Novo Método para Avaliar a Resistência a Antibióticos na Tuberculose
Uma nova abordagem baseada em regressão melhora a previsão da resistência a antibióticos na tuberculose.
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Índice
- Método Atual Usado pela OMS
- Limitações do Método Atual
- Nova Abordagem: Regressão Multivariada
- Visão Geral do Estudo
- Coleta e Curadoria de Dados
- Construindo o Modelo de Regressão
- Considerações sobre a Estrutura Populacional
- Avaliando os Modelos
- Vantagens da Abordagem de Regressão
- Comparação dos Resultados
- Limitações da Abordagem de Regressão
- Conclusão
- Direções Futuras
- Fonte original
- Ligações de referência
A Resistência a Antibióticos é um problema sério na luta contra doenças infecciosas, especialmente a tuberculose causada pelo complexo Mycobacterium tuberculosis (MTBC). Entender como as mudanças genéticas nas bactérias estão relacionadas à resistência a antibióticos é crucial para a saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu métodos para classificar Mutações em bactérias associadas a essa resistência. Este artigo vai explicar os métodos atuais usados e apresentar uma nova abordagem que visa melhorar a precisão dessas avaliações.
Método Atual Usado pela OMS
Atualmente, a OMS usa um método que analisa mutações únicas nas bactérias e as compara a um resultado de resistência binário: resistente ou suscetível. Esse processo ignora casos em que múltiplas mutações estão presentes, o que pode deixar de lado mecanismos de resistência mais complexos. Os resultados dessa análise são então classificados em cinco categorias. Essas categorias ajudam a determinar a probabilidade de uma mutação estar ligada à resistência a antibióticos.
- Grupo 1: Fortemente associada à resistência.
- Grupo 2: Possivelmente associada à resistência, mas não confirmada.
- Grupo 3: Significado incerto-mais pesquisa necessária.
- Grupo 4: Possivelmente não associada à resistência, mas não descartada.
- Grupo 5: Não associada à resistência.
O método atual assume que a maioria das cepas resistentes tem apenas uma mutação significativa em genes-chave, enquanto cepas suscetíveis geralmente não têm mutações significativas. As evidências que ligam uma mutação à resistência vêm apenas de casos onde é a única mutação presente. Essa abordagem restrita pode ignorar os efeitos combinados de múltiplas mutações que também poderiam influenciar a resistência.
Limitações do Método Atual
Embora esse método atual seja útil, ele tem limitações notáveis. Ele não leva em conta como várias mutações podem trabalhar juntas para causar resistência. Como a resistência a antibióticos é um traço complexo, depender unicamente da presença de mutações únicas pode levar a imprecisões. A metodologia existente também pode perder relacionamentos importantes entre mutações que poderiam oferecer melhores insights sobre padrões de resistência.
Nova Abordagem: Regressão Multivariada
Para superar algumas dessas limitações, pode-se aplicar um método diferente chamado regressão multivariada. Essa abordagem permite que os pesquisadores avaliem a influência de uma ou mais mutações ao mesmo tempo. Ao considerar várias mutações juntas, esse método pode fornecer uma melhor compreensão de como elas contribuem para a resistência a antibióticos.
A regressão multivariada tem sido usada de forma eficaz em outras áreas, como na previsão de doenças humanas. Como a resistência a antibióticos também tem um componente genético, essa abordagem de regressão pode ajudar a entender e prever resistência com base em dados genéticos.
Visão Geral do Estudo
Neste estudo, os pesquisadores compararam o método tradicional usado pela OMS com um modelo de regressão penalizada multivariada usando um grande conjunto de dados de genomas do MTBC. O objetivo era ver se o modelo de regressão poderia fornecer uma previsão mais precisa de resistência a antibióticos em comparação com o método existente.
Os pesquisadores utilizaram dados de mais de 52.000 genomas bacterianos. Eles buscam identificar quão bem o modelo de regressão poderia prever resistência em comparação com a abordagem tradicional utilizada pela OMS.
Coleta e Curadoria de Dados
Para começar, os modelos de regressão foram baseados nos mesmos dados genéticos e de resistência que a OMS usou em sua segunda edição dos catálogos de mutações. Esses dados consistiam tanto em pesquisas publicadas quanto em contribuições de várias iniciativas globais contra a tuberculose. A qualidade dos dados foi significativamente controlada para garantir precisão, permitindo que a análise se baseasse em informações robustas.
Os dados fenotípicos foram divididos em dois grupos:
- Conjunto de dados da OMS: Dados com maior confiança resultantes de testes aprovados pela OMS.
- Conjunto de dados ALL: Um conjunto maior que incluía tanto dados aprovados pela OMS quanto resultados de outros métodos de teste não endossados pela OMS.
Os pesquisadores focaram em certos genes-chave que tinham uma forte ligação com a resistência a antibióticos. O objetivo era criar um modelo mais abrangente que pudesse prever resistência de forma mais confiável.
Construindo o Modelo de Regressão
Os pesquisadores estabeleceram uma série de modelos de regressão adaptados para analisar como as mutações estão relacionadas à resistência a antibióticos. Eles criaram um modelo básico para avaliar variantes de genes não silenciosas. Modelos adicionais consideraram outros fatores, como mutações de perda de função que afetam o comportamento das proteínas.
Ao rodar esses modelos, eles puderam avaliar o impacto de cada mutação enquanto controlavam outras mutações. Isso ajudou a reduzir quaisquer imprecisões que poderiam surgir de mutações relacionadas fornecendo conclusões enganosas.
Considerações sobre a Estrutura Populacional
Como o MTBC evolui de forma clonal, a estrutura populacional desempenha um papel em quão precisamente os modelos podem avaliar o impacto das mutações. Esse aspecto foi considerado usando análise de componentes principais (PCA), que ajudou a esclarecer a variação genética entre diferentes cepas bacterianas. Ao controlar esses elementos, a análise de regressão visou melhorar a precisão e reduzir falsos positivos na determinação da resistência.
Avaliando os Modelos
Para avaliar o desempenho do novo modelo de regressão, os pesquisadores compararam seus resultados com o método existente da OMS. Eles queriam ver se o modelo de regressão poderia identificar mais mutações associadas à resistência enquanto mantinha um nível semelhante de precisão.
O estudo mostrou que o modelo de regressão identificou um total de 21.589 pares diferentes de variantes de fármacos. A comparação revelou um alto nível de concordância entre os dois métodos para identificar variantes associadas à resistência, com o modelo de regressão capturando muitos marcadores de resistência adicionais potenciais.
Vantagens da Abordagem de Regressão
Uma vantagem significativa do método de regressão é que ele permite uma interpretação mais nuançada de como as mutações interagem. Ao considerar múltiplas mutações, os pesquisadores podem prever melhor os padrões de resistência. Além disso, o método de regressão não requer definições anteriores de mutações neutras, o que simplifica o processo e o torna mais adaptável à medida que novos dados se tornam disponíveis.
Outro benefício é que essa abordagem pode ajudar a reduzir a dependência da literatura externa para classificar mutações. Isso melhora a escalabilidade e permite uma produção mais automatizada de catálogos futuros.
Comparação dos Resultados
Os pesquisadores descobriram que o modelo de regressão classificou significativamente mais variantes como associadas à resistência em comparação com o método tradicional. A sensibilidade do modelo de regressão foi maior para vários antibióticos, significando que ele poderia identificar mais casos de resistência corretamente em comparação com o método da OMS.
O estudo mostrou que a regressão pode melhorar a detecção de mutações relacionadas à resistência, particularmente em casos onde o método atual poderia deixá-las passar. Isso foi especialmente verdadeiro para variantes que estão presentes em menos de cinco isolados, um limite que poderia levar a uma classificação incerta.
Limitações da Abordagem de Regressão
Apesar de suas forças, a abordagem de regressão tem limitações. Ela requer dados de alta qualidade sem informações faltantes para resultados precisos. Isso pode, às vezes, levar à exclusão de variantes raras, que podem ser significativas.
Além disso, enquanto o método de regressão pode identificar melhor associações entre mutações e resistência, ele não prova que essas associações são causais, especialmente quando há viés de amostragem presente. Os pesquisadores devem permanecer cautelosos ao interpretar resultados e entender as complexidades do desenvolvimento de resistência.
Conclusão
Em resumo, o estudo apresenta um método baseado em regressão que oferece uma maneira mais abrangente de avaliar a ligação entre mutações genéticas e resistência a antibióticos no MTBC. Ao analisar várias mutações simultaneamente, essa abordagem pode resultar em previsões aprimoradas de resistência que o método tradicional pode perder.
Os achados sugerem que este modelo de regressão não apenas captura associações existentes de forma mais precisa, mas também estabelece as bases para futuras pesquisas sobre resistência a antibióticos. Com a flexibilidade de se adaptar à medida que novos dados surgem, esse método representa um avanço significativo na compreensão e combate à resistência a antibióticos.
Direções Futuras
Seguindo em frente, será essencial continuar refinando a abordagem de regressão. Estudos futuros poderiam se concentrar em validar essas previsões em ambientes clínicos, expandindo o modelo para incluir mais dados e examinando as interações entre mutações de maneira mais detalhada.
Além disso, incorporar novas técnicas e ferramentas ajudará a avaliar a resistência a antibióticos de forma mais eficiente, melhorando os resultados de saúde e as estratégias para enfrentar esse desafio global de saúde.
Título: Regression for accurate and sensitive grading of mutations diagnostic of antibiotic resistance in Mycobacterium tuberculosis
Resumo: Rapid genotype-based drug susceptibility testing for the Mycobacterium tuberculosis complex (MTBC) relies on a comprehensive knowledgebase of the genetic determinants of resistance. We built a catalog of resistance-associated mutations in MTBC using a novel regression-based approach and benchmarked it against the 2nd edition of the World Health Organization mutation catalog. We trained multivariate logistic regression models on over 50,000 MTBC isolates to associate binary resistance phenotypes for 15 antitubercular drugs with variants extracted from candidate resistance genes. Regression detects 452/457 (99%) resistance-associated variants identified using the existing method (a.k.a, SOLO method) and grades 218 (29%) more total variants than SOLO. The regression-based catalog achieves higher sensitivity on average (+3.2 percentage points, pp) than SOLO with smaller average decreases in specificity (-1.0 pp) and positive predictive value (-1.8 pp). The regression pipeline also detects isoniazid resistance compensatory mutations in ahpC and variants linked to bedaquiline and aminoglycoside hypersusceptibility. These results inform the continued development of targeted next generation sequencing, whole genome sequencing, and other commercial molecular assays for diagnosing resistance in MTBC. In addition to grading genetic variants by their associations with phenotype, regression models could potentially provide an accurate and scalable method of predicting antibiotic resistance from bacterial genetic profiles.
Autores: Maha R Farhat, S. G. Kulkarni, S. Laurent, P. Miotto, T. M. Walker, L. Chindelevitch, World Health Organization sequencing network, C.-M. Nathanson, N. Ismail, T. C. Rodwell
Última atualização: 2024-07-05 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.01.24309598
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.01.24309598.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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