Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Biologia# Genética

Entendendo os Matadores de Pólen na Genética das Plantas

Estudo mostra a dinâmica complicada dos assassinos de pólen e seu impacto nas características das plantas.

― 7 min ler


Matadores de Pólen naMatadores de Pólen naGenética das Plantasreprodução das plantas.Investigando dinâmicas genéticas na
Índice

No mundo da genética, tem várias formas de passar características dos pais pros filhos. Um dos métodos mais conhecidos é a herança mendeliana, que foi descrita pelo Gregor Mendel no século 19. Mas os pesquisadores também acharam outros jeitos de herança que não seguem as regras do Mendel. Isso é chamado de herança não mendeliana.

Uma área legal de estudo na herança não mendeliana é a distorção de segregação, onde as proporções esperadas dos filhos não aparecem. Isso pode acontecer em muitos organismos vivos, incluindo plantas, fungos e animais. Essas irregularidades podem dar uma visão de como os cromossomos evoluem e como as células reprodutivas masculinas se desenvolvem.

Matadores de Gametas e Direcionadores Meióticos

Gametas são as células reprodutivas que se juntam durante a fertilização. Em algumas espécies, certos elementos genéticos podem manipular o resultado da reprodução pra favorecer a própria transmissão. Esses elementos podem distorcer a segregação nos filhos. Tem dois mecanismos principais que causam essa distorção: direcionadores meióticos e matadores de gametas.

Direcionadores meióticos se distribuem preferencialmente nos gametas durante o processo de meiose, resultando em mais cópias deles mesmos do que o esperado. Já os matadores de gametas podem destruir gametas competidores que não carregam o alelo direcionador.

O Estudo de Matadores de Gametas em Plantas

Em plantas, especialmente nas cultivadas, os pesquisadores documentaram vários matadores de gametas. Isso é importante porque esses mecanismos podem complicar os programas de reprodução, afetando como os recursos genéticos são utilizados. Por exemplo, estudos mostraram que o arroz apresenta matadores de gametas, especialmente em cruzamentos entre variedades diferentes de arroz. Mas também tem matadores de gametas em espécies selvagens, como na Arabidopsis thaliana, que é um organismo modelo na genética de plantas.

Caracterização de um Matador de Polen

Em estudos anteriores da Arabidopsis thaliana, um matador de pólen conhecido como PK3 foi identificado. Esse matador foi encontrado na parte inferior do cromossomo 3. Quando híbridos são produzidos de duas populações naturais distantes dessa planta, acontece uma situação onde uma população tem o alelo sensível, enquanto a outra tem o alelo matador. Isso resulta em um número reduzido de plantas homozigóticas, afetando como as características são passadas.

Os pesquisadores identificaram alguns comportamentos do matador PK3, incluindo que algumas acessões do mundo todo podem carregar diferentes formas desse matador. O mecanismo pelo qual o PK3 opera envolve duas fitas de DNA que precisam estar presentes para a função do matador funcionar. Isso significa que ambos os genes matadores precisam estar ativos pra que o matador de pólen tenha efeito.

Identificando Genes Matadores

Identificar os genes exatos responsáveis pela atividade do matador no lócus PK3 pode ser complicado. Os pesquisadores se concentraram nas características compartilhadas dentro das acessões matadoras. Estudando a estrutura desses genes, descobriram que um dos genes, chamado KPOK3A, é vital para a atividade matadora. Pra confirmar isso, os pesquisadores usaram técnicas pra mutar o gene, resultando em mutantes que não exibiam mais a característica matadora.

Outro gene, KPOK3C, também foi identificado como necessário para o efeito matador. A ativação de ambos os genes resulta na produção de um veneno que age contra o pólen que não carrega o alelo matador, o que leva a uma redução no pólen viável de certas plantas.

Expressão dos Genes Matadores

Tanto o KPOK3A quanto o KPOK3C mostram como o veneno é produzido em células diploides, que são células que contêm dois conjuntos completos de cromossomos. Foi descoberto que esses genes produzem a proteína responsável pelo efeito de matar na fase meiótica, fazendo com que o pólen sem o alelo matador se torne não viável.

O Papel dos Genes Antídoto

O sistema PK3 também contém um gene antídoto chamado APOK3, que é responsável por neutralizar o efeito dos genes matadores. Isso significa que plantas com o gene antídoto podem sobreviver e produzir pólen viável, mesmo na presença dos alelos matadores. A capacidade do APOK3 de neutralizar o KPOK3A e KPOK3C mostra as dinâmicas fascinantes dessas interações genéticas.

Plantas que não têm o gene antídoto se tornam o que os pesquisadores chamam de "alelos suicidas", onde produzem atividade matadora, mas podem acabar levando à própria esterilidade. Isso enfatiza o equilíbrio intricado entre matar e antídoto dentro do quadro genético dessas plantas.

Diversidade Global dos Alelos PK3

Os pesquisadores estudaram várias populações de plantas ao redor do mundo pra entender como esses sistemas genéticos operam em ambientes naturais. As descobertas indicaram uma presença diversificada de KPOK3A, KPOK3C, e APOK3 em diferentes acessões.

Algumas plantas mostraram resistência aos alelos matadores por possuírem certas formas do gene antídoto. A distribuição desses genes não é uniforme, destacando a complexidade de como essas características podem evoluir e persistir em diferentes ambientes.

O Impacto do Ambiente nas Dinâmicas do PK3

O sistema matador de pólen PK3 não é só uma curiosidade de laboratório. Ele desempenha um papel importante em como as plantas se adaptam e respondem aos seus ambientes. A interação entre alelos matadores e sensíveis pode moldar a diversidade genética dentro das populações, influenciando seus caminhos evolutivos.

Ambientes diferentes podem exercer pressões seletivas que favorecem determinados genótipos em relação a outros. Isso pode levar a adaptações locais, já que plantas que conseguem competir por recursos e se reproduzir com sucesso passarão suas características pras próximas gerações.

Coexistência de Alelos Matadores e Sensíveis em Populações

Algumas populações podem ter ambos os alelos matadores e sensíveis, mostrando a natureza dinâmica da paisagem genética. Em lugares como a Borgonha, na França, populações locais de Arabidopsis thaliana mostram essa coexistência, que pode influenciar como as características são passadas em populações misturadas.

Nessas populações, plantas com alelos matadores agiram contra alelos sensíveis, afetando como os filhos desses cruzamentos exibiram diferentes características. Isso traz clareza à ideia de que esses sistemas genéticos podem influenciar dinâmicas evolutivas locais, contribuindo pra adaptabilidade geral das populações de plantas.

A Importância de Pesquisas Contínuas

As complexidades do sistema matador de pólen PK3 oferecem várias avenidas pra pesquisas futuras. Entender como esses mecanismos genéticos funcionam em nível populacional pode aumentar muito nosso conhecimento sobre a biologia evolutiva. Além disso, as ideias obtidas a partir de tais sistemas podem informar práticas agrícolas, especialmente no contexto de reprodução de culturas e controle de pragas.

Conforme os pesquisadores continuam a explorar essas interações, eles podem descobrir mais sobre o delicado equilíbrio entre vantagem genética e sucesso reprodutivo em populações naturais. Através desses estudos, os cientistas estão começando a desenvolver uma imagem mais clara de como os distorcedores de segregação operam dentro do contexto mais amplo da evolução.

Conclusão

O estudo da herança não mendeliana, especialmente no contexto de matadores de pólen como o PK3, mostra a complexidade e riqueza das interações genéticas na natureza. À medida que os pesquisadores se aprofundam nesse tópico, eles podem não só aprofundar nossa compreensão da genética das plantas, mas também abrir caminhos pra aplicações inovadoras na agricultura e conservação.

Ligando a pesquisa em laboratório às observações de campo, a exploração contínua desses fascinantes sistemas genéticos promete avançar nosso conhecimento sobre evolução, adaptação e biodiversidade no cenário sempre mutável do nosso mundo.

Fonte original

Título: Identification of novel genes responsible for a pollen killer present in local natural populations of Arabidopsis thaliana

Resumo: Gamete killers are genetic loci that distort segregation in the progeny of hybrids because the killer allele promotes the elimination of the gametes that carry the sensitive allele. They are widely distributed in eukaryotes and are important for understanding genome evolution and speciation. We had previously identified a pollen killer in hybrids between two distant natural accessions of Arabidopsis thaliana. This pollen killer involves three genetically linked genes, and we previously reported the identification of the gene encoding the antidote that protects pollen grains from the killer activity. In this study, we identified the two other genes of the pollen killer by using CRISPR-Cas9 induced mutants. These two genes are necessary for the killer activity that we demonstrated to be specific to pollen. The cellular localization of the pollen killer encoded proteins indicates that the pollen killer activity involves the mitochondria. Sequence analyses reveal predicted domains from the same families in the killer proteins. In addition, the C-terminal half of one of the killer proteins is identical to the antidote, and one amino acid, crucial for the antidote activity, is also essential for the killer function. Investigating more than 700 worldwide accessions of A. thaliana, we confirmed that the locus is subject to important structural rearrangements and copy number variation. By exploiting available de novo genomic sequences, we propose a scenario for the emergence of this pollen killer in A. thaliana. Furthermore, we report the co-occurrence and behavior of killer and sensitive genotypes in several local populations, a prerequisite for studying gamete killer evolution in the wild. This highlights the potential of the Arabidopsis model not only for functional studies of gamete killers but also for investigating their evolutionary trajectories at complementary geographical scales. Author SummaryCertain genetic elements are qualified as selfish because they favor their transmission to the progeny during reproduction to the detriment of gametes that do not carry them. These elements are widespread in fungi as well as in plants or in animals, and they are made up of two or even three components, which are specific to each species. Therefore, they must be studied on a case-by-case basis. Moreover, understanding how they appear and propagate in local population remains a major issue in evolutionary biology. Here we have characterized, in the model plant Arabidopsis, the three genes involved in such an element, called a pollen killer. This pollen killer targets the mitochondria to cause the death of pollen grains that do not carry it. We investigated the three genes in several hundred genotypes collected worldwide, giving us a global view of their diversity at the species level. We also found that some French local populations contain both sensitive and killer plants, which constitutes an invaluable resource for studying the evolution of a pollen killer in the wild.

Autores: Christine Camilleri, A. Ricou, M. Simon, R. Duflos, M. Azzopardi, F. Roux, F. Budar

Última atualização: 2024-10-10 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.07.616952

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.07.616952.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes