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# Biologia# Neurociência

O Papel da Serotonina na Sinalização GABA no Giro Denteado

Estudo revela que a serotonina impacta a sinalização de GABA nas células musgosas, influenciando processos de memória.

Marcin Siwiec, B. Bobula, M. Kielbinski, N. Multan, K. Tokarski, G. Hess

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Insights sobreInsights sobreSinalização GABAGABA em células chave do cérebro.A serotonina afeta a sinalização do
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O GABA (ácido gama-aminobutírico) é uma substância importante no cérebro que ajuda a controlar como as células nervosas se comunicam entre si. Ele tem um papel bem relevante em como as sinapses excitatórias funcionam. As sinapses são as conexões entre as células nervosas e podem mudar sua força ao longo do tempo, num processo chamado Plasticidade Sináptica. Essa ideia é essencial para o aprendizado e a memória.

O giro denteado (DG) é uma parte do hipocampo do cérebro, que tá ligada ao processamento de informações e à formação de memórias. As conexões no DG são bem complexas, com vários tipos de células nervosas trabalhando juntas. O tipo principal de célula no DG é a célula granule, que usa uma substância chamada glutamato pra enviar sinais. Fora essas células granule, também tem vários tipos de interneurônios GABAérgicos, que usam GABA pra ajudar a regular os sinais que passam por ali.

Serotonina e Mudanças Sinápticas

A serotonina é outra substância chave no cérebro que ajuda a influenciar o humor e o comportamento. No DG, a serotonina pode afetar como as sinapses funcionam. Ela faz isso através de diferentes tipos de receptores de serotonina que tão presentes na área. Esses receptores podem mudar como as células nervosas reagem aos sinais, o que é importante pra entender como as memórias se formam.

Um tipo de receptor de serotonina, o receptor 5-HT7, tá presente no DG, mas o papel dele não foi estudado em detalhes. Esse receptor é conhecido por deixar as células nervosas mais excitáveis, o que quer dizer que pode aumentar a atividade delas. Os pesquisadores queriam ver se ativar esse receptor mudaria a forma como o GABA funciona nas células excitatórias do DG, especificamente nas células granule e nas Células Musgosas.

O Estudo

Pra investigar essa questão, os pesquisadores usaram uma linhagem especial de camundongos que expressa uma proteína fluorescente verde (GFP) sob o controle do promotor Htr7, que permite ver quais células têm receptores 5-HT7. Depois de preparar o tecido cerebral, eles descobriram que o GFP apareceu principalmente em interneurônios inibitórios. Então, eles focaram em como ativar o receptor 5-HT7 com uma droga chamada LP-211 afeta a sinalização de GABA nas células granule e musgosas.

Entrada GABAérgica nas Células Excitatórias

Quando os pesquisadores analisaram a transmissão de GABA nas células granule após aplicar LP-211, não viram muita mudança na frequência dos sinais inibitórios ou na força deles. Isso significava que as células granule não foram afetadas pela ativação do receptor 5-HT7.

Em contraste, quando estudaram as células musgosas, que também são excitatórias, eles descobriram que o LP-211 aumentou a frequência dos sinais gabaérgicos atingindo essas células. No entanto, a força desses sinais não mudou. Isso sugeriu que a ativação do receptor 5-HT7 tem um efeito específico nas células musgosas, aumentando a entrada inibitória delas.

Implicações das Células Musgosas

As células musgosas têm um papel crítico no processamento de informações no DG. Elas recebem sinais das células granule e influenciam como essas células granule se comportam. Elas também se conectam com outras áreas do cérebro, ajudando a regular o fluxo de informações. Acredita-se que as células musgosas tenham um papel principalmente inibitório quando enviam sinais para as células granule, o que quer dizer que podem suprimir a atividade delas.

O aumento na sinalização de GABA para as células musgosas após a ativação do receptor 5-HT7 pode, possivelmente, levar a mudanças em como as células musgosas influenciam as células vizinhas, reforçando a modulação das transmissões excitatórias.

Efeitos na Plasticidade

Os pesquisadores também queriam ver se ativar os receptores 5-HT7 influenciaria um processo chamado plasticidade sináptica. Isso se refere à capacidade das sinapses de se fortalecerem ou enfraquecerem ao longo do tempo, o que é crucial para o aprendizado e a memória. Eles verificaram se a ativação do receptor 5-HT7 poderia mudar a eficácia das sinapses após aplicar um método específico de estimulação chamado estimulação de burst theta (TBS).

Normalmente, quando a sinalização de GABA tá intacta, essa TBS leva à falta de fortalecimento sináptico no DG. Nos testes deles, mesmo com a droga ativadora do receptor, eles descobriram que a plasticidade ainda era resistente à mudança. Isso indica que ativar o receptor 5-HT7 não ajudou a tornar essas sinapses mais fortes.

Por que Não Houve Efeito na Plasticidade?

Uma razão pra essa falta de efeito pode ser que, enquanto as células musgosas receberam sinais de GABA aumentados, as células granule não tiveram um aumento semelhante. Essa mudança pode afetar quão eficazes as células musgosas são em alterar a atividade das células granule. As conexões que as células musgosas formam com as células granule podem ser facilmente influenciadas pela inibição, e se a atividade delas estiver limitada, talvez não consigam enviar sinais excitatórios suficientes pra fazer diferença na plasticidade geral.

Mesmo que o GABA desempenhe um papel importante em controlar quão bem as sinapses funcionam no DG, parece que só aumentar a entrada inibitória nas células musgosas não é suficiente pra mudar a força sináptica de uma forma que resulte em potenciação de longo prazo (LTP).

Conclusão

A pesquisa sobre os receptores 5-HT7 no giro denteado trouxe algumas ideias sobre como eles afetam a sinalização inibitória para células excitatórias. Mostra que, embora esses receptores possam aumentar os sinais de GABA nas células musgosas, eles não têm o mesmo efeito nas células granule. Além disso, essa ativação do receptor não impacta significativamente a capacidade geral das sinapses de se adaptarem ao longo do tempo em resposta à estimulação.

Estudos futuros precisam explorar mais sobre as conexões entre diferentes tipos de interneurônios no DG pra entender totalmente como os receptores 5-HT7 influenciam a atividade de vários tipos de células. Investigando mais essas áreas, os cientistas esperam esclarecer os papeis complexos da serotonina e de seus receptores no cérebro e melhorar nossa compreensão da formação de memória e de possíveis tratamentos para distúrbios relacionados.

Fonte original

Título: Activation of 5-HT7 receptors in the mouse dentate gyrus does not affect theta-burst-induced plasticity at the perforant path synapse

Resumo: BackgroundThe study examined the effects of 5-HT7 receptor activation on GABAergic transmission within the dentate gyrus and plasticity at the glutamatergic perforant path input. MethodsImmunofluorescence imaging was performed using transverse hippocampal slices from transgenic mice expressing green fluorescent protein (GFP) under the Htr7 promoter. This was followed by whole-cell patch clamp electrophysiological recordings assessing the effects of pharmacologically activating 5-HT7 receptors on spontaneous inhibitory postsynaptic currents recorded from dentate granule cells and hilar mossy cells -- two glutamatergic neuron types present in the dentate gyrus. Extracellular recordings of field excitatory postsynaptic potentials were then performed to assess whether 5-HT7 receptor activation influenced theta-burst stimulation-evoked plasticity of the perforant path synaptic input. ResultsIt was found that parvalbumin and somatostatin interneurons in the dentate gyrus expressed GFP, which suggests they express 5-HT7 receptors. However, activation of 5-HT7 receptors had no effect on GABAergic transmission targeting mossy cells or granule cells. There was also no effect of 5-HT7 receptor activation on perforant path plasticity either with intact or blocked GABAA receptor signaling. ConclusionThe presence of 5-HT7 receptors in a subset of parvalbumin and somatostatin interneurons in the mouse dentate gyrus could mean that they are involved in the inhibitory control of dentate gyrus activity. However, this potential effect was not evident in slice recordings of inhibitory transmission targeting principal cells and did not affect perforant path plasticity. Further experiments are needed to fully elucidate the functional role of these receptors in the dentate gyrus.

Autores: Marcin Siwiec, B. Bobula, M. Kielbinski, N. Multan, K. Tokarski, G. Hess

Última atualização: 2024-10-28 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.17.613425

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.17.613425.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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