Transporte de Fosfato em Candida albicans: Impactos no Crescimento e Virulência
Estudo revela a importância dos transportadores de fosfato no crescimento e infecção de fungos.
― 7 min ler
Índice
Fósforo é um nutriente chave que os organismos vivos precisam pra crescer e sobreviver. Ele tem um papel vital em vários processos biológicos, incluindo a produção de energia. Na sua forma inorgânica, o Fosfato é crucial pra criar o trifosfato de adenosina (ATP), que atua como a moeda de energia das células. Sem fosfato suficiente, os organismos têm dificuldades pra crescer e podem até morrer. Por exemplo, quando uma levedura específica fica sem fosfato, primeiro ela se torna inativa e depois não consegue sobreviver.
Alguns organismos, conhecidos como organismos osmótrofos, absorvem nutrientes do ambiente. Eles precisam pegar fosfato do meio separado de outros nutrientes como nitrogênio e carbono pra conseguir fósforo suficiente. Infelizmente, muitos ambientes naturais, tipo solo e água, têm níveis muito baixos de fosfato solúvel. Isso dificulta que plantas e microrganismos encontrem esse nutriente essencial. Até mesmo nos humanos, os níveis de fosfato no sangue são baixos, indicando que bactérias e fungos que podem invadir humanos também enfrentam falta de fosfato. Assim, sistemas que regulam o fosfato em organismos como bactérias, plantas e fungos têm muitas semelhanças. Mas, os humanos regulam o fosfato de forma diferente por causa da abundância de fósforo nos alimentos que comemos.
Pesquisas mostraram que a levedura chamada Saccharomyces cerevisiae foi estudada por muitos anos pra entender como ela transporta fosfato. Dois sistemas de transporte de fosfato foram identificados: um que funciona bem em baixas concentrações de fosfato e outro que funciona em concentrações mais altas. O primeiro sistema consegue transportar fosfato efetivamente em níveis muito baixos, enquanto o segundo precisa de níveis mais altos pra funcionar direito. Ao estudar os genes responsáveis pelo transporte de fosfato, os cientistas encontraram Transportadores específicos que ajudam nesses processos.
O Papel de Diferentes Transportadores de Fosfato
Mostrou-se que o Saccharomyces cerevisiae tem diferentes transportadores de fosfato que atuam em várias condições. Um desses transportadores, conhecido como PHO84, é particularmente importante porque ajuda a levedura a absorver fosfato de forma eficaz. Quando os pesquisadores estudaram esse transportador, descobriram que ele poderia transportar fosfato contra um gradiente de concentração, ou seja, conseguia trazer fosfato pra dentro da célula mesmo quando os níveis externos eram baixos.
Outros transportadores também foram identificados, incluindo um chamado Pho89, que funciona bem com sódio e ajuda a levedura a absorver fosfato em diferentes níveis de pH. Além disso, existem transportadores de baixa afinidade, como Pho87 e Pho90, que são menos eficientes, mas ainda ajudam no transporte de fosfato em certas condições.
No caso de um patógeno fúngico chamado Candida albicans, os pesquisadores descobriram que ele tem vários transportadores de fosfato semelhantes aos encontrados em Saccharomyces cerevisiae. A função desses transportadores em Candida albicans foi estudada pra entender como o fungo sobrevive em condições de baixo fosfato e como se adapta quando o fosfato é escasso.
Fome de Fosfato e Seu Impacto
Ao estudar Candida albicans, os pesquisadores notaram que o fungo pode ser sensível à falta de fosfato. Se faltasse fosfato suficiente, ele tinha dificuldades pra crescer e não conseguia resistir a certos estresses. Isso destaca a importância do fosfato na vida do fungo e sua capacidade de causar infecções em humanos.
Em experimentos, os cientistas criaram mutantes de Candida albicans que eram deficientes em transportadores específicos de fosfato pra entender melhor o papel de cada transportador. Eles descobriram que mutantes sem o transportador PHO84 enfrentavam desafios significativos quando crescidos em condições de baixo fosfato. Esses mutantes não conseguiam crescer bem em ambientes com pouco fosfato, especialmente em níveis de pH mais baixos.
Em contraste, mutantes que mantinham pelo menos um dos outros transportadores, como Pho89, conseguiam prosperar em algumas condições de limitação de fosfato. Isso sugeria que, mesmo quando um transportador não funcionava, outros ainda podiam ajudar o fungo a adquirir fosfato.
Filamentação e Crescimento
Uma característica única de Candida albicans é a sua capacidade de alternar entre formas de levedura unicelular e formas filamentosas multicelulares. Essa transformação é importante para sua virulência, ou capacidade de causar doença. Quando os pesquisadores analisaram os mutantes com transporte de fosfato prejudicado, descobriram que aqueles sem PHO84 tinham limitações severas no crescimento filamentoso. Eles produziam menos hifas e eram menos capazes de se adaptar morfologicamente ao ambiente.
Em testes em diferentes meios que induzem a filamentação, os pesquisadores descobriram que somente a levedura com o transportador PHO84 funcional conseguia crescer hifas robustas em várias condições. Isso sugeriu que o PHO84 desempenha um papel vital não apenas na absorção de fosfato, mas também nas mudanças morfológicas essenciais para a sobrevivência e virulência do fungo.
A Importância da Sinalização TORC1
A via de sinalização do Complexo Alvo da Rapamicina 1 (TORC1) é crucial pra gerenciar vários processos celulares, incluindo a resposta à disponibilidade de nutrientes. Os pesquisadores descobriram que o transportador PHO84 está intimamente ligado à sinalização TORC1. Mutantes sem PHO84 mostraram atividade reduzida do TORC1 quando expostos a níveis baixos de fosfato. Essa diminuição na sinalização levou a uma maior sensibilidade ao estresse oxidativo, destacando a interseção entre a aquisição de fosfato e os mecanismos de resposta ao estresse.
A via TORC1 também ajuda Candida albicans a responder a estressores ambientais, como danos oxidativos do sistema imunológico durante infecções. Portanto, a funcionalidade do transportador PHO84 é essencial não apenas para a absorção de fosfato, mas também para manter a saúde celular geral e a virulência.
Análise Genética e Evolução
Pra entender melhor os mecanismos de regulação e transporte de fosfato em Candida albicans, os pesquisadores usaram técnicas genéticas pra criar várias cepas mutantes. Eles construíram mutantes quádruplos sem todos os transportadores de fosfato conhecidos. Esses mutantes foram submetidos a condições onde o fosfato era limitado.
Curiosamente, com o tempo, os mutantes quádruplos conseguiram se adaptar à escassez de fosfato através da evolução no laboratório. Ao passar os mutantes em meios limitados em nutrientes, os cientistas observaram uma recuperação de fitness, indicando que os mutantes estavam se adaptando ao seu ambiente. O sequenciamento do genoma completo das populações adaptadas revelou aneuploidias, ou mudanças no número de cromossomos, que são uma estratégia evolutiva comum em fungos sob condições de estresse.
Diferentes linhagens dos mutantes adaptados seguiram caminhos distintos de evolução, indicando que várias alterações genéticas ocorreram enquanto se adaptavam a ambientes de baixo fosfato. A presença de aneuploidias sugeriu que os organismos estavam usando alterações genômicas significativas pra melhorar sua sobrevivência.
Conclusão
As pesquisas sobre os sistemas de transporte de fosfato de Candida albicans revelaram o papel crucial que o fosfato desempenha em seu crescimento, gerenciamento de estresse e patogenicidade. O transportador principal, PHO84, emergiu como o mais vital pra adaptação a condições de baixo fosfato, influenciando tanto o crescimento quanto a morfogênese. Outros transportadores, como Pho89, oferecem funções de backup em várias condições, enquanto transportadores de baixa afinidade apoiam o crescimento quando o fosfato é abundante.
Além disso, a capacidade do fungo de se adaptar à fome de fosfato por meio de mudanças genômicas enfatiza a natureza dinâmica de suas estratégias de sobrevivência. As descobertas desses estudos podem ter implicações pra entender como Candida albicans consegue prosperar em ambientes humanos limitados em nutrientes, potencialmente guiando novas estratégias terapêuticas pra combater infecções fúngicas.
Pesquisas em andamento continuarão a explorar as interações entre transporte de fosfato, vias de sinalização e estressores ambientais, aprofundando nossa compreensão desse importante patógeno fúngico.
Título: Candida albicans' inorganic phosphate transport and evolutionary adaptation to phosphate scarcity
Resumo: Phosphorus is essential in all cells structural, metabolic and regulatory functions. For fungal cells that import inorganic phosphate (Pi) up a steep concentration gradient, surface Pi transporters are critical capacitators of growth. Fungi must deploy Pi transporters that enable optimal Pi uptake in pH and Pi concentration ranges prevalent in their environments. Single, triple and quadruple mutants were used to characterize the four Pi transporters we identified for the human fungal pathogen Candida albicans, which must adapt to alkaline conditions during invasion of the host bloodstream and deep organs. A high-affinity Pi transporter, Pho84, was most efficient across the widest pH range while another, Pho89, showed high-affinity characteristics only within one pH unit of neutral. Two low-affinity Pi transporters, Pho87 and Fgr2, were active only in acidic conditions. Only Pho84 among the Pi transporters was clearly required in previously identified Pi-related functions including Target of Rapamycin Complex 1 signaling and hyphal growth. We used in vitro evolution and whole genome sequencing as an unbiased forward genetic approach to probe adaptation to prolonged Pi scarcity of two quadruple mutant lineages lacking all 4 Pi transporters. Lineage-specific genomic changes corresponded to divergent success of the two lineages in fitness recovery during Pi limitation. In this process, initial, large-scale genomic alterations like aneuploidies and loss of heterozygosity were eventually lost as populations presumably gained small-scale mutations. Severity of some phenotypes linked to Pi starvation, like cell wall stress hypersensitivity, decreased in parallel to evolving populations fitness recovery in Pi scarcity, while that of others like membrane stress responses diverged from these fitness phenotypes. C. albicans therefore has diverse options to reconfigure Pi management during prolonged scarcity. Since Pi homeostasis differs substantially between fungi and humans, adaptive processes to Pi deprivation may harbor small-molecule targets that impact fungal growth and virulence. Author SummaryFungi must be able to access enough phosphate in order to invade the human body. Virulence of Candida albicans, the most common invasive human fungal pathogen, is known to decrease when one of the proteins that brings phosphate into the fungal cell, called Pho84, is disabled. We identified three more proteins in C. albicans that transport phosphate into the cell. We found that Pho84 plays the largest role among them across the broadest range of environmental conditions. After eliminating all 4 of these transporters, we let two resulting mutants evolve for two months in limited phosphate and analyzed the growth and stress resistance of the resulting populations. We analyzed genomes of representative populations and found that early adaptations to phosphate scarcity occurred together with major changes to chromosome configurations. In later stages of the adaptation process, these large-scale changes disappeared as populations presumably gained small-scale mutations that increased cells ability to grow in limited phosphate. Some but not all of these favorable mutations improved resistance of evolving populations to stressors like membrane- and cell wall stress. Pinpointing distinct mutation combinations that affect stress resistance differently in populations adapting to scarce phosphate, may identify useful antifungal drug targets.
Autores: Julia R. Kohler, M. Acosta Zaldivar, W. Qi, A. Mishra, U. Roy, W. R. King, J. Patton-Vogt, M. Z. Anderson
Última atualização: 2024-01-30 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.29.577887
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.29.577887.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.