O Papel dos Bifidobactérias na Saúde Intestinal do Bebê
Bifidobactérias são super importantes pra desenvolver um microbioma intestinal saudável em bebês.
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Índice
- Bifidobactérias: Jogadores Chave
- Benefícios da Fermentação
- Interação com o Amido Resistente
- Estrutura do Amido e Crescimento Microbiano
- Pesquisa sobre Cepas de Bifidobactérias
- Métodos Usados na Pesquisa
- Resultados do Estudo
- Entendendo as Proteínas Envolvidas
- Significado das Descobertas
- Conclusão
- Fonte original
O intestino humano abriga uma grande quantidade de bactérias, conhecidas como microbiota intestinal. Esses micro-organismos minúsculos desempenham um papel crucial na nossa saúde, especialmente nas primeiras etapas da vida. Quando os bebês nascem, a microbiota intestinal começa a se desenvolver e esse processo pode ter efeitos duradouros na saúde deles à medida que crescem. Vários fatores podem influenciar o crescimento dessas bactérias, incluindo se o bebê nasceu prematuro ou a termo, como foi o parto, se recebeu antibióticos e o que come.
Bifidobactérias: Jogadores Chave
Um grupo importante de bactérias em bebês se chama bifidobactérias. Essas bactérias estão entre as primeiras a se estabelecer no intestino do bebê e são especialmente benéficas para a saúde. Para os bebês que são amamentados, um tipo especial de carboidrato encontrado no leite humano, chamado oligosacarídeos do leite humano (HMO), não pode ser digerido pelo bebê, mas pode ser fermentado por certas bifidobactérias. Esse processo de fermentação ajuda a microbiota intestinal a se desenvolver de uma maneira saudável.
Quando os bebês começam a comer alimentos sólidos, acontece a fase conhecida como desmame. Esse momento é crucial para a maturação do Microbioma intestinal. A introdução de alimentos sólidos geralmente inclui itens ricos em amido, como cereais e vegetais. Alguns desses alimentos ricos em amido contêm amido resistente (AR), que não é totalmente digerido no estômago e no intestino delgado. Em vez disso, ele chega ao cólon, onde pode ser fermentado pelas bactérias intestinais. A fermentação do amido pode ajudar o microbioma intestinal a crescer e mudar, o que é especialmente importante para bebês cujo microbioma ainda está em desenvolvimento.
Benefícios da Fermentação
Quando o amido resistente e outros componentes difíceis de digerir são fermentados, eles produzem substâncias benéficas conhecidas como ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), como acetato e butirato. Essas substâncias têm muitos benefícios para a saúde e podem afetar o sistema imunológico, possivelmente até na idade adulta. Isso gerou interesse em usar bifidobactérias como probióticos, que são bons para os bebês e podem ajudar a prevenir alguns problemas intestinais.
Interação com o Amido Resistente
Espécies de Bifidobacterium são importantes no microbioma intestinal porque interagem com o amido resistente à medida que ele passa pelo sistema digestivo. Em humanos e em animais, as bifidobactérias podem quebrar o amido e trabalhar em conjunto com outros micróbios intestinais, o que influencia o equilíbrio geral das bactérias no intestino. Pesquisas mostram que, após o desmame e a introdução do amido de milho rico em amilopectina, há um aumento na abundância de bifidobactérias, indicando que elas conseguem se adaptar a fermentar o amido durante o desmame.
Durante o desmame, as bifidobactérias precisam usar um ou mais tipos de carboidratos para sobreviver e prosperar. Elas podem usar os oligosacarídeos do leite humano, carboidratos de alimentos sólidos como o amido ou muco produzido pelo hospedeiro. Particularmente, Bifidobacterium longum é importante durante essa transição, e há evidências emergentes de que diferentes cepas de bifidobactérias podem se adaptar a nutrientes específicos de maneiras diferentes.
Estrutura do Amido e Crescimento Microbiano
O amido é composto por dois componentes principais: amilopexina e amilopectina. A maneira como esses componentes são estruturados afeta como eles são digeridos. Diferentes tipos de amido de milho, que variam em seu teor de amilopectina, podem ser usados para estudar como o amido resistente é quebrado. Por exemplo, o amido de milho normal contém 20% de amilopectina, o amido de milho rico em amilopectina tem 50%, e um amido ainda mais rico em amilopectina, HylonVII, contém 70% de amilopectina.
Para quebrar o amido resistente, as bactérias precisam de enzimas específicas que possam atacar as estruturas cristalinas do amido. Certas cepas de bifidobactérias foram identificadas como degradadoras de amido, mas como exatamente elas fazem isso não é bem compreendido. A pesquisa nessa área pode ajudar a melhorar nosso conhecimento sobre como as bifidobactérias contribuem para o microbioma intestinal durante o desmame.
Pesquisa sobre Cepas de Bifidobactérias
Para aprender mais sobre como as bifidobactérias usam o amido resistente, os pesquisadores estudaram onze cepas diferentes de bifidobactérias de diferentes fontes, como bebês humanos e ruminantes. Eles testaram quão bem essas cepas poderiam crescer em vários tipos de amido. Eles também analisaram as taxas de crescimento e os produtos liberados durante a fermentação com um grupo menor de seis cepas.
Os cientistas examinaram as informações genéticas relacionadas às enzimas que quebram o amido. Eles usaram técnicas avançadas para capturar como essas bactérias reagiram ao amido resistente. Através de seus experimentos, eles encontraram novas informações sobre como as bifidobactérias interagindo com o amido podem afetar o microbioma intestinal, especialmente durante a fase de desmame.
Métodos Usados na Pesquisa
A pesquisa envolveu isolar várias cepas de bifidobactérias de amostras de fezes de bebês. Os cientistas testaram essas cepas em meios de crescimento especiais contendo diferentes tipos de amido. Eles monitoraram o crescimento das bactérias ao longo do tempo e mediram quanto do amido foi quebrado em unidades de açúcar menores durante a fermentação.
Eles também analisaram os metabolitos produzidos pelas bactérias, como ácidos graxos de cadeia curta, usando ferramentas avançadas como espectrometria de ressonância magnética nuclear (RMN). Além disso, foi feita uma análise de proteínas para entender quais proteínas eram produzidas pelas bifidobactérias em resposta a diferentes amidos.
Resultados do Estudo
O estudo descobriu que o tipo de amido afetou significativamente o quão bem diferentes bifidobactérias cresceram. Algumas cepas, como B. pseudocatenulatum e B. breve, puderam utilizar efetivamente vários tipos de amido, enquanto outras mostraram crescimento limitado. Essa informação é importante porque indica como as bactérias intestinais se adaptam a novos alimentos à medida que a dieta do bebê muda.
Além disso, os pesquisadores descobriram que duas cepas estreitamente relacionadas, B. pseudolongum e B. globosum, exibiram diferentes habilidades e mecanismos para quebrar o amido resistente. Comparando seus códigos genéticos, eles identificaram algumas diferenças-chave que poderiam explicar seus padrões de crescimento variados e como metabolizam o amido.
Entendendo as Proteínas Envolvidas
Um foco da pesquisa foi nas proteínas envolvidas na quebra do amido. Por exemplo, uma proteína multi-modular foi identificada em B. globosum que tinha várias partes funcionais, incluindo uma que se liga ao amido. Essa maquinaria enzimática é importante para a capacidade das bifidobactérias de fermentar o amido resistente de forma eficaz.
Usando várias técnicas, os pesquisadores previram a estrutura tridimensional dessa proteína, o que revelou como ela pode funcionar na quebra do amido. O estudo também encontrou que certas proteínas, como proteínas do domínio vWA, poderiam desempenhar um papel na degradação do amido e podem ajudar as bactérias a trabalharem juntas em comunidades.
Significado das Descobertas
Essas descobertas apontam para a importância das bifidobactérias em ajudar os bebês na transição de uma dieta líquida de leite materno para alimentos sólidos contendo amido. À medida que os bebês começam a comer alimentos sólidos, essas bactérias se ajustam a novos tipos de carboidratos, o que auxilia no desenvolvimento geral de seu microbioma intestinal.
O estudo fornece um conhecimento valioso sobre como as bifidobactérias metabolizam o amido e produzem metabolitos benéficos como ácidos graxos de cadeia curta. Entender esses processos pode ajudar a desenvolver alimentos funcionais que apoiem a saúde intestinal dos bebês, especialmente durante o período de desmame.
Conclusão
Resumindo, a microbiota intestinal, especialmente as bifidobactérias, desempenha um papel fundamental na saúde e no desenvolvimento dos bebês. A capacidade delas de se adaptar a novos componentes dietéticos, como o amido, é crucial durante a fase de desmame, afetando o equilíbrio geral das bactérias intestinais. O estudo esclarece as interações complexas entre as bactérias intestinais e os amidos dietéticos, revelando informações importantes sobre seus papéis na nutrição e na saúde.
Pesquisas futuras podem expandir esse trabalho estudando uma gama mais ampla de cepas bacterianas e condições dietéticas. Entender como cepas específicas de bifidobactérias influenciam a saúde intestinal dos bebês continuará sendo importante à medida que buscamos desenvolver estratégias para promover o desenvolvimento saudável do microbioma ao longo da vida.
Título: Novel amylase genes enable utilisation of resistant starch by bifidobacteria relevant to early-life microbiome development
Resumo: Bifidobacterium species and strains are key members of the gut microbiota, appearing soon after birth and persisting into adulthood. Resistant starch is an important dietary substrate for adult-associated bifidobacteria, where its fermentation supports host health. However, little is known about how different starch structures interact with bifidobacteria across various ages and ecological niches. To address this, we carried out detailed growth kinetics screening of Bifidobacterium reference strains and unique isolates from breast-fed infants, testing their metabolic interaction with a variety of starch structures. 1H NMR metabolomics as well as analysis of CAZyme profiles from genomes were generated for each Bifidobacterium-starch combination. For a subset of resistant starch-utilising isolates, we integrated multi-omics approaches to attain further mechanistic interaction insights. Our results revealed that bifidobacterial starch hydrolysis capabilities are closely associated with their CAZyme profiles and appear to be connected to the niche they occupy. Notably, in one isolate of Bifidobacterium pseudolongum, we identified a novel gene cluster containing three multi-functional amylase enzymes complemented by several starch binding modules which were significantly upregulated in response to resistant starch. This gene cluster was also found in the genomes of bifidobacterial isolates from weaning infants and adults. These findings provide new insights into their participation in the maturation process of the infant gut microbiota. Uncovering mechanisms of metabolic interaction between starch structures and bifidobacteria underscores the importance of this ecological function and potential health implications.
Autores: Frederick J. Warren, M. E. Millar, M. Abele, H. C. Harris, T. T. Koev, A. Telatin, R. Kiu, D. Van Sinderen, Y. Z. Khimyak, C. Ludwig, L. J. Hall
Última atualização: 2024-10-09 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.09.617373
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.09.617373.full.pdf
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