O Impacto Duradouro da COVID-19 na Saúde Imunológica
Pesquisas mostram que a COVID-19 muda a resposta imunológica muito tempo depois da recuperação.
Kamila Bendíčková, Ioanna Papatheodorou, Gabriela Blažková, Martin Helán, Michaela Haláková, Petr Bednář, Erin Spearing, Lucie Obermannová, Julie Štíchová, Monika Dvořáková Heroldová, Tomáš Tomáš, Roman Panovský, Vladimír Šrámek, Marco De Zuani, Marcela Vlková, Daniel Růžek, Marcela Hortová-Kohoutková, Jan Frič
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Índice
- O Sistema Imunológico e a COVID-19
- A Conexão Entre COVID-19 e Mudanças Imunes
- Visão Geral do Estudo
- Grupos do Estudo
- Como o Estudo Foi Conduzido
- Principais Testes e Medidas
- Mudanças no Sistema Imunológico Após a COVID-19
- O Papel da Vacina BCG e Infecções Latentes
- Examinando Níveis de Anticorpos
- Resposta e Funcionalidade dos Monócitos
- Limitações do Estudo
- Conclusões
- Fonte original
A pandemia de COVID-19, causada por um vírus chamado SARS-CoV-2, afetou milhões de pessoas ao redor do mundo. Enquanto muitas pessoas tiveram sintomas leves, outras enfrentaram problemas de saúde graves, como pneumonia. Cientistas têm estudado os efeitos a longo prazo da COVID-19, especialmente como isso impacta o sistema imunológico. Algumas pesquisas sugerem que pessoas que tiveram COVID-19 podem passar por mudanças na resposta imunológica por um bom tempo, o que pode explicar problemas de saúde contínuos, mesmo depois que a infecção já acabou.
O Sistema Imunológico e a COVID-19
O nosso sistema imunológico é a defesa do corpo contra germes e doenças. Ele tem duas partes principais: a resposta imunológica inata, que é a primeira linha de defesa e reage rápido a invasores, e a resposta imunológica adaptativa, que desenvolve defesas mais específicas com o tempo. Os protagonistas na resposta imunológica inata são células chamadas Monócitos, macrófagos e células assassinas naturais (NK). Essas células entram em ação quando identificam um patógeno (um microorganismo prejudicial, como um vírus ou bactéria).
Quando o corpo encontra patógenos, ele pode mudar a maneira como suas células imunológicas funcionam, permitindo que elas reajam de forma mais eficaz no futuro. Essa “imunidade treinada” pode durar um certo tempo, o que é bem útil para lidar com germes. Por exemplo, a vacina BCG, normalmente usada para prevenir tuberculose, também pode oferecer proteção inesperada contra outras infecções por conta dessa imunidade treinada.
A Conexão Entre COVID-19 e Mudanças Imunes
Enquanto os cientistas investigavam os efeitos da COVID-19, descobriram que pacientes que se recuperaram da doença mostraram alterações nas populações de células imunológicas. Muitas pesquisas começaram a explorar essas mudanças para ver se poderiam explicar por que algumas pessoas desenvolvem sintomas a longo prazo ou casos mais graves de COVID-19. Curiosamente, foi encontrado que pessoas que receberam a vacina BCG ou tinham infecções latentes (como Toxoplasma gondii ou Citomegalovírus) poderiam ter respostas imunológicas diferentes após contrair COVID-19.
Visão Geral do Estudo
Para entender melhor, os pesquisadores realizaram um estudo envolvendo pessoas que se recuperaram da COVID-19. Eles analisaram pacientes com diferentes níveis de gravidade, de casos leves a críticos, e realizaram testes detalhados nas células imunológicas deles. O objetivo do estudo era descobrir se a vacinação anterior com BCG ou infecções tinham influência na resposta imunológica dos pacientes.
Grupos do Estudo
Os pesquisadores recrutaram diferentes grupos de indivíduos:
- Pacientes Pós-COVID-19: Este grupo incluía adultos que foram hospitalizados com COVID-19 e foram acompanhados após a recuperação.
- Pacientes com Sepse: Também incluíram pacientes que estavam sofrendo de sepse, uma resposta grave à infecção.
- Voluntários Vacinados e Não-Vacinados com BCG: Algumas pessoas que receberam a vacina BCG na infância e outras que não a receberam também foram estudadas.
- Grupo Controle: Por fim, um grupo controle de indivíduos que estavam passando por cirurgias de rotina foi incluído para comparação.
Como o Estudo Foi Conduzido
Os pesquisadores coletaram amostras de sangue dos participantes e usaram vários métodos para analisar as células imunológicas nessas amostras. Eles olharam principalmente para os monócitos (um tipo de glóbulo branco) e como eles reagiam a diferentes estímulos que imitam infecções.
Principais Testes e Medidas
- Imunofenotipagem: Esse método permite que os cientistas identifiquem diferentes tipos de células imunológicas e seus estados de ativação.
- Medição de Níveis de Citocinas: Citocinas são moléculas de sinalização importantes no sistema imunológico, e seus níveis fornecem uma ideia de como as células imunológicas estão funcionando.
- Processamento de Amostras de Sangue: As amostras de sangue foram cuidadosamente processadas e analisadas em pouco tempo para garantir precisão.
- Estímulo das Células Imunológicas: Os pesquisadores estimularam os monócitos isolados com várias substâncias para ver como eles reagiam.
Mudanças no Sistema Imunológico Após a COVID-19
Os resultados indicaram que sobreviventes da COVID-19 mostraram mudanças notáveis em suas células imunológicas, mesmo que o caso fosse leve. Algumas descobertas chave foram:
- Mudanças em Monócitos e Neutrófilos: Houve um aumento em certos tipos de neutrófilos e mudanças nas frequências de monócitos.
- Marcadores Funcionais: Certas proteínas na superfície das células imunológicas que indicam ativação ou funcionalidade foram afetadas.
- Células Linfóides: Diferenças em Células T e células NK também foram observadas.
O Papel da Vacina BCG e Infecções Latentes
Os pesquisadores também analisaram se ter recebido a vacina BCG ou ter infecções latentes poderia oferecer alguns benefícios ou proteção contra resultados severos após COVID-19. Embora alguns estudos anteriores sugerissem uma ligação entre a vacinação com BCG e melhores resultados em pacientes com COVID-19, os resultados deste estudo foram mistos.
Uma descoberta importante foi que pacientes com casos severos ou críticos de COVID-19 tinham taxas mais baixas de soropositividade para BCG e taxas mais altas de infecções latentes, como CMV e T. gondii. Isso levanta questões sobre se essas infecções afetam a gravidade da COVID-19.
Examinando Níveis de Anticorpos
O estudo mediu os níveis de anticorpos no sangue dos participantes para verificar infecções ou vacinações passadas. Níveis mais altos de certos anticorpos foram associados a casos mais leves de COVID-19. No entanto, os pesquisadores não puderam concluir de forma definitiva se esses anticorpos forneciam proteção diretamente ou se outros fatores contribuíam para os resultados observados.
Resposta e Funcionalidade dos Monócitos
Um aspecto crítico do estudo foi como os monócitos de pacientes que se recuperaram da COVID-19 reagiram quando expostos a vários estímulos. Os resultados mostraram que a capacidade dos monócitos de responder a infecções permaneceu intacta após a COVID-19, independentemente da gravidade da doença inicial.
Limitações do Estudo
Embora este estudo tenha fornecido insights valiosos, também teve algumas limitações:
- Tamanho da Amostra: Alguns subgrupos eram pequenos, o que significa que pesquisas adicionais são necessárias para conclusões mais robustas.
- Período de Tempo: O estudo se estendeu por um longo período, durante o qual várias cepas do vírus circularam, potencialmente afetando os resultados.
- Síndrome Pós-COVID: Houve dados insuficientes para avaliar diretamente os sintomas a longo prazo que alguns pacientes experimentaram após a COVID-19.
Conclusões
Resumindo, esta pesquisa revelou que a COVID-19 tem um efeito duradouro no sistema imunológico, mesmo em quem teve casos leves. Houve mudanças significativas em células imunológicas mieloides e linfóides que podem ter implicações para a saúde no futuro. O estudo também confirmou que a soropositividade para BCG pode estar ligada a melhores resultados em pacientes com COVID-19 e sepse, sugerindo mais exploração nessa área.
Então, lembre-se disso da próxima vez que alguém disser "É só um resfriado." Acontece que seu sistema imunológico pode ainda estar sentindo os efeitos daquele vírus sorrateiro muito tempo depois que as tosses e espirros pararam!
Título: Long-term immune changes after COVID-19 and the effect of BCG vaccination and latent infections on disease severity
Resumo: BackgroundSeveral years after the COVID-19 pandemic, the role of trained immunity in COVID-19 remains controversial, and questions regarding the long-term effects of COVID-19 on immune cells remain unresolved. We investigated the roles of Bacillus Calmette-Guerin (BCG) vaccination and latent infections in the progression of COVID-19 and sepsis. MethodsWe conducted a prospective analysis of 97 individuals recovering from mild-to-critical COVID-19 and 64 sepsis patients. Immune cell frequencies, expression of functional markers, and plasma titres of anti-Toxoplasma gondii/cytomegalovirus/BCG antibodies were assessed and their impact on disease severity and outcomes were determined. To examine monocyte responses to secondary challenge, monocytes isolated from COVID-19 convalescent patients, BCG vaccinated and unvaccinated volunteers were stimulated with SARS-CoV-2 and LPS. ResultsPost COVID-19 patients showed immune dysregulation regardless of disease severity characterized mainly by altered expression of activation and functional markers in myeloid (CD39, CD64, CD85d, CD11b) and lymphoid cells (CD39, CD57, TIGIT). Strikingly, post-critical COVID-19 patients showed elevated expression of CD57 in CD8+ T cells compared to other severity groups. Additionally, a higher frequency of CMV and T. gondii seropositive-alongside a lower frequency of BCG seropositive-patients were associated with severe and critical COVID-19. However, the monocyte response to stimulation was unaffected by the severity of COVID-19. ConclusionThese findings highlight the long-term alterations of immune cells in post-COVID-19 patients emphasizing the substantial impact of COVID-19 on immune function. However, our data showed no relationship between previous BCG vaccination and protection against SARS-CoV-2 infection.
Autores: Kamila Bendíčková, Ioanna Papatheodorou, Gabriela Blažková, Martin Helán, Michaela Haláková, Petr Bednář, Erin Spearing, Lucie Obermannová, Julie Štíchová, Monika Dvořáková Heroldová, Tomáš Tomáš, Roman Panovský, Vladimír Šrámek, Marco De Zuani, Marcela Vlková, Daniel Růžek, Marcela Hortová-Kohoutková, Jan Frič
Última atualização: 2024-12-30 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.12.16.628601
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.12.16.628601.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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