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Viés de Uso de Códons: A Variação da Linguagem Genética

Estudo revela os fatores complexos que moldam o viés de uso de códons em espécies de levedura.

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No mundo da genética, o código genético é conhecido como "degenerado". Isso quer dizer que tem mais jeitos de codificar um aminoácido específico do que o número de aminoácidos. Por exemplo, existem 61 códigos diferentes (chamados de códons) que podem dizer para uma célula produzir um dos 20 aminoácidos. Como vários códons podem representar o mesmo aminoácido, é comum ver situações em que alguns códons são usados mais frequentemente que outros. Esse uso desigual dos códons é chamado de Viés de Uso de Códons (CUB).

O que é o Viés de Uso de Códons?

O viés de uso de códons é a tendência de certos códons serem preferidos em relação a outros quando um gene é expresso. Esse viés pode ser observado em várias formas de vida, de bactérias a plantas e animais. As razões por trás desse viés são complexas e podem envolver fatores como Seleção Natural, deriva genética e Mutações.

A seleção natural desempenha um papel crucial, especialmente em genes que precisam ser expressos em altos níveis. Nesses casos, parece que usar códons mais prevalentes leva a uma tradução mais eficiente do gene em uma proteína, o que pode resultar em células funcionando melhor. Enquanto isso, a deriva genética refere-se a mudanças aleatórias nas frequências gênicas que também podem afetar o uso de códons ao longo do tempo.

O Papel da Seleção Natural

A seleção natural pode favorecer certos códons sinônimos que combinam com a disponibilidade de RNA de transferência (TRNA) correspondente, que ajuda na tradução de mRNA em proteínas. Quando há muitas moléculas de tRNA para códons específicos, isso geralmente leva a uma produção de proteínas mais eficaz e rápida. Em espécies com muitos genes altamente expressos, as pressões de seleção podem se deslocar para esses códons preferidos para evitar problemas como pausas no ribossomo ou dobramento incorreto de proteínas.

Por outro lado, é importante notar que nem todos os genes são altamente expressos. Assim, o padrão geral de uso de códons em um genoma ainda pode ser influenciado por outros fatores, incluindo mutações e deriva, que também podem moldar como os códons são usados.

Variação Entre Espécies

O viés de uso de códons varia bastante de uma espécie para outra. Algumas espécies podem favorecer códigos diferentes para os mesmos aminoácidos, e essa variação não é totalmente compreendida. Os pesquisadores acreditam que essa variação pode estar relacionada a mudanças nos processos subjacentes de mutação e seleção que evoluem ao longo de longos períodos.

Para estudar isso melhor, os cientistas precisam usar modelos evolutivos que possam fornecer estimativas de parâmetros vitais, como a força da seleção para códons específicos. Compreender como esses parâmetros influenciam os padrões de uso de códons pode levar a insights sobre a história evolutiva de diferentes espécies.

O Estudo de Leveduras Saccharomycotina

Em pesquisas recentes, cientistas examinaram 327 espécies de leveduras brotantes, que pertencem a um grupo chamado Saccharomycotina. Ao usar um modelo que leva em conta tanto a seleção natural quanto os viéses de mutação, os pesquisadores observaram como esses fatores moldaram o uso de códons nessas leveduras.

Uma descoberta significativa foi que cerca de 20% das leveduras mostraram variações notáveis no uso de códons que não podiam ser explicadas apenas pela seleção translacional. Isso sugere a influência potencial de outros processos não adaptativos, indicando uma paisagem evolutiva mais complexa.

Seleção Translacional e Suas Evidências

Evidências de seleção translacional foram encontradas na maioria das espécies estudadas. Isso ajudou a apoiar a ideia de que a seleção natural impacta o uso de códons. Ao comparar os códons, ficou claro que mudanças na seleção natural para códons específicos estavam correlacionadas com a disponibilidade de tRNA entre as espécies. Os pesquisadores puderam observar diretamente como essa característica da síntese de proteínas teve um papel na formação do uso de códons.

Além disso, a pesquisa destacou como os viéses de mutação diferiam de uma espécie para outra, muitas vezes relacionados ao conteúdo de GC dos seus genomas. No entanto, não havia uma relação clara entre mudanças em certos genes e os viéses de mutação.

Refinando Viéses de Seleção e Mutação

Equipes científicas usaram o modelo escolhido para quantificar a seleção natural e os viéses de mutação no uso de códons. Foi observado que, dentro de um único genoma, a variação poderia surgir de processos não adaptativos que influenciam o uso de nucleotídeos.

Para investigar essa variação, os pesquisadores categorizaram os genes codificadores de proteínas de cada espécie com base nas frequências de códons correspondentes e os agruparam em diferentes conjuntos. Isso permitiu à equipe avaliar como os viéses de mutação poderiam diferir entre esses conjuntos.

Resultados do Estudo

As descobertas mostraram que a seleção natural e os viéses de mutação responsáveis pelo uso de códons exibiam uma considerável variabilidade mesmo entre espécies intimamente relacionadas. Embora os padrões de seleção natural fossem geralmente consistentes, os viéses de mutação eram mais variáveis, indicando que esses traços refletem diferentes pressões ou mecanismos evolutivos.

Implicações para Compreender a Evolução

Esses resultados enfatizam a necessidade de explorar como fatores como a disponibilidade de tRNA influenciam a direção e a força da seleção natural sobre o uso de códons em várias espécies. As interações e diferenças nos traços evolutivos podem levar a implicações mais amplas para nossa compreensão da biologia e da evolução das leveduras.

Além disso, o estudo indica que, enquanto a seleção desempenha um papel significativo, os viéses de mutação e outros processos não adaptativos também contribuem para os padrões observados no viés de uso de códons. Entender esses processos pode levar a uma visão mais clara de como a vida microbiana se adapta e evolui ao longo do tempo.

Conclusão

O viés de uso de códons em leveduras é moldado por uma complexa interação entre seleção natural, viéses de mutação e variações entre espécies. O estudo das leveduras brotantes Saccharomycotina fornece insights vitais sobre esses processos. À medida que os pesquisadores continuam a melhorar modelos evolutivos e investigar os fatores que influenciam o viés de uso de códons, ganhamos uma melhor compreensão da evolução genética e da diversidade da vida na Terra.

Essa pesquisa nos dá informações cruciais sobre como os organismos adaptaram seus códigos genéticos para serem mais eficientes, influenciando, em última análise, sua sobrevivência e evolução.

Fonte original

Título: Evolution of tRNA pool shapes variation in selection on codon usage across the Saccharomycotina subphylu

Resumo: Across the major taxonomical domains, synonymous codons of an amino acid are found to be used in unequal frequencies. This codon usage bias - both in terms of the degree of bias and the identity of codons used - is highly variable, even among closely related species. Within a species, genome-wide codon usage bias reflects a balance between adaptive and non-adaptive microevolutionary processes. Variation in these microevolutionary processes results in across-species variation in codon usage bias. As codon usage bias is tightly linked to important molecular and biophysical processes, it is critical to understand how changes to these processes drive changes to the microevolutionary processes. Here we employ a population genetics model of coding sequence evolution to quantify natural selection and mutation biases on a per-codon basis and estimate gene expression levels across the budding yeasts Saccharomycotina subphylum. We interrogate the impact of variation in molecular mechanisms hypothesized to be driving the microevolution of codon usage. We find that natural selection and mutation biases evolved rapidly over macroevolutionary time, with high variability between closely related species. The majority (324/327) of yeasts exhibited clear signals of translational selection, with selection coefficients being correlated with codon-specific estimates of ribosome waiting times within species. Across species, natural selection on codon usage correlated with changes to ribosome waiting times, indicating that tRNA pool evolution is a major factor driving changes to natural selection on codon usage. We find evidence that changes to tRNA modification expression can contribute to changes in natural selection across species independent of changes to tRNA gene copy number, suggesting tRNA modifications also play a role in shaping natural selection on codon usage. Our work firmly establishes how changes to microevolutionary processes can be driven by changes to molecular mechanisms, ultimately shaping the macroevolutionary variation of a trait.

Autores: Alexander L. Cope, Premal Shah

Última atualização: 2024-09-28 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.27.615277

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.27.615277.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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