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# Ciências da saúde# Epidemiologia

O Impacto do Fumo e do Álcool no Risco de Diabetes Tipo 2

Analisando como fumar e beber afetam o risco de diabetes tipo 2.

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Fumar, Álcool e Risco deFumar, Álcool e Risco deDiabetese diabetes tipo 2.Avaliando a ligação entre fumar, beber
Índice

Diabetes Tipo 2 (T2D) é um problema de saúde comum que afeta a forma como seu corpo usa açúcar. Essa condição pode causar sérios problemas no coração e nos vasos sanguíneos. Nos últimos trinta anos, o número de pessoas com T2D aumentou bastante, e muitas estão sendo diagnosticadas em idades mais jovens. Um grande motivo para esse aumento nos casos de T2D é o crescente problema da obesidade no mundo todo. Pessoas acima do peso costumam ser testadas mais para T2D.

Embora estar acima do peso seja uma causa bem conhecida de T2D, outros fatores também entram na jogada. Dois desses fatores são Fumar e beber Álcool. Estudos mostram que fumar pode aumentar a probabilidade de desenvolver T2D, especialmente em fumantes pesados. Curiosamente, pessoas que fumaram no passado também parecem ter um risco maior em comparação com quem nunca fumou, mas esse risco tende a diminuir com o tempo depois de parar.

Sobre o álcool, pesquisas sugerem uma relação complexa com várias questões de saúde, incluindo T2D. Alguns estudos indicam que pessoas que não bebem nada podem ter um leve aumento no risco. Mas isso pode ser por causa de pessoas que evitam álcool por motivos de saúde. No geral, quem bebe mais álcool tem um risco maior de desenvolver T2D.

Diante dessas descobertas, os pesquisadores querem saber se fumar e beber realmente influenciam o risco de desenvolver T2D. Eles buscam descobrir se há uma relação de causa e efeito direta ou se outros fatores estão envolvidos.

O que é a Randomização Mendeliana?

A Randomização Mendeliana (MR) é um método inteligente usado na pesquisa para tentar entender causa e efeito. Em vez de só olhar como as pessoas se comportam ou o que consomem, a MR usa variações nos genes das pessoas para ver como essas variações podem afetar os resultados de saúde. Esse jeito é útil porque é menos suscetível a influências de outros fatores, como status socioeconômico ou diferenças de estilo de vida.

No entanto, para a MR funcionar bem, algumas suposições precisam ser atendidas. Primeiro, a variação genética deve estar fortemente ligada ao comportamento que está sendo examinado; caso contrário, os resultados podem ser enganosos. Segundo, não devem haver outros fatores afetando o resultado que estejam relacionados à variação genética. Por último, a variação genética deve influenciar o resultado apenas através do comportamento, e não diretamente.

Estudos Anteriores sobre Fumar, Álcool e T2D

Dois estudos anteriores usando MR encontraram evidências de que fumar pode ter um efeito causal no risco de T2D. Um focou em pessoas que começaram a fumar e notou como isso se relacionava ao risco de diabetes, enquanto o outro analisou o fumo a longo prazo. No entanto, nenhum dos estudos examinou totalmente todos os aspectos do comportamento de fumar.

Dois estudos também olharam os efeitos do álcool no T2D. O primeiro usou uma variante genética específica relacionada a como o corpo processa álcool e não encontrou efeito no T2D. O segundo estudo sugeriu que um maior consumo de álcool poderia aumentar o risco de T2D, principalmente entre os bebedores pesados. Nosso estudo se baseia nessas descobertas, examinando a relação entre fumar e o consumo de álcool e seus efeitos sobre o T2D e características relacionadas.

Objetivos do Estudo

Essa pesquisa teve como objetivo usar a randomização mendeliana para estudar como o fumo durante a vida e a ingestão de álcool afetam o risco de T2D e traços relacionados que mostram como o corpo controla o açúcar. Nosso estudo é único porque analisa os dois fatores juntos e inclui análises detalhadas para verificar se nossos instrumentos genéticos são válidos e se seus efeitos são influenciados por outros fatores.

Usamos um índice de fumo vitalício (LSI) como medida do comportamento de fumar, que proporciona uma melhor compreensão de vários hábitos de fumo. Além disso, analisamos a média de bebidas alcoólicas que as pessoas consumiram a cada semana.

Seleção de Participantes e Fontes de Dados

Para garantir que nossas descobertas sejam robustas, usamos grandes bancos de dados de informações genéticas. Acessamos dados de um estudo com mais de 462.000 participantes para fumo e outro com mais de 941.000 participantes para consumo de álcool. Ao selecionar cuidadosamente quais variações genéticas usar, visamos evitar qualquer sobreposição entre os dados de fumo e álcool e os dados de resultado de diabetes.

Tipos de Resultados Medidos

Analisamos diferentes resultados de saúde, incluindo se as pessoas foram diagnosticadas com T2D, seus níveis de açúcar no sangue em jejum e outras medidas relacionadas ao controle do açúcar no sangue. Os dados que coletamos nos permitiram analisar como o fumo e o consumo de álcool podem influenciar esses resultados.

Visão Geral da Metodologia

Coleta de Dados

Coletamos associações genéticas ligadas às nossas exposições (fumar e álcool) de grandes estudos focados nesses comportamentos. Também obtivemos informações sobre T2D e traços relacionados ao açúcar no sangue de estudos globais significativos, garantindo que todos os participantes compartilhassem origens semelhantes, principalmente sendo de ascendência europeia.

Técnicas de Análise

Empregamos várias técnicas estatísticas para analisar nossos dados. O principal método usado foi a abordagem de peso de variância inversa (IVW), que ajuda a fornecer estimativas não tendenciosas. Também realizamos várias análises de sensibilidade para verificar a robustez de nossas descobertas, garantindo que os resultados não fossem devidos a vieses ou fatores de confusão.

Descobertas sobre Fumar e T2D

A análise principal sugeriu que níveis mais altos de fumo estão ligados a um maior risco de desenvolver T2D. Especificamente, para cada aumento de um ponto no LSI, houve um aumento notável na probabilidade de T2D. No entanto, algumas análises de sensibilidade indicaram que podem haver problemas afetando esse resultado, levantando perguntas sobre a ligação causal direta.

Quando analisamos o efeito do fumo nos níveis de açúcar no sangue, os resultados não foram tão claros. A análise principal não mostrou impacto significativo na glicose em jejum, insulina ou outras medidas relacionadas ao açúcar no sangue.

Descobertas sobre Consumo de Álcool e T2D

Para o consumo de álcool, a análise principal sugeriu que beber mais pode não ter um efeito direto no risco de T2D. No entanto, algumas análises de sensibilidade sugeriram uma possível relação causal, embora a confiança nesses resultados não fosse forte.

Também analisamos como a ingestão de álcool pode afetar os níveis de açúcar no sangue. Nossos resultados sugeriram que uma maior frequência de consumo poderia estar associada a um aumento na glicose em jejum, mas não significativamente para os níveis de insulina em jejum e HbA1c.

Análises Adicionais sobre Fumar e Álcool

Em uma análise separada, examinamos dados do UK Biobank, focando especificamente no consumo de álcool e seu efeito sobre T2D e níveis de HbA1c. Aqui, encontramos evidências sugerindo que um maior consumo de álcool pode aumentar o risco de T2D e levar a níveis mais baixos de HbA1c ao excluir certos participantes.

Limitações do Estudo

Nosso estudo teve algumas limitações. Primeiro, não conseguimos explorar os efeitos não lineares de forma abrangente, o que pode deixar de fora relações complexas. Segundo, incluímos principalmente indivíduos de ascendência europeia, o que significa que nossas descobertas podem não se aplicar a outras populações. Além disso, as medidas de exposição, como quanto as pessoas fumam ou bebem, podem ser sujeitas a viés pessoal ao relatar.

Conclusão

Resumindo, nossa pesquisa fornece algumas evidências de que fumar mais e o consumo de álcool durante a vida podem ter efeitos potenciais no risco de T2D. No entanto, as descobertas não são totalmente consistentes em diferentes análises, e alguns resultados podem ser influenciados por outros fatores. Portanto, não podemos afirmar com certeza que fumar ou beber causa diretamente T2D.

Pesquisas futuras devem continuar a explorar essas relações, considerando traços glicêmicos e empregando vários métodos analíticos para fornecer uma compreensão mais abrangente de como fumar e o álcool podem impactar o risco de T2D.

Fonte original

Título: Do smoking and alcohol behaviours influence risk of type 2 diabetes? A Mendelian randomisation study.

Resumo: BackgroundPrevious studies suggest that smoking and higher alcohol consumption are both associated with greater risk of type 2 diabetes (T2D). However, studies examining whether these associations reflect causal relationships are limited and do not consider continuous glycaemic traits. The aim of the study was to determine whether there are causal effects of smoking and alcohol consumption on T2D risk and related glycaemic traits. Methods and FindingsWe conducted both two-sample and one-sample MR to examine the effects of lifetime smoking index (LSI) and alcoholic drinks per week on T2D and continuous traits (fasting glucose, fasting insulin and glycated haemoglobin, HbA1c). For two-sample MR we used results from genome-wide association studies (GWAS) of LSI (N=462,690), alcohol consumption (N=941,280), T2D (N= 148,726 cases and 965,732 controls) and continuous traits (N=149,289 to 209,605). We used inverse variance weighting (IVW) for our main analyses and conducted several sensitivity analyses to explore violation of MR assumptions. We compared two-sample MR to one-sample MR results for alcohol effects on T2D and HbA1c in UK Biobank (N=336,984). Only these analyses were conducted to avoid sample overlap and due to data availability. The main IVW two-sample MR results suggested possible causal effects of higher LSI on T2D risk (OR per 1SD higher LSI=1.42, 95% CI=1.22 to 1.64); however, sensitivity analyses did not consistently support this finding, and there was evidence of potential horizontal pleiotropy. There was no robust evidence that higher drinks per week influenced risk of T2D from our main IVW two-sample MR analyses (OR per 1 SD higher log-transformed drinks per week=1.04, 95% CI=0.40 to 2.65), despite evidence of causal effects on higher fasting glucose (difference in mean fasting glucose in mmol/l per 1SD higher log-transformed drinks per week=0.34, 95% CI=0.09 to 0.59). One-sample MR results suggested a possible causal effect of higher drinks per week on T2D risk (OR per 1 SD higher log-transformed drinks per week=1.71, 95% CI: 1.24 to 2.36), but in contrast, lower HbA1c levels (difference in mean SD of log transformed HbA1c (mol/mol) per 1 SD higher log-transformed drinks per week=-0.07, 95% CI: -0.11 to -0.02). Key limitations include limited generalisability of results due to analyses being conducted in European populations, and potential selection bias in UK Biobank influencing results. ConclusionOur results suggest effective public health interventions to prevent and/or reduce smoking and alcohol consumption are unlikely to reduce the prevalence of T2D.

Autores: Zoe E Reed, H. M. Sallis, R. C. Richmond, A. S. Attwood, D. A. Lawlor, M. R. Munafo

Última atualização: 2024-07-27 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.26.24311054

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.26.24311054.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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