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Reavaliando Estratégias de Vigilância de Vírus para a Saúde Humana

Analisando a eficácia da vigilância de vírus animais na prevenção de surtos.

Aishani V Aatresh, M. Lipsitch

― 9 min ler


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Nos últimos anos, a preocupação com vírus que podem passar de animais para humanos e causar novas Doenças cresceu bastante. Isso levou a esforços para estudar diferentes tipos de vírus em animais, especialmente na vida selvagem, pra encontrar novos que possam pular pra gente e causar Surtos. A pandemia de COVID-19 trouxe mais atenção a esse assunto, já que gerou debates sobre a necessidade de encontrar e estudar esses vírus antes que eles possam se espalhar pra população.

A vigilância de vírus em animais, principalmente na vida selvagem, virou uma parte importante das estratégias de saúde global pra prevenir futuras pandemias. Mas ainda têm muitas perguntas sobre quão efetivos são esses esforços de vigilância. Por exemplo, quanto do que sabemos sobre vírus de animais ajudou a nos preparar e reagir a surtos? Quais são as razões por trás da vigilância em larga escala de vírus em animais? E os benefícios de descobrir esses vírus foram realistas?

Atualmente, cerca de 250 vírus são conhecidos por infectar humanos, e cerca de 60% das novas doenças infecciosas são acreditadas vir de animais. A vida selvagem é considerada a fonte de aproximadamente 70% desses vírus. Alguns exemplos de doenças que apareceram incluem Ebola e Zika. Tem evidências de que existem muitos outros vírus desconhecidos em animais que poderiam potencialmente infectar humanos, com estimativas variando de 600.000 a 10.000 vírus não reconhecidos.

A quantidade de diversidade viral desconhecida levanta a possibilidade de que encontrar vírus em animais antes que eles infectem humanos poderia melhorar a preparação global de saúde. Um projeto notável focado na descoberta de vírus foi o PREDICT, que aconteceu de 2009 a 2020. O PREDICT tentava prever onde novas doenças poderiam surgir de animais selvagens e detectar patógenos antes que eles pudessem se espalhar para as pessoas. O programa envolveu parcerias com mais de 30 países e focou em encontrar vírus na vida selvagem para prevenir futuras pandemias.

Apesar desses esforços, vimos sucesso limitado quando se trata de usar as informações obtidas na descoberta de vírus de animais para melhorar a preparação para surtos. A maioria dos estudos focou principalmente no número de vírus encontrados, como eles se espalham em animais e se os custos desses esforços valem a pena. Além disso, algumas críticas em torno da prospecção de vírus se concentram nos riscos de segurança desse trabalho e se os vírus descobertos realmente trazem benefícios significativos para a saúde humana.

Vigilância de Vírus e Preparação

Pra entender quão bem a vigilância de vírus em animais contribui pra preparação de surtos, é essencial olhar pra o que aconteceu no passado. Por exemplo, uma análise mostrou que a maioria dos vírus conhecidos que causam doenças em humanos foram descobertos primeiro em humanos, não em animais. Dos 250 vírus que infectam humanos, apenas 11 foram isolados em animais antes de causar surtos. A maioria deles é transmitida por mosquitos.

Pra alguns desses vírus, como monkeypox e Zika, surtos ocorreram após a descoberta inicial. No entanto, saber sobre esses vírus não levou necessariamente a uma melhor preparação. Por exemplo, não existem Vacinas aprovadas para Zika ou febre do Vale do Rift, apesar de terem sido detectadas em animais antes de surtos.

No geral, as experiências do passado sugerem que saber sobre um vírus em animais nem sempre se traduz em habilidades mais fortes pra prevenir surtos futuros. As doenças ainda conseguem se espalhar mesmo depois que esse conhecimento é adquirido, muitas vezes além das áreas onde foram inicialmente encontradas.

Doenças Infecciosas Emergentes

Olhando os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), ajuda a ilustrar como as doenças infecciosas emergentes são frequentemente causadas por vírus conhecidos, em vez de novas ameaças descobertas em animais. Relatórios mostram que vírus conhecidos dominam a lista de surtos declarados como emergências de saúde pública. A maioria dos surtos estava ligada a vírus bem estabelecidos, como Ebola.

Por exemplo, desde que o sistema de Notícia de Surto de Doença da OMS começou, apenas alguns relatórios indicaram que um vírus desconhecido anteriormente foi responsável por um surto. Assim, parece que a maioria dos surtos significativos está ligada a vírus que já foram estudados e documentados.

À medida que continuamos a examinar o papel da vigilância animal no controle dessas doenças, fica evidente que as origens de muitos surtos recentes, como Ebola e Marburg, não foram rastreadas até eventos de transbordamento novos de animais. Em vez disso, muitos surgiram devido à transmissão não detectada de humano pra humano do vírus. Essa realização ilumina as limitações do nosso entendimento atual de como prevenir tais doenças.

Desenvolvimento de Contramedidas Médicas

Pra avaliar se a descoberta de vírus em animais efetivamente apoia o desenvolvimento de contramedidas médicas (MCMs), como vacinas, podemos olhar as listas de prioridades criadas por várias organizações. Desde 2018, várias instituições publicaram listas de patógenos prioritários para pesquisa e desenvolvimento, focando em melhorar vacinas para ameaças epidêmicas. Curiosamente, a maioria dos vírus priorizados para desenvolvimento de MCM já era conhecida antes de 2000, o que indica que muitas doenças emergentes estão relacionadas a patógenos existentes, em vez de novas descobertas a partir de animais.

De fato, houve uma contribuição limitada dos recentes esforços de vigilância animal na identificação de vírus novos que justificariam o desenvolvimento de vacinas. Quando olhamos especificamente para o progresso das vacinas, vemos que muitos vírus nas listas prioritárias foram isolados muito antes de causarem surtos em humanos. Assim, a falta de patógenos conhecidos anteriormente não parece ser a principal barreira para desenvolver vacinas eficazes.

As lacunas atuais na disponibilidade de vacinas para certos vírus continuam a dificultar a resposta a surtos. Alguns vírus de alto perfil, como HIV e outros que causaram preocupações significativas de saúde, ainda não têm vacinas aprovadas, mesmo após anos de pesquisa. Isso sugere que as barreiras para o desenvolvimento de vacinas costumam ser complexas e envolvem mais do que apenas identificar os vírus em si.

Estudos de Caso: Filovírus

Pra ter uma melhor perspectiva sobre a relação entre a descoberta de vírus em animais e o desenvolvimento de contramedidas médicas, examinar famílias de vírus específicas, como os filovírus (que incluem os vírus Ebola e Marburg), pode ser ilustrativo. Nos últimos 50 anos, surtos desses vírus estimularam extensas pesquisas e financiamento. Apesar dessa atenção, o desenvolvimento de vacinas e tratamentos não acompanhou o ritmo dos surtos.

Por exemplo, o maior surto de Ebola na África Ocidental entre 2013 e 2016 resultou em muitos casos e mortes. No entanto, apesar de décadas de pesquisa, ainda não existe uma vacina aprovada especificamente para a doença do vírus Marburg, e os esforços de desenvolvimento após esses surtos não produziram avanços que se traduzam em contramedidas eficazes. Apesar de reconhecer hosts e reservatórios específicos em animais, como morcegos, parece que a descoberta inicial de vírus não leva a avanços substanciais nas estratégias de resposta.

O Papel da Vigilância Animal

Os dados sugerem que a vigilância animal e a prospecção de vírus têm feito contribuições limitadas para melhorar a preparação e a resposta para doenças virais que afetam humanos. As perguntas que surgem incluem se as estratégias atuais de vigilância de vírus em animais são necessárias ou suficientes pra prever ameaças emergentes ou facilitar novos desenvolvimentos de vacinas.

As tentativas de encontrar e isolar vírus em animais não têm sido muito efetivas em identificar ameaças virais substanciais que poderiam levar a surtos em humanos. A maioria dos vírus notáveis que surgiram está ligada a patógenos humanos conhecidos, em vez de novos de vida selvagem. As evidências indicam que muitos desses vírus já estão circulando nas populações humanas antes dos surtos ocorrerem.

Além disso, é crucial entender que a suposição de que encontrar e isolar vírus de animais pode ajudar a identificar ameaças à saúde humana não se sustenta sob análise. A busca por novos vírus frequentemente carece de preditores robustos, tornando desafiador determinar quais deles podem representar riscos significativos. Consequentemente, focar exclusivamente na descoberta animal pode não garantir uma melhor preparação para o próximo surto.

A Necessidade de Estratégias Alternativas

Dadas as limitações das estratégias atuais de prospecção e vigilância de vírus, há um argumento crescente de que deveríamos considerar abordagens alternativas. Em vez de tentar encontrar todos os possíveis novos vírus em animais, pode ser mais prático e eficaz melhorar nossa capacidade de monitorar e responder a doenças que já são conhecidas em humanos.

Ao enfatizar a vigilância de doenças existentes e melhorar a infraestrutura de saúde, podemos nos preparar melhor pra futuros surtos. Isso pode envolver estudar doenças em populações humanas que têm contato regular com a vida selvagem ou gado e entender os riscos delas de forma mais profunda. Fortalecer os sistemas de saúde em áreas de risco também pode melhorar a saúde pública geral e reduzir a ameaça de surtos futuros.

Conclusão

A prospecção viral não se comprovou um meio confiável de prevenir surtos virais significativos em humanos. O sucesso limitado dos atuais esforços de vigilância de vírus levanta questões sobre a eficácia de investir pesado na descoberta de vírus em animais. Em vez disso, um foco nas doenças virais existentes em humanos pode trazer maiores benefícios para a preparação de saúde pública. Redirecionando recursos para monitorar doenças conhecidas, melhorando o desenvolvimento de vacinas para esses patógenos e fortalecendo a infraestrutura de saúde, podemos nos posicionar melhor pra responder efetivamente a doenças infecciosas emergentes no futuro.

Fonte original

Título: What is the relationship between viral prospecting in animals and medical countermeasure development?

Resumo: In recent decades, surveillance in nonhuman animals has aimed to detect novel viruses before they "spill over" to humans. However, the extent to which these viral prospecting efforts have enhanced preparedness for disease outbreaks remains poorly characterized, especially in terms of whether they are necessary, sufficient, or feasible ways to spur medical countermeasure development. We find that several viruses which pose known threats to human health lack approved vaccines and that known viruses discovered in human patients prior to 2000 have caused most major 21st-century outbreaks. With Filoviridae as a case study, we show there is little evidence to suggest that viral prospecting has accelerated countermeasure development or that systematically discovering novel zoonotic viruses in animal hosts before they cause human outbreaks has been feasible. These results suggest that prospecting for novel viral targets does not accelerate a rate-limiting step in countermeasure development and underscore questions about the importance of zoonotic viral discovery for outbreak preparedness. We consider limitations to these conclusions and alternative but related approaches to preparedness and response.

Autores: Aishani V Aatresh, M. Lipsitch

Última atualização: 2024-08-10 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.08.09.24311747

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.08.09.24311747.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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