Desempacotando Estratégias Nutricionais de Bactérias Uropatogênicas em Infecções Urinárias
Estudo revela as necessidades metabólicas das bactérias que causam infecções do trato urinário.
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Índice
Infecções do trato urinário (ITUs) são um problema de saúde comum, resultando em milhões de visitas a médicos todo ano nos Estados Unidos. Essas infecções podem ser causadas por vários germes, mas um pequeno número de bactérias é responsável pela maioria dos casos vistos em ambientes ambulatoriais. Na verdade, oito tipos de bactérias estão ligados a quase todas as ITUs, o que é surpreendente, considerando a variedade de bactérias encontradas em fezes humanas, que acredita-se ser a fonte desses germes. Essa situação sugere que certos fatores, possivelmente relacionados à nutrição, influenciam quais bactérias conseguem causar infecções.
Escherichia Coli
Foco emMuita pesquisa sobre ITUs se concentra na Escherichia coli, que responde por cerca de 75% dos casos sem complicações. Os cientistas descobriram que esse tipo de E. coli, muitas vezes chamado de E. coli uropatogênica, precisa absorver vários aminoácidos encontrados na urina para crescer bem. Um aminoácido, a Serina, é especialmente importante para o E. coli prosperar no trato urinário. Além disso, E. coli pode reciclar vários blocos de construção de DNA e RNA, provavelmente para apoiar seu próprio crescimento e replicação. Ele também usa etanolamina urinária, uma fonte de nitrogênio, enfatizando ainda mais suas necessidades metabólicas específicas.
Embora E. coli tenha sido estudada extensivamente, ela representa apenas um tipo de bactéria responsável pelas ITUs. Existem outros tipos que accountam pelos 25% restantes dos casos, como Klebsiella Pneumoniae, Staphylococcus saprophyticus e outros. Algumas dessas, como Proteus mirabilis, começaram a ganhar mais atenção porque podem criar biofilmes que complicam as ITUs associadas a cateteres. Curiosamente, P. mirabilis também prefere usar serina ao crescer na urina humana, assim como E. coli. No entanto, no geral, ainda não sabemos muito sobre as necessidades metabólicas de muitas outras bactérias que causam ITUs.
Avanços na Pesquisa Metabólica
Desenvolvimentos recentes em tecnologia melhoraram nossa capacidade de estudar as atividades metabólicas de vários microrganismos. Um método em particular, chamado análise de fluxo de limite metabólico, foi projetado para analisar as taxas de absorção de nutrientes e a produção de resíduos em bactérias. Essa técnica permite que os pesquisadores comparem as atividades metabólicas de diferentes espécies. Nossa equipe aplicou esse método para realizar um exame minucioso das oito espécies uropatogênicas mais comuns, a fim de entender melhor suas estratégias nutricionais quando cultivadas na urina humana.
Coleta de Amostras para Estudo
Para nosso estudo, coletamos urina humana de vários doadores adultos, garantindo que seguimos as diretrizes éticas necessárias. A urina foi então esterilizada e armazenada para uso experimental. Selecionamos oito espécies de bactérias que frequentemente causam ITUs sem complicações para analisar suas necessidades metabólicas. Essas incluíram tanto bactérias Gram-negativas quanto Gram-positivas, com cepas retiradas de testes de laboratório e amostras clínicas.
Para estudar como essas bactérias se comportam na urina humana, as cultivamos em um ambiente de laboratório controlado. Cada cepa foi primeiro cultivada em um meio de crescimento padrão, depois lavada e transferida para a urina coletada. Monitoramos seu crescimento e coletamos amostras no início e no final do experimento para analisar as mudanças em sua atividade metabólica.
Analisando os Metabólitos
Analisamos as amostras coletadas usando equipamentos avançados que separam e identificam os vários metabólitos presentes nas culturas. Esse processo nos permitiu determinar quais nutrientes foram consumidos e quais produtos de resíduos foram produzidos por cada espécie bacteriana. Comparamos os perfis metabólicos das bactérias com amostras de urina saudável para identificar qualquer mudança significativa.
Nossos achados revelaram que as diferentes cepas bacterianas mostraram comportamentos metabólicos consistentes dentro de suas espécies, mas cada espécie apresentou padrões distintos de consumo de nutrientes e produção de resíduos. Também descobrimos que tendências metabólicas mais amplas poderiam ser vistas entre diferentes tipos de bactérias.
Classificando Uropatógenos com Base no Metabolismo
A partir da nossa análise, agrupamos as bactérias uropatogênicas em quatro categorias metabólicas principais:
Consumidores de Serina: Este grupo inclui E. coli, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis. Essas espécies utilizaram significativamente serina da urina.
Consumidores de Glutamina: Pseudomonas Aeruginosa se destacou por consumir altos níveis de glutamina enquanto não usava serina ou glicose.
Abstinentes de Aminoácidos: Esta categoria consiste em Enterococcus Faecalis e Streptococcus agalactiae, que consumiram muito poucos aminoácidos.
Minimalistas de Aminoácidos: Staphylococcus saprophyticus e Staphylococcus aureus caem neste grupo, consumindo um número limitado de aminoácidos em comparação com os outros.
Estratégias Nutricionais e Implicações
No geral, notamos que muitas das bactérias estudadas consumiram quantidades variadas de aminoácidos totais, com algumas espécies consumindo significativamente menos que outras. Notavelmente, os consumidores de serina representaram a maioria da ingestão de aminoácidos, enquanto os abstinentes de aminoácidos ingeriram muito pouco. Além disso, quase todas as espécies testadas utilizaram glicose como fonte de carbono, com exceção de Pseudomonas aeruginosa, que não consumiu glicose de jeito nenhum.
Nossa pesquisa tem implicações para entender como diferentes bactérias podem interagir quando coexistem no trato urinário. Observamos que certos pares de bactérias, como E. coli e E. faecalis, ocorrem juntos com mais frequência do que o esperado, possivelmente devido às suas necessidades nutricionais diferentes. Essa diversidade pode permitir que elas prosperem sem competir diretamente pelos mesmos recursos.
Criando Condições de Laboratório Mais Relevantes
Uma aplicação prática de nossas descobertas é no desenvolvimento de urina artificial, frequentemente usada em experimentos de laboratório para estudar infecções urinárias. As formulações atuais de urina artificial não refletem com precisão a composição química da urina humana real, o que pode levar a resultados enganosos. Adicionando metabólitos chave identificados em nosso estudo, os pesquisadores podem criar um ambiente mais realista para estudar as bactérias do trato urinário.
Conclusão
Em resumo, nosso estudo fornece insights valiosos sobre as estratégias nutricionais de bactérias uropatogênicas comuns quando cultivadas na urina humana. Ao identificar quatro categorias metabólicas distintas, destacamos como essas espécies interagem e prosperam no ambiente urinário. Essas informações fundamentais podem abrir caminho para pesquisas mais direcionadas sobre ITUs e saúde do trato urinário em geral.
Título: Metabolomics survey of uropathogenic bacteria in human urine
Resumo: Urinary tract infections (UTIs) are one of the most prevalent infections in North America and are caused by a diverse range of bacterial species. Although uropathogenesis has been studied extensively in the context of macromolecular interactions, the degree to which metabolism may contribute to infection is unclear. Currently, most of what is known about the metabolic capacity of uropathogens has been derived from genomics, genetic knockout studies or transcriptomic analyses. However, there are currently very little empirical data on the metabolic activity of uropathogens when grown in urine. To address this gap, we conducted a systematic survey of the metabolic activities of eight of the most common uropathogenic bacterial species that collectively represent 99% of uncomplicated UTIs. Liquid chromatography-mass spectrometry (LC-MS) analyses of human urine cultures revealed that uropathogens have four distinct metabolic clades. We generalized these clades as serine consumers (Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae and Proteus mirabilis), glutamine consumers (Pseudomonas aeruginosa), amino acid abstainers (Enterococcus faecalis and Streptococcus agalactiae), and amino acid minimalists (Staphylococcus aureus and Staphylococcus saprophyticus). These metabolic classifications can be further subdivided on a species-to-species level. This survey provides a framework to understanding the metabolic activity of the diverse range of uropathogens and how these species use divergent metabolic strategies to occupy the same niche.
Autores: Ian A Lewis, C. C. Chan, R. A. Groves, T. Rydzak
Última atualização: 2024-10-07 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.07.617107
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.07.617107.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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