Como Expectativas Moldam a Dor e a Percepção Visual
Estudo mostra como as expectativas influenciam nossas percepções sensoriais.
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Índice
- Contexto
- O Papel das Expectativas
- Investigando Expectativas em Dor e Visão
- Visão Geral da Metodologia
- Tarefas Experimentais
- Principais Descobertas do Estudo
- Efeitos da Média das Dicas nas Expectativas
- Impactos da Variância das Dicas nas Expectativas
- Influência da Assimetria das Dicas nas Expectativas
- Efeitos na Percepção
- Reação à Variância nas Dicas
- Resposta a Dicas Assimétricas e Avaliações de Percepção
- Processos Neurais por trás das Expectativas e Percepção
- Neuromarcadores da Dor
- Efeitos nas Regiões de Processamento Neural Inicial
- Processamento de Nível Superior e Expectativas
- Conclusão
- Implicações para Pesquisas Futuras
- Fonte original
- Ligações de referência
Percepção é como a gente interpreta e entende o mundo ao nosso redor através dos nossos sentidos. Ideias recentes sugerem que o cérebro faz previsões sobre o que vamos vivenciar com base em informações passadas. Essas previsões podem influenciar como percebemos coisas como Dor ou informações visuais. Quando esperamos algo com base em experiências anteriores, isso pode afetar como nos sentimos ou vemos as coisas depois. Este estudo investiga como nossas Expectativas, baseadas em Dicas ou indícios, mudam nossa percepção de estímulos dolorosos e imagens visuais.
Contexto
Teorias atuais propõem que nossos cérebros criam modelos internos do mundo. Esses modelos ajudam a gente a antecipar eventos futuros, tanto relacionados aos nossos sentidos quanto aos estados do nosso corpo. Quando encontramos novas informações, nossos cérebros combinam isso com experiências passadas para ajudar a formar nossas percepções. Esse processo envolve expectativas baseadas em conhecimentos anteriores, que podem influenciar muito como interpretamos novas informações.
Por exemplo, se esperamos que algo seja doloroso, pode parecer mais doloroso do que se estivermos incertos sobre sua intensidade. Essa semelhança pode ser vista em como percebemos pontos em movimento ou sons, com base no que achamos que vamos ver ou ouvir. A ideia é que nossos cérebros estão constantemente tentando combinar as informações que chegam com o que esperamos vivenciar.
O Papel das Expectativas
As expectativas podem vir de várias fontes, como experiências anteriores ou dicas sociais. Quando enfrentamos uma situação nova, nossas expectativas, formadas a partir de experiências passadas, podem moldar nossas reações. Pesquisas mostraram que essas previsões sobre o que vamos vivenciar podem mudar como sentimos dor ou percebemos Estímulos Visuais. Quando dicas ou indícios fornecem informações sobre o que podemos encontrar, isso pode influenciar nossas interpretações de forma significativa.
Por exemplo, se esperamos um nível de dor de 7 em 10 com base em informações anteriores, até um nível moderado de dor pode parecer mais intenso. Da mesma forma, como esperamos que a informação visual apareça pode mudar com base nas dicas que recebemos antes. Essa habilidade de ajustar nossas percepções com base no que esperamos pode ser útil, especialmente quando a informação contextual é relevante.
Investigando Expectativas em Dor e Visão
Este estudo tem como objetivo entender como expectativas, formadas a partir de diferentes tipos de dicas, afetam nossas percepções de dor e estímulos visuais. Usando várias tarefas experimentais, ele examina como o valor médio, a variância e a assimetria das dicas influenciam a percepção de dor e imagens visuais.
Visão Geral da Metodologia
A pesquisa incluiu participantes saudáveis que passaram por diferentes tarefas para avaliar sua dor e percepção visual. Manipulando vários tipos de dicas e medindo as respostas, os pesquisadores queriam descobrir mais sobre a relação entre expectativas e intensidade percebida.
Tarefas Experimentais
O estudo teve três tarefas principais:
Tarefa de Estímulo-Resposta: Os participantes avaliaram a intensidade da dor de estímulos de calor e o brilho de estímulos visuais em diferentes níveis. Isso ajudou a estabelecer como os participantes reagem a diferentes graus de dor e contraste visual.
Tarefa de Expectativa: Os participantes viram dicas de distribuição que representavam avaliações de outras pessoas sobre dor de calor e estímulos visuais. Com base nessas dicas, eles avaliaram suas expectativas sobre o que poderiam vivenciar depois.
Tarefa de Percepção Induzida: Nessa tarefa, os participantes foram apresentados a dicas seguidas por estímulos dolorosos reais ou imagens visuais. Eles então avaliaram suas percepções com base no que experimentaram.
Principais Descobertas do Estudo
Efeitos da Média das Dicas nas Expectativas
As avaliações de expectativa dos participantes estavam bem alinhadas com os valores médios das dicas apresentadas. Essa tendência se manteve verdadeira tanto para os testes de dor quanto para os visuais. Independente do tipo de estímulo, as expectativas tendiam a se alinhar com a média das dicas que foram mostradas.
Impactos da Variância das Dicas nas Expectativas
Curiosamente, enquanto os participantes basearam suas expectativas no valor médio da dica, a variância da dica não influenciou significativamente como avaliaram suas expectativas. Isso sugere que a clareza da dica não mudou seus resultados esperados.
Influência da Assimetria das Dicas nas Expectativas
Quando as dicas eram assimétricas, ou seja, tinham valores extremos, as expectativas dos participantes foram afetadas. Por exemplo, se a distribuição da dica tinha um número maior de valores extremos baixos, os participantes avaliaram suas expectativas de acordo. Esse efeito foi observado tanto em testes de dor quanto visuais.
Efeitos na Percepção
As avaliações de dor e estímulos visuais dos participantes também foram moldadas pelas dicas. Valores médios mais altos nas dicas correspondiam a avaliações de percepção mais altas em ambas as modalidades. O fator dominante permaneceu sendo a média das dicas, indicando que os participantes foram significativamente influenciados pelo que esperavam com base nessas dicas.
Reação à Variância nas Dicas
Contrariando alguns estudos anteriores, uma maior variância nas dicas não levou a um aumento na percepção da dor neste experimento. Embora alguns estudos sugerissem que a incerteza poderia intensificar a experiência da dor, isso não foi apoiado pelas descobertas da pesquisa atual.
Resposta a Dicas Assimétricas e Avaliações de Percepção
Os participantes avaliaram os estímulos de forma mais intensa após dicas assimétricas positivas, sugerindo uma inclinação para avaliar mais alto após dicas que indicavam valores potenciais mais altos. No entanto, dicas assimétricas negativas não tiveram o mesmo efeito.
Processos Neurais por trás das Expectativas e Percepção
O estudo também explorou a atividade cerebral relacionada à dor e percepção visual. Regiões específicas do cérebro foram identificadas para ver se respondiam de forma diferente à intensidade das dicas e dos estímulos. Regiões associadas ao processamento sensorial inicial não mostraram mudanças de atividade com base nas dicas apresentadas.
Neuromarcadores da Dor
Dois neuromarcadores diferentes foram examinados em relação às suas respostas: o Neurologic Pain Signature (NPS) e o Stimulus Intensity Independent Pain Signature (SIIPS). O NPS mostrou respostas fortes à intensidade real da dor, mas não foi influenciado por expectativas. Em contraste, o SIIPS foi afetado por expectativas, indicando um nível mais alto de processamento relacionado à percepção da dor.
Efeitos nas Regiões de Processamento Neural Inicial
Nos testes de percepção da dor, níveis de intensidade mais altos levaram a um aumento na atividade em certas regiões do cérebro conhecidas por processar sinais de dor. No entanto, essas áreas não mostraram mudanças com base na média ou variância das dicas. Isso sugere que as áreas sensoriais iniciais operam de forma independente das influências baseadas em expectativas.
Processamento de Nível Superior e Expectativas
Áreas de processamento de nível superior, como o córtex pré-frontal, mostraram que as expectativas influenciaram as respostas dos participantes durante a percepção da dor. Isso indica que, enquanto as áreas sensoriais iniciais podem não ser afetadas pelo contexto ou dicas, construtos cognitivos relacionados a expectativas podem moldar como a dor é percebida em níveis de processamento mais altos.
Conclusão
Resumindo, este estudo reforça a ideia de que as expectativas formadas a partir de dicas desempenham um papel significativo em moldar percepções de dor e estímulos visuais. Ao analisar sistematicamente como essas dicas impactam expectativas e avaliações de percepção subsequentes, os pesquisadores fornecem insights sobre a complexidade da percepção humana.
As descobertas sugerem que as percepções não são influenciadas apenas pelos estímulos reais, mas também pelo contexto e dicas apresentadas antes. Esses insights poderiam ter implicações para entender o manejo da dor e desenvolver melhores abordagens terapêuticas em ambientes clínicos.
Implicações para Pesquisas Futuras
Estudos futuros poderiam explorar como diferentes populações, como indivíduos com dor crônica, podem responder de forma diferente às dicas de expectativa. Explorar essas diferenças ajudaria a personalizar tratamentos para melhorar os resultados de vários grupos de pacientes. Além disso, entender como valores extremos influenciam expectativas pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias para mudar percepções no manejo da dor e outras experiências sensoriais.
Ao ganhar uma compreensão mais profunda da interação entre expectativas e percepção, podemos trabalhar para melhorar a saúde mental e o bem-estar em diversos ambientes.
Título: Expectation generation and its effect on subsequent pain and visual perception
Resumo: Bayesian accounts of perception, such as predictive processing, suggest that perceptions integrate expectations and sensory experience, and thus assimilate to expected values. Furthermore, more precise expectations should have stronger influences on perception. We tested these hypotheses in a paradigm that manipulates both the mean value and the precision of cues within-person. Forty-five participants observed cues-presented as ratings from 10 previous participants-with varying cue means, variances (precision), and skewness across trials. Participants reported expectations regarding the painfulness of thermal stimuli or the visual contrast of flickering checkerboards. Subsequently, similar cues were each followed by a visual or noxious thermal stimulus. While perceptions assimilated to expected values in both modalities, cues precision mainly affected visual ratings. Furthermore, behavioral and computational models revealed that expectations were biased towards extreme values in both modalities, and towards low-pain cues specifically. fMRI analysis revealed that the cues affected systems related to higher-level affective and cognitive processes-including assimilation to the cue mean in a neuromarker of endogenous contributions to pain and in the nucleus accumbens, and activity consistent with aversive prediction-error-like encoding in the periaqueductal gray during pain perception-but not systems related to early perceptual processing. Our findings suggest that predictive processing theories should be combined with mechanisms such as selective attention to better fit empirical findings, and that expectation generation and its perceptual effects are mostly modality-specific and operate on higher-level processes rather than early perception.
Autores: Rotem Botvinik-Nezer, S. Geuter, M. A. Lindquist, T. D. Wager
Última atualização: 2024-10-12 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.10.617570
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.10.617570.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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