Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Ciências da saúde# Oncologia

Insights Genéticos sobre o Risco de Câncer Pediátrico

Novo estudo revela variantes herdadas em jovens pacientes com câncer.

Mark Pinese, N. A. Fuentes-Bolanos, E. Courtney, C. Mayoh, M. Warby, L. M. S. Lau, M. Wong-Erasmus, D.-A. Khuong-Quang, P. Barahona, B. Padhye, S. El-Kamand, S. Nunag, P. Ajuyah, A. Sherstyuk, A.-K. Altekoester, A. Sullivan, N. Poplawski, C. Kiraly-Borri, S. O'Sullivan, H. Marfan, R. Alli, L. Curnow, K. Bhatia, A. Anazodo, T. N. Trahair, M. Mateos, J. R. Hansford, H. Dholaria, S. Josephi-Taylor, A. S. Moore, W. Nicholls, N. G. Gottardo, P. Downie, S.-L. Khaw, H. Tapp, G. McCowage, L. Dalla-Pozza, F. Alvaro, P. J. Wood, V. Tyrrell, M. Haber, M. J. Cowley, P. G Ekert

― 8 min ler


Genética dos PacientesGenética dos PacientesJovens com Câncercrianças com cânceres agressivos.Estudo revela riscos genéticos em
Índice

O câncer em crianças e jovens adultos é uma preocupação de saúde bem grande, especialmente quando se trata de entender os fatores genéticos que contribuem para a doença. Predisposição genética a câncer diz respeito a mudanças genéticas herdadas que podem aumentar o risco de desenvolver câncer. Pesquisas mostram que muitos pacientes jovens com câncer possuem essas variantes genéticas herdadas, mas ainda tem muito a aprender sobre quão comuns elas são, os tipos de variantes presentes e como elas se relacionam com o desenvolvimento de Tumores.

A Necessidade de Testes Genéticos

Atualmente, tem uma lacuna nos testes genéticos sistemáticos para crianças e jovens adultos diagnosticados com câncer. Essa lacuna limita a capacidade de usar informações genéticas para ajudar a gerenciar o risco de câncer. Estimativas sugerem que entre 8% e 16% dos pacientes pediátricos com câncer carregam variantes genéticas que podem levar ao câncer. Essa variação nas estimativas provavelmente se deve a diferenças nos grupos de pacientes, métodos de teste e critérios para avaliar as mudanças genéticas.

Para ter estimativas precisas de quão comuns essas variantes genéticas são, é necessário olhar de perto tanto para os tumores cancerígenos quanto para a composição genética dos pacientes. Infelizmente, ainda não houve um estudo abrangente que examine tanto as características do tumor quanto as variantes genéticas herdadas em jovens pacientes com câncer. Essa falta de pesquisa gerou incerteza sobre quão prevalentes essas variantes são e sua importância na gestão do risco de câncer em jovens.

Métodos Atuais de Teste Genético

Diferentes métodos estão sendo usados atualmente para identificar variantes genéticas em jovens pacientes com câncer. Muitos estudos focaram em testes genéticos que analisam apenas o DNA germinativo, enquanto outros analisam tanto o tumor quanto o DNA germinativo. No entanto, a eficácia e a praticidade dessas abordagens em ambientes clínicos não foram totalmente avaliadas.

Um método chamado sequenciamento de genoma completo (WGS) oferece a possibilidade de identificar variantes genéticas de maneira mais confiável. No entanto, seu papel nos cuidados clínicos de rotina para pacientes pediátricos com câncer ainda não está claro.

O Estudo PRISM: Uma Abordagem Multimodal

Para abordar essas questões e avaliar como a medicina de precisão poderia ser aplicada na genética do câncer, foi conduzido um estudo conhecido como estudo PRISM. Este estudo tinha como objetivo fornecer uma pesquisa extensa de variantes genéticas herdadas em jovens pacientes com cânceres que têm desfechos ruins. O estudo utilizou técnicas avançadas, incluindo WGS de tumores e DNA germinativo, sequenciamento de RNA e análise de metilação. Aplicando diretrizes atuais para genes de predisposição ao câncer, os pesquisadores tentaram obter uma visão clara da prevalência das variantes genéticas e suas implicações para o atendimento ao paciente.

Detalhes dos Participantes e Metodologia

O estudo PRISM inscreveu 496 pacientes diagnosticados com formas agressivas de câncer, definidas como tendo uma taxa de sobrevivência estimada de menos de 30%. Sequenciamento de tumor e DNA germinativo foram realizados em todos os participantes para identificar quaisquer variantes genéticas herdadas e entender como essas variantes se correlacionavam com outras informações clínicas e características do tumor.

Resultados sobre Variantes Germinativas

A partir da análise dos participantes do estudo, 85 variantes germinativas foram identificadas em 77 pacientes, representando uma taxa de 15,5%. Alguns pacientes tinham mais de uma variante. O estudo descobriu que pacientes com histórico familiar sugestivo de câncer eram mais propensos a ter variantes germinativas reportáveis. Curiosamente, uma grande proporção dos pacientes com variantes germinativas não tinha histórico familiar relevante de câncer.

Nenhuma ligação significativa foi encontrada entre ter uma variante germinativa e fatores como tipo de câncer, sexo ou idade ao diagnóstico. No entanto, tipos específicos de câncer tinham associações estabelecidas com certas variantes genéticas, sugerindo que alguns tipos de câncer podem estar mais relacionados ao risco genético herdado do que outros.

Tipos de Variantes Germinativas Identificadas

O estudo identificou variantes germinativas em 32 genes. Os genes mais afetados foram TP53, CHEK2 e NF1, que são conhecidos por desempenharem papéis no desenvolvimento do câncer. Havia associações claras entre o tipo de variante e o tipo de câncer do paciente. Por exemplo, variantes relacionadas à reparação de erro só foram encontradas em pacientes com tumores do sistema nervoso central, indicando que certos riscos genéticos estão intimamente relacionados a tipos específicos de câncer.

Valor Clínico das Descobertas Germinativas

A importância clínica de identificar variantes germinativas pode variar. No estudo PRISM, 14,1% dos pacientes tinham variantes consideradas de alto valor clínico; essas variantes provavelmente apresentavam um risco significativo de câncer. A maioria dessas variantes de alto valor estava ligada a condições cancerígenas herdadas que são conhecidas por terem penetração alta ou moderada.

Este estudo revelou que muitos pacientes não teriam sido identificados através de métodos padrão de teste genético, enfatizando a importância de uma triagem genética ampla para crianças com câncer agressivo. Mais de 40% das variantes germinativas relatadas foram encontradas em pacientes cujo tipo de câncer não estava tradicionalmente associado a essas variantes genéticas, destacando a necessidade de reavaliar como os testes genéticos são conduzidos para esses pacientes.

O Impacto da Análise Tumoral na Interpretação Germinativa

A integração da análise tumoral com os testes genéticos provou ser benéfica para entender o papel das variantes germinativas no desenvolvimento do tumor. Para muitos pacientes, as características do tumor indicaram se uma variante germinativa provavelmente teria um papel na progressão do câncer. Esse tipo de análise abrangente foi crucial para confirmar a presença e a importância de certas variantes genéticas.

Em muitos casos, características moleculares específicas nos tumores correspondiam à presença de variantes germinativas, indicando que essas mudanças genéticas contribuíram para o desenvolvimento do tumor. O estudo descobriu que mais da metade das variantes germinativas mostravam uma associação com características do tumor que sugeriam um papel causal no câncer.

Gestão Clínica e Aconselhamento Genético

As descobertas do estudo PRISM tiveram implicações significativas para a gestão clínica. Profissionais de saúde puderam usar as informações sobre variantes germinativas para informar decisões de tratamento e gestão de risco para pacientes e suas famílias. O estudo mostrou que quase todos os pacientes com variantes reportáveis tiveram seus resultados comunicados aos oncologistas que os tratavam.

Através desse processo, muitos pacientes foram encaminhados para serviços de genética do câncer para uma avaliação e testes adicionais. O retorno dos oncologistas indicou que as descobertas dos testes genéticos ampliaram sua compreensão sobre os cânceres dos pacientes e influenciaram suas decisões de tratamento.

Alta Aceitação dos Testes Genéticos

As famílias de pacientes com câncer agressivo geralmente foram muito receptivas a realizar testes genéticos e avaliações de acompanhamento com base nos resultados. A maioria das famílias completou os testes confirmatórios e estava aberta a discutir opções reprodutivas, se relevante. Essa disposição ressalta os potenciais benefícios dos testes genéticos para famílias com crianças diagnosticadas com câncer.

Desafios e Direções Futuras

Embora o estudo tenha fornecido insights valiosos, ainda existem desafios na tradução dessas descobertas em práticas clínicas rotineiras. O foco em cânceres de prognóstico ruim significa que os resultados podem não se aplicar a todos os jovens pacientes com câncer. Mais pesquisas são necessárias para explorar as implicações dos testes genéticos para uma gama mais ampla de cânceres e avaliar os benefícios a longo prazo dessas descobertas para o atendimento ao paciente.

Conclusão

O estudo PRISM representa um passo significativo para entender o papel das variantes germinativas em jovens pacientes com câncer, particularmente aqueles com cânceres de prognóstico ruim. A alta prevalência de variantes germinativas reportáveis enfatiza a necessidade de triagem genética abrangente nessa população. Ao integrar perfis tumorais com análise genética, os profissionais de saúde podem obter uma melhor compreensão do papel que a genética herdada desempenha no risco de câncer, melhorando, em última análise, a gestão e os resultados dos pacientes. As descobertas deste estudo destacam o valor de continuar refinando as estratégias de teste genético e expandindo a compreensão de como os fatores genéticos contribuem para o câncer em jovens.

Fonte original

Título: Integrated germline and somatic molecular profiling to detect cancer predisposition has a high clinical impact in poor-prognosis paediatric cancer

Resumo: Germline predisposition has a significant role in paediatric cancer. However, the optimal approach to identifying cancer-causing germline pathogenic variants (GPV) in children, and even the prevalence of GPV among children with cancer, remain unclear. Here we report our findings from a comprehensive survey of GPV in 496 children with poor-prognosis cancer. By integrating tumour and germline molecular profiling we identified GPV in 15.5% of patients, 48.1% of whom had not met clinical genetic testing criteria. Although the cancer type was outside the recognised phenotypic spectrum for 43.7% of reported GPV, 63.2% of these were clinically actionable for cancer risk. Integrated germline-tumour analysis increased the GPV detection rate by 8.5%, and informed germline interpretation in 14.3% of patients with GPV, highlighting the value of integrated analyses. Our findings establish the benefit of broad integrated tumour-germline screening, over phenotype-guided testing, to detect GPV in children with poor prognosis cancers.

Autores: Mark Pinese, N. A. Fuentes-Bolanos, E. Courtney, C. Mayoh, M. Warby, L. M. S. Lau, M. Wong-Erasmus, D.-A. Khuong-Quang, P. Barahona, B. Padhye, S. El-Kamand, S. Nunag, P. Ajuyah, A. Sherstyuk, A.-K. Altekoester, A. Sullivan, N. Poplawski, C. Kiraly-Borri, S. O'Sullivan, H. Marfan, R. Alli, L. Curnow, K. Bhatia, A. Anazodo, T. N. Trahair, M. Mateos, J. R. Hansford, H. Dholaria, S. Josephi-Taylor, A. S. Moore, W. Nicholls, N. G. Gottardo, P. Downie, S.-L. Khaw, H. Tapp, G. McCowage, L. Dalla-Pozza, F. Alvaro, P. J. Wood, V. Tyrrell, M. Haber, M. J. Cowley, P. G Ekert

Última atualização: 2024-08-09 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.08.08.24311493

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.08.08.24311493.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Artigos semelhantes