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O Impacto das Moscas Tsé-tsé na Tripanossomíase no Leste da Zâmbia

Um olhar sobre a propagação da doença do sono em animais e humanos.

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Índice

A Tripanossomíase, conhecida como doença do sono em humanos e nagana em animais, é causada por organismos minúsculos chamados tripanossomos. Vários tipos desses organismos contribuem para a doença, incluindo Trypanosoma congolense, T. vivax e T. brucei. A doença é transmitida principalmente pelas picadas de moscas tsé-tsé, que são encontradas em partes da África, incluindo o leste da Zâmbia.

O Papel das Moscas Tsé-Tsé

No vale do rio Luangwa, no leste da Zâmbia, dois tipos principais de moscas tsé-tsé são responsáveis pela disseminação da tripanossomíase: Glossina pallidipes e Glossina morsitans morsitans. Essas moscas se dão bem em áreas com bastante vida selvagem e gado. Infelizmente, a tripanossomíase é considerada uma doença tropical negligenciada, causando uma perda enorme na agricultura, estimada em cerca de 4,5 bilhões de dólares por ano, e levando à morte de milhões de gado globalmente.

A Situação no Leste da Zâmbia

O leste da Zâmbia, especialmente o vale do rio Luangwa, tem uma grande população de moscas tsé-tsé devido à rica vida selvagem em parques de caça e animais domésticos nas comunidades próximas. Essa situação representa um sério risco tanto para as pessoas quanto para o gado que podem se infectar. Cerca de 30% a 50% de todos os casos de tripanossomíase animal na região vêm de T. Congolense, indicando que essa cepa é uma preocupação significativa.

Mudanças no ambiente, devido a atividades humanas, afetaram os habitats que as moscas tsé-tsé precisam. Quando áreas naturais são fragmentadas ou alteradas, as moscas tsé-tsé são impactadas, o que, por sua vez, influencia a disseminação da tripanossomíase na região.

Interação entre Vida Selvagem e Humanos

No vale do Luangwa, a vida selvagem, o gado e as pessoas costumam entrar em contato. As pessoas e seus animais vivem perto do Parque Nacional South Luangwa, e é comum que eles entrem no parque para pastagem, turismo, caça ou coleta de lenha. Esse movimento frequente aumenta as chances das moscas tsé-tsé picarem tanto a vida selvagem quanto os humanos, espalhando assim a tripanossomíase.

O movimento contínuo de animais e pessoas cria oportunidades para as moscas tsé-tsé circularem entre ambientes selvagens e domésticos. Essas sobreposições de habitats ajudam a manter a disseminação da doença.

Impacto Econômico

A presença da tripanossomíase ameaça significativamente o turismo local e os meios de vida agrícolas. Muitas pessoas na área dependem da pecuária e do turismo para sua renda. Portanto, controlar a doença é crucial para manter seu modo de vida.

No passado, métodos modernos como diagnósticos moleculares não eram usados para checar os níveis de infecção nas moscas tsé-tsé. No entanto, estudos recentes começaram a usar técnicas avançadas, como reação em cadeia da polimerase aninhada (PCR), para verificar a doença de forma mais eficaz.

Pesquisa em Mfuwe

Um estudo foi conduzido em Mfuwe, na Província Leste da Zâmbia, para avaliar a prevalência da tripanossomíase nas moscas tsé-tsé. Mfuwe está situado em uma área com várias zonas ecológicas, apoiando uma rica diversidade de vida selvagem e vegetação. A região experimenta três estações principais: uma estação quente e úmida de novembro a abril, uma estação fresca e seca de maio a agosto, e uma estação quente e seca de setembro a outubro.

A pesquisa envolveu a coleta de moscas tsé-tsé de diferentes habitats, onde armadilhas foram montadas para capturá-las. Essas armadilhas foram estrategicamente colocadas em áreas onde as moscas tsé-tsé são mais propensas a serem encontradas, como perto de fontes de água e áreas de pastagem.

Descobertas sobre Populações de Moscas Tsé-Tsé

O estudo descobriu que existe um grupo diversificado de moscas tsé-tsé no Parque Nacional South Luangwa, com monitoramento cuidadoso ao longo de vários dias para coletar dados. Os pesquisadores identificaram as espécies e sexos das moscas capturadas e coletaram amostras para análises posteriores. A maioria das moscas capturadas foi analisada, mas algumas foram descartadas por serem muito jovens ou danificadas.

Usando PCR aninhada, os pesquisadores conseguiram determinar as taxas de infecção por tripanossomos nas moscas tsé-tsé. Esse método é mais preciso do que os métodos tradicionais, permitindo um melhor acompanhamento dos níveis de infecção.

Prevalência de Infecção

O estudo revelou que 18,3% das moscas tsé-tsé capturadas estavam infectadas com tripanossomos. Diferentes locais mostraram níveis variados de infecção, com algumas áreas apresentando uma prevalência maior que outras. Essas diferenças podem ser influenciadas pela proximidade das áreas com a vida selvagem e suas condições ambientais específicas.

Curiosamente, a prevalência de infecções por tripanossomos parecia ser maior durante a estação seca. Isso pode ser porque os animais selvagens se reúnem em torno de fontes de água que as moscas tsé-tsé também frequentam, levando a mais picadas e aumento da transmissão da doença.

Fatores que Afetam a Abundância das Moscas Tsé-Tsé

A pesquisa demonstrou que a presença e a densidade das moscas tsé-tsé são influenciadas pela qualidade do habitat e pela disponibilidade de hospedeiros para se alimentar. As moscas foram capturadas mais em áreas com vegetação densa ou perto de água. O estudo descobriu que as técnicas usadas para a captura também desempenharam um papel no número de moscas pegadas, com certos designs de armadilhas sendo mais eficazes para espécies específicas de moscas.

Implicações para o Controle da Doença

O estudo tem implicações críticas para controlar a tripanossomíase na região. Compreender a prevalência da doença e onde ela é mais comum permite medidas de controle direcionadas. Esse conhecimento pode ajudar a desenhar estratégias eficazes em toda a comunidade para gerenciar a doença e proteger tanto a saúde humana quanto os meios de subsistência de quem depende da pecuária.

É essencial implementar medidas de controle de vetores de forma estratégica, especialmente em áreas onde interações entre vida selvagem e gado ocorrem frequentemente. Fazendeiros e moradores devem ser educados sobre como minimizar riscos e controlar a disseminação da doença de maneira eficaz.

Conclusão

No geral, os achados deste estudo destacam o desafio contínuo da tripanossomíase no leste da Zâmbia. A situação requer uma abordagem comunitária para controlar a doença, já que ela continua a impactar humanos e gado. Ao entender as dinâmicas das moscas tsé-tsé e seus habitats, melhores estratégias podem ser desenvolvidas para reduzir o ônus da tripanossomíase.

Pesquisas e monitoramento contínuos serão cruciais para identificar áreas de risco e implementar medidas de controle eficazes. A saúde tanto das pessoas quanto dos animais na região depende dessas iniciativas, junto com seu bem-estar econômico.

Fonte original

Título: Molecular Epidemiology of Trypanosomes in Tsetse Flies in the Livestock-wildlife-Human interface of Eastern Zambia

Resumo: IntroductionTrypanosomiasis is caused by several species of trypanosomes. The disease is endemic in Eastern Zambia, particularly in the Luangwa River valley. There is a significant threat as many people are at risk of the infection. The disease is classified as a neglected tropical disease. Previously, Trypanosome epidemiological studies in this area focused on using low-sensitive parasitological diagnostic tools to determine the prevalence in animals and some few investigations on trypanosomiasis infection rates in tsetse flies. Livestock production, crop production and jobs in the tourism sector are the primary sources of livelihood in the south Luangwa national park. The South Luangwa National Park settlement town of Mfuwe is an economically and ecologically important area. The presence of trypanosomiasis repetitively threatens tourism and livelihoods, hence the forthcoming need to clarify the trypanosomiasis situation and to advocate the best tsetse and trypanosomiasis control measures in the area. These threats negatively affect the countrys Forex because fewer tourists are visiting. Material and methodsA cross-sectional study that was conducted in Mfuwe of the Eastern Province of Zambia to determine trypanosome infections in tsetse flies. Trapping of the tsetse flies involved the use of epsilon traps and black screen fly rounds in four different vegetation zones, namely open savannah, closed savannah, Montane and riverine. Diagnosis of trypanosome infections in trapped tsetse flies was achieved using a nested PCR which employed the use of two sets of primers targeting the ITS genes. ResultsTwo hundred twenty-three (223) tsetse flies were captured, and only 213 were processed for laboratory analysis. The highest catches from the areas selected were (153) of Tsetse flies in montane, followed by areas near the open forest (lagoons), (48) whereas the lowest catches was recorded in the riverine areas with 22 catches. The species found in these areas were Glossina morsitans morsitans and Glossina palpalis, but Glossina brevipalpis were not found. The overall prevalence using a nested PCR of the identified trypanosome infection rates in tsetse flies was 18.3% (p < 0.001). The difference in prevalence between sampling areas were significant. Statistically significant differences (p < 0.001) were observed when the prevalence of trypanosome infections was compared by season. The Trypanosoma species found were T.congolense, T.vivax, T.brucei and T.theileri. ConclusionsThe results of this study showed that location has a significant contribution to the trypanosome infection rates in the tsetse vector at the Wildlife-Livestock-human interface of the Luangwa valley. The results are essential for designing community-wide tsetse and trypanosomiasis control interventions and planning sustainable regimes for mitigating the burden of trypanosomiasis.

Autores: wezi kachinda, E. Chikandi, H. Simukoko, M. Simuunza, N. Likwa, L. S. Moonga, K. Mbumwae, M. Andrew, J. Ndebe, Q. S. Midzi

Última atualização: 2024-07-16 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.16.24310474

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.16.24310474.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

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