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Impacto da Hipóxia nos Resultados da COVID-19 no Quênia

Estudo revela altas taxas de mortalidade entre pacientes de COVID-19 com baixos níveis de oxigênio.

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A pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo na saúde mundial, principalmente por causa de um vírus chamado SARS-CoV-2. Esse vírus afeta principalmente os pulmões, levando a condições graves como pneumonia e síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Um grande problema com a COVID-19 é que muitos pacientes apresentam baixos níveis de Oxigênio no sangue, uma condição conhecida como hipoxia. Pesquisas mostram que a hipoxia está relacionada à gravidade da COVID-19, e pacientes que são gravemente afetados costumam apresentar quedas significativas nos níveis de oxigênio.

Nos primeiros dias da pandemia, ficou claro que pacientes com baixos níveis de oxigênio estavam em maior risco de problemas sérios de saúde. Isso destacou a importância da terapia com oxigênio no tratamento de casos graves de COVID-19. A medida usada para verificar os níveis de oxigênio é chamada de saturação de oxigênio periférico (SpO2). Isso é feito com um dispositivo simples chamado oxímetro de pulso. Os níveis de SpO2 ajudam os médicos a tomar decisões importantes sobre o cuidado do paciente, especialmente para pacientes mais velhos.

Importância de Monitorar SpO2

Os níveis normais de oxigênio no sangue variam de 95% a 100%. Níveis abaixo de 95% indicam baixo oxigênio, ou hipoxemia. No Quênia, a hipoxia durante a COVID-19 foi definida como um nível de SpO2 de 94% ou inferior quando um paciente estava respirando ar ambiente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o uso da Oximetria de Pulso para monitorar pacientes com COVID-19 porque é rápida, fácil e indolor.

Apesar de ser fácil de usar, a oximetria de pulso não foi amplamente utilizada em algumas áreas durante a pandemia. Muitos lugares tiveram dificuldade em fornecer oxigênio suficiente para os pacientes. Uma tendência preocupante observada foi a "hipoxia silenciosa", onde os pacientes apresentavam baixos níveis de oxigênio mas não mostravam sinais de falta de ar. Isso dificultou a detecção da hipoxia de forma oportuna, especialmente se os profissionais de saúde não estivessem verificando regularmente os níveis de oxigênio. Essa situação enfatiza a necessidade de monitoramento constante do SpO2, já que outros exames, como raio-X de tórax, nem sempre mostram a verdadeira condição dos pulmões de um paciente.

Desafios com Hipoxia Silenciosa

A hipoxia silenciosa apresenta um grande desafio no tratamento de pacientes com COVID-19. Ela pode indicar um declínio precoce da saúde ou até mesmo morte, mesmo que os pacientes não mostrem dificuldades respiratórias. Pessoas com problemas respiratórios ou cardíacos existentes estão mais vulneráveis à hipoxia e enfrentam maiores riscos durante a infecção por COVID-19. Além disso, condições como obesidade também foram ligadas a piores desfechos com a COVID-19.

Este artigo examina a disponibilidade da oximetria de pulso e a ocorrência de hipoxia entre pacientes com COVID-19 no Quênia. Ele discute como a hipoxia afeta os resultados da COVID-19, incluindo taxas de mortalidade entre pacientes internados.

Visão Geral da COVID-19 no Quênia

O Quênia registrou seu primeiro caso de COVID-19 em 13 de março de 2020. Até o final de 2021, o país havia vivenciado quatro ondas de infecções causadas por diferentes variantes do vírus. Até 31 de dezembro de 2021, o Quênia havia registrado quase 300.000 casos confirmados de COVID-19 e mais de 5.000 mortes.

Locais do Estudo

O estudo foi realizado em três hospitais selecionados no Quênia. Esses hospitais foram escolhidos porque tinham um alto número de casos de COVID-19 durante o período do estudo e devido à alta prevalência de HIV nessas regiões. Os condados estudados tinham diferentes níveis de casos de COVID-19 e taxas variadas de infecção por HIV.

Processo de Coleta de Dados

O estudo usou dados dos prontuários médicos de pacientes com COVID-19 internados nos hospitais entre 1º de outubro de 2020 e 31 de dezembro de 2021. Assistentes treinados coletaram informações dos prontuários dos pacientes, que incluíam sinais e sintomas de doença, quaisquer problemas de saúde existentes e suas leituras de SpO2 na admissão.

Um caso de COVID-19 foi definido como um paciente com teste positivo ou um que apresentasse sintomas consistentes com a doença. Sintomas como febre, tosse e aperto no peito foram registrados. A hipoxia foi especificamente definida como ter um nível de SpO2 de 94% ou inferior em ar ambiente no momento da admissão. O objetivo era analisar a relação entre hipoxia e os desfechos dos pacientes, incluindo a sobrevivência.

Características dos Pacientes e Resultados

Entre 1.124 pacientes hospitalizados com COVID-19, a maioria teve seu SpO2 medido. Cerca de 81% desses pacientes apresentaram hipoxia. Pacientes hipoxêmicos tendiam a ser mais velhos e mostraram mais sintomas como falta de ar em comparação com aqueles com níveis normais de oxigênio. Um número significativo de pacientes com hipoxia não exibiu falta de ar, o que sugere a presença de hipoxia silenciosa.

O estudo constatou que a taxa de mortalidade era muito maior entre os pacientes com hipoxia em comparação com aqueles com níveis normais de oxigênio. Para os pacientes sem falta de ar, aqueles com hipoxia tinham um risco três vezes maior de morte. Essa tendência também foi observada entre aqueles que realmente apresentaram falta de ar.

Taxas de Sobrevivência e Preditores de Mortalidade

As taxas de sobrevivência foram melhores para pacientes sem hipoxia. Entre os pacientes em ar ambiente, aqueles com níveis normais de SpO2 tinham uma chance maior de sobrevivência ao longo do tempo em comparação com pacientes hipoxêmicos. O estudo analisou preditores de mortalidade entre pacientes com hipoxia e encontrou que idade avançada, presença de falta de ar e baixos níveis de oxigênio eram fatores significativos que afetavam o risco de morte.

Dentre os admitidos, um número substancial sofreu de hipoxia, e mais de um terço desses pacientes não sobreviveu. Fatores como pressão alta e diabetes também foram notados, mas não influenciaram significativamente o risco de mortalidade após ajustes para hipoxia e idade.

Conclusão

Os resultados deste estudo destacam o sério papel que a hipoxia desempenha nos resultados de pacientes com COVID-19. Uma parte considerável dos pacientes internados apresentou baixos níveis de oxigênio na admissão, que estavam ligados a taxas de mortalidade significativamente mais altas. A presença de sintomas, idade avançada e problemas de saúde subjacentes, como hipertensão, também foram fatores contribuintes.

É crucial monitorar os níveis de oxigênio regularmente para todos os pacientes com COVID-19, mesmo que eles não mostrem sinais de problemas respiratórios. A terapia com oxigênio é essencial para aqueles com hipoxia, e melhores estratégias de gerenciamento precisam ser implementadas para garantir que todos os pacientes recebam o cuidado necessário.

As descobertas ressaltam a necessidade de um uso melhor da oximetria de pulso em ambientes de saúde, especialmente em áreas com recursos limitados. O monitoramento da saturação de oxigênio na comunidade poderia ser benéfico para o cuidado contínuo e o gerenciamento de pacientes após a alta.

No geral, o estudo enfatiza a importância do reconhecimento e tratamento rápidos da hipoxia em pacientes hospitalizados com COVID-19 para melhorar os resultados de sobrevivência. Com esforços contínuos e melhores práticas de saúde, é possível aprimorar o cuidado ao paciente e reduzir as taxas de mortalidade durante crises de saúde semelhantes no futuro.

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