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# Biologia# Biologia vegetal

Como Patógenos Enganam as Defesas das Plantas

Patógenos usam proteínas pra enfraquecer os sistemas imunológicos das plantas, revelando mecanismos de defesa importantes.

Lennart Wirthmueller, S. Kaur, T. Colby, D. Thieme, C. Proksch, S. Matschi, I. Matic

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As plantas têm um sistema imunológico que ajuda a proteger elas de micróbios prejudiciais, tipo bactérias e fungos. Mas, alguns patógenos descobriram jeitos de contornar essas defesas. Uma estratégia comum envolve injetar proteínas especiais, conhecidas como efetores do tipo III, nas células da planta. Essas proteínas podem bagunçar as defesas da planta, facilitando a infecção.

Como os Patógenos Atacam as Plantas

A bactéria Pseudomonas Syringae é um desses patógenos que infecta plantas. Ela tem vários efetores do tipo III-29, pra ser exato-que manda para as células da planta. Esses efetores podem confundir o sistema imunológico da planta, que normalmente ativa quando a planta reconhece certos padrões associados a patógenos.

Quando uma planta reconhece esses padrões, ela ativa sua primeira linha de defesa, chamada imunidade desencadeada por padrão (PTI). Mas, se o patógeno for bem adaptado para atacar aquela planta específica, ele pode desativar o PTI enviando seus efetores para dentro das células da planta.

As plantas têm uma segunda camada de defesa, que é formada por proteínas especiais conhecidas como receptores de domínio de ligação a nucleotídeos ricas em leucina (NLRs). Esses receptores conseguem detectar as mudanças causadas pelos efetores do patógeno, levando a uma resposta imunológica mais forte chamada imunidade desencadeada por efetores (ETI). O sucesso dessas respostas imunes depende tanto do tipo de efetores injetados pelo patógeno quanto dos NLRs específicos presentes na planta.

O Papel da ADP-Ribosilação

Muitas das proteínas efetoras bacterianas são enzimas que podem modificar as proteínas da planta para enfraquecer sua resposta imunológica. Um tipo comum de modificação é chamada de ADP-ribosilação. Esse processo envolve a adição de uma molécula pequena chamada ADP-ribose a certos aminoácidos nas proteínas da planta.

Um dos efetores da Pseudomonas syringae, chamado HopF2, pode ADP-ribosilar uma proteína nas plantas chamada MITOGEN-ACTIVATED PROTEIN KINASE KINASE 5 (MKK5). Quando isso acontece, pode interromper os sinais que ativam as defesas da planta.

Os pesquisadores descobriram que o HopF2 também pode afetar outra proteína chamada RIN4. Se tiver muito HopF2 na planta, ele pode impedir que o RIN4 seja clivado por outro efetor chamado AvrRpt2. O RIN4 é fundamental porque também é alvo de vários outros efetores, e as plantas podem se defender dessas manipulações através de seus NLRs, como RPM1 e RPS2.

Identificando Modificações em Proteínas

Os cientistas desenvolveram várias técnicas para descobrir quais proteínas são modificadas pelos efetores bacterianos. Algumas técnicas envolvem métodos de rotulagem específica ou ensaios bioquímicos para identificar quais proteínas estão afetadas.

Uma estratégia eficaz é usar uma proteína especializada chamada domínio macro Af1521, que pode se ligar a proteínas ADP-ribosiladas. Assim, usando esse método, os cientistas conseguem identificar quais proteínas na planta foram modificadas pelos efetores bacterianos.

Experimentos com ADP-Ribosilação

Nos experimentos, os cientistas usaram linhagens de plantas que foram geneticamente alteradas para expressar as proteínas efetoras AvrRpm1 e HopF2. Eles queriam ver se conseguiriam detectar a versão modificada da proteína RIN4 após o tratamento.

Eles descobriram que nas plantas que expressavam AvrRpm1, conseguiam ver bandas em um gel que sugeriam que o RIN4 havia sido modificado, enquanto bandas semelhantes não apareciam nas plantas que expressavam HopF2. Isso indicou que as proteínas modificadas pelo HopF2 poderiam ser menos abundantes ou não estavam sendo extraídas corretamente dos tecidos da planta.

Em um dos experimentos, eles enriqueceram as proteínas ADP-ribosiladas usando o domínio Af1521 e encontraram várias correspondências de peptídeos que corresponderam à proteína RIN4 quando analisaram as amostras com espectrometria de massa.

Encontrando Mais Alvos

Os pesquisadores também descobriram que outras proteínas foram modificadas pelo AvrRpm1, incluindo aquelas envolvidas na sinalização e percepção de luz na planta, o que pode indicar formas adicionais que o patógeno suprime as defesas da planta. Mesmo que não encontraram todas as proteínas ADP-ribosiladas, o método ajudou a identificar vários alvos modificados que podem ser importantes para entender como esses patógenos funcionam.

Indo Adiante

As descobertas desses experimentos sugerem que o método que está sendo desenvolvido para detectar modificações em proteínas é eficaz. O processo pode ser usado para analisar proteínas que são alvo de outros efetores bacterianos também.

Por exemplo, eles também testaram outro efetor, HopU1, em plantas. Esse efetor ADP-ribosila a proteína GRP7. Usando o mesmo método de detecção, os cientistas conseguiram confirmar que o GRP7 foi modificado.

Implicações

Entender como patógenos como Pseudomonas syringae manipulam proteínas das plantas pode ajudar os cientistas a encontrar novas maneiras de melhorar as defesas das plantas. Sabendo quais proteínas são afetadas e como, os pesquisadores podem desenvolver plantas com resistência mais forte a essas infecções.

Essas informações também são críticas para práticas agrícolas. À medida que os patógenos se tornam mais resistentes aos métodos de controle atuais, desenvolver ou engenheirar plantas com respostas imunes aprimoradas pode levar a práticas agrícolas mais sustentáveis.

Conclusão

Resumindo, os cientistas estão trabalhando para entender as interações entre os sistemas imunológicos das plantas e os patógenos bacterianos. Identificando como os efetores bacterianos modificam as proteínas das plantas, os pesquisadores podem obter insights sobre os mecanismos de defesa das plantas e formas de aumentar sua resistência a doenças. À medida que os patógenos das plantas evoluem, esse conhecimento se torna cada vez mais importante para a segurança alimentar e a agricultura sustentável.

Fonte original

Título: Untargeted proteomics identifies plant substrates of the bacterial-derived ADP-ribosyltransferase AvrRpm1

Resumo: One class of enzymes that plant pathogens employ to manipulate innate immunity and physiology of the infected cells are host-targeted ADP-ribosyltransferases. The bacterial pathogen Pseudomonas syringae uses its type III secretion system to inject several effector proteins with ADP-ribosyltransferase activity into plant cells. One of them, AvrRpm1, ADP-ribosylates the plasma membrane-associated RPM1-INTERACTING PROTEIN 4 (RIN4) in Glycine max and Arabidopsis thaliana to attenuate targeted secretion of defense-promoting compounds. Substrate identification of host-targeted ADP-ribosyltransferases is complicated by the biochemical lability of the protein modification during plant protein extraction and in several cases required prior knowledge on plant immune signaling pathways that are impaired by the ADP-ribosylating type III effector. Using the AvrRpm1-RIN4 pair as a proof-of-concept, we present an untargeted proteomics workflow for enrichment and detection of ADP-ribosylated proteins and peptides from plant cell extracts that in several cases provides site-resolution for the modification.

Autores: Lennart Wirthmueller, S. Kaur, T. Colby, D. Thieme, C. Proksch, S. Matschi, I. Matic

Última atualização: 2024-10-20 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.09.25.558804

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.09.25.558804.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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