O Papel da Atenção Visual na Tomada de Decisão
Um estudo investiga como os movimentos dos olhos influenciam o processo de tomada de decisão.
Ian Krajbich, B. R. K. Shevlin, R. E. Gwinn, A. Makwana
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Quando a gente toma decisões, muitas vezes pesamos o valor de diferentes escolhas. Imagina que você tá planejando uma viagem e olhando guias de viagem online pra escolher entre dois lugares. Enquanto você junta informações, percebe que um lugar tem voos mais baratos, enquanto o outro tem hotéis mais em conta. Alguns detalhes podem chamar mais sua atenção, como cachoeiras incríveis ou lugares históricos. No fim das contas, você junta todas essas informações e decide quando parar de procurar e escolher.
O processo de tomar essas decisões envolve comparar o valor de diferentes informações. Os pesquisadores acreditam que isso rola de uma forma controlada, onde as pessoas coletam evidências e avaliam com base em fatores como quão atraente a informação é e onde elas focam a atenção. Isso resulta em padrões observáveis nas escolhas, quanto tempo leva pra decidir e onde as pessoas olham.
Existem diferentes modelos que explicam como as pessoas acumulam evidências na hora de fazer escolhas. Um modelo popular se chama Modelo de Amostragem Sequencial (MAS). Esses modelos ajudam a ilustrar como coletamos informações passo a passo quando enfrentamos uma escolha. Ao considerar uma decisão, começamos a amostrar informações que apoiam diferentes opções. Essa informação é então avaliada e traduzida em evidência para uma opção em vez de outra.
Com o tempo, essa evidência se acumula até que haja o suficiente para fazer uma escolha. A maioria dos MASs consiste em duas partes principais: entradas e integradores. As entradas representam a qualidade ou o valor da informação que tá sendo considerada, enquanto os integradores capturam a evidência total coletada para cada opção.
Cada escolha tem sua própria entrada, que reflete a informação atual sendo analisada. Em decisões baseadas em valor, essa entrada geralmente permanece consistente durante o processo, mas pode variar aleatoriamente. Os integradores acumulam esses valores de entrada, resultando em uma representação da evidência total que apoia cada escolha. A decisão é tomada quando um Integrador atinge um limite pré-determinado.
Em estudos de decisões perceptuais, os pesquisadores conseguiram detectar esses inputs neurais e valores acumulados. No entanto, tem sido mais desafiador identificar esses processos em decisões baseadas em valor, pois essas decisões costumam acontecer rápido. Alguns estudos mostraram que certas áreas do cérebro estão envolvidas nesse processo, mas ainda não tá claro se elas rastreiam a evidência acumulada ou se focam em opções não escolhidas ou conflitos de decisão.
Pra entender melhor como a evidência acumulada funciona, os pesquisadores queriam encontrar um fator que influenciasse como coletamos evidência, separado do tempo gasto pra decidir. Eles analisaram a Atenção Visual, especificamente como os movimentos dos olhos das pessoas afetam o valor da informação que estão processando. Tem evidências de que o lugar onde focamos nosso olhar pode aumentar o valor percebido das opções. Quando olhamos pra algo, parece que isso aumenta sua importância no nosso processo de decisão.
Nesse estudo, os pesquisadores realizaram um experimento de fMRI pra explorar se os movimentos oculares impactam como adquirimos evidência. Eles desenharam o experimento pra desacelerar o processo de decisão, permitindo que os participantes coletassem informações gradualmente por um período maior. Os participantes foram convidados a escolher entre duas loterias de comida em vez de simplesmente selecionar um item alimentar. Cada loteria consistia em vários lanchinhos, cada um com uma chance diferente de ser selecionado.
Os participantes amostraram itens aleatórios de ambas as loterias a cada poucos segundos e continuaram fazendo isso até se sentirem prontos pra fazer uma escolha. A loteria escolhida resultou em um item aleatório sorteado dela, que os participantes receberiam se esse teste fosse selecionado depois.
O experimento tinha como objetivo separar o valor percebido de cada item do valor acumulado, que reflete o valor total do que foi amostrado até agora. Acompanhando os movimentos oculares, os pesquisadores queriam ver se o olhar afetava tanto os valores amostrados quanto os acumulados no cérebro.
Enquanto os participantes tomavam decisões, os pesquisadores analisaram suas escolhas em relação ao valor atual dos itens e ao valor total que haviam experimentado. Eles descobriram que os participantes tendiam a escolher com base em ambos os fatores, mas o valor mais recente recebia mais peso do que o valor acumulado.
Outro aspecto do estudo explorou como o tempo gasto olhando pra cada loteria influenciava as escolhas. Participantes que focaram mais em uma loteria eram mais propensos a escolhê-la. Esse efeito foi consistente durante todo o processo de decisão, não apenas com base na última informação amostrada.
Os dados de fMRI visavam identificar regiões do cérebro que refletissem esses processos de Tomada de decisão. Os pesquisadores queriam determinar se certas áreas do cérebro eram melhores em rastrear os valores amostrados ou os valores acumulados. Eles tinham hipóteses específicas sobre quais regiões responderiam aos inputs modulados pelo olhar e à evidência acumulada.
Eles hipotetizaram que o córtex pré-frontal ventromedial e o estriado representariam os inputs, enquanto áreas como a área motora pré-supletória e os sulcos intraparietais serviriam como integradores. Os resultados mostraram que o vmPFC respondeu positivamente aos valores amostrados enquanto o pré-SMA, IPS e dlPFC mostraram respostas mais fortes aos valores acumulados.
Essas regiões do cérebro parecem processar a informação de uma forma que se alinha com o jeito que as pessoas tomam decisões. As descobertas enfatizaram que a atenção visual desempenha um papel significativo em moldar como percebemos o valor das opções.
O estudo não apenas visava entender como acumulamos evidência, mas também desentranhar as interações complexas entre a atenção visual e os processos de tomada de decisão. Analisando os movimentos oculares, os pesquisadores conseguiram ver como as mudanças de atenção afetavam o valor percebido das opções e influenciavam o processo geral de tomada de decisão.
Embora a tarefa de tomada de decisão permitisse que os participantes se tomassem seu tempo, surgiram algumas preocupações sobre se isso levaria a superestimar ou subestimar informações anteriores ou posteriores. As análises encontraram evidências para ambos, já que os participantes mostraram tendências mais fortes de focar em amostras mais recentes.
No geral, a pesquisa visava esclarecer como a tomada de decisão ocorre. Ao examinar o papel da atenção, o estudo forneceu insights sobre como o cérebro processa e integra informações ao longo do tempo. Os resultados ajudam a ilustrar como fatores como o olhar podem influenciar nossas percepções e, eventualmente, moldar as escolhas que fazemos.
As descobertas apontam para uma rede de regiões cerebrais que trabalham juntas durante a tomada de decisão, enfatizando a importância de integrar valores de input amostrados em um valor de decisão coerente. Essa abordagem integrada também destaca como a atenção visual não é apenas um efeito colateral, mas uma parte essencial de como tomamos decisões.
Implicações para Decisões do Dia a Dia
Entender os processos de tomada de decisão pode ter várias implicações para a vida diária. Desde escolher o que comer, decidir um destino de férias, ou até fazer investimentos financeiros significativos, saber como acumulamos evidência e o impacto da atenção pode ajudar a informar melhores estratégias de decisão.
Por exemplo, estar consciente de como o foco visual afeta o valor percebido pode levar as pessoas a mudarem conscientemente sua atenção para opções que se alinham com seus resultados desejados. Ao considerar onde direcionar o olhar, as pessoas podem tomar decisões mais seguras com base em uma compreensão mais precisa dos valores de suas opções.
No marketing, essas percepções podem ser inestimáveis. Os anunciantes podem criar propagandas que capturam a atenção dos consumidores, amplificando efetivamente o valor percebido de seus produtos. Entender como engajar o foco dos consumidores pode levar a campanhas de marketing mais bem-sucedidas.
Em ambientes educacionais, ensinar os indivíduos sobre seus processos de tomada de decisão pode capacitá-los a se tornarem tomadores de decisão melhores. Ao promover uma conscientização sobre como a atenção influencia as escolhas, as pessoas podem aprender a avaliar suas opções de forma mais crítica, resultando em melhores resultados em contextos pessoais e profissionais.
Conclusão
Em resumo, a tomada de decisão é um processo complexo que depende da acumulação de informações e da pesagem de evidências. O papel da atenção visual nesse processo sublinha a importância de como percebemos o valor. As descobertas desse estudo ilustram que regiões do cérebro estão envolvidas tanto no processamento de valores imediatos quanto na integração desses valores em uma compreensão mais ampla das escolhas disponíveis.
À medida que continuamos a aprender sobre a tomada de decisão, fica cada vez mais claro que a atenção é um ingrediente crucial em como avaliamos as opções. Ao concentrar a atenção nos processos por trás de nossas escolhas, abrimos a porta para entender como fazer melhores decisões em nossas vidas diárias.
Título: Overt visual attention modulates decision-related signals in ventral and dorsal medial prefrontal cortex
Resumo: When indicating a preference between two options, decision makers are thought to compare and accumulate evidence in an attention-guided process. Little is known about this processs neural substrates or how visual attention affects the representations of accumulated evidence. We conducted a simultaneous eye-tracking and fMRI experiment in which human subjects gradually learned about the value of two food-lotteries. With this design we were able to extend decisions over a prolonged time-course, manipulate the temporal onset of evidence, and therefore dissociate sampled and accumulated evidence. Consistent with past work, we found correlates of sampled evidence in ventromedial prefrontal cortex (vmPFC), and correlates of accumulated evidence in the prefrontal and parietal cortex. We also found that more gaze at an option increased its choice probability and that gaze amplified sampled-value signals in the vmPFC and ventral striatum. Most importantly, we found that gaze modulated accumulated-value signals in the pre-supplementary motor area (pre-SMA), providing novel evidence that visual attention has lasting effects on decision variables and suggesting that activity in the pre-SMA reflects accumulated evidence and not decision conflict. These results shed new light on the neural mechanisms underlying gaze-driven decision processes.
Autores: Ian Krajbich, B. R. K. Shevlin, R. E. Gwinn, A. Makwana
Última atualização: 2024-10-26 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.25.620227
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.25.620227.full.pdf
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