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O Papel da Filamentação de Proteínas nas Células

Pesquisas mostram como as estruturas de proteínas afetam a saúde e a função das células.

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A filamentação de Proteínas é um processo comum encontrado em todos os organismos vivos. Isso envolve proteínas ou grupos de proteínas interagindo entre si para formar longas cadeias ou estruturas chamadas filamentos. Algumas proteínas são particularmente boas em criar essas estruturas, especialmente quando sua superfície é alterada por Mutações. Isso indica que formar esses filamentos é uma parte normal de como as proteínas evoluem ao longo do tempo. Pesquisas mostraram que muitas enzimas podem formar essas longas cadeias em seu estado natural, o que pode afetar como elas funcionam ou ajudar a criar áreas na célula que não têm membranas.

No entanto, quando a filamentação dá errado, pode levar a problemas de saúde. Por exemplo, na anemia falciforme, uma única mudança na hemoglobina faz com que ela grude, mudando a forma das Células vermelhas do sangue. Isso pode causar problemas de saúde sérios. Da mesma forma, uma mutação em outra proteína pode levar à formação de grandes estruturas que afetam a visão, como cataratas. Esse tipo de montagem de proteínas é diferente do agrupamento ou Agregação regular, que acontece quando as proteínas se dobram de maneira errada. Para descrever essa diferença, os pesquisadores propõem usar o termo “aglomeração” para o primeiro.

As células têm vários sistemas para lidar com proteínas que estão mal dobradas ou agregadas. Quando esses sistemas não conseguem resolver o problema, as proteínas mal dobradas são decompostas por diferentes vias, uma das quais inclui o proteassoma, uma estrutura celular responsável por degradar proteínas desnecessárias. Outros métodos de quebra de proteínas incluem a autofagia e tipos específicos de proteases. Certos tipos de proteínas deformadas conhecidas como amiloides também podem ser quebradas pela autofagia.

Esse texto destaca como as células conseguem lidar com proteínas que estão dobradas de forma inadequada e suas formas associadas. O fato de que a aglomeração acontece frequentemente ao longo da evolução, às vezes devido a mutações simples, leva os pesquisadores a investigar se métodos similares existem para lidar com a aglomeração indesejada. Para fazer isso, é essencial conseguir distinguir entre estruturas formadas por proteínas devidamente dobradas (aglomeração) e aquelas formadas por proteínas mal dobradas (agregação).

Para explorar essa distinção, os pesquisadores criaram um teste simples para ver se uma versão saudável de uma proteína poderia impedir a formação dessas estruturas. Comparando as reações nas células a aglomerados e agregados, os pesquisadores descobriram que os últimos costumavam se associar a proteínas auxiliares conhecidas como chaperonas, enquanto aglomerados não. Testes adicionais nos componentes dos aglomerados e agregados trouxeram mais evidências mostrando que os aglomerados parecem ter pouco ou nenhum impacto na saúde celular.

A Natureza das Estruturas de Proteínas

Para investigar como as células lidam com a aglomeração causada por mutações, os pesquisadores olharam para certas proteínas que já foram mostradas anteriormente como formadoras de estruturas dentro das células quando mutadas. Essas proteínas têm uma forma simétrica e, através de mutações pontuais, podem começar a se agrupar em grandes estruturas visíveis ao microscópio. Cada uma dessas proteínas é identificada por um código específico que fornece detalhes sobre suas propriedades, como tamanho e as localizações das mutações.

Uma dessas proteínas mutantes já foi estudada mais de perto usando técnicas avançadas para observar como forma filamentos enquanto mantém sua forma. No entanto, a equipe de pesquisa queria determinar se essas proteínas permaneciam em uma forma adequada dentro de células vivas. Algumas das mutantes foram encontradas formando filamentos, indicando que mantinham sua estrutura dobrada, enquanto outras formaram aglomerados típicos de proteínas mal dobradas, levantando questões sobre como se montaram.

Métodos de Imagem para Estruturas de Proteínas

Para entender melhor como essas proteínas formam estruturas, os pesquisadores usaram um método chamado Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM). Eles se concentraram em uma proteína mutante específica que formava tanto aglomerados quanto fibras. A análise de TEM mostrou que pequenos feixes de filamentos foram encontrados dentro das células, confirmando que os aglomerados eram de fato filamentos curtos, em vez de massas aleatórias.

Para validar isso ainda mais, os pesquisadores usaram um método chamado tomografia eletrônica criogênica (cryo-ET) que permitiu visualizar os filamentos em uma resolução ainda maior. Esse método mostrou que os filamentos correspondiam ao tamanho esperado do complexo proteico, apoiando a ideia de que a proteína manteve sua forma enquanto formava essas estruturas.

Os pesquisadores também compararam a estrutura da proteína do tipo selvagem e suas versões mutantes usando espectroscopia de Dicromismo Circular (CD). Ao analisar as diferenças entre seus espectros, eles puderam inferir se os mutantes mantiveram sua estrutura original. A maioria das proteínas manteve sua forma, mas algumas mostraram mudanças significativas, indicando que as mutações podem tê-las feito se dobrar de forma errada.

Distinguir Aglomeração de Agregação

A presença de aglomerados e agregados pode geralmente ser identificada ao observar como eles respondem em células vivas. Para ver se uma versão normal de uma proteína poderia impedir que uma proteína mutante formasse estruturas, os pesquisadores co-expressaram os dois tipos nas mesmas células. Medindo os níveis de ambas as proteínas, eles puderam ver como a presença da proteína saudável afetava a formação do aglomerado.

Os resultados foram reveladores: quando quantidades maiores de proteína do tipo selvagem estavam presentes, os aglomerados eram menos frequentes, sugerindo que eram de fato formados por proteínas devidamente dobradas. Em contraste, algumas outras proteínas mutantes mostraram uma redução na formação de estruturas mesmo quando as proteínas do tipo selvagem estavam presentes, sugerindo que aquelas proteínas estavam mal dobradas.

Em seguida, a equipe estudou se os aglomerados interagiam com várias proteínas celulares, particularmente aquelas envolvidas na gestão de proteínas mal dobradas. Eles olharam para vários tipos diferentes de proteínas auxiliares, mas descobriram que os aglomerados não mostraram interação significativa com estas. Em contraste, proteínas mal dobradas pareciam se agrupar com essas auxiliares, indicando que a célula as reconhecia como problemáticas.

Impacto dos Aglomerados na Saúde Celular

Os experimentos realizados até agora sugeriram que, enquanto proteínas mal dobradas desencadearam respostas da maquinaria de reparo celular, aglomerados não pareciam criar problemas para a célula. Para investigar o impacto dos aglomerados na aptidão celular, os pesquisadores conduziram vários experimentos de crescimento. Eles cultivaram células expressando diferentes tipos de mutantes de proteínas e mediram quão rápido essas células podiam crescer.

A análise de crescimento revelou que células com aglomerados não sofreram nenhuma perda significativa na velocidade de crescimento ou na saúde geral em comparação com células do tipo selvagem. Na verdade, em alguns experimentos, aquelas com aglomerados tiveram uma ligeira vantagem de crescimento. Isso implicou que os aglomerados poderiam até ser estruturas benignas que a célula pode tolerar sem efeitos nocivos.

Para ver se a presença de aglomerados causava alguma mudança na composição das proteínas celulares, os pesquisadores usaram uma técnica chamada proteômica shotgun. Isso permitiu que analisassem a abundância de proteínas em células que expressam aglomerados versus aquelas que expressam proteínas do tipo selvagem. Os resultados mostraram pouca diferença nos níveis de expressão de proteínas na maioria dos casos.

No entanto, em um caso específico com um aglomerado maior, os pesquisadores observaram mudanças claras na expressão de proteínas, incluindo várias proteínas associadas à parede celular e à membrana. Essas descobertas abriram questionamentos sobre como mudanças nas estruturas dentro da célula podem induzir alterações nos perfis de proteínas e podem apontar para um impacto dependente do tamanho dos aglomerados.

Conclusão: Implicações para a Biologia Sintética

No geral, a pesquisa sugere que, enquanto algumas proteínas formam agregados nocivos que podem levar a doenças, outras formam aglomerados que parecem inofensivos e podem até servir para funções úteis. A capacidade das células de tolerar aglomerados pode abrir caminho para novas aplicações em biologia sintética, onde essas estruturas podem ser usadas para projetar ferramentas para estudar processos celulares ou para criar funcionalidades novas dentro de células vivas.

O uso potencial desses aglomerados em aplicações de biologia sintética é uma perspectiva empolgante. Eles poderiam servir como plataformas para entrega de proteínas, sensores, ou até como uma forma de rastrear a expressão genética em tempo real. À medida que os pesquisadores continuam a explorar as características e o comportamento dos aglomerados sob várias condições celulares, mais usos inovadores podem surgir, tornando-os valiosos em numerosos campos científicos.

Fonte original

Título: Profiling the physiological impact of aberrant folded-state protein filamentation in cells

Resumo: The formation of large polymeric structures such as cytoskeletal and enzyme filaments is crucial for normal cellular function. However, such filaments can also form due to mutations that create self-interactions at the surface of symmetric proteins. Often, the proteins forming these structures maintain a folded state and thereby differ from aggregates and amyloids that involve misfolding. We refer to this type of assemblies as agglomerates to mark this difference. While cells have quality control mechanisms to identify, buffer, and eliminate misfolded proteins, it is unclear whether similar mechanisms exist for agglomerates, or whether agglomerates are toxic to cells. Here, we profiled the physiological impact of mutation-induced folded-state protein filamentation in yeast cells. First, we devised a simple strategy to distinguish fluorescently labeled proteins forming agglomerates versus aggregates. We then profiled exogenous protein agglomerates in terms of their recognition by known quality control mechanisms, their effects on specific cellular processes and overall fitness on S. cerevisiae cultures. We found that agglomerates do not colocalize with the proteostasis machinery and do not result in measurable fitness defects. Proteomics profiling of cells expressing the wild type protein, agglomerating or misfolded variants revealed a consistent picture, with only minor, agglomerate-size-dependent changes observed and linked to the cell-wall and plasma-membrane proteins. Overall, our findings indicate that agglomerates form mostly benign structures in cells when compared to aggregates, and thereby offer a promising route for synthetic biology applications. Graphical Abstract O_FIG O_LINKSMALLFIG WIDTH=200 HEIGHT=146 SRC="FIGDIR/small/612878v1_ufig1.gif" ALT="Figure 1"> View larger version (84K): [email protected]@ba62dborg.highwire.dtl.DTLVardef@b02bbaorg.highwire.dtl.DTLVardef@6cbf9_HPS_FORMAT_FIGEXP M_FIG C_FIG

Autores: Emmanuel D Levy, T. Levin, H. Garcia-Seisdedos, A. Lobov, M. Wojtynek, A. Alexandrov, G. Jona, D. Levi, O. Medalia

Última atualização: 2024-09-14 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.13.612878

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.13.612878.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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