complexidade da situação na Síria.

A Complexidade da Entrega de Ajuda

A longa duração do conflito fez com que a Síria ficasse bastante dependente de ajuda humanitária emergencial para atender às necessidades locais. Recentemente, com a diminuição das hostilidades, começou-se a falar sobre a transição da resposta à crise para esforços de recuperação precoce, enquanto se integravam iniciativas internacionais para apoiar a Síria. Essas iniciativas têm como objetivo atender às necessidades humanitárias, promover a paz e apoiar os direitos humanos, reconhecendo a importância da participação de atores locais.

Em resposta à crise, doadores e partes interessadas começaram a reestruturar seus programas de ajuda para se alinhar à fase de recuperação precoce. O rastreamento da ajuda à Saúde se tornou uma ferramenta chave para melhorar a transparência e a responsabilidade, além de garantir que a ajuda chegue efetivamente a quem mais precisa. Avaliar a eficácia da ajuda é crucial para entender seu impacto nas comunidades locais.

Princípios da Eficácia da Ajuda

Vários princípios chave guiam a avaliação da eficácia da ajuda, como estabelecido na Declaração de Paris de 2005. Esses princípios incluem propriedade, alinhamento, harmonização, resultados e responsabilidade mútua. É importante que os doadores colaborem com os países receptores para garantir que a ajuda seja relevante às necessidades locais e alinhada com as estratégias nacionais de desenvolvimento.

Apesar de existirem estruturas definidas para avaliar a eficácia da ajuda, houve poucos esforços para colocar esses princípios em prática, especialmente em áreas afetadas por conflitos. Pesquisas mostram que a harmonização da ajuda - onde diferentes doadores trabalham juntos em prol de objetivos comuns - tem sido fraca em regiões como o Mediterrâneo Oriental.

Este estudo tem como objetivo avaliar a eficácia da entrega de ajuda na Síria entre 2011 e 2019, focando em como diferentes doadores colaboraram e quais foram os resultados de seus esforços. Ao examinar fundos agrupados e a fragmentação da ajuda, podemos entender melhor as tendências e a eficácia do apoio internacional.

Design do Estudo e Metodologia

Essa pesquisa usa vários métodos para analisar a harmonização da ajuda na Síria. Uma abordagem de métodos mistos, combinando dados quantitativos e qualitativos, apoia o estudo. Dados foram coletados de bancos de dados de ajuda humanitária e à saúde para rastrear os fluxos de ajuda e medir sua eficácia ao longo do tempo.

Pesquisas e entrevistas com especialistas e profissionais humanitários também foram realizadas para coletar informações sobre os desafios enfrentados na entrega da ajuda. Essas discussões proporcionam uma compreensão mais profunda das realidades no terreno, complementando a análise dos dados quantitativos.

Analisando Tendências na Entrega de Ajuda

Fontes de Dados e Variáveis

Dados sobre ajuda humanitária e à saúde na Síria foram coletados de várias fontes, focando em assistência ao desenvolvimento oficial e financiamento privado. Os dados incluíam informações de múltiplos doadores, detalhando o propósito e a distribuição da ajuda. A pesquisa cobre os anos de 2011 a 2019, permitindo uma análise das tendências ao longo do tempo.

As principais variáveis usadas na análise incluem o número de pessoas deslocadas internamente (IDPs), indivíduos que precisam de assistência humanitária e as mudanças na população da Síria. Ao rastrear esses indicadores, podemos entender melhor o impacto do conflito sobre o povo sírio e quão efetivamente a ajuda foi entregue.

Tendências na Ajuda Humanitária

De 2011 a 2019, ocorreram mudanças significativas no cenário da ajuda humanitária na Síria. No começo, a ajuda à saúde era mínima, mas teve um pico notável em 2016. Esse aumento coincidiu com um aumento no número de pessoas que precisavam de assistência. No entanto, após 2016, os níveis de ajuda à saúde permaneceram baixos em comparação com outros países de baixa e média renda.

As descobertas indicam que os fundos agrupados - recursos contribuídos por vários doadores para fins comuns - foram limitados nos primeiros anos da crise. Contudo, até 2016, houve um aumento na ajuda humanitária agrupada, sugerindo alguma melhoria na colaboração entre doadores.

A análise revela que, embora tenha havido um aumento nos fundos agrupados de 2016 a 2019, a ajuda à saúde continuou significativamente mais baixa do que em outros estados frágeis. Entrevistados destacaram a falta de compromisso de muitos doadores em investir em melhorias de saúde a longo prazo na Síria, focando mais em atender às necessidades humanitárias imediatas.

Fragmentação da Ajuda

A pesquisa também examinou a fragmentação da ajuda, que se refere ao quanto a assistência pode ficar dividida e espalhada entre diferentes doadores. As descobertas mostraram que, embora os doadores colaborassem nos esforços de recuperação precoce, a fragmentação estava presente no nível da implementação, dificultando a entrega consistente de ajuda.

Participantes do estudo notaram que, embora seja bom para certos setores ter um número limitado de doadores trabalhando juntos, a fragmentação pode levar a ineficiências e necessidades não atendidas em outros. A complexidade da situação síria torna crucial entender como a ajuda é distribuída e o impacto de ter múltiplos colaboradores.

Conclusões e Recomendações

O estudo ilumina o complexo cenário da entrega de ajuda na crise síria. Ele destaca a necessidade de melhorar a coordenação entre os doadores para garantir que a ajuda atenda efetivamente às necessidades da população afetada. As práticas atuais devem mudar para priorizar as perspectivas e necessidades locais no planejamento e na execução dos programas de ajuda.

Apesar de algum progresso desde a adoção da abordagem Whole of Syria em 2015, ainda há muito espaço para melhorias na harmonização dos esforços de ajuda. É crucial que os doadores trabalhem juntos de forma eficiente, focando na transparência e na responsabilidade para fortalecer a entrega de ajuda.

Uma estratégia de financiamento mais adaptável que considere as condições locais e as necessidades da comunidade é essencial para fornecer uma ajuda eficaz e apoiar os esforços de recuperação. Além disso, a exploração de novas plataformas para ajuda transfronteiriça poderia melhorar as respostas humanitárias e garantir apoio contínuo para quem está precisando.

No geral, a análise demonstra que, embora tenha havido tentativas de harmonizar os esforços de ajuda, ainda restam lacunas e desafios significativos. Abordar essas deficiências será vital para melhorar a assistência humanitária na Síria e em regiões semelhantes afetadas por conflitos no futuro.

Fonte original

Título: An analysis of humanitarian and health aid harmonisation over a decade (2011-2019) of the Syrian conflict

Resumo: IntroductionAid harmonisation is a key component of donor efforts to make aid more effective by improving coordination and simplifying and sharing information to avoid duplication. This study evaluates the harmonisation of health and humanitarian aid in Syria during acute humanitarian and health crises from 2011 to 2019. MethodsData on humanitarian and health aid for Syria between 2011 and 2019 was collected from the OECDs Creditor Reporting System (CRS) to assess the harmonisation of aid. The data was linked to four key indicators of the conflict: the number of IDPs; the number of people in need of humanitarian assistance; the number or frequency of internal movements (displacements) by individuals; and the decline in Syrias population between 2011 and 2019. This was compared to data from highly fragile states and stable low- and middle-income countries. Four focus group discussions and four key informants interviews with humanitarian practitioners were also conducted. ResultsThe findings suggest that overall aid harmonisation did not occur and importantly did not correlate with increased humanitarian needs. During the first five years, humanitarian and health pooled funds (which endorse aid harmonisation) in Syria were nearly entirely absent, far less than those in low- and middle-income countries and highly fragile states. However, from 2016 to 2019, a visible surge in humanitarian pooled funds indicated an increase in the harmonisation of donors efforts largely influenced by adopting the Whole-of-Syria approach in 2015 as a positive result of the cross-border UN Security Council resolution in 2014. ConclusionHarmonisation of aid within the Syrian crisis was found to have little correlation with the crisis parameters and population needs, instead aligning more with donor policies. Assessing fragmentation solely at the donor level is also insufficient. Aid effectiveness should be assessed with the inclusion of community engagement and aid beneficiary perspectives. Harmonisation mechanisms must be disentangled from international politics to improve aid effectiveness. In Syria, this study calls for finding and supporting alternative humanitarian coordination and funding mechanisms that are not dependent on the persistent limitations of the UN Security Council. Key MessagesO_ST_ABSWhat is already known on this topicC_ST_ABSLeading aid agencies must coordinate their policies to manage complex humanitarian and health needs. Yet, the impact of crisis-relevant indicators such as internal displacement trends, and population needs assessments remain underexplored, particularly in the Eastern Mediterranean Region (EMR). What this study addsHarmonisation of aid in the Syrian crisis did not align with crisis indicators or population needs, but rather with donor policies, creating challenges in the transition from conflict to early recovery. In addition, the applicability of the Paris Declaration on Aid Effectiveness is less relevant in conflict-affected areas, given that it supposes the existence of a legitimate government and leading aid agencies should collaborate to achieve development goals. However, in complex conflicts, governments may have limited control over resources and legitimacy is subsequently questionable. How this study might affect research, practice or policyThis study highlights the need for continuous UN cross-border coordination mechanisms, finding another model than the consent model for cross-border humanitarian aid for northwest Syria to protect local communities from aid weaponisation, and support the newly established Aid Fund for Northern Syria (AFNS), expand its coverage to include northeast Syria and improve its policy to include more development health aid and localisation agenda.

Autores: Munzer Alkhalil, A. Ekzayez, K. Meagher, M. Al Aref, R. Turkmani, A. Abbara, Z. Al Zoubi, N. El Achi, P. Patel

Última atualização: 2024-04-19 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.04.17.24305968

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.04.17.24305968.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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