Colírio de Insulina: Uma Nova Esperança para Distúrbios da Superfície Ocular
Pesquisas mostram que colírios de insulina podem melhorar a cura em várias doenças oculares.
Raluca Bievel Radulescu, S. Ferrari, D. Ponzin
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Índice
Distúrbios da superfície ocular são problemas comuns que podem afetar a visão da galera. Apesar dos avanços nos cuidados com os olhos, alguns desses distúrbios podem ser difíceis de tratar. Essas condições incluem defeitos epiteliais persistentes (PEDs), ceratopatia diabética (DK) após cirurgia ocular, ceratopatia neurotrófica (NK) e síndrome do olho seco (DED). Esses problemas podem surgir por várias razões, como diabetes, lesões, infecções ou falta de certas células no olho, dificultando a cicatrização.
Os tratamentos tradicionais, como colírios, soro do próprio sangue do paciente ou cirurgia, muitas vezes não funcionam bem nesses casos complicados. Por isso, novos tratamentos precisam ser explorados. Uma opção potencial é a Insulina, um hormônio conhecido por controlar os níveis de açúcar no sangue. Pesquisas recentes sugerem que a insulina pode ajudar na cicatrização da superfície do olho.
O Papel da Insulina na Cicatrização Ocular
A insulina tem receptores nas células da córnea, a parte frontal clara do olho. Quando a insulina se liga a esses receptores, pode ajudar as células a crescer e se mover, o que é crucial para manter uma superfície ocular saudável. Essa atividade celular é especialmente importante para pessoas com condições que causam cicatrização lenta ou ruim da córnea.
Estudos em animais com diabetes mostraram que o uso de colírios de insulina pode acelerar a cicatrização de lesões na córnea. A insulina parece incentivar as células oculares a se multiplicar e se reparar mais rapidamente. Esse mecanismo é especialmente importante para pacientes que enfrentam dificuldades com a cicatrização da córnea devido a vários distúrbios.
Pesquisa sobre Insulina Tópica
Essa revisão analisa as pesquisas atuais sobre o uso de colírios de insulina para tratar diferentes distúrbios da superfície ocular. O objetivo é avaliar quão eficazes e seguras são as gotas de insulina, enquanto também se identificam áreas onde mais pesquisa é necessária.
Muitos estudos foram revisados, focando no uso de colírios de insulina para condições como PEDs, DK, NK e DED. Uma busca abrangente em várias bases de dados médicas identificou estudos relevantes publicados até agosto de 2024.
Seleção de Estudos
Apenas os estudos que incluíam participantes humanos e relataram sobre a eficácia ou segurança das gotas de insulina foram incluídos. Estudos que eram relatos de caso, cartas ou estudos em animais não foram considerados.
Dois revisores avaliaram independentemente os títulos e resumos dos estudos e depois analisaram os artigos completos para aqueles que atendiam aos critérios. A qualidade dos estudos foi verificada usando ferramentas específicas para garantir que os resultados pudessem ser confiáveis.
Resumo dos Resultados
A partir da pesquisa, 14 estudos foram identificados que exploraram o uso de colírios de insulina. Esses estudos envolveram um total de 525 participantes e incluíram diferentes tipos de pesquisa, como ensaios randomizados e estudos de caso-controle. As concentrações de insulina usadas nos colírios variaram de 0,5 a 2 unidades por mililitro, normalmente aplicadas quatro vezes ao dia.
Ceratopatia Diabética
Alguns dos resultados relacionados à ceratopatia diabética mostram que os colírios de insulina podem acelerar significativamente a cicatrização de lesões na córnea. Um estudo descobriu que pacientes diabéticos tratados com insulina se curaram completamente muito mais rápido do que aqueles que receberam tratamentos padrão.
A eficácia da insulina parecia ser melhor quando doses mais baixas eram usadas. Em um ensaio, pacientes que receberam doses mais baixas tiveram uma taxa de cicatrização maior em comparação com aqueles que receberam doses mais altas.
Outros estudos confirmaram os efeitos positivos da insulina para pacientes diabéticos e com ceratopatia neurotrófica, mostrando taxas de cicatrização mais rápidas com insulina em comparação com tratamentos tradicionais, como colírios feitos do próprio sangue.
Defeitos Epiteliais Refratários e Ceratopatia Neurotrófica
Os colírios de insulina também foram benéficos para pacientes que sofria de defeitos epiteliais duradouros e ceratopatia neurotrófica. Em um estudo com 23 pacientes, um número significativo mostrou melhora após usar colírios de insulina por cerca de 50 dias. O tratamento com insulina demonstrou uma alta taxa de sucesso, especialmente para defeitos menores.
Comparando os colírios de insulina com outros tratamentos, um estudo descobriu que uma porcentagem maior de pacientes alcançou cicatrização completa da córnea com insulina do que aqueles que usaram soro autólogo. O tempo necessário para a cicatrização também foi menor com a insulina.
Investigações adicionais sobre a estabilidade e eficácia das formulações de insulina indicaram resultados positivos. Pacientes tratados com preparações de insulina específicas experimentaram uma cicatrização bem-sucedida, reforçando a ideia de que a insulina poderia ser uma opção de tratamento viável.
Síndrome do Olho Seco
A pesquisa também analisou o uso de insulina para a síndrome do olho seco, especialmente em pacientes diabéticos. Estudos mostraram que pacientes que usaram colírios de insulina tiveram uma melhoria significativa nos sintomas e na saúde ocular geral em comparação com aqueles que usaram lágrimas artificiais padrão.
Em um estudo, os participantes relataram mais conforto e menos vermelhidão nos olhos após usar colírios de insulina, o que destaca o potencial da insulina para gerenciar o olho seco, especialmente para aqueles que não reagem bem aos tratamentos típicos.
Conclusão
Os achados desses estudos sugerem que a insulina tópica tem um potencial significativo como opção de tratamento para diversos distúrbios da superfície ocular, especialmente para aqueles que não tiveram sucesso com terapias padrão. Os colírios de insulina parecem melhorar a cicatrização, reduzir taxas de recorrência e melhorar a saúde geral da superfície ocular.
Os tratamentos com insulina poderiam ser uma adição vital aos planos de manejo para pacientes com defeitos epiteliais persistentes, ceratopatia diabética, ceratopatia neurotrófica e olho seco. No entanto, mais estudos clínicos bem estruturados são necessários para definir melhor como usar a insulina no tratamento dessas condições em uma escala maior. Essa pesquisa pode levar a melhores resultados para pacientes que sofrem dessas doenças oculares desafiadoras.
Título: Topical Insulin as a Novel Treatment for Persistent Epithelial Defects and Other Ocular Surface Disorders: A Systematic Review
Resumo: PurposeThrough this systematic review, we evaluated the therapeutic potential of topical eye insulin in different concentrations to treat several surface ocular pathologies, including: persistent epithelial defects, diabetic keratopathy after a vitrectomy, neutrophic keratopathy and dry eye syndrome. We have consolidated through the data, what are the doses used, the methods of preparation for insulin, whether there are adverse effects and what would be the effectiveness of the eye drops with insulin. MethodsWe carried out an extensive search including Pubmed, Cochrane Library, Scopus and Web Of Science. We found 43 relevant studies, after which we excluded duplicates, animal studies, case reports, we ended up with 14 studies to include in the article. Through the Newcastle-Ottawa scale for observational studies and the Jadad scale for randomized controlled trials, we investigated the methodological quality of these articles. ResultsWithin the review we included a significant number of 525 patients who used eye drops with insulin in concentrations from 0.5 to 2 U/ml, having an ocular benefit in corneal healing rates without adverse effects. The quality analysis of the included studies showed a NOS score of moderate-high quality, whereas the Jadad scale showed a high quality. ConclusionsOur systematic review demonstrates that patients with persistent epithelial defects, diabetic keratopathy following vitrectomy, neurotrophic keratopathy, and dry eye syndrome showed significant improvements in corneal healing rates. To gain a clearer understanding of the effectiveness of insulin eye drops, future research should include direct comparisons with autologous serum eye drops and amniotic membrane eye drops. These studies will help establish comprehensive clinical guidelines.
Autores: Raluca Bievel Radulescu, S. Ferrari, D. Ponzin
Última atualização: 2024-10-27 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.25.24316042
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.25.24316042.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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