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Como as Bactérias Se Movimentam em Diferentes Ambientes

Este estudo mostra como a E. coli se adapta ao seu movimento em diferentes espaços.

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Dinâmica do MovimentoDinâmica do MovimentoBacteriano Explicadacoli muda em ambientes diferentes.Estudo revela que o movimento da E.
Índice

Bactérias são organismos vivos minúsculos que conseguem se movimentar no ambiente. Um tipo comum de bactéria, conhecido como E. Coli, tem estruturas parecidas com cabelos chamadas flagelos que ajudam elas a nadar. Elas se movem através de um método chamado "correr e tombar", que significa que nadam em linha reta por um tempo (a "corrida") e depois fazem curvas rápidas para mudar de direção (o "tombar"). Entender como essas bactérias se movem é importante porque pode nos dar dicas sobre vários processos, como ocorrem as infecções ou como as bactérias quebram poluentes.

Movimento Bacteriano

Em água aberta, E. coli nada livremente sem muita dificuldade. Elas conseguem nadar em linha reta por um tempo antes de precisar virar. No entanto, quando estão em espaços apertados, como géis ou solos, o movimento delas muda bastante. Estudos recentes mostraram que em áreas muito lotadas, essas bactérias podem ficar presas por longos períodos. Elas só conseguem nadar pequenas distâncias quando encontram aberturas entre os obstáculos. Esse novo jeito de se mover é conhecido como o modelo "pular e prender", onde elas pulam para um novo lugar depois de ficarem presas.

Importância do Movimento Bacteriano

Estudar como as bactérias se movem em diferentes ambientes é crucial para entender vários processos naturais. Por exemplo, pode nos ajudar a aprender como as bactérias infectam organismos vivos, como são usadas para limpar poluição ambiental e como podem ser utilizadas na entrega de medicamentos. Como ambientes naturais são geralmente uma mistura de espaços abertos e apertados, é necessário encontrar uma forma de estudar essas transições no movimento bacteriano.

Nosso Design de Pesquisa

Para estudar o movimento de E. coli em diferentes ambientes, criamos um dispositivo especial. Esse dispositivo nos permite controlar quão lotado ou aberto o espaço é enquanto observamos como as bactérias nadam. Montamos regiões dentro do dispositivo onde E. coli encontram diferentes níveis de obstáculos e Desordem. Fazendo isso, podemos ver como seus padrões de natação mudam enquanto navegam por essas áreas.

Observações

Quando observamos as bactérias, descobrimos que às vezes elas exibiam comportamentos de correr e tombar e de pular e prender, dependendo do ambiente. Em espaços abertos, o comportamento delas era mais correr e tombar, enquanto em espaços apertados, tendiam a mostrar mais comportamento de pular e prender. Isso sugere que o modo como E. coli se move não é fixo, mas muda gradualmente com base em quão confinado ou aberto é o entorno.

O Dispositivo Microfluídico

O dispositivo que criamos tem várias regiões com tamanhos e arranjos de obstáculos diferentes. Cada região mede cerca de 400 micrômetros por 400 micrômetros e possui diferentes níveis de Confinamento e desordem. Algumas regiões estão bem lotadas com pilares, enquanto outras estão completamente abertas. Usando esse design, podemos monitorar como E. coli se comportam sob condições variadas e ver com que frequência elas correm ou tombam.

Medindo o Movimento Bacteriano

Para rastrear o movimento das bactérias, usamos um microscópio para gravar seus movimentos por 40 segundos. Durante esse tempo, anotamos o comportamento de natação delas, como quanto tempo nadaram em linha reta antes de virar e com que frequência elas viraram. Com base em nossas observações, notamos que as bactérias passaram mais tempo em áreas lotadas do que em espaços abertos.

Analisando o Comportamento Bacteriano

Quando analisamos as trajetórias das bactérias, distinguimos entre corridas e tombos com base na velocidade e nos ângulos de virada. Em regiões abertas, as bactérias nadaram suavemente e conseguiram nadar em linha reta por períodos mais longos. Em regiões apertadas, no entanto, suas corridas ficaram mais curtas e elas tombaram com mais frequência ao colidirem com obstáculos.

O Papel do Confinamento e Desordem

Descobrimos que, à medida que o confinamento aumentava, a duração das corridas diminuía. Em espaços abertos, as bactérias tinham corridas mais longas em comparação às que estavam em regiões lotadas. O nível de desordem, que se refere a quão irregularmente os obstáculos estavam dispostos, também afetou os padrões de natação. Em espaços mais ordenados, as bactérias tendiam a se mover em linhas mais retas em comparação com regiões desordenadas, onde seus caminhos se tornavam mais tortuosos.

Padrões de Movimento

Bactérias em regiões confinadas tendiam a nadar ao longo de caminhos claros entre os obstáculos, enquanto em ambientes desordenados, seu movimento era muito menos direcionado. Isso mostra a forte influência que o arranjo dos obstáculos tem sobre como as bactérias nadam. Ficou claro que, à medida que o número de obstáculos aumentava, as bactérias enfrentavam mais desafios, o que mudava seus padrões de natação.

Comparando Diferentes Ambientes

Em nosso estudo, comparamos o movimento de E. coli em vários ambientes, garantindo que incluíssemos tanto espaços muito lotados quanto muito abertos. Descobrimos que certas características do movimento delas mudaram em resposta ao arranjo e densidade dos obstáculos. Isso indica que o ambiente impacta bastante como as bactérias se comportam enquanto nadam.

Entendendo a Mudança de Comportamento

Nossa pesquisa demonstrou que o movimento bacteriano existe em um espectro. Em vez de se ater a apenas um modo de locomoção, as bactérias podem mudar suavemente entre correr e tombar ou pular e prender, dependendo de seu entorno. Isso é importante para como enxergamos o comportamento das bactérias na natureza, pois destaca a capacidade delas de se adaptar a ambientes em mudança.

Simulando o Comportamento Bacteriano

Para entender melhor como os fatores ambientais influenciam o movimento bacteriano, criamos simulações. Nessas simulações, ajustamos os parâmetros que ditam com que frequência as bactérias tombam e quanto tempo esses tombos duram. Fazendo isso, conseguimos recriar as transições suaves observadas nos experimentos reais.

Resumo das Descobertas

Nossos experimentos e simulações mostraram que os padrões de movimento bacteriano não estão limitados a dois estilos distintos, mas existem ao longo de um continuum impulsionado pelas interações com o ambiente. Em águas abertas, E. coli exibem um comportamento claro de correr e tombar, enquanto se deslocam para dinâmicas de pular e prender em ambientes lotados.

Implicações para Pesquisas Futuras

Essa nova compreensão do movimento bacteriano possui várias implicações. Pode nos ajudar em diversos campos, como medicina, ecologia e engenharia, oferecendo insights sobre como as bactérias se comportam em diferentes cenários. Entender esses padrões também pode auxiliar no desenvolvimento de melhores estratégias para usar as bactérias em biorremediação ou entrega de medicamentos.

Conclusão

Em conclusão, nosso estudo lança luz sobre as maneiras complexas pelas quais as bactérias navegam em seus ambientes. Ao criar um sistema que nos permite observar seu comportamento sob várias condições, podemos apreciar melhor as adaptações estratégicas que as bactérias empregam para se mover tanto em espaços abertos quanto apertados. Nosso trabalho abre portas para futuras pesquisas que explorem e entendam os muitos fatores que influenciam a locomoção bacteriana.

Fonte original

Título: Bacterial motility patterns adapt smoothly in response to spatial confinement and disorder

Resumo: Recent studies have shown that Escherichia coli in highly confined porous media exhibit extended periods of trapping punctuated by forward hops, a significant restructuring of the classical run- and-tumble model of motility. However, bacterial species must navigate a diverse range of complex habitats, such as biological tissues, soil, and sediments. These natural environments display varying levels of both (1) packing density (i.e., confinement) and (2) packing structure (i.e., disorder). Here, we introduce a microfluidic device that enables precise tuning of these environmental parameters, allowing for a more systematic exploration of bacterial motility bridging the extremes of unconfined and highly confined conditions. We observe that motility patterns characteristic of both hop-and-trap and run-and-tumble models coexist in nearly all environments tested, with ensemble dynamics transitioning between these behaviors as both confinement and disorder increase. We demonstrate that dynamics expected from the hop-and-trap model emerge naturally from a modified run-and- tumble model under specific environmental constraints. Our results suggest that bacterial motility patterns lie along a continuum, rather than being confined to a small set of discrete locomotive modes.

Autores: Jasmine A Nirody, H. Zhang, M. T. Wetherington, H. Ko, C. E. FitzGerald, E. M. Munro

Última atualização: 2024-10-17 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.29.615714

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.29.615714.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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