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# Ciências da saúde# Oncologia

Avanços em Materiais de Sensores de RNA

Um novo sistema combina biologia sintética e ciência dos materiais para diagnósticos de RNA.

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Avanço na Detecção de RNAAvanço na Detecção de RNAdiagnósticos de RNA.Um novo sistema modular melhora os
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A biologia sintética e a ciência dos materiais são duas áreas que, quando se juntam, conseguem criar materiais novos com características bem legais. Esses materiais conseguem detectar mudanças no ambiente e responder a diferentes sinais. Eles podem ser usados em várias áreas, como testes para doenças, entrega de medicamentos, crescimento de tecidos e personalização de tratamentos médicos.

A colaboração entre essas áreas começou lá no início dos anos 2000. Nessa época, os pesquisadores começaram a trabalhar em ideias como origamis de DNA e materiais feitos com bactérias modificadas. Com o passar dos anos, esse trabalho resultou no desenvolvimento de materiais inteligentes que reagem a diferentes sinais, seja por meio de componentes biológicos especiais ou usando organismos vivos que foram alterados de alguma forma.

A Importância dos Materiais Inteligentes

Esses materiais inteligentes são super úteis para detecções. Por exemplo, eles podem ajudar a encontrar poluentes ambientais ou marcadores específicos que indicam condições de saúde. Os alvos comuns para esses materiais incluem proteínas, ácidos nucleicos e pequenas moléculas. Mas, para RNA, tem menos materiais feitos especificamente para detecção. Isso acontece em parte porque o RNA pode ser menos estável que outras moléculas e, muitas vezes, precisa ser aumentado antes de ser testado, o que complica o processo.

Alguns exemplos de materiais para detecção de RNA incluem nanomateriais de ouro ou prata, nanopartículas magnéticas, pontos quânticos e materiais à base de carbono como óxido de grafeno. Esses materiais ajudam as sondas que vão se ligar ao RNA e também aumentam os sinais que produzem. A capacidade de detectar quantidades muito pequenas de RNA é crucial, especialmente na busca por biomarcadores específicos em ambientes clínicos.

Outra categoria de sensores de RNA são os sistemas à base de papel. Esses sistemas podem usar abordagens criativas, como chaves de toehold ou tecnologia CRISPR/Cas, para encontrar mRNAs e material genético viral. Eles são fáceis de usar, baratos e bons para testes em ponto de atendimento.

Como os Materiais de Detecção Funcionam

Muitos materiais de detecção mudam quando entram em contato com uma molécula alvo. Essa mudança pode ser na rigidez ou pode envolver a liberação de um composto ligado ao material. Por exemplo, existem hidrogéis que incham quando um antígeno específico é adicionado ou liberam medicamentos quando detectam um antibiótico. Em outro exemplo, um gel pode se formar quando um aptâmero se liga ao DNA, mas se a cocaína estiver presente, o gel se desintegra.

Alguns materiais podem processar informações de forma mais inteligente do que apenas reagir a uma única mudança de sinal. Eles podem usar portões lógicos simples para responder de forma diferente com base em uma combinação de entradas. Tecnologias da biologia sintética e da ciência dos materiais permitem esse tipo de processamento de informações, habilitando os materiais a filtrar sinais, armazenar informações ou modular suas respostas.

Existem vários exemplos de materiais que se comportam como portões lógicos básicos, como portas AND, OR e NOT. Pesquisadores até combinaram esses portões para criar sistemas mais complexos que podem responder de forma diferente com base em múltiplas entradas. Por exemplo, foi criado um sistema de material híbrido que funciona como um codificador binário, processando sinais e fornecendo diferentes saídas com base nas informações que recebe.

Tecnologia CRISPR em Materiais de Detecção

A tecnologia CRISPR também pode ser aplicada na criação de materiais de detecção, especialmente para identificação de RNA. Um componente específico do CRISPR chamado Cas12a é super útil porque pode ser programado, é específico para certas sequências e amplifica sinais automaticamente. Um exemplo inovador usa Cas12a em hidrogéis, onde libera moléculas ligadas quando se conecta a um RNA alvo específico.

Outro componente importante do CRISPR é o Cas13a, que se liga ao RNA e, ao reconhecer um alvo, pode cortar outras moléculas de RNA de uma forma que amplifica o sinal de detecção. Sistemas como o SHERLOCK usam essa característica ao combinar processos que amplificam RNA com a atividade do Cas13a que libera um sinal.

Desenvolvendo um Novo Sistema de Detecção

Neste estudo, foi apresentado um sistema de detecção altamente modular usando polímeros magnéticos combinados com componentes da biologia sintética. Esse sistema consegue detectar RNA sem precisar amplificar o alvo primeiro. Usando o sistema Cas13a, ele pode converter e aumentar os sinais de RNA de forma eficaz. Além disso, foi incluído um módulo que responde a proteases para aumentar ainda mais o sinal gerado pela detecção do Cas13a.

A modularidade desse sistema permite vários ajustes. A especificidade para os alvos pode ser alterada modificando as sequências de RNA, a amplificação do sinal pode ser ajustada, e a saída pode ser mudada usando diferentes proteínas fluorescentes ou enzimas de relato. Essa estrutura adaptável destaca as possibilidades de unir componentes biológicos com a ciência dos materiais, especialmente para aplicações clínicas.

Processo de Desenvolvimento Passo a Passo

Para criar esse sistema de detecção de RNA que amplifica sinais, os pesquisadores seguiram uma abordagem estruturada. Inicialmente, eles projetaram um circuito em cascata onde uma entrada é detectada, passada adiante e transformada em uma saída. O primeiro módulo reconhece o RNA, o segundo módulo transmite o sinal e o terceiro módulo o converte em uma saída mensurável.

O módulo Cas, que consiste em crRNA e Cas13a, se ativa quando se liga ao RNA alvo. O módulo TEV é projetado para liberar um RNA de relato quando clivado por uma protease. Finalmente, o módulo de mCherry conecta a atividade de clivagem à produção de um sinal de saída fluorescente.

Caracterizando o Sistema

Antes de montar o sistema todo, os módulos individuais foram desenvolvidos e testados separadamente. Por exemplo, o módulo Cas foi criado para incluir a proteína Cas13a, enquanto o módulo TEV tinha os componentes necessários e estava imobilizado em um suporte magnético. A atividade de todo o conjunto foi monitorada através de medições de fluorescência para garantir que o sistema funcionasse como esperado.

Uma vez que esses subsistemas estavam funcionais, foram montados no sistema combinado. Para evitar interações indesejadas, foi usado um suporte de placa customizado para posicionar os módulos afastados, mas ainda permitindo comunicação através de biomoléculas liberadas. Esse design garantiu que a saída só fosse gerada em resposta ao RNA alvo.

Testando Especificidade e Funcionalidade

A especificidade do sistema foi testada comparando sua resposta a diferentes sequências de RNA. Em um experimento, o sistema conseguiu distinguir com sucesso entre um RNA alvo e outros RNAS similares, demonstrando alta seletividade. Além disso, os testes mostraram que o sistema conseguia detectar biomarcadores específicos em amostras de sangue de pacientes, indicando seu potencial para diagnósticos clínicos.

A modularidade do sistema foi ainda mais confirmada ao trocar componentes para mirar diferentes RNAs sem comprometer o desempenho geral. Por exemplo, o crRNA específico para um biomarcador de câncer poderia ser trocado para focar em uma sequência de RNA diferente, mostrando a flexibilidade do sistema.

Aumentando a Amplificação de Sinal Usando Modelos

O design inicial do sistema mostrou algum potencial para amplificação de sinal, mas os pesquisadores estavam ansiosos para melhorá-lo. Mudando os materiais usados para o módulo de mCherry para um material magnético à base de celulose, eles aumentaram as propriedades de captura e liberação para a proteína mCherry. Essa modificação permitiu uma maior amplificação de sinal.

Um modelo matemático foi criado para entender melhor as interações e prever a saída do sistema em diferentes condições. Ajustando o modelo aos dados experimentais, os pesquisadores puderam obter insights sobre como o sistema se comporta e identificar as condições ideais para o desempenho.

Esse modelo não só ajudou a validar o sistema, mas também serviu como um guia para futuras melhorias. Analisando as interações dentro do sistema, os pesquisadores puderam fazer ajustes informados para aumentar a eficácia geral do processo de detecção.

Conclusão e Direções Futuras

Este estudo ilustra como a combinação da biologia sintética com a ciência dos materiais pode levar ao desenvolvimento de sistemas inovadores para diagnósticos de RNA. O Design Modular permite personalizações fáceis para focar em sequências de RNA específicas e abre portas para aplicar essa tecnologia em várias áreas, incluindo diagnósticos médicos, agricultura e monitoramento de bioprocessos.

Os métodos desenvolvidos aqui poderiam resultar em ferramentas de diagnóstico mais acessíveis e eficazes. Integrando várias abordagens de várias disciplinas científicas, os pesquisadores destacam o potencial para futuros avanços na detecção e interpretação de sinais biológicos. Isso não só representa um avanço nas capacidades de diagnóstico, mas também demonstra a importância da colaboração interdisciplinar para impulsionar a inovação científica.

Fonte original

Título: Signal-amplifying Biohybrid Material Circuits for CRISPR/Cas-based single-stranded RNA Detection

Resumo: The functional integration of biological switches with synthetic building blocks enables the design of modular, stimulus-responsive biohybrid materials. By connecting the individual modules via diffusible signals, information-processing circuits can be designed. Such systems are, however, mostly limited to respond to either small molecules, proteins, or optical input thus limiting the sensing and application scope of the material circuits. Here, we design a highly modular biohybrid material based on CRISPR-Cas13a to translate arbitrary single-stranded RNAs into a biomolecular material response. We exemplify this system by the development of a cascade of communicating materials that can detect the tumor biomarker microRNA miR19b in patient samples or sequences specific for COVID-19. Specificity of the system is further demonstrated by discriminating between input miRNA sequences with single-nucleotide differences. To quantitatively understand information processing in the materials cascade, we developed a mathematical model. The model was used to guide systems design for enhancing signal amplification functionality of the overall materials system. The newly designed modular materials can be used to interface desired RNA input with stimulus-responsive and information-processing materials for building point-of-care suitable sensors as well as multi-input diagnostic systems with integrated data processing and interpretation.

Autores: Wilfried Weber, H. Mohsenin, R. Schmachtenberg, S. Kemmer, H. J. Wagner, M. Johnston, S. Madlener, C. Dincer, J. Timmer

Última atualização: 2024-06-13 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.06.12.24308852

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.06.12.24308852.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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