Ratos-de-deer e o papel deles na propagação de doenças
Pesquisas mostram os riscos à saúde que os camundongos-de-cabeça-branca da América do Norte oferecem.
Beckett Sterner, A. Finkbeiner, A. Khatib, N. Upham
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Índice
O camundongo-de-eresta norte-americano, também conhecido como Peromyscus maniculatus, é um roedor bem comum em toda a América do Norte. Esse bichinho é super interessante para os pesquisadores porque pode carregar doenças que se espalham para os humanos. Uma das doenças mais notáveis ligadas ao camundongo é a Síndrome Pulmonar por Hantavírus (HPS), que pode causar problemas respiratórios sérios e tem uma taxa de mortalidade alta.
Hantavírus e Seu Impacto
O hantavírus é principalmente carregado pelo camundongo e é conhecido por causar problemas de saúde sérios nos humanos. O vírus Sin Nombre (SNV) é um tipo de hantavírus que preocupa bastante desde que foi identificado pela primeira vez em 1993. Esse vírus pode levar à HPS, uma doença que pode ser fatal. Entre 1993 e 2021, foram registrados cerca de 850 casos de HPS nos Estados Unidos, principalmente no sudoeste.
Embora os casos de HPS sejam raros em comparação com outras doenças, a aparição repentina da doença e a possibilidade de o vírus mutar fizeram com que os pesquisadores quisessem entender como o vírus se espalha. Compreender os fatores ecológicos que ajudam na transmissão da doença é essencial para a saúde pública.
Foco da Pesquisa
Esse estudo tem como objetivo revisar as pesquisas feitas sobre camundongos e os vírus que eles carregam, especialmente focando em estudos relacionados ao hantavírus e vírus afins nos últimos vinte anos. A ideia é resumir os resultados e destacar áreas que precisam de mais investigação.
Os pesquisadores estão particularmente interessados em como o camundongo interage com esses vírus, especialmente com as sugestões recentes de que a espécie pode na verdade ser composta por várias espécies diferentes. Essa complexidade na classificação pode afetar como os cientistas interpretam os dados sobre o papel do camundongo como hospedeiro de vírus.
Variabilidade Dentro da Espécie
Estudos genéticos sugerem que o camundongo não é apenas uma espécie, mas pode incluir várias espécies intimamente relacionadas. Essas espécies têm distribuições geográficas diferentes na América do Norte. Esse aspecto é importante porque entender as várias linhagens pode ajudar os pesquisadores a determinar quais espécies têm mais chances de carregar vírus específicos, afetando os esforços de saúde pública.
Tipos de Vírus Detectados
Embora o foco esteja muitas vezes nos hantavírus, o camundongo pode estar ligado a outros vírus também. Por exemplo, eles mostraram suscetibilidade a vírus como o SARS-CoV-2 e outros flavivírus e arenavírus, que também podem ser perigosos para os humanos. A presença desses vírus destaca a necessidade de monitoramento e pesquisa contínuos sobre os riscos à saúde apresentados por esses roedores.
Revisão Sistematizada da Literatura
Para reunir informações abrangentes sobre vírus no camundongo, os pesquisadores fizeram uma revisão sistemática da literatura científica disponível. Eles pesquisaram grandes bases de dados para encontrar estudos que relataram testes em camundongos para vários vírus e analisaram os dados para padrões com base na localização geográfica e na prevalência do vírus.
Por meio desse processo, os pesquisadores identificaram mais de 400 artigos relevantes, reduzindo-os com base em critérios específicos para 46 estudos que forneceram dados úteis. Essa seleção focada ajudou a pintar um quadro mais claro da distribuição de vírus entre os camundongos.
Resultados dos Dados
A análise revelou que a maioria dos estudos se concentrou em certas regiões, particularmente na metade ocidental dos Estados Unidos, embora os camundongos habitem todos os tipos de ambientes na América do Norte. Alguns estados com altos números de casos de hantavírus relatados não foram amplamente amostrados, levando a lacunas na compreensão da presença do vírus nessas áreas.
Ao coletar e analisar dados, os pesquisadores criaram mapas para mostrar onde os estudos ocorreram e os tipos de vírus detectados. Esses mapas destacam a concentração de esforços de pesquisa e mostram regiões que podem estar carentes de monitoramento de vírus.
Soroprevalência de Vírus
Os pesquisadores também observaram a porcentagem de camundongos que testaram positivo para certos vírus. Eles descobriram que áreas em Novo México e Califórnia relataram altas taxas de resultados positivos, indicando um risco maior de hantavírus nessas localidades. Por outro lado, alguns condados não relataram casos positivos, sugerindo que nem todas as áreas apresentam o mesmo risco.
Desafios e Lacunas na Pesquisa
Apesar dos estudos extensivos sobre camundongos, muitos desafios permanecem. O foco tem sido significativamente na detecção do SNV, potencialmente ignorando outros vírus que também podem ser importantes para a saúde pública. Embora o SNV tenha sido uma preocupação primária, outros vírus ainda podem representar riscos, e os pesquisadores argumentam que mais atenção equilibrada é necessária para todos os vírus Zoonóticos.
Além disso, o corpo atual de pesquisa não abrange toda a extensão geográfica dos camundongos, particularmente no Meio-Oeste e na Costa Leste dos Estados Unidos. Essa falta de amostragem em certas regiões pode dificultar os esforços para entender o escopo total dos riscos à saúde apresentados por vírus zoonóticos.
Direções Futuras
Para gerenciar efetivamente os riscos à saúde associados a esses roedores, os pesquisadores estão pedindo uma abordagem mais sistemática e equilibrada para estudar vírus zoonóticos. Isso inclui ampliar o escopo dos estudos para cobrir mais áreas geográficas e uma variedade mais ampla de vírus.
Além disso, mais pesquisas são necessárias para esclarecer quais espécies de roedores servem como hospedeiros reservas para esses vírus, já que as evidências sugerem que várias espécies podem desempenhar papéis na manutenção da doença. Uma pesquisa abrangente sobre outras espécies de roedores pode ajudar a entender as implicações mais amplas das doenças zoonóticas.
Conclusão
O camundongo-de-eresta norte-americano é mais do que um roedor comum; é um jogador importante na compreensão das dinâmicas das doenças zoonóticas. A pesquisa contínua é crucial para preencher as lacunas no conhecimento sobre como esses vírus operam dentro das populações de camundongos e como podem impactar a saúde humana. Estabelecendo um plano sistemático para estudar esses animais, podemos entender melhor os riscos e, quem sabe, reduzir as chances de transmissão de doenças para os humanos.
Esse esforço não apenas ajudará iniciativas de saúde pública, mas também contribuirá para uma melhor compreensão dos fatores ecológicos que influenciam o surgimento de doenças zoonóticas em geral.
Fonte original
Título: A Systematic Review of the Distribution and Prevalence of Viruses Detected in the Peromyscus maniculatus Species Complex (Rodentia: Cricetidae)
Resumo: The North American Deermouse, Peromyscus maniculatus, is one of the most widespread and abundant mammals on the continent. It is of public health interest as a known host of several viruses that are transmissible to humans and can cause illness, including the acute respiratory disease Hantavirus pulmonary syndrome (HPS). However, recent taxonomic studies indicate that P. maniculatus is a complex of multiple species, raising questions about how to identify and interpret three decades of hantavirus monitoring data. We conducted a systematic review investigating the prevalence and spatial distribution of viral taxa detected in wild populations allocated to P. maniculatus. From the 49 relevant studies published from 2000 to 2022, we extracted and analyzed spatial occurrence data to calculate weighted populational prevalences for hantaviruses. We found that detection efforts have been concentrated in the Western United States and Mexico with a focus on the spread of Sin Nombre virus (Orthohantavirus sinnombreense), the primary causative agent of HPS. There are significant gaps in the existing literature both geographically and in regard to the types of viruses being sampled. These results are significantly impacted by a recent taxonomic split of P. maniculatus into four species, and we were able to update 94% of hantavirus observations to reflect this change. Investigating the uncertain, and likely multiple, phylogenetic histories of these viral hosts should be a key emphasis of future modeling efforts.
Autores: Beckett Sterner, A. Finkbeiner, A. Khatib, N. Upham
Última atualização: 2024-12-21 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.04.602117
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.04.602117.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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