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# Ciências da saúde# Psichiatria e psicologia clinica

O Papel da Microbiota Intestinal na Dor Crônica

Investigando a ligação entre micróbios intestinais e dor crônica.

Jia Chen, Xuemei Luo, Luyao Wang, Yiping Luo, Xia Deng, Yuan Tian, Qiao Lu, Genwen Sun, Michael Maes, Xu Zhang

― 7 min ler


Micróbios Intestinais eMicróbios Intestinais eDicas sobre Dor Crônicaintestinal na dor crônica.Explorando o impacto da saúde
Índice

A Dor Crônica (DC) é um problema sério que afeta cerca de 30% das pessoas no mundo todo. Ela pode vir de várias fontes, e às vezes a causa exata é desconhecida. O mais interessante é que estudos sugerem que pode haver uma conexão genética, ou seja, algumas pessoas podem estar mais propensas a sentir DC por causa da história familiar.

Nos nossos corpos, existe uma comunidade complexa de micro-organismos microscópicos chamada Microbiota Intestinal (MI). Esses micróbios desempenham um papel vital na nossa saúde, e estudos recentes mostram que eles podem influenciar como sentimos dor. Tem uma conexão entre nosso intestino e nosso cérebro, conhecida como Eixo intestino-cérebro (EIC). Quando essa conexão é bagunçada, pode levar a vários problemas de saúde, incluindo dor crônica.

Algumas pesquisas descobriram que a microbiota intestinal pode afetar diferentes tipos de dor, especialmente a dor visceral, que é aquela que vem dos nossos órgãos internos. Há evidências de que certos Probióticos, que são bactérias boas para o nosso intestino, podem ajudar a reduzir a dor visceral. Outros estudos em animais sugerem que a microbiota intestinal pode afetar várias condições de dor crônica que surgem de inflamação ou danos nos nervos. Isso levanta questões sobre se esses micróbios podem mudar como nosso sistema nervoso reage à dor.

Apesar dessas descobertas intrigantes, ainda não sabemos totalmente como a microbiota intestinal causa dor. Alguns estudos usaram um método chamado randomização mendeliana (RM) para ver se há uma relação direta entre a microbiota intestinal e tipos específicos de dor. Este método analisa variações genéticas para encontrar conexões entre diferentes condições de saúde. As descobertas, no entanto, podem ser inconsistentes, especialmente quando se trata de dor com causas pouco claras. Isso indica a importância de analisar mais de perto as diferentes formas que a dor se apresenta.

Com o papel da microbiota intestinal na dor se tornando um assunto em alta, várias perguntas surgem. Esses micróbios intestinais afetam a dor crônica ou diferentes tipos de dor? Como construímos modelos para estudar a conexão intestino-cérebro para dor crônica? A RM pode nos ajudar a analisar se a microbiota intestinal tem uma relação causal com a dor. Também existe um método chamado análise de mediação que pode nos ajudar a entender como a microbiota intestinal impacta a dor.

Neste estudo, nos propusemos a alcançar três coisas: primeiro, identificar quais micróbios intestinais podem influenciar positivamente a dor crônica em múltiplos locais (DCML) e oito tipos diferentes de dor; segundo, examinar como esses micróbios intestinais afetam a estrutura do cérebro; e terceiro, criar um modelo simples do eixo intestino-cérebro para DCML e vários tipos de dor para ajudar nas práticas clínicas.

Desenho do Estudo

Investigamos as potenciais conexões entre a microbiota intestinal e a dor crônica usando uma abordagem de RM em duas amostras. Isso significa que checamos dados sobre quatro características da microbiota intestinal para ver como se relacionavam com a DCML e oito tipos específicos de dor. Também usamos Meta-análise e análise genética para avaliar essas relações. Por último, analisamos como esses micróbios intestinais poderiam impactar exames de imagem cerebral e estruturas, e se áreas específicas do cérebro influenciavam a conexão entre microbiota intestinal e dor crônica.

Fontes de Dados e Instrumentos

Para minimizar viéses, coletamos dados de exposição e resultado de diferentes fontes. A aprovação ética foi confirmada para os estudos originais, então não precisávamos de aprovação adicional para nossa análise.

Dados sobre Dor Crônica

Obtivemos dados sobre DCML do UK Biobank Consortium, um grande banco de dados de informações genéticas e de saúde de mais de 387.000 pessoas de ascendência europeia. A DCML é definida como dor que dura três meses ou mais em diferentes áreas do corpo.

Oito Tipos de Dor

Coletamos dados sobre oito condições de dor individuais de participantes do UK Biobank, com o número de participantes variando de cerca de 151.922 a 226.683 dependendo do tipo específico de dor. Usamos um questionário validado para avaliar as experiências de dor dos participantes no último mês, excluindo aqueles que preferiram não responder. Participantes que relataram dor em áreas específicas foram considerados casos, enquanto aqueles que disseram "nenhuma das opções" foram classificados como controles.

Dados de Imagem Cerebral

Utilizamos dados de um grande estudo de associação genômica (GWAS) que incluiu quase 39.691 indivíduos para obter insights sobre a estrutura e função do cérebro. Esses dados forneceram informações sobre vários fenótipos derivados de imagem cerebral.

Critérios de Seleção de Variantes Genéticas

Identificamos variações genéticas, conhecidas como polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs), que têm influências fortes na microbiota intestinal. Usamos critérios rigorosos para garantir confiabilidade, incluindo um valor P muito baixo e medições específicas para minimizar possíveis erros. O objetivo era selecionar SNPs que refletissem com precisão como a microbiota intestinal poderia influenciar os resultados da dor.

Resultados Preliminares

Encontramos várias taxas relacionadas à DCML e diferentes tipos de dor em nossa análise. Por exemplo, gêneros específicos estavam ligados a várias condições de dor, como dor de cabeça, dor facial e dor abdominal em várias fontes de dados. Entre esses resultados, algumas associações significativas permaneceram mesmo após ajustes para múltiplas comparações.

Resultados da Meta-Análise

Além das descobertas preliminares, realizamos uma meta-análise que incluiu dados de vários tipos de dor e suas conexões com a microbiota intestinal. Por exemplo, certas microbiotas intestinais mostraram uma associação positiva ou negativa com a dor crônica e condições específicas de dor.

Análise de Mediação

Finalmente, investigamos como a microbiota intestinal poderia influenciar a dor por meio da análise de mediação. Essa análise nos ajuda a entender se outros fatores ligam a microbiota intestinal e os resultados da dor. Por exemplo, um gênero específico foi encontrado para ter um efeito protetor contra dor no pescoço e ombros, com áreas do cérebro potencialmente mediando essa relação.

Conclusão

Nosso estudo é um dos primeiros a examinar a possível relação causal entre a microbiota intestinal e a dor crônica. Encontramos vários micróbios intestinais que podem desempenhar um papel em vários tipos de dor, com alguns oferecendo efeitos protetores enquanto outros podem aumentar o risco de dor. Isso sugere que a microbiota intestinal pode influenciar a dor crônica por meio de interações complexas dentro do cérebro.

Muitas perguntas ainda precisam ser respondidas sobre como os micróbios intestinais afetam a percepção da dor. Pesquisas futuras poderiam explorar essas interações mais a fundo, especialmente como direcionar a microbiota intestinal poderia oferecer novas maneiras de gerenciar a dor crônica. As conexões entre a saúde intestinal e a função cerebral são fascinantes e podem abrir novas portas para tratamentos e terapias no futuro.

Fonte original

Título: The causal connections between gut microbiota and chronic pain and pain phenotypes through the gut-brain axis: A Mendelian randomization study and mediation analysis

Resumo: Recent studies have increasingly highlighted a potential link between gut microbiota (GM) and chronic pain. However, existing research has yielded mixed results, leaving many questions unanswered. We employed a two-sample Mendelian randomization design to investigate whether GM directly influences multisite chronic pain (MCP) and eight phenotypes. We then used a combination of meta-analysis, genetic colocalization analysis, and Bayesian weighted mendelian randomization to further strengthen the evidence for causal relationship. Additionally, we examined how GM might be associated with human brain structures. Finally, we used mediation analysis to explore whether the structure and function of specific brain regions play a role in the relationship between GM and MCP and the pain phenotypes. We observed a significant causal association between 13 GM and chronic pain. Eight GM protected against pain phenotypes, whereas seven increased risk. The results indicate that GM could potentially affect the area, thickness, and volume of brain region cortices involved in sensory, emotional, and cognitive aspects of pain. Importantly, our findings indicated that the causal effect between the Genus Odoribacter and neck/shoulder pain could be mediated by the mean optical density in the left Fornix cres+Stria terminalis. In conclusion, different pain phenotypes were causally associated with different GM among European ancestry. Core GM may influence chronic pain by affecting complex brain networks. Notably, we constructed a basic gut-brain axis model for neck/shoulder pain, involving the Genus Odoribacter, left Fornix cres+Stria terminalis, and neck/shoulder pain.

Autores: Jia Chen, Xuemei Luo, Luyao Wang, Yiping Luo, Xia Deng, Yuan Tian, Qiao Lu, Genwen Sun, Michael Maes, Xu Zhang

Última atualização: 2024-09-30 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.09.28.24314553

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.09.28.24314553.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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