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# Biologia# Biofísica

Investigando a Proteína Spike do SARS-CoV-2

Um olhar sobre a proteína S do SARS-CoV-2 e seu papel na infecção.

Maryam Ghasemitarei, H. Taeb, T. Ghorbi, M. Yusupov, T. Ala-Nissila, A. Bogaerts

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No final de 2019, um novo vírus chamado SARS-CoV-2 apareceu em Wuhan, China. Esse vírus se espalhou rapidamente pelo mundo, levando à pandemia de COVID-19. As pessoas infectadas com esse vírus costumam ter sintomas como febre, tosse e cansaço. Milhões foram afetados, e muitos ficaram gravemente doentes ou morreram. O SARS-CoV-2 faz parte de uma família de vírus conhecidos como coronavírus. É o sétimo coronavírus que se sabe que infecta humanos. Esse vírus é especialmente preocupante porque se espalha rápido, tornando-se um grande desafio para a saúde global.

Entendendo os Coronavírus

Os coronavírus têm dois tipos principais de proteínas: estruturais e não estruturais. Entre as proteínas estruturais, a glicoproteína Spike (S) é fundamental. Ela ajuda o vírus a se prender e entrar nas células humanas. Por causa do seu papel importante na forma como o vírus infecta as células, a glicoproteína S é um alvo chave para vacinas e tratamentos. No entanto, a glicoproteína S é coberta por açúcares, o que dificulta o reconhecimento e ataque do sistema imunológico.

A glicoproteína S é composta por três partes, cada uma chamada de monômero. Cada monômero tem duas seções: S1 e S2. A seção S1 ajuda o vírus a se fixar na célula hospedeira, enquanto a seção S2 ajuda o vírus e as membranas celulares a se fundirem. A parte S1 tem quatro áreas importantes para sua função, uma das quais é conhecida como domínio de ligação ao receptor (RBD). Essa área é essencial para o vírus se conectar com as células hospedeiras.

Como o Vírus Invade as Células

Quando a parte S1 do vírus muda de forma, pode ficar em uma posição "para baixo" ou "para cima". A posição para baixo é mais difícil para o vírus se grudar nas células, enquanto a posição para cima permite uma conexão fácil com o receptor da célula hospedeira. Entender essas mudanças de forma é importante para desenvolver maneiras de impedir que o vírus se conecte às células.

A proteína S também tem muitos locais onde açúcares se ligam. Esses açúcares ajudam a proteger o vírus de ser reconhecido pelo sistema imunológico. Estudos com simulações por computador mostram que esses açúcares desempenham um papel essencial em como a proteína S muda de forma e como o sistema imunológico reage.

Focando na Posição Para Baixo

Os cientistas estão interessados em manter a proteína S na posição para baixo para evitar que o vírus entre nas células. Quando a proteína S está na posição para baixo, certas áreas ficam mais próximas do centro da proteína, tornando-a menos acessível para se ligar às células. Os pesquisadores estão explorando maneiras de fazer mudanças em certos Aminoácidos nas proteínas do vírus para ajudar a estabilizar a posição para baixo.

Por exemplo, alterar aminoácidos específicos pode criar ligações que impedem a proteína S de mudar de forma. Algumas moléculas pequenas também podem ajudar a manter a proteína S na posição para baixo, bloqueando potencialmente a entrada viral nas células.

O Papel do Plasma Frio Atmosférico

Uma abordagem interessante para combater o vírus envolve o uso de plasma frio atmosférico (CAP). O CAP pode mudar a estrutura da proteína S, o que pode ajudar a prevenir a infecção. Usando o CAP, os pesquisadores podem criar espécies reativas que podem alterar as proteínas do vírus, dificultando a ligação delas às células hospedeiras.

O CAP tem sido usado em várias aplicações médicas, incluindo a alteração de proteínas e membranas celulares. Estudos mostraram que o CAP pode modificar muitos aminoácidos no vírus, potencialmente tornando-o menos eficaz na infecção de células.

Investigando Mudanças Conformacionais

Para entender melhor como a proteína S muda de forma, os cientistas usam simulações por computador. Essas simulações permitem que os pesquisadores estudem a proteína S em nível molecular, identificando aminoácidos-chave que influenciam sua forma. Ao introduzir mudanças nesses aminoácidos, os pesquisadores podem avaliar como essas mudanças afetam a capacidade do vírus de se ligar às células hospedeiras.

A pesquisa também analisa como as interações da proteína S com açúcares e outras moléculas podem mudar durante essas transições. Esse conhecimento ajuda a identificar como o vírus pode evadir o sistema imunológico e como desenvolver vacinas e tratamentos melhores.

O Impacto da Oxidação

Um aspecto significativo dessa pesquisa envolve estudar o efeito da oxidação na proteína S. Quando certos aminoácidos são oxidados, isso pode mudar como a proteína se comporta. As descobertas mostram que a oxidação dificulta a mudança de forma da proteína. Isso pode ajudar a estabilizar a proteína S em uma forma que é menos propensa a infectar células.

À medida que os pesquisadores exploram as transições entre diferentes formas da proteína S, eles medem quanta energia é necessária para fazer essas mudanças. Os resultados indicam que quanto mais oxidada a proteína é, mais difícil é para a proteína transitar entre suas posições para baixo e para cima.

Comparando Proteínas Nativas e Oxidadas

Nos estudos, tanto a forma natural da proteína S (nativa) quanto a versão oxidada são analisadas. O trabalho necessário para mudar entre as formas para baixo e para cima é maior na forma oxidada, sugerindo que essas mudanças tornam menos provável a infecção celular pelo vírus. Além disso, essa pesquisa mostra que moléculas açucaradas, ou glicosídeos, desempenham um papel em como a proteína S transita.

Quando a proteína S é oxidada, certas interações entre a proteína oxidada e os açúcares se tornam cruciais. Essas interações podem dificultar a capacidade do vírus de transitar para uma forma ativa que pode infectar células. A pesquisa enfatiza a importância de entender esses detalhes para encontrar maneiras de bloquear a entrada viral.

Analisando Interações

A pesquisa envolve analisar quão bem a proteína S interage com outras moléculas. Isso inclui observar ligações de hidrogênio e pontes salinas, que são essenciais para manter a estrutura da proteína. Medindo essas interações antes e depois da oxidação, os cientistas ganham insights sobre como a oxidação afeta o comportamento da proteína S.

Acontece que, embora o número total de ligações de hidrogênio permaneça quase o mesmo após a oxidação, o número de pontes salinas aumenta. Mais pontes salinas podem levar a uma estrutura mais estável, reforçando a ideia de que a oxidação estabiliza a proteína em sua forma atual.

Conclusão

Entender a dinâmica da proteína S do SARS-CoV-2 é crucial para combater o vírus. Estudando como essa proteína muda de forma e como a oxidação afeta seu comportamento, os pesquisadores podem identificar novas maneiras de bloquear a entrada do vírus nas células. As descobertas ressaltam a importância de focar nesses mecanismos para desenvolver vacinas e tratamentos eficazes.

Essa pesquisa não só melhora nosso conhecimento sobre como os coronavírus infectam células humanas, mas também abre estratégias potenciais para reduzir o impacto de futuros surtos. Ao aproveitar os insights obtidos a partir do estudo da proteína S, podemos trabalhar em métodos melhores para prevenir e tratar a COVID-19 e infecções virais semelhantes.

Fonte original

Título: Effect of cysteine oxidation in SARS-CoV-2 Spike protein on its conformational changes: insights from atomistic simulations

Resumo: This study investigates the effect of cysteine (Cys) oxidation on the conformational changes of the SARS-CoV-2 Spike (S) protein, a critical factor in viral attachment and entry into host cells. Using targeted molecular dynamics (TMD) simulations, we explore the conformational transitions between the down (inaccessible) and up (accessible) states of the SARS-CoV-2 S protein in both its native and oxidized forms. Our findings reveal that oxidation significantly increases the energy barrier for these transitions, as indicated by the work required to move from the down to the up conformation and vice versa. Specifically, in the oxidized system compared to the native system, the energy required to transition from the down to the up conformation increases by approximately 131 {+/-} 1 kJ.mol-1, while the energy required for the reverse transition increases by about 223 {+/-} 6 kJ.mol-1. This is due to the stabilizing effect of oxidation on the conformation of the SARS-CoV-2 S protein. Analysis of hydrogen bond and salt bridge formation before and after oxidation provides additional insights into the stabilization mechanisms, showing an increase in salt bridge formation that contributes to conformational stabilization. These results underscore the potential of targeting translational modifications to hamper viral entry or enhance susceptibility to neutralization, offering a novel perspective for antiviral strategy development against SARS-CoV-2. This study adds important knowledge to the field of viral protein dynamics and highlights the critical role of structural and computational biology in uncovering new therapeutic avenues.

Autores: Maryam Ghasemitarei, H. Taeb, T. Ghorbi, M. Yusupov, T. Ala-Nissila, A. Bogaerts

Última atualização: 2024-10-25 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.24.620034

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.24.620034.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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