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# Biologia# Biologia vegetal

O Papel das Proteínas na Maturação do Tomate

Um estudo sobre como AGPs e P4Hs afetam o amadurecimento do tomate.

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Maturação do Tomate:Maturação do Tomate:Papel dos AGPsmudanças no amadurecimento do tomate.Estudo liga modificações de proteínas a
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Os tomates são uma das Frutas mais populares cultivadas ao redor do mundo. Estudar como eles amadurecem é super importante para os agricultores e para entender como as plantas crescem. O amadurecimento traz várias mudanças, principalmente na textura e na cor, por causa de diferentes processos que acontecem nas células da fruta.

Um dos componentes principais envolvidos nessas mudanças é chamado de proteínas arabinogalactanas (AGPs). Essas proteínas estão na matriz extracelular, que é o espaço fora das células que ajuda elas a se comunicarem e funcionarem. As AGPs têm um papel importante no crescimento e desenvolvimento das células das plantas, incluindo no amadurecimento das frutas. Apesar de serem importantes para o crescimento geral das plantas, ainda sabemos pouco sobre como as AGPs influenciam especificamente o amadurecimento das frutas.

Papel das Proteínas Arabinogalactanas (AGPs)

As AGPs são proteínas complexas que contêm muitos carboidratos. Na verdade, cerca de 90-95% do peso de uma AGP vem de cadeias de carboidratos, enquanto o resto é composto de proteínas. Elas têm estruturas especiais, com certas cadeias de carboidratos que se conectam à parte principal da proteína. A disposição e os tipos dessas cadeias podem mudar, dependendo do estágio de desenvolvimento da fruta.

Nos tomates, acredita-se que as AGPs estejam envolvidas em amolecer a fruta enquanto ela amadurece. Experimentos mostram que, conforme a fruta se desenvolve, a quantidade de AGPs aumenta, sugerindo que elas ajudam a responder ao estresse, como ataques de patógenos.

O Processo de Amadurecimento

Os tomates passam por vários estágios de amadurecimento, sendo eles: Breaker (BR), Turning (TU), Pink (PINK) e Red Ripe (RR). Esses estágios são marcados por mudanças de cor e pelo desenvolvimento de sabor e textura. No estágio BR, os tomates estão começando a mudar de cor e são principalmente verde-claro. À medida que avançam para o estágio RR, eles ficam completamente vermelhos e se tornam macios e suculentos.

Nossa pesquisa foca em como as AGPs e as enzimas que as modificam desempenham papéis cruciais nesses estágios de amadurecimento. Alterando como essas proteínas são feitas, podemos estudar os efeitos no desenvolvimento e no amadurecimento da fruta.

A Importância das Prolil 4 Hidroxilasas (P4Hs)

Uma das enzimas que modificam as AGPs é chamada de prolil 4 hidroxilasas (P4Hs). Essas enzimas são responsáveis por adicionar grupos hidroxila à prolina, um aminoácido importante nas proteínas. Essa adição é vital para a formação e funcionamento adequados das AGPs.

Se a atividade da P4H for interrompida, isso pode levar a mudanças na estrutura e na função das AGPs. Isso significa que a forma como a fruta amadurece também pode ser afetada. Estudando linhagens genéticas de tomates que têm níveis aumentados ou diminuídos de P4H, podemos observar como essas mudanças influenciam o processo de amadurecimento.

Investigando Modificações nas AGPs

Queríamos entender como modificar as AGPs afeta o amadurecimento dos tomates. Para isso, criamos linhagens transgênicas de tomate com genes de P4H silenciados (atividade reduzida) ou superexpressos (atividade aumentada). Analisamos essas linhagens para ver como as AGPs foram alteradas durante diferentes estágios de amadurecimento.

Métodos Usados no Estudo

Para investigar o papel das AGPs no amadurecimento das frutas, realizamos vários experimentos:

  1. Crescimento de Linhagens Transgênicas: Cultivamos plantas de tomate com genes de P4H modificados sob condições controladas e colhemos seus frutos em diferentes estágios de amadurecimento.

  2. Isolamento e Análise de RNA: Extraímos RNA das frutas para medir os níveis de expressão dos genes de P4H em vários estágios de amadurecimento.

  3. Extração de Proteínas: Extraímos proteínas dos tecidos das frutas para análises posteriores.

  4. Caracterização de AGPs: Usamos vários métodos, incluindo imunoblotting e ensaios imunoenzimáticos (ELISA), para estudar a presença e a quantidade de AGPs.

  5. Análise Estrutural: Técnicas como espectroscopia no infravermelho (FTIR) foram utilizadas para analisar as características estruturais das AGPs.

  6. Microscopia: Técnicas microscópicas foram usadas para visualizar como as AGPs estão distribuídas dentro das células da fruta.

Resultados do Estudo

Expressão dos Genes de P4H

Nossa pesquisa mostrou que silenciar o gene de P4H reduziu sua expressão nas frutas, enquanto superexpressá-lo aumentou significativamente os níveis de P4H, especialmente em certas linhagens transgênicas. Essa mudança foi consistente em todos os estágios de amadurecimento.

Níveis e Estruturas das AGPs

A análise indicou que durante o amadurecimento, os níveis totais de AGPs mudaram. Descobrimos que nas linhagens superexpressoras, a quantidade de AGPs aumentou, mas curiosamente, essas AGPs eram mais propensas à degradação do que as do tipo selvagem.

Os pesos moleculares das AGPs também variaram. Enquanto bandas de maior peso molecular estavam tipicamente presentes em todas as amostras, AGPs de baixo peso molecular, que são marcadores do amadurecimento da fruta, nem sempre foram encontrados nas linhagens transgênicas. Isso indicou que modificações na atividade da P4H poderiam afetar a degradação das AGPs durante o amadurecimento.

Mudanças nas Propriedades das AGPs

Através de imunoblotting e ELISA, confirmamos que as AGPs eram mais abundantes nas linhagens superexpressoras em comparação ao tipo selvagem. Entretanto, essas proteínas tinham estruturas alteradas, resultando em propriedades funcionais diferentes.

Insights da Análise Estrutural

A análise FTIR demonstrou que a estrutura geral das AGPs das linhagens transgênicas era diferente da das AGPs do tipo selvagem. Isso incluiu variações nas estruturas de carboidratos, sugerindo que mudanças na atividade da P4H poderiam influenciar todo o caminho de biossíntese das AGPs.

Observações Microscópicas

Usando microscopia, observamos como as AGPs estavam distribuídas nos tecidos das frutas. No tipo selvagem, as AGPs se localizavam perfeitamente na fronteira entre a parede celular e a membrana plasmática. Em contraste, as linhagens transgênicas exibiram padrões de distribuição mais irregulares, indicando que modificações na função do gene P4H atrapalharam a localização normal das AGPs durante o amadurecimento da fruta.

Conclusão e Perspectivas Futuras

O estudo destaca o papel crítico que as AGPs desempenham no amadurecimento dos tomates e como sua estrutura e distribuição são influenciadas pela atividade da P4H. Alterações na síntese das AGPs devido a mudanças nos níveis de P4H levam a diferenças significativas no processo de amadurecimento, afetando a textura, o sabor e a qualidade geral da fruta.

Entender esses mecanismos não só contribui para melhorar as práticas agrícolas, mas também pode fornecer insights sobre a biologia da parede celular das plantas e as interações de vários componentes. Pesquisas futuras podem focar em como outros componentes da parede celular são afetados por modificações nas P4H e AGPs, expandindo ainda mais nossa compreensão do amadurecimento das frutas e do desenvolvimento das plantas.

Fonte original

Título: The modified activity of prolyl 4 hydroxylases (P4Hs) reveals the effect of arabinogalactan proteins (AGPs) on changes in the cell wall during the tomato ripening process

Resumo: Arabinogalactan proteins (AGPs) are proteoglycans with an unusual molecular structure characterised by the presence of a protein part and carbohydrate chains. Their specific properties at different stages of the fruit ripening programme make AGPs unique markers of this process. An important function of AGPs is to co-form an amorphous extracellular matrix in the cell wall-plasma membrane continuum; thus, changes in the structure of these molecules can determine the presence and distribution of other components. The aim of the current work was to characterise the molecular structure and localisation of AGPs during the fruit ripening process in transgenic lines with silencing and overexpression of SlP4H3 genes. The objective was accomplished through comprehensive and comparative in situ and ex situ analyses of AGPs from the fruit of transgenic lines and wild-type plants at specific stages of ripening. The experiment showed that changes in P4H3 activity affected the content of AGPs and the progress in their modifications in the ongoing ripening process. The analysis of the transgenic lines confirmed the presence of AGPs with high molecular weights (120-60 kDa) at all the examined stages, but a changed pattern of the molecular features of AGPs was found in the last ripening stages, compared to WT. In addition to the AGP molecular changes, morphological modifications of fruit tissue and alterations in the spatio-temporal pattern of AGP distribution at the subcellular level were detected in the transgenic lines with the progression of the ripening process. The work highlights the irreversible impact of AGPs and their alterations on the fruit cell wall assembly and changes in AGPs associated with the progression of the ripening process. GRAPHICAL ABSTRACT O_FIG O_LINKSMALLFIG WIDTH=200 HEIGHT=96 SRC="FIGDIR/small/576594v1_ufig1.gif" ALT="Figure 1"> View larger version (17K): [email protected]@780fdeorg.highwire.dtl.DTLVardef@59c14borg.highwire.dtl.DTLVardef@a12735_HPS_FORMAT_FIGEXP M_FIG C_FIG

Autores: Agata Leszczuk, N. Kutyrieva-Nowak, L. Ezzat, D. Kaloudas, A. Zajac, M. Szymanska-Chargot, T. Skrzypek, A. Krokida, K. Mekkaoui, E. Lampropoulou, P. Kalaitzis, A. Zdunek

Última atualização: 2024-01-24 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.22.576594

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.22.576594.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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