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Comer em Horários Limitados na Diabetes Gestacional: Um Estudo

A pesquisa analisa a alimentação com restrição de tempo para controlar o açúcar no sangue em mulheres grávidas.

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As taxas de diabetes estão subindo junto com o aumento da obesidade. Uma forma de diabetes que afeta mulheres grávidas é chamada de Diabetes Gestacional (GDM). Isso pode afetar até 14% das gestações. O GDM acontece quando a mulher não consegue controlar os níveis de Açúcar no Sangue durante a gravidez, o que geralmente acontece porque o corpo dela se torna resistente à insulina. Existem vários fatores de risco para GDM, incluindo estar mais velha durante a gravidez, ter um índice de massa corporal (IMC) de 25 ou mais, histórico de GDM ou diabetes na família, ter tido um bebê grande antes e ser de origem não caucasiana.

Ter intolerância à glicose durante a gravidez pode levar a complicações sérias como pressão alta, parto prematuro, ter um bebê muito grande, precisar de cesárea e lesões durante o parto. Mulheres com GDM também enfrentam um risco maior de desenvolver diabetes e doenças cardíacas mais tarde, assim como seus filhos.

Mudanças no Estilo de Vida e Dieta

Mudanças no estilo de vida são a principal forma de controlar o GDM, com a dieta sendo uma parte chave. No entanto, não há um consenso claro sobre qual é a melhor dieta para controlar os níveis de açúcar no sangue durante a gravidez. Uma abordagem que ganhou atenção é chamada de alimentação restrita no tempo (TRE). Isso significa limitar o tempo que você come a cada dia, geralmente entre 6 e 10 horas. O TRE mostrou ajudar no controle do açúcar no sangue em pessoas que estão acima do peso ou obesas.

Mas não houve muita pesquisa sobre quão eficaz o TRE é para mulheres grávidas. Um estudo recente teve como objetivo testar quão viável é o TRE para mulheres que têm pelo menos um fator de risco para desenvolver GDM durante a gravidez. Os pesquisadores também olharam para seus efeitos na Saúde Metabólica e no controle do açúcar no sangue. Eles acreditavam que as mulheres grávidas poderiam seguir o TRE durante o segundo ou terceiro trimestre e que isso ajudaria no controle do açúcar.

Detalhes do Estudo

Trinta e duas participantes participaram do estudo. Elas foram divididas em dois grupos: um grupo praticou o TRE, enquanto o outro continuou sua dieta normal. O estudo começou em janeiro de 2019 e terminou em março de 2023, com uma pausa na recrutação de participantes durante a pandemia de Covid. Duas pessoas desistiram após se inscrever no estudo. Todas as participantes tinham pelo menos um fator de risco para GDM, e muitas tinham mais de um. A maioria das mulheres começou o estudo com um IMC de 25 ou mais.

Janela de Alimentação e Níveis de Fome

Aqueles que seguiram o TRE reduziram sua janela de alimentação de 12 horas no começo para cerca de 10 horas durante o estudo. Em contraste, o grupo de controle não mudou sua janela de alimentação. As participantes do grupo TRE também tendiam a comer a primeira refeição mais cedo no dia e terminar de comer muito mais cedo à noite em comparação com seus hábitos habituais. Elas conseguiram manter a janela de alimentação de 10 horas cerca de 67% do tempo durante a intervenção.

Apesar de algumas mudanças nos horários de alimentação, as participantes do grupo TRE relataram sentimentos de fome semelhantes pela manhã em comparação com o grupo de controle. No entanto, elas sentiram mais fome e menos satisfação à noite, especialmente durante a segunda semana do estudo. Na última semana do estudo, as participantes do grupo TRE ainda relataram sentir mais fome à noite.

Açúcar no Sangue e Resultados de Saúde Metabólica

No início do estudo, nenhuma das participantes mostrou sinais de GDM. Depois do período de estudo de 5 semanas, apenas uma pessoa no grupo de controle teve níveis de açúcar no sangue em jejum mais altos, enquanto o resto das participantes tinha níveis indicando que não tinham GDM. A abordagem do TRE não mostrou efeitos significativos nos níveis de açúcar no sangue ou em outros fatores metabólicos.

Não houve mudanças na pressão arterial também. Embora o grupo TRE tenha tido algumas mudanças dietéticas, como consumir menos carboidratos e açúcares em certas semanas, não houve mudanças gerais na quantidade que comeram, nem os níveis de exercício mudaram.

Eventos Adversos

Durante o estudo, não foram notados efeitos colaterais negativos de seguir uma janela de alimentação de 10 horas. Efeitos colaterais comuns relatados em outros estudos, como náuseas ou dores de cabeça, não foram vistos aqui. Sugere-se que esses efeitos colaterais possam diminuir com o tempo ou podem ser gerenciados bebendo mais água.

Viabilidade da Alimentação Restrita no Tempo

Este estudo foi o primeiro a olhar como é prático para mulheres grávidas seguirem um plano de TRE. Os resultados mostraram que é possível para as mulheres manterem uma janela de alimentação de 10 horas durante a gravidez, já que a maioria das participantes conseguiu reduzir sua janela de alimentação e aderir ao plano.

No entanto, o estudo não encontrou melhorias no controle do açúcar no sangue ou em outros resultados de saúde metabólica. Uma razão para isso pode ser que a duração de 5 semanas pode não ter sido longa o suficiente para ver mudanças significativas nos níveis de açúcar no sangue para mulheres grávidas. Em outros estudos envolvendo indivíduos não grávidos, planos semelhantes de TRE levaram a um melhor controle do açúcar no sangue.

Ingestão Alimentar e Atividade Física

Neste estudo, não houve mudanças na ingestão total de calorias a partir da abordagem do TRE. No entanto, as participantes relataram consumir menos carboidratos e açúcares em certos momentos durante a intervenção. Apesar dessas pequenas mudanças, a ingestão total de energia não diferiu entre os dois grupos, nem os níveis de atividade física mudaram durante o estudo.

Limitações do Estudo

Existem várias limitações a considerar. As mulheres que participaram deste estudo podem não refletir a população geral de mulheres grávidas com riscos de GDM, já que podem ter lidado com menos náuseas do que outras. O prazo de 5 semanas pode ter sido muito curto para ver mudanças significativas no controle do açúcar no sangue. Além disso, a duração da janela de alimentação pode ter sido muito longa ou agendada muito tarde no dia para afetar o controle do açúcar.

Conclusão

Esta pesquisa indica que seguir um plano de TRE é viável para mulheres grávidas em risco de desenvolver GDM. No entanto, não levou a melhorias nos níveis de açúcar no sangue ou na saúde metabólica geral entre as participantes. Estudos futuros deveriam incluir mais participantes e examinar os efeitos do TRE por um período mais longo para entender melhor seus potenciais benefícios durante a gravidez.

Fonte original

Título: Feasibility of time-restricted eating during pregnancy and effect on glycemic control in people with increased risk of gestational diabetes. A randomized controlled trial

Resumo: Time-restricted eating (TRE) is a nutritional intervention that confines the daily time-window for energy intake. TRE reduces fasting glucose concentrations in non-pregnant individuals, but whether this eating protocol is feasible and effective for glycemic control in pregnancy is unknown. The aim of this randomized controlled trial was to investigate the feasibility and effect of a 5-week TRE intervention among pregnant individuals at risk of gestational diabetes mellitus (GDM), compared with a usual-care control group. Participants underwent 2-h oral glucose tolerance tests and estimation of body composition, before and after the intervention. Interstitial glucose levels were continuously measured, and adherence rates and ratings of hunger were recorded daily. Thirty of 32 participants completed the trial. Participants allocated to TRE reduced their daily eating window from 12.3 (SD 1.3) to 9.9 (SD 1.0) h, but TRE did not affect glycemic measures, blood pressure, or body composition, compared with the control group. TRE increased hunger levels in the evening, but not in the morning, and induced only small changes in dietary intake. A 5-week TRE intervention was feasible for pregnant individuals with increased risk of GDM but had no effect on cardiometabolic outcomes.

Autores: Trine Moholdt, H. S. Skarstad, K. L. Haganes, M. A. J. Sujan, T. M. Gellein, M. K. Johansen, K. A. Salvesen, J. A. Hawley

Última atualização: 2024-05-07 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.05.06.24306931

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.05.06.24306931.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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