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Modelando a Tomada de Decisão em Camundongos: Uma Nova Abordagem

Pesquisas mostram como os camundongos adaptam suas estratégias de decisão em resposta a pistas visuais.

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Pesquisadores têm estudado como os animais tomam decisões com base no que veem. Estudos anteriores mostraram que os animais costumam alternar entre diferentes maneiras de decidir durante as tarefas. Mas ainda não tá claro o que causa essas mudanças nas estratégias de decisão.

Um método usado pra estudar isso se chama Modelos Ocultos de Markov (HMMS). Esses modelos ajudam os cientistas a entender comportamentos que mudam dependendo de estados ocultos. Um tipo especial de HMM, combinado com outro modelo chamado Modelo Linear Generalizado (GLM), ajuda a analisar dados de tomada de decisão ao identificar diferentes estados internos que guiam como um animal faz suas escolhas.

Pesquisas passadas usando HMMs geralmente assumiam padrões fixos quando os animais mudavam de estratégia, o que limitava a compreensão dos fatores por trás dessas mudanças. Esse estudo tem como objetivo criar um novo modelo que acompanhe como os animais mudam de estratégia ao longo do tempo, permitindo uma compreensão mais profunda das influências nas decisões deles.

A gente apresenta um modelo que inclui dois tipos de GLMS: um para observações (como o animal escolhe) e outro para transições (como o animal troca entre estratégias de decisão). Aplicando esse modelo a dados de um experimento onde os camundongos tinham que fazer decisões perceptuais, a gente espera revelar os fatores que impulsionam as mudanças na tomada de decisão.

Entendendo a Tomada de Decisão em Animais

Tomar decisões é crucial pros animais enquanto interagem com o ambiente. Eles precisam interpretar informações sensoriais e fazer escolhas com base nisso. Esse processo é complexo, já que diversos fatores podem influenciar as decisões.

Por exemplo, numa tarefa onde um camundongo precisa determinar a direção de um sinal visual, muitos elementos podem afetar sua escolha. Isso inclui a força do sinal visual, as escolhas anteriores feitas pelo camundongo e os resultados dessas escolhas (se ele recebeu uma recompensa ou não). Cada um desses fatores pode mudar a forma como o camundongo processa informações e, no fim, toma uma decisão.

Nesse estudo, a gente foca em como os camundongos ajustam suas estratégias de tomada de decisão, especialmente em resposta a mudanças nos sinais visuais que encontram durante a tarefa.

A Estrutura do Modelo

Pra analisar o processo de decisão, a gente desenvolveu um modelo chamado GLM-HMM. Esse modelo é baseado em duas componentes principais:

  1. GLM de Observação (GLM-O): Essa parte do modelo avalia como diferentes fatores, como a força do sinal visual, influenciam a decisão do camundongo de virar à esquerda ou à direita.

  2. GLM de Transição (GLM-T): Essa componente foca em como o camundongo troca entre diferentes estratégias de tomada de decisão ao longo do tempo.

Combinando essas duas componentes, nosso modelo captura não só as escolhas do camundongo, mas também as dinâmicas subjacentes que levam às mudanças na sua abordagem de decisão.

Aplicando o Modelo

Aplicamos nosso modelo a dados coletados de camundongos que participaram de uma tarefa de tomada de decisão perceptual. Nessa tarefa, os camundongos tinham que identificar a direção de um sinal visual numa tela e depois indicar sua escolha virando uma roda.

O design do experimento incluiu tanto tentativas tendenciosas quanto não tendenciosas. Durante as tentativas não tendenciosas, o camundongo tinha chances iguais de o sinal visual aparecer à esquerda ou à direita. Já nas tentativas tendenciosas, um lado era favorecido (80% à esquerda e 20% à direita ou vice-versa). Essa configuração nos permitiu observar como os camundongos adaptavam suas estratégias com base nas probabilidades variáveis de apresentação do estímulo.

Durante nossa análise, comparamos diferentes configurações do GLM-HMM, testando modelos com vários números de estados pra encontrar o melhor ajuste pros dados. Usamos uma técnica chamada validação cruzada pra garantir que as descobertas do nosso modelo fossem robustas.

Resultados do Modelo

A análise revelou que o GLM-HMM de quatro estados superou modelos mais simples, indicando que os camundongos realmente usavam várias estratégias ao tomar decisões. Os quatro estados distintos no nosso modelo encapsularam diferentes estratégias de decisão, categorizadas como “Engajado-L,” “Engajado-R,” “Tendencioso-L,” e “Tendencioso-R.”

  1. Engajado-L: Representa um estado onde o camundongo está focado e pondera fortemente o estímulo, mostrando uma leve tendência à esquerda.

  2. Engajado-R: Semelhante ao estado Engajado-L, mas com uma tendência à direita.

  3. Tendencioso-L: Um estado caracterizado por uma forte tendência à esquerda com menos ênfase no estímulo.

  4. Tendencioso-R: O oposto do Tendencioso-L, com uma forte tendência à direita.

Esses estados surgiram da interação de vários fatores, como a força do sinal visual e as escolhas passadas do animal. O modelo demonstrou que os camundongos frequentemente alternavam entre os estados dependendo do contexto e de suas experiências anteriores durante a tarefa.

Insights sobre Estratégias de Tomada de Decisão

Usando nosso modelo, conseguimos entender com que frequência os camundongos transitavam entre diferentes estratégias de tomada de decisão. A análise mostrou que alguns estados, especialmente os “Engajados,” eram mais prevalentes durante certos blocos de tentativas, indicando que os camundongos adaptavam suas estratégias com base nas tendências inerentes às condições da tarefa.

Curiosamente, os dados também mostraram que os camundongos passavam bastante tempo nos estados tendenciosos, refletindo sua habilidade de usar experiências passadas pra informar suas escolhas atuais.

Quantificamos a dinâmica de transição, medindo quanto tempo os camundongos permaneciam em cada estado antes de mudar. Essa informação revelou que durante estados de alto desempenho, os camundongos tendiam a ficar mais tempo, sugerindo um uso consistente e focado da estratégia. Por outro lado, em estados menos engajados, os camundongos transicionavam mais frequentemente, talvez indicando uma busca por melhores condições de decisão.

Implicações pra Compreender Comportamento

Nossas descobertas sugerem que usar a estrutura GLM-HMM com múltiplos estados melhora significativamente a compreensão dos processos de tomada de decisão em animais. Essa abordagem oferece uma representação mais rica de como diferentes fatores se juntam pra influenciar escolhas.

Além disso, a flexibilidade desse modelo permite que ele se adapte a várias condições experimentais, tornando-o aplicável em outros domínios da pesquisa comportamental. Ele poderia ser usado pra explorar a tomada de decisão em outras espécies ou em diferentes ambientes, fornecendo uma ferramenta abrangente pra estudar comportamento.

Direções Futuras

Embora nosso estudo tenha focado em um modelo específico de quatro estados, os insights obtidos podem ser benéficos pra pesquisas futuras. Explorar várias configurações do modelo poderia descobrir padrões de comportamento ainda mais complexos. Além disso, comparar o GLM-HMM com outras abordagens de modelagem, como modelos hierárquicos, poderia gerar mais insights sobre como os animais adaptam suas estratégias de tomada de decisão.

Com os pesquisadores continuando a refinar esses modelos, eles podem descobrir novas conexões entre a atividade neural e os comportamentos de tomada de decisão, aumentando nossa compreensão dos processos biológicos subjacentes.

Usando técnicas avançadas de imagem, os cientistas podem ser capazes de observar como regiões específicas do cérebro correspondem aos diferentes estados identificados em nosso modelo, abrindo caminho pra uma pesquisa mais integrada entre ciência do comportamento e neurociência.

Conclusão

Em resumo, nossa pesquisa apresenta uma nova estrutura de modelagem pra analisar o comportamento de tomada de decisão em animais, especialmente focando em como eles se adaptam a estímulos em mudança. Usando uma abordagem GLM-HMM com múltiplos estados, ganhamos uma compreensão mais profunda da complexidade envolvida nos processos de tomada de decisão.

A capacidade de identificar estratégias distintas de tomada de decisão e rastrear transições entre elas enriquece significativamente nossos insights sobre o comportamento animal. Isso estabelece as bases pra uma exploração mais aprofundada, tanto dentro dessa tarefa específica como num espectro mais amplo de estudos comportamentais. As descobertas abrem a porta pra emocionantes oportunidades de pesquisa futura que poderiam conectar o comportamento animal e os mecanismos neurais que o sustentam.

Fonte original

Título: Identifying the factors governing internal state switches during nonstationary sensory decision-making

Resumo: Recent work has revealed that mice do not rely on a stable strategy during perceptual decision-making, but switch between multiple strategies within a single session [1, 2]. However, this switching behavior has not yet been characterized in non-stationary environments, and the factors that govern switching remain unknown. Here we address these questions using an internal state model with input-driven transitions. Our approach relies on a hidden Markov model (HMM) with two sets of per-state generalized linear models (GLMs): a set of Bernoulli GLMs for modeling the animals state- and stimulus-dependent choice on each trial, and a multinomial GLM for modeling input-dependent transitions between states. We used this model to analyze a dataset from the International Brain Laboratory (IBL), in which mice performed a binary decision-making task with non-stationary stimulus statistics. We found that mouse behavior in this task was accurately described by a four-state model. This model contained two "engaged" states, in which performance was good despite slight left and right biases, and two "disengaged" states, where performance was low and exhibited with larger left and right biases, respectively. Our analyses revealed that mice preferentially used left-bias strategies during left-bias stimulus blocks, and right-bias strategies during right-bias stimulus blocks, meaning that they could achieve reasonably high performance even in disengaged states simply by biasing choice toward the side with greater prior probability. Our model showed that past choices and past stimuli predicted transitions between left- and right-bias states, while past rewards predicted transitions between engaged and disengaged states. In particular, greater past reward predicted transition to disengaged states, suggesting that disengagement may be associated with satiety.

Autores: Zeinab Mohammadi, Z. C. Ashwood, International Brain Laboratory, J. W. Pillow

Última atualização: 2024-02-04 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.02.578482

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.02.578482.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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