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Monitorando Caranguejos Azuis: Uma Ameaça aos Ecossistemas do Mediterrâneo

Estudo usa eDNA pra monitorar caranguejos azuis invasivos no Mediterrâneo.

Erwan Delrieu-Trottin, M. Bianic, C. Miaud, M. Garcia, V. Arnal, R. Hocde, C. Cochet, N. Barre, L. Cornil, S. Manel

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Espécies não nativas, ou espécies que foram introduzidas em áreas onde não pertencem naturalmente, podem prejudicar a vida marinha e impactar as economias locais. A introdução dessas espécies aumentou nos últimos cem anos devido ao comércio internacional e às mudanças climáticas. Espécies invasoras podem bagunçar os ecossistemas locais ao competirem por recursos, predarem espécies nativas ou mudarem habitats.

Um exemplo é o Caranguejo Azul, que é comum na costa leste dos Estados Unidos. No entanto, esse caranguejo também apareceu no Mar Mediterrâneo, sendo notado pela primeira vez em 1930. Descobertas recentes confirmam que Caranguejos Azuis estão presentes em várias localidades do Mediterrâneo, fazendo com que o governo francês crie planos de ação para lidar com seu impacto. Em 2022, a Europa regulamentou muitas espécies invasoras, e o Caranguejo Azul está sendo monitorado.

Detectar cedo espécies invasoras é crucial para uma gestão eficaz. Os pescadores frequentemente relatam avistamentos de Caranguejos Azuis, especialmente porque suas redes podem ser danificadas por esses caranguejos nos meses mais quentes. Contudo, muitas lagoas ficam sem supervisão, e os dados sobre as populações de Caranguejo Azul são escassos, especialmente durante o inverno.

O Papel do DNA ambiental (eDNA)

DNA ambiental, ou eDNA, é um método que pode ajudar a detectar espécies invasoras cedo e monitorar sua presença em áreas geridas. Analisando amostras de DNA da água, os pesquisadores conseguem identificar espécies sem precisarem vê-las fisicamente. Essa técnica usa um tipo específico de teste chamado reação em cadeia da polimerase quantitativa (qPCR), que permite aos cientistas detectar e medir o DNA da espécie alvo a partir das amostras de água.

Neste estudo, os pesquisadores testaram um marcador genético específico para detectar Caranguejos Azuis em amostras de água. Eles coletaram eDNA de vários locais ao longo da costa mediterrânea da França, focando em lagoas, canais e bocas de rio. O objetivo era monitorar a presença de Caranguejos Azuis e comparar suas descobertas com dados de pescadores e estudos anteriores.

Área de Estudo e Coleta de Amostras

A coleta ocorreu ao longo da costa mediterrânea da França, onde amostras de água foram coletadas usando um método especial de filtragem. Cada amostra consistia em cerca de 30 litros de água do mar, que foi filtrada ao longo de um período determinado. Após a filtragem, as amostras foram preservadas para análise posterior. Várias campanhas de coleta foram realizadas em colaboração com partes interessadas locais, incluindo pescadores.

A primeira campanha tinha o objetivo de demonstrar a eficácia do marcador genético e envolveu a coleta de amostras de água de locais conhecidos por terem alta densidade de Caranguejos Azuis. A segunda campanha focou em entender como a densidade de Caranguejos Azuis afetava sua detecção.

Na terceira campanha, os pesquisadores amostraram 31 locais ao longo da costa para avaliar a presença de Caranguejos Azuis em vários tipos de habitats costeiros. Isso incluiu lagoas, canais entre lagoas e o mar, bocas de rio e áreas costeiras.

Métodos de Detecção de eDNA

A extração de DNA das amostras de água coletadas foi realizada seguindo protocolos estabelecidos. Os pesquisadores realizaram testes para garantir a precisão e especificidade dos métodos usados para detectar o DNA do Caranguejo Azul. Eles configuraram controles para evitar contaminação e usaram sequências específicas projetadas para amplificar apenas o DNA dos Caranguejos Azuis.

Os pesquisadores monitoraram e registraram a presença de Caranguejos Azuis em diferentes lagoas e outros corpos d'água no Mediterrâneo. A detecção positiva de Caranguejos Azuis nessas amostras foi notada, e mais testes foram realizados para confirmar a espécie.

Dados de Ciência Cidadã

A ciência cidadã teve um papel fundamental na coleta de dados sobre avistamentos de Caranguejos Azuis. As informações recebidas dos pescadores foram cuidadosamente verificadas antes de serem incluídas em um banco de dados. Esses dados foram cruciais para entender a distribuição de Caranguejos Azuis e suas interações com os ecossistemas locais. Observações relatadas pelos pescadores foram consideradas confiáveis e ajudaram a guiar os esforços de monitoramento.

Resultados do Estudo de eDNA

Ao longo de todas as campanhas de coleta, os pesquisadores descobriram que Caranguejos Azuis foram detectados em muitos locais onde já tinham sido relatados. Os resultados mostraram que Caranguejos Azuis estavam presentes em 24 dos 31 locais testados na região do Mediterrâneo. A maioria das detecções ocorreu em lagoas, com achados limitados em bocas de rio e áreas costeiras.

O estudo confirmou a presença da espécie em áreas onde Caranguejos Azuis já haviam sido documentados em estudos anteriores, assim como em novos habitats onde não havia registros anteriores. Isso confirmou a eficácia do método de teste de eDNA.

Comparação com Estudos Anteriores

As descobertas deste estudo foram comparadas com registros anteriores e dados de ciência cidadã. Caranguejos Azuis foram detectados em locais onde já haviam sido observados, e novos locais foram identificados, mostrando como o teste de eDNA pode complementar métodos de observação tradicionais. Os resultados indicam a rápida propagação de Caranguejos Azuis no Mediterrâneo, enfatizando a importância do monitoramento dessas espécies invasoras.

Desafios e Limitações

Embora os métodos de eDNA tenham mostrado potencial, eles não forneceram informações precisas sobre o tamanho da população de Caranguejos Azuis. O estudo notou a variabilidade nas taxas de detecção, sugerindo que outros fatores ambientais podem influenciar a presença de Caranguejos Azuis em certas áreas.

Além disso, enquanto as observações de cidadãos capturaram Caranguejos Azuis adultos, estágios mais jovens ou larvais podem não ser detectados, indicando lacunas na compreensão do ciclo de vida e distribuição total da espécie.

Recomendações para Monitoramento Futuro

Diante das descobertas, os pesquisadores recomendam focar nos cursos d'água que conectam lagoas e o mar. Essas áreas são cruciais para entender como os Caranguejos Azuis se movem e se espalham. Monitoramento sistemático nessas regiões pode ajudar a identificar como e quando a espécie invade diferentes habitats.

Integrar a análise de eDNA com dados existentes de observações de cidadãos pode oferecer uma visão abrangente das populações e movimentos dos Caranguejos Azuis. Ao simplificar os esforços de monitoramento, pesquisadores e partes interessadas podem trabalhar juntos para gerenciar eficazmente as espécies invasoras.

Conclusão

Este estudo destaca o potencial do teste de DNA ambiental como uma ferramenta para monitorar espécies invasoras como o Caranguejo Azul. Ao detectar a presença dessas espécies em habitats variados, os métodos de eDNA podem ajudar na gestão e conservação dos ecossistemas marinhos. Os esforços combinados de cientistas cidadãos e pesquisadores podem ajudar a entender a propagação de espécies invasoras, garantindo que medidas proativas estejam em vigor para mitigar seu impacto na biodiversidade local e nas economias.

Fonte original

Título: Improving the monitoring of the invasive Blue Crab (Callinectes sapidus): combining environmental DNA and citizen observations

Resumo: O_LIEarly detection is a crucial tool for identifying and managing the spread of invasive species. C_LIO_LIIn this study, we validated a probe-based quantitative polymerase chain reaction (qPCR) assay for the detection of the invasive Blue Crab, Callinectes sapidus, in the Mediterranean Sea, using 22 initial eDNA environmental samples (eDNA) collected from three coastal lagoons. C_LIO_LIA subsequent large-scale eDNA sampling campaign (61 samples in 31 sites), conducted in collaboration with local stakeholders, was carried out to map the distribution of Callinectes sapidus along the Occitanie coastline (Western Mediterranean, France). C_LIO_LIUsing eDNA probe-based qPCR, Callinectes sapidus was detected in 32 out the 61 samples (52%), confirming its presence in 24 out of 31 sites surveyed, including the 13 lagoons where its occurrence had already been reported, as well as two additional lagoons and at sea where no prior records existed. C_LIO_LIOur results demonstrate the utility of eDNA probe-based qPCR for effective monitoring the invasive Blue Crab. The integration of eDNA analysis with citizen science observations enhances the monitoring framework, facilitating early detection and contributing to improved management strategies from a prevention perspective. C_LI

Autores: Erwan Delrieu-Trottin, M. Bianic, C. Miaud, M. Garcia, V. Arnal, R. Hocde, C. Cochet, N. Barre, L. Cornil, S. Manel

Última atualização: 2024-10-28 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.24.620022

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.24.620022.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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