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# Biologia# Microbiologia

Novas ideias sobre infecções urinárias recorrentes

A pesquisa investiga a eficiência do tratamento com HCQ combinado com antibióticos para infecções urinárias.

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Resultados do EstudoResultados do Estudosobre Tratamento de UTIcontra UPEC nas células da bexiga.HCQ pode não ajudar os antibióticos
Índice

Infecções do trato urinário (ITUs) estão entre as infecções bacterianas mais comuns que as pessoas enfrentam hoje em dia. Um tipo específico de bactéria conhecido como Escherichia Coli uropatogênica (UPEC) é responsável por uma grande porcentagem das ITUs, especialmente em mulheres. Uma forma comum de ITU é a cistite, que é uma inflamação da bexiga. Cistite recorrente acontece quando alguém tem pelo menos quatro episódios dessa infecção em um ano. Cerca de 5% das mulheres sofrem com casos repetidos.

Causas da Cistite Recorrente

Duas ideias principais explicam porque algumas mulheres têm cistite recorrente. A primeira é que a infecção pode ser causada por uma nova cepa de bactéria que vem do sistema digestivo. A segunda ideia é que a bactéria inicial pode ficar na parede da bexiga e fazer a infecção voltar. UPEC tem uma habilidade única de formar grupos de bactérias que podem se esconder dentro das células da bexiga, tornando difícil matá-las com tratamentos Antibióticos comuns.

Tratamentos Atuais

O tratamento mais comum para ITUs é com antibióticos. No entanto, esses remédios muitas vezes não funcionam contra a UPEC escondida nas células da bexiga. Em alguns casos, os médicos podem recomendar tomar antibióticos continuamente ou em ciclos para controlar a infecção.

Investigando a Hidroxicloroquina (HCQ)

A hidroxicloroquina (HCQ) é um medicamento que afeta como as células reciclam seus conteúdos. Essa propriedade a torna uma candidata em potencial para ajudar a combater infecções por UPEC. Estudos mostraram que a HCQ pode ajudar a eliminar certos tipos de bactérias dentro das células imunológicas. Isso deixa os pesquisadores curiosos sobre se a HCQ também poderia funcionar contra a UPEC escondida nas células da bexiga.

Objetivos do Estudo

Esse estudo teve como objetivo avaliar quão bem a HCQ funciona quando usada com antibióticos para atingir a UPEC escondida dentro das células da bexiga.

Bactérias e Culturas Celulares

Para essa pesquisa, duas cepas clínicas específicas de UPEC foram escolhidas. Essas cepas foram coletadas de mulheres com ITUs recorrentes. Elas eram conhecidas por formar grupos de bactérias dentro das células da bexiga. Uma cepa bem conhecida de UPEC foi usada como referência. Todas as amostras foram mantidas congeladas até serem necessárias.

Células humanas da bexiga foram cultivadas em um laboratório usando uma linhagem celular especial derivada de uma amostra de câncer de bexiga. Essas células foram mantidas em condições controladas em um meio rico em nutrientes.

Testando a Eficácia dos Antibióticos

Diferentes antibióticos foram testados para ver como funcionavam contra as cepas de UPEC. Os antibióticos foram preparados em concentrações específicas e testados para encontrar a menor quantidade necessária para parar o crescimento bacteriano. Vários métodos foram usados para garantir resultados precisos durante os testes.

Avaliando a Atividade Bactericida

Para entender quão eficaz cada antibiótico era em matar as bactérias, os pesquisadores também procuraram a concentração mínima necessária para matar as bactérias após o tratamento. Eles mediram quão rápido as bactérias morreram ao longo do tempo quando expostas aos antibióticos.

Além disso, eles avaliaram como os antibióticos e a HCQ afetaram as próprias células da bexiga para determinar se houve efeitos colaterais prejudiciais.

Avaliando a Sobrevivência de Bactérias Intracelulares

Em seguida, os cientistas verificaram como as cepas de UPEC conseguiam sobreviver dentro das células da bexiga após o tratamento. Isso envolveu infectar as células da bexiga com cepas de UPEC, permitindo que crescessem dentro das células e, em seguida, expô-las a antibióticos e HCQ. A eficácia dos tratamentos foi avaliada contando o número de bactérias vivas dentro das células após os tratamentos.

Resultados

As descobertas iniciais mostraram que a HCQ não apresentou propriedades antibacterianas sozinha. A taxa em que as bactérias entraram nas células da bexiga variou um pouco entre as cepas. Após o tratamento, o número de bactérias dentro das células flutuou, mas muitas vezes foi semelhante, independentemente de a HCQ ter sido usada junto com os antibióticos ou não.

Eficácia dos Antibióticos

Ao medir quão bem os antibióticos funcionaram contra as cepas de UPEC, um antibiótico, ciprofloxacino (CIP), se destacou. Esse antibiótico matou rapidamente um número significativo de bactérias em apenas algumas horas. No entanto, em alguns casos, as bactérias começaram a crescer novamente após 24 horas.

Outros antibióticos, como azitromicina (AZT) e doxiciclina (DC), não mataram as bactérias, mas conseguiram retardar seu crescimento. Fosfomicina (FF) reduziu efetivamente a contagem de bactérias inicialmente, mas também levou a um novo crescimento após um tempo.

Sensibilidade das Células aos Antibióticos

A maioria dos antibióticos testados foi considerada não tóxica para as células da bexiga, exceto a doxiciclina em doses mais altas. Isso significa que os antibióticos poderiam ser dados sem prejudicar as células da bexiga.

Impacto da HCQ com Antibióticos

Quando os pesquisadores analisaram os efeitos de combinar HCQ com antibióticos, não encontraram diferença significativa no número de bactérias comparado ao uso apenas dos antibióticos. Isso sugere que adicionar HCQ não melhorou a capacidade dos antibióticos de matar a UPEC presente nas células da bexiga.

Entendendo as Descobertas

O estudo apresenta vários pontos-chave. Primeiro, a HCQ, embora eficaz em outros contextos, não melhorou o efeito de morte dos antibióticos contra a UPEC escondida nas células da bexiga. Isso pode ser devido à forma como a UPEC se comporta dentro das células. As bactérias formam estruturas que permitem escapar dos efeitos tanto dos antibióticos quanto da HCQ.

Além disso, nas células da bexiga, a UPEC parece ter mecanismos para evitar ser destruída pelos tratamentos. Elas conseguem sair dos compartimentos em que estão alojadas e continuam a se multiplicar.

No geral, as descobertas enfatizam a necessidade de investigar mais os mecanismos que permitem à UPEC sobreviver e prosperar dentro das células da bexiga. Entender esses processos pode ajudar a desenvolver novas estratégias para tratar cistite recorrente de forma eficaz.

Conclusão

Em conclusão, a combinação de HCQ e antibióticos não parece melhorar o tratamento para infecções por UPEC dentro das células da bexiga. Mais pesquisas são necessárias para avaliar o efeito dos tratamentos em outras formas de bactérias escondidas e para encontrar novas maneiras de combater infecções recorrentes do trato urinário.

Os pesquisadores continuam buscando uma melhor compreensão e potenciais novas soluções para gerenciar e tratar essa condição comum, mas problemática. Com mais exploração, pode haver novas oportunidades para as mulheres que sofrem de cistite recorrente encontrarem alívio e melhorarem sua qualidade de vida.

Fonte original

Título: In vitro activity of hydroxychloroquine in combination with antibiotics against intracellular uropathogenic Escherichia coli

Resumo: BackgroundTwo pathophysiological concepts may explain recurrent UTI: a reinfection by a bacterial strain from the digestive microbiota or a relapse from Escherichia coli persisting within the superficial urothelial cells as intracellular bacterial communities (IBC). Hydroxychloroquine (HCQ)-antibiotic combination is effective against intracellular adherent-invasive E. coli isolated from patients with Crohns disease. We hypothesized that HCQ may enhanced antibiotic efficacy against E. coli IBC. MethodsUTI89 reference strain and two clinical E. coli strains forming IBCs (VITALE#2157, VITALE#2206) were used in this study. MIC, MBC and time killing curves (4xMIC) were performed for AZYTHROMYCIN (AZT), CIPROFLOXACIN (CIP), DOXYCYCLINE (DC), FOSFMOMYCIN (FF) and HCQ. In vitro activity of antibiotics alone and combined with HCQ was evaluated on intracellular bacterial survival assay using a model of urothelium cells (HTB-9). ResultsTime-killing curves showed that CIP has a bactericidal activity at H6 (-4.6 log10 CFU/mL) with regrowth at H24 against 2157, and a bactericidal activity at H6 without regrowth at H24 against 2206 (-3.3 log10 CFU/mL) and UTI89 (-3.4 log10 CFU/mL); DC, AZT and FF demonstrated bacteriostatic activity at H24 regardless of the strain. We observed a significant decrease in the number of intracellular bacteria at H42 with CIP (-1.83 log10 / 106 cells). DC, FF, and AZT exposure did not reduce IBC formation at H42 (P>0.05). IBC formation after HCQ-antibiotic combination exposure was not significantly different (P>0.05) from antibiotic exposure alone, regardless of the antibiotic or strain studied. ConclusionsIn conclusion, HCQ exposure does not enhance antibiotics activity against intracellular uropathogenic E. coli. HighlightsO_LIUsing an in vitro model of superficial urothelium monolayer, we observed a significant decrease in intracellular uropathogenic Escherichia coli in response to ciprofloxacin exposure. C_LIO_LIHydroxychloroquine exposure does not enhance antibiotics activity against intracellular uropathogenic Escherichia coli. C_LI

Autores: Kevin Alexandre, V. Pargny, N. Vautrin, D. Ribet, O. Minlong, F. Caron, M. Pestel

Última atualização: 2024-10-13 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.13.618068

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.13.618068.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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